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Investir em
diamantes pode até dobrar o capital. Saiba como aproveitar as
oportunidades com a primeira bolsa especializada nessa pedra na América
Latina
Ali Pastorini, da Del Lima: “Antes, eu tinha de comprar as pedras na China. Hoje elas estão a apenas oito horas de viagem” (
foto: Pedro Dias)
Os
diamantes são os melhores amigos da mulher, já dizia a atriz americana
Marilyn Monroe. Para a designer gaúcha Ali Pastorini, proprietária do
ateliê de joias Del Lima, eles são fonte de lucro e, também, de um dia a
dia sacrificado. A cada seis meses, ela enfrentava jornadas de até 60
horas, entre viagens de avião e longas esperas em salas de embarque,
para comprar sua principal matéria-prima, vendida em Hong Kong e Dubai. O
custo das viagens e as taxas de importação tornavam o negócio oneroso.
Desde julho, porém, as horas de voo diminuíram bastante.
Agora, a
empresária compra suas gemas no Panamá, reduzindo os gastos com
deslocamento e, melhor ainda, pagando menos impostos. Ela tem negociado
suas pedras na Panamá Diamond Exchange (PDE), primeira bolsa de
diamantes da América Latina. A PDE, que abrirá oficialmente em janeiro
de 2016, foi criada por meio de uma parceria entre empresários do setor
de joias e o governo panamenho, com investimentos de US$ 200 milhões. A
bolsa reúne fisicamente compradores e vendedores em um mesmo local. Como
os diamantes são muitos e diferentes entre si, e sua cotação varia em
função do tamanho, pureza e procedência, a bolsa também publica cotações
e informações sobre as pedras na internet.
Para
negociar ali, é necessário obter uma licença, que deve ser retirada
pessoalmente. A relativa proximidade geográfica com o Brasil e o fato de
a bolsa estar localizada em uma zona franca, livre de impostos,
portanto, beneficia diretamente negociantes e investidores brasileiros.
“A maior dificuldade de quem trabalha com diamantes é achar pedras que
tenham procedência registrada e bons preços, e isso só era possível indo
à China ou aos Emirados Árabes”, diz Ali. A empresária compra diamantes
polidos para produzir suas joias – que levam também ouro, rubis e
esmeraldas – e as revende para clientes endinheirados dos Estados Unidos
e Emirados Árabes.
Apesar de não revelar o faturamento, ela
revela que a rentabilidade de sua empresa aumentou nos últimos meses em
função da redução de gastos e taxas. “Eu chegava a pagar até 20% de
impostos quando comprava em Dubai, dependendo do estado das peças”, diz.
Atualmente, ela paga somente o imposto de importação no Brasil, que
pode variar entre 10% e 45%. Com a abertura da bolsa, será possível a
investidores de alto poder aquisitivo e apetite por diversificação
comprarem e venderem pedras, aproveitando-se da perspectiva de alta de
preços.
O mercado de joias na América Latina é avaliado em US$ 8
bilhões, sendo que a metade desse total vem da negociação de diamantes.
Somados, Brasil e México, que são os maiores mercados, respondem por US$
1 bilhão. Não por acaso, o foco da bolsa é atrair investidores
brasileiros como a gaúcha Ali, diz o israelense Eli Izhakoff, presidente
da PDE (leia ao lado). Apesar de não ser um investimento popular, os
diamantes estão se tornando uma opção rentável. “As pedras são um ativo
de baixa volatilidade e a demanda está crescendo rapidamente em mercados
como Ásia, Oriente Médio e América Latina”, diz Izhakoff.
A
maior facilidade trazida pela bolsa para a compra não isenta o
investidor de alguns cuidados. A primeira orientação é obter informações
sobre as características e o mercado das pedras antes de adquiri-las.
“A procedência pode fazer toda a diferença na hora da venda”, diz Ali.
