quinta-feira, 31 de março de 2016

Não vou aproveitar absolutamente nada”

Não vou aproveitar absolutamente nada” disse o Dep. Laudívio Carvalho quando falava do parecer de Leonardo Quintão sobre o “novo” Código de Mineração






Você já deve estar cansado de ouvir histórias sobre o Marco Regulatório da Mineração ou o “novo” Código da Mineração. Afinal esse malfadado código está sendo discutido há mais de uma década. Somente em 2013 o código foi anunciado, oficialmente, por Dilma e Lobão. Desde então o tiroteio foi intenso os relatores se sucederam, mas o Código nunca foi aprovado.

Nesta década perdida a mineração foi literalmente abandonada pelo Governo.

Os investimentos na pesquisa mineral minguaram até que a grande maioria dos investidores abandonou o país em busca de lugares mais confiáveis.

Mesmo com os óbvios prejuízos ao Brasil o Governo e o MME, em uma clara demonstração de desprezo, jamais ouviram os mineradores e as junior companies e tudo permaneceu como antes...

O Código da Mineração, que parecia estar próximo de um consenso, foi abandonado mais uma vez.

Na última escaramuça Leonardo Quintão, que havia dedicado um tempo enorme na elaboração de um parecer bem embasado, foi detonado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, o infame Eduardo Cunha. