terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Como o carvão vira diamante?

Como o carvão vira diamante?

Você ficará desapontado em saber que as chances de um carvão virar diamante são muito pequenas. É possível, tecnicamente, mas diamantes são formados nas profundezas da terra e o carvão é formado pelo decaimento de plantas e animais na superfície. O carvão contém carbono e o carbono pode formar diamantes quando expostos a altas temperaturas e pressão, mas a menos que você tenha criado uma maneira de levar o carvão às profundezas da terra, seu carvão não se tornará um diamante tão cedo.

Transformação

A transformação do carbono em diamante é um processo que leva milhões de anos para concluir-se. Ele acontece entre 145 a 160 km abaixo da superfície terrestre quando o carbono, provavelmente grafite puro, é exposto a temperaturas superiores a 1100 ºC e em pressões 50 vezes maiores que a da superfície terrestre.

Carbono

Grafite e diamante possuem uma característica em comum, ambos são carbono puro. O que distingue os dois é a estrutura molecular deles. O grafite é composto de camadas de moléculas, enquanto o diamante possui uma natureza cúbica. Quando sujeitos a altas temperatura e pressão, as moléculas do grafite são forçadas a se realinhar e formar uma estrutura cúbica conhecida como cristal, formando então o diamante.

Kimberlito

Uma vez formado, ele pode levar mais 1000 anos ou mais para o diamante chegar à superfície da terra. O magma transporta o diamante para perto da superfície da terra, onde esse magma esfria e forma veios rochosos chamados kimberlito.

Presença de diamantes

Esses veios de kimberlito são vistos normalmente como indicadores da presença de diamantes. A mineração é feita nas áreas com kimberlito para extrair diamantes brutos do magma frio e endurecido. A presença do kimberlito em si não é uma indicação de que há diamantes presentes, ele somente indica a possibilidade da existência de um depósito de diamantes.

Veios de kimberlito

Diamantes normalmente são minerados de veios de kimberlito, mas não é incomum encontrar diamantes em áreas remotas, onde eles foram transportados de seu local original e depositados. Veios de kimberlito podem erodir com o tempo, fazendo com que os diamantes sejam carregados com sedimentos e depositados em outras áreas. Essas áreas podem ser distantes das originais.

Transporte por glaciares

Diamantes também podem ser transportados para outras regiões através de glaciares, que pegam depósitos e soltam em outras áreas. Diamantes podem atravessar centenas de quilômetros antes de serem redepositados. Eles também podem ser espalhados ao longo do caminho do glaciar. Por fim, os diamantes podem entrar em rios ou outras fontes de água quando depositados e podem viajar para regiões mais remotas, distantes de seus veios de kimberlito originais.

Direto da Nasa: Hubble garimpa uma joia no Cosmos

Direto da Nasa: Hubble garimpa uma joia no Cosmos

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Hubble garimpa uma joia no Cosmos (Crédito: M. Helfenbein, Yale University/OPAC)
Hubble garimpa uma joia no Cosmos
Crédito: M. Helfenbein, Yale University/OPAC

Esta ilustração da Nasa mostra algo tão precioso e belo como uma joia do Cosmos: um buraco negro único e muito especial, descoberto em julho de 2015, pelo Telescópio Espacial Hubble. Sua característica mais surpreendente é crescer muito mais rapidamente do que a galáxia em que se encontra.
Essa descoberta contraria grande parte do que se pensava até aqui sobre o desenvolvimento das galáxias. Depois de descoberto pelo Hubble, ele foi detectado e estudado por outros observatórios espaciais, como o Sloan Digital Sky Survey, pelo XMM-Newton (da ESA) e pelo Observatório Chandra de Raios-X, da Nasa.
Até um grande telescópio terrestre conseguiu rastreá-lo, como foi o caso do Telescópio Keck, localizado no Havaí, que utiliza um espelho de dez metros de diâmetro, em pesquisa realizada por uma equipe de astrofísicos, sob a liderança de Benny Trakhtenbrot, do Instituito ETH de Astronomia de Zurique. Os dados obtidos revelaram a existência desse buraco negro, que outrora era normal, numa galáxia distante, chamada CID-947.

Esmeraldas são retiradas de minas que chegam a 150 metros.

Subsolo do sertão nordestino guarda esmeraldas e vestígios do passado

Esmeraldas são retiradas de minas que chegam a 150 metros.
Nas cavernas naturais, onde pesquisadores encontraram fósseis.


O subsolo do sertão nordestino guarda muitos tesouros. Entre eles, estão as esmeraldas que são retiradas de minas que chegam a 150 metros de profundidade. Há também as cavernas naturais, onde pesquisadores encontraram fósseis de animais pré-históricos e vestígios dos antigos habitantes do Brasil.
Os labirintos subterrâneos dos sertões se estendem por centenas de quilômetros. O estado da Bahia tem o maior número de cavernas do país. São túneis imensos, com formações de arenito e fósseis de animais pré-históricos.
Os moradores da gruta, os morcegos, descansam no teto, em um local onde estão bem protegidos. Em alguns pontos, a caverna parece um templo, pela beleza surpreendente. “Tem 28 quilômetros topografados, mas já se conhece bem mais que isso e provavelmente nossa geração não alcance o final dessa caverna, que ela é muito extensa", afirma o pesquisador Rangel Carvalho.
Os pesquisadores encontram no chão, fósseis de animais pré-históricos. "Aqui nós temos um fóssil de um cervo. É um animal já extinto, que foi identificado. É um animal que viveu em torno de dez mil anos atrás”, explica o espeleólogo Bruno João.
Em Sergipe, na margem do Rio São Francisco, um museu guarda relíquias de grandes descobertas arqueológicas nos sertões. O Museu de Xingó tem painéis e cenários com ilustrações dos primeiros habitantes da região, pintando as paredes das cavernas, fazendo as inscrições rupestres.
“O que pôde ser resgatado, foi resgatado. Foram 36 sítios arqueológicos localizados. O que foi resgatado já dá um significado, uma ideia da importância dessa região para o contexto pré-histórico”, diz Railda Nascimento Silva, coordenadora do museu.
Objetos de cerâmica, urnas funerárias e esqueletos humanos muito antigos também foram resgatados e estão sendo analisados no Museu de Xingó. “Entre os esqueletos identificados durante o projeto de resgate, provavelmente o de maior antiguidade tem cerca de 9.600 anos", afirma José Roberto Pelini, professor da Universidade Federal de Sergipe.
O subsolo dos sertões nordestinos também é rico em minério e pedras preciosas. Descendo por um buraco, escavado na rocha bruta, com uma altura de um edifício de 50 andares, se chega a um elevador, que mais parece um chuveiro, onde não para de cair água.
O túnel tem iluminação elétrica e uma bomba retira a água que nasce entre as rochas. "Nós fazemos uma galeria, com um metro de altura por dois metros de largura, madeirando tudo e entrando aqui. É aqui que produz as pedras. É aqui que tira as esmeraldas”, conta um minerador.
Usando martelos, os mineiros procuram as pedras preciosas, mas não é fácil encontrá-las. Muita gente depende desses garimpos. Mesmo fora das minas, procurando nas pedras já exploradas, uma esmeralda esquecida. "Nós temos 9,8 mil pessoas da Serra da Carnaíba que vivem desse garimpo. Nove mil e oitocentas pessoas diretamente e, indiretamente, vai para 60 mil pessoas”
A beleza subterrânea dos nossos sertões é a joia mais preciosa. Mesmo nos subterrâneos da área mais seca do Brasil, há um tesouro esculpido em cada rocha.

Mineral é avaliado em US$ 400 milhões e foi alvo de exportação ilegal.

Brasil consegue bloquear esmeralda 'Bahia' disputada com EUA, diz MPF

Mineral é avaliado em US$ 400 milhões e foi alvo de exportação ilegal.
Repatriação depende de conclusão de ação penal que tramita no Brasil.


Imagem de outubro de 2001 mostra a esmeralda Bahia, uma das maiores do tipo no mundo.  (Foto: Andrew Spielberger/AP)Imagem de outubro de 2001 mostra a esmeralda Bahia, uma das maiores do tipo no mundo (Foto: Andrew Spielberger/AP)
O Brasil conseguiu o bloqueio e a custódia da esmeralda Bahia, pedra de cerca de 380 kg, considerada a maior do mundo e avaliada em US$ 400 milhões, que é disputada com os Estados Unidos após exportação ilegal. Com isso, o mineral fica sob responsabilidade do Estado brasileiro, mas continua indisponível para qualquer transação. O juiz Suprema Corte de Los Angeles, Michael Johnson, decidiu que o a pedra deveria ficar com um grupo empresarial norte-americano. A nova decisão foi tomada no dia 25 de junho e divulgada nesta terça-feira (7) pelo Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o MPF, uma declaração falsa feita às autoridades aduaneiras acobertou a exportação da pedra, que foi lavrada na cidade de Pindobaçu, na Bahia, em 2001, e saiu pelo estado de São Paulo, em 2004.
Segundo o MPF, a decisão garante bloqueio e custódia, mas a repatriação definitiva dependerá da conclusão de uma ação penal que tramita na 9ª Vara Federal de Campinas, em São Paulo, que discute a lavra de garimpo clandestino e o envio ilegal da esmeralda ao exterior, bem como de decisões da Justiça norte-americana. A procuradora Elaine de Menezes, autora da ação, defende que a pedra é patrimônio público do Brasil. A Procuradoria ficou de informar ao G1 o estágio atual desse processo. O MPF atua em cooperação com órgão como o Ministério da Justiça, a Advocacia Geral da União e a Justiça Federal.
Histórico
O litígio começou em 2009, com a disputa entre garimpeiros, compradores de pedras e sócios do FM Holdings sobre a propriedade da esmeralda. Quando a Justiça estava a ponto de chegar a um veredicto, em setembro passado, o Brasil decidiu reivindicar o direito ao pedir a dissolução do processo e a posse da esmeralda.
Paralelamente, iniciou negociações com o governo norte-americano para que a pedra fosse repatriada. No final de março, o juiz Johnson assinalou que o governo brasileiro "não fez nada para mostrar interesse sobre o caso", e descartou seu direito à esmeralda.
Após ser encontrada na Bahia, a esmeralda foi levada para São Paulo, mas em 2005 foi enviada a um geólogo da Califórnia. O geólogo enviou a pedra a Nova Orleans, onde permaneceu desaparecida por várias semanas após as inundações provocadas pelo furacão Katrina, em agosto de 2005.
Depois de ser resgatada na água, a esmeralda terminou nas mãos do empresário californiano Larry Biegler, que comunicou seu desaparecimento em 2009. Uma investigação liderada pelo xerife do condado de Los Angeles localizou finalmente a esmeralda em Las Vegas, em posse dos sócios do grupo FM Holding.

Garimpo invade áreas de preservação no Pará

Garimpo invade áreas de preservação no Pará

Os riscos apontados para a bacia do Tapajós deixam claro que a região amazônica, apesar do aumento nos índices de queda no desmatamento, continua a ser tratada como o grande almoxarifado de recursos naturais do planeta.
As ações planejadas para a maior bacia hidrográfica do mundo não se restringem a planos de construção de uma sequência de usinas rios adentro. Bastou o governo informar que parte das terras que pertenciam às unidades de conservação da Amazônia havia sido desvinculada das áreas protegidas para que se tornassem alvo de ações de garimpo e extrativismo ilegal.

A pressão cresceu e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) tem procurado controlar a situação e deter a entrada de pessoas na região, mas seu poder de atuação ficou reduzido, porque está restrito às áreas legalmente protegidas. "Com a desafetação [redução] das áreas, muita gente está se mexendo para entrar nas terras. Recebemos pedidos de garimpeiros e de pesquisadores para acampar na região, também estamos recebendo ameaças de invasão. A situação está muito delicada", diz Maria Lucia Carvalho, chefe do Parque Nacional da Amazônia, ligada ao ICMBio.

Recentemente, o ICMBio autuou uma balsa que estava pronta para iniciar a garimpagem em área que, até dois meses atrás, pertencia à reserva. "Iam começar a tirar ouro da região. Quando informamos que não poderiam fazer aquilo, nos disseram que não tínhamos nada a ver com isso, que aquela área não pertencia mais ao parque e que iriam adiante", conta Maria Lucia.

A extração de areia é outro alvo. Com o período de seca, que atinge o pico em setembro, diversas praias surgem nas margens do rio, com dunas imensas de areia fina. "Já chegaram dois pedidos para retirada de areia na região do Buburé, dentro do parque nacional."Dentro da floresta, também foram detectados focos de exploração de palmito e madeira. "Avisamos que isso poderia acontecer, mas não fomos ouvidos", diz Maria Lucia. "Não posso me calar sobre o que está acontecendo aqui. Minha crítica é técnica, não é política."