Outro ponto importante é o estágio de processamento da pedra. “Entre o
garimpo e a joalheria, um diamante passa por seis etapas e os
investidores podem comprá-los em qualquer uma delas”, diz Izhakoff. Na
fase de exploração e mineração, o retorno pode chegar a 20%.
Quando
está em uma joia, o rendimento pode ser de até 100%. Para formar o
preço médio do quilate são utilizados fatores como a origem da pedra e o
grau de pureza. No site do Serviço Geológico do Brasil, um quilate,
unidade de 0,2 grama de diamante, pode alcançar até US$ 63 mil. Apesar
das possibilidades de um bom retorno, é preciso ter claro que os
diamantes não possuem tanta liquidez quanto as ações. A maior ou menor
facilidade para vendê-los vai depender do momento do mercado. A
procura por diamantes tem aumentado e isso pode justificar a aposta
nesse tipo de investimento. Segundo o consultor em finanças Augusto
Saboia, a principal vantagem desse tipo de investimento é a
possibilidade de valorização em épocas de expansão do mercado.
“Em
momentos de turbulência, os diamantes são uma reserva de valor, da
mesma forma que o ouro, com a vantagem de ocupar menos espaço físico”,
afirma Saboia. Para Saboia, entre as desvantagens de se investir na
pedra está a baixa liquidez em épocas de retração. “Além disso,
segurança, transporte e conservação devem ser levados em conta”, diz o
consultor. Para não ficar tão exposto às oscilações do diamante,
Izhakoff diz que o investidor deve priorizar o mercado de varejo, ou
seja, adquirir o diamante em fase finalizada, já lapidado e pronto para
ser montado em uma joia, por exemplo.
----- ELI IZHAKOFF
O presidente da Panama Diamond Exchange fala à DINHEIRO sobre as oportunidades para investidores Onde estão as maiores bolsas de diamantes em todo o mundo?
Existem 30 bolsas de diamante. Os maiores centros comerciais para a
pedra são os de Nova York, Antuérpia, na Bélgica, Ramat Gan, em Israel, e
Dubai, nos Emirados Árabes. Qual é o potencial brasileiro para o mercado de diamantes?
O mercado de joias da América Latina movimenta US$ 8 bilhões, dos quais
cerca de 50% são de diamantes. Brasil e México respondem por US$ 1
bilhão por ano em diamantes. Até 2019, o mercado de varejo vai chegar a
US$ 2 bilhões. Como os investidores brasileiros podem ter retorno com diamantes?
O uso de diamantes como um mecanismo de investimento está crescendo.
Eles são vistos como uma forma de investimento estável e com baixa
volatilidade. Além disso, o retorno sobre os diamantes durante o prazo
imediato é mais positivo por causa do rápido crescimento da demanda.
Como anda a
exploração de diamantes no Brasil? O Brasil é um país de dimensões
continentais e de imensa riqueza tanto em superfície quanto em grandes
profundidades. As reservas de minério de ferro
de qualidade tornam o país o segundo maior exportador do mundo, atrás
da Austrália e seguido por Rússia e China. Dentre as gemas preciosas,
destacam-se os diamantes, cristal de alto valor agregado no mercado
mundial de grande interesse de companhias multinacionais em explorar
nossas terras à procura de minas ou jazidas de diamantes.
Na TV, a
exploração de diamantes é lembrada na trama da novela da Rede Globo,
“Império”, onde o “comendador Zé Alfredo” (interpretado por Alexandre
Nero) acumula fortunas e esbanja vaidades com sua família, vivendo uma
série de problemas que envolvem a sua história desde o garimpo, onde foi
à procura do sonho da riqueza. É a ficção imitando a realidade,
lembrando do caso da Serra dos Carajás, no Pará, em que reuniram-se
milhares de pessoas em busca do sonho de se tornarem ricos às custas de
muito sofrimento, solidão, doenças, violência, tudo em nome da fama e da
riqueza.
Segredos que valem ouro
O número de
locais com diamantes no Brasil não é divulgado com precisão, mas sabe-se
que há reservas gigantescas de diamantes no país, principalmente nos
estados de Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
Dizem os especialistas que, em reservas indígenas,
preservadas por leis da Constituição Brasileira e pela Fundação
Nacional do Índio (Funai), há enormes jazidas, mas não estão autorizadas
para exploração de diamantes. Não é de hoje que o país sofre com a
exploração das suas terras em todos os sentidos, minerais, agrícolas,
fauna e flora, desde os tempos do Império.
Não se tem a conta de quantos bilhões de dólares já se perderam ao
longo dos anos com o envio de pedras preciosas para o exterior.
Para se ter
uma idéia das riquezas ocultas no solo brasileiro, em 2014, foi
divulgado na internet, em sites especializados, que a exploração de
diamantes em terras indígenas do Parque Aripuanã e de Serra Morena, em
Rondônia e Mato Grosso, respectivamente, pode render algo em torno de 40
bilhões de dólares por ano, caso seja regulamentada, já que o garimpo
em terras indígenas é proibido e, além do que, no Brasil, o que se
observa é que, após a extração de minerais preciosos por garimpagem, é
uma prática insustentável e que degrada completamente a região
explorada, não há políticas de reflorestamento e de revitalização do solo e de programas que beneficiem as populações que vivem acerca da mesma.
Profissionais que brilham
As pesquisas e
levantamentos sobre reservas diamantíferas estão a cargo de geólogos e
outros especialistas do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), vinculado ao
Ministério das Minas e Energia junto de empresas multinacionais, como a
gigante multinacional De Beers, com sede na Àfrica do Sul. As
descobertas levaram a aproximadamente 1.200 pontos de exploração de
diamantes no Brasil, entretanto, sem haver informações precisas acerca
da quantidade e qualidade dos diamantes.
De acordo com
os geólogos envolvidos na pesquisa, atualmente, o país dispõe de
reservas de diamantes industriais e de gemas, utilizados para fabrico de
jóias. Em média, um diamante no garimpo pode ser comercializado por 2
milhões de reais em forma bruta, mas, depois de lapidada, chega a 20
milhões de reais.
Exploração de diamantes
Mas a procura
por pedras preciosas começou bem antes disso, na era dos desbravamentos
dos bandeirantes, no século 17 em diante, tendo as primeiras
descobertas no estado das Minas Gerais. O cuidado das reservas e de sua
exploração era por conta da chamada Intendência das Minas, quer estava
obviamente subordinada à metrópole – já que o Brasil era uma colônia –
portuguesa. Como nos dias de hoje, a corrupção e o contrabando das
riquezas nacionais eram comuns. Para coibir essas manobras, a Corte
Portuguesa criou um núcleo de fiscalização de nome Casa de Fundição ao
mesmo tempo em que deixava a extração aos cuidados de “contratadores”.
Ainda que
houvesse extração e exportação de ouro e diamante para Lisboa, muitas
benfeitorias à época puderam ser vistas com o passar dos anos, mudanças
políticas, sociais, econômicas e culturais.
Como funciona uma exploração de diamantes
A exploração
de diamantes em uma jazida descoberta não é diferente no Brasil ou na
África do Sul. Geralmente, existem máquinas gigantes que operam
escavando altas profundidades – já que as pedras costumam estar
localizadas a centenas de metros abaixo da superfície – com a ajuda de explosivos,
alta tecnologia e garimpeiros em busca das pedras preciosas. Daí, elas
são separadas do cascalho e identificadas por um sistema de raio-X. As
minas então são criadas sobre região com alta concentração de
kimberlito, rocha formada pelo resfriamento do magma vulcânico. Durante a
exploração nas minas, as rochas são pulverizadas como cascalhos por
meio de explosões em áreas profundas da mina.
Águas de rios
e lençóis freáticos transportam pedras que se concentram em áreas
superficiais e por isso são “peneirados” pelos mineradores. Da separação
por tamanho, as pedras seguem para flotação.
Entra em cena uma máquina de triagem em forma de raio-X que funciona
para separar o que é diamante e o que não é, passando em seguida a uma
apuração manual de cada pedra.