O Ministério de Minas e Energia está à frente de um programa para tentar regularizar a mineração na região, além de dar uma solução ao caos fundiário. A maior preocupação do ICMBio, segundo Roberto Vizentin, presidente do instituto, tem sido garantir a segurança das áreas protegidas. "É permitido fazer mineração em algumas unidades, desde que respeitado o zoneamento de exploração. O plano de manejo indica onde pode ser feita a garimpagem. No entanto, é preciso legalizar esses garimpos. Quase tudo é ilegal", diz Vizentin.

Na Floresta Nacional Crepori, por exemplo, que perdeu parte da área para permitir o licenciamento ambiental das usinas, há cerca de três mil pedidos de pesquisa e lavra minerais. "O garimpo é uma das questões que mais nos preocupa nessa região. As áreas que serão afetadas pelas barragens estão cheias de garimpeiros. Quando os empreendimentos forem construídos e o lago começar a ocupar as áreas, para onde vão esses garimpeiros? Eles vão ocupar o que puderem. Isso tem de ser controlado", alerta o presidente do ICMBio.

Com a proliferação dos garimpos, aumenta ainda mais a ocupação irregular em uma região já marcada por conflitos fundiários. Estima-se que só na região da BR-163 - entre a Serra do Cachimbo e Itaituba, no Pará - existam entre 5 mil e 6 mil famílias que demandam regularização de terras. Há décadas, a região do Tapajós é alvo de milhares de garimpos ilegais em busca de ouro e diamante. Depois de sofrer uma intensa fase de exploração durante os anos 70 e 80, a exploração ficou quase estagnada nas duas décadas seguintes. Nos últimos cinco anos, porém, o garimpo voltou a florescer com força total, mas da pior maneira possível.

Estimativas locais apontam que atualmente há cerca de 60 mil homens trabalhando na extração de ouro e diamante na bacia do Tapajós. É mais da metade dos 110 mil garimpeiros que estão espalhados por toda a Amazônia. "Isso faz do Tapajós o maior garimpo do Brasil", afirma Seme Sefrian, ex-secretário de Mineração e de Meio Ambiente de Itaituba. Quase todo esse batalhão atua de forma irregular, seja utilizando materiais ou máquinas proibidas, seja agindo em unidades protegidas ou sem qualquer tipo de autorização. O mercúrio, matéria-prima usada para separar o ouro da terra, segue direto para os afluentes do Tapajós. A terra, depois de lavada com mangueiras "bico-jato", não é recomposta, deixando para trás imensas crateras de lama.

Para complicar ainda mais a situação, os garimpeiros passaram a utilizar retroescavadeiras para atingir uma profundidade de solo ainda não explorada. Até cinco anos atrás, esse tipo de equipamento, conhecido como "PC", não existia na região. Hoje, segundo Sefrian, há cerca de 150 retroescavadeiras revirando terras todos os dias na bacia do Tapajós. A reportagem flagrou balsas carregando os equipamentos pelo rio. Apesar da ilegalidade total, tudo transcorre normalmente. O maquinário é caro. Uma "PC" nova, com todos os apetrechos, custa cerca de R$ 600 mil, diz o ex-secretário de Itaituba.

Para quem está no ramo, vale a pena o risco. O Tapajós transformou-se no novo eldorado. A região está produzindo meia tonelada de ouro por mês, o que representa US$ 26, 4 milhões, de acordo com o preço atual do metal. Há cinco anos, o volume mensal girava em torno de 200 quilos. "O preço disparou e o negócio voltou a atrair gente", conta Sefrain. Em 2005, o preço da onça do ouro (31,10 gramas) teve média de US$ 445. Em 2009, a cotação dobrou e chegou a US$ 974 e não parou mais de subir. Hoje o preço da onça está em US$ 1.643. "O problema é que a exploração hoje está acontecendo de forma muito aleatória. Não existe muito controle do que é retirado, produzido ou vendido na região."

O negócio é tão bom que até Sefrain, o ex-secretário de Meio Ambiente, virou garimpeiro. Hoje, ele possui uma "PC" e uma pá carregadeira prontas para entrar em ação na unidade de conservação Crepori, entre o sul do Pará e o norte do Mato Grosso. Já contratou 34 homens e diz que tenta legalizar o início da extração. "É uma situação difícil. Hoje, todo mundo trabalha sem autorização para lavra. Mas é preciso mostrar para a população que o garimpo é bom", diz. "Eu não consegui ainda a autorização, mas estamos prontos e vamos começar a trabalhar. Nossa dificuldade é a morosidade do Estado para regularizar a exploração."