Muita gente
ouve diamante como uma jóia preciosa, é verdade, mas a parte menos
valiosa, que não é denominada gema, é destinada à indústria para a
fabricação de peças de corte, discos, brocas, serras, bisturis,
equipamentos cirúrgicos em geral e termômetros de precisão.
Investimentos recentes podem mudar situação do Brasil no setor de diamantes
País já foi o maior
produtor do mundo e hoje é insignificante no mercado. Especialista diz
que Brasil tem imenso potencial ainda inexplorado
Na
África, a pedra preciosa deixou de ser apenas algo que se consegue
peneirando cascalho. A profissionalização mudou o status da extração
Brasília
– Diamantes dão brilho ao roteiro de um filme ou de uma telenovela. E
também podem se destacar nos relatos da formação de um país. Quando se
descobriram os primeiros exemplares desse mineral na região onde hoje
fica Diamantina (Vale do Jequitinhonha), em 1725, só se tinha visto algo
semelhante extraído de minas da Índia.
As pedras foram levadas
por um padre para a corte portuguesa, que tratou de regulamentar e
incentivar as lavras no Brasil. “A história dos diamantes se confunde
com a do país”, resume Francisco Valdir Silveira, chefe do departamento
de recursos minerais da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
(CPRM).
Surgiram garimpos nas Gerais, na Chapada Diamantina, da
Bahia, e em tantos outros lugares. O Brasil foi, durante muito tempo, o
maior produtor mundial. Até que se descobriu o minério na África.
Primeiro, no leito dos rios, como aqui, depois, no início do século
passado, em depósitos primários subterrâneos.
Diamante deixou de
ser apenas algo que se consegue peneirando cascalho. E o peso do país
foi encolhendo. De acordo com os dados mais recentes, respondemos por
apenas 0,04% da produção global, apesar de termos a sexta maior
indústria de mineração do mundo quando se levam em conta o ferro, a
bauxita e outros itens. “Para um geólogo de diamantes, o Brasil é o país
mais frustrante do mundo”, relata Mark Van Bockstael, chefe de
inteligência de mercado da Antwerp World Diamond Center (AWDC), uma
fundação na cidade belga que concentra 50% do mercado de diamantes
brutos do mundo e 84% dos lapidados.
Ele
se refere ao imenso potencial ainda inexplorado no país. Segundo a
CPRM, há 1.325 depósitos de kimberlitos ou minerais associados, onde
podem ser descobertos os depósitos primários de diamantes — de onde são
levados para os rios pela erosão. “Desses, provavelmente 20 são
economicamente viáveis”, afirma Silveira.
A primeira mina do país
em um depósito primário, a Braúna, vai começar a operar em Nordestina
(BA) no começo de 2016. Em outubro, ela deverá estar funcionando
experimentalmente. É um processo bem diferente da coleta de cascalho dos
rios, o garimpo de aluvião, que também pode ser mecanizado. As lavras
subterrâneas serão exploradas por explosões.
As rochas trituradas
mergulham em ferro-silício, em que partículas mais densas, incluindo
diamantes, decantam. Dali, seguem para uma câmara onde recebem laser,
que destaca os diamantes. Funcionários que estão fora do compartimento
enfiam a mão em luvas semelhantes às de laboratórios de doenças
altamente contagiosas, acessando o interior do compartimento blindado
para separar os diamantes. Não serão usados produtos químicos e 98% da
água será reciclada.
A mina de diamantes baiana, a primeira na
América Latina, é resultado de um investimento de R$ 80 milhões de
belgas e chineses, comerciantes de gemas que criaram uma mineradora, a
Lipari, ao decidir enveredar por esse ramo. O total de recursos
empregados no projeto deve chegar a R$ 200 milhões.
BARREIRA O
alto custo é um grande obstáculo para o aumento da exploração, explica
Silveira, da CPRM. “Mas, duas ou três pedras grandes, se forem
encontradas, pagam tudo isso”, diz. No mercado de diamantes, não há
padrões tão rígidos quanto no do ouro. Um quilate (medida de peso padrão
nesse setor, equivalente a 0,2 gramas) pode valer US$ 200, no caso de
uma pedra pequena. Mas chega a US$ 5 mil, no caso de uma pedra grande e
de qualidade — ou muito mais. Cores valorizam: os diamantes rosas estão
entre os mais caros do mundo.
Fábio Borges, diretor financeiro da
Lipari, está entre os que apostam que a exploração de diamantes
subterrâneos no Brasil pode crescer muito. “O Canadá não tinha nenhuma
mina no início dos anos 1990. Hoje, tem nove. E lá é muito mais difícil
de implantá-las porque as reservas estão em locais remotos, no meio do
gelo”, compara. Em sete anos, a Braúna poderá atingir a produção de 360
mil quilates, 7,5 vezes a produção total do país no ano passado.
Para
o diretor de fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), Walter Arcoverde, o câmbio poderá impulsionar investimentos em
novas lavras subterrâneas de diamantes. “A valorização da moeda nacional
frente às estrangeiras faz diminuir o garimpo”, analisa. COMÉRCIO EM EVOLUÇÃO
Além
dos investimentos em mineração, a ideia é sofisticar também o comércio
e os serviços relacionados a essa indústria. “Queremos ter mais gente
nesse mercado, no Brasil e em todo o mundo”, afirma Van Bockstael, da
AWDC. No mês que vem, a fundação vai promover o GMB Brasil, no hotel
Copacabana Palace, versão nacional de um evento global do setor, que
vai envolver especialistas e empresários — haverá até um desfile de
modelos usando joias.
Dados da AWDC mostram que há um grande
potencial de crescimento das vendas de diamantes. Das famílas chineses,
40% têm alguma joia com diamante, uma proporção muito menor do que as
dos países europeus e dos Estados Unidos.
Para o ex-garimpeiro
Dario Machado Rosa, hoje funcionário público, a sofisticação do setor é
bem-vinda. “Uma das dificuldades que temos no Brasil é o número
reduzido de compradores, o que diminui muito o valor que conseguimos”,
relata. Ele é presidente de honra de uma cooperativa que reúne 130
garimpeiros em Coromandel (Alto Paranaíba). Filho e neto de
garimpeiros, conta que a cidade já teve 3 mil pessoas trabalhando nesse
setor, hoje secundário.
A região do município, próxima do
Triângulo Mineiro, tem grandes depósitos de diamantes nos rios — o que
sugere potencial de uma mina subterrânea, caso se descubra o local do
depósito primário. O Getulio Vargas, maior diamante encontrado no
Brasil, foi lavrada ali. Com 726 quilates, deu origem a 29 pedras. Hoje,
as técnicas de lapidação com laser permitiriam mantê-la em uma só
peça, ou então reduzir o número de divisões. “Não valeria menos do que
US$ 50 milhões”, estima Rosa.
Uma das dificuldades de negócios
está no processo de certificação Kimberley, implantado no Brasil em
2002, que garante que a pedra não tem origem ilícita ou em áreas de
conflito. Silveira, da CPRM, levanta a hipótese de que muitos
garimpeiros prefiram a informalidade a passar pelo processo, o que pode
acabar jogando a produção no contrabando. “Ele está devendo dinheiro
na mercearia e acaba entregando a pedra por muito menos do que ela
vale.” Isso ajudaria a explicar a queda de produção do país, ao menos
de acordo com os números oficiais, nos últimos anos.
Rosa acha
que o processo de certificação é benéfico para os garimpeiros. Mas
queixa-se da lentidão. “Às vezes demoram até 40 dias. Ninguém compra
uma pedra e espera todo esse tempo para receber”, queixa-se. Arcoverde,
do DNPM, contesta a informação. “Pode ter sido algum caso por falha
processual do interessado. Se ele estiver cumprindo todas as normas, o
prazo médio é de 10 dias, podendo ser menor”, afirma.
RARIDADES Diamantes
são formados a 2 mil metros de profundidade, sob alta pressão. E
chegam à superfície carregados a velocidade supersônica pelo magma em
uma erupção. O processo tem de ser rápido, se não as pedras viram
carvão. Mas também é necessário que elas sejam preservadas na subida.
Tantas restrições explicam por que são raros. Os diamantes explorados
no Brasil foram formados há cerca de 120 milhões de anos.
ORIGEM
DO NOME: Diamante, do grego 'adamas', significa
invencível e 'diaphanes', que significa transparente.
Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante
podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como
símbolo de coragem.
Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho
faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante
refletia a chama do amor.
Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.
O DIAMANTE
COMO JÓIA: Só a partir do século XV, o
diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo
Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes
como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian
da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX,
usavam-se argolões como anéis de noivado. No século
XX, ficou em moda o estilo "chuveiro", mais tarde o anel fieira.
Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.
EXPLORAÇÃO:
A exploração das minas de diamante começou
na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000
anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo
o "Koh-i-Noor", o russo "Orloff", o "Esperança" e outros
diamantes célebres. O seu uso era reservado às
cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas,
os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias
eram ornadas de diamantes.
OS MAIS FAMOSOS
DIAMANTES DO MUNDO:
O
CULLINAN,o
maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106
quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de
1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e
96 pedras menores.
O
Estrela da África é a maior das pedras
cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes
do mundo e pertence à
COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas
e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do
mundo.
KOH-I-NOOR
("Montanha de Luz") Foi mencionado pela primeira vez em 1304,
pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter
estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do
Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado
no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre
AS
JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.
O
Olho do Ídolo Uma pedra no formato de pêra
achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado
é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez
foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado.
A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa
Rasheetah pelo "Sheik" da Kashmir ao Sultão da Turquia
qua a tinha raptado.
O
Excelsior A segunda maior pedra já encontrada
é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto.
Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já
encontrada, mas não há registros de sua existência
e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.
O
RegenteUm
diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por
um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates
quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro
inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada
de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque
de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda
era uma criança em 1717, era chamado de "O Pitt". Foi então
rebatizado como "O Regente" e colocado na coroa de Luís
XV para a sua coroação. Após a Revolução
Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que
o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto
no Louvre.
O
Blue Hope (Esperança Azul) Mais famoso do
que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído
por Luís XV, sendo oficialmente designado de "o diamante
azul da coroa". Roubado durante a Revolução
Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado
por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente
tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este
diamante adquiriu a reputação horrível
de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza.
Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário
posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na
Instituição Smithsonian em Washington.
O
Grande Mogul foi descoberto no século XVII. A
pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu
o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente
encontra-se desaparecido.
O
"Sancy" pesava 55 quilates e foi cortado no formato de
uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso,
Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de
fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy,
um embaixador francês na Turquia no final do século
XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou
no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI
da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy,
mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688,
James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com
ele para Paris. O "Sancy" desapareceu durante a Revolução
Francesa.
Taylor
- Burton Com 69,42 quilates, este diamante no formato
de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição
de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova
York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou
de "Cartier". Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou
a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada,
rebatizando-o de "Taylor-Burton". Ele fez seu debut em um baile
de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss
Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou
que o estava colocando à venda e que planejava usar parte
da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para
inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar
$ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de
1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última
notícia que temos dele é que se encontra na Arábia
Saudita.
O
Orloff Acredita-se que tenha
pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi
confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro
Público de Diamantes da União Soviética em
Moscou. Uma das lendas diz que "O Orloff" foi colocado como olho
de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês
disfarçado de hindu.
Hortensia
Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome
em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era
filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O
Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que
Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está
em exposição no Louvre, em Paris.
Entre
os mais novos diamantes famosos está o "Amsterdã",
uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente
negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo
local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates.
A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra
e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates.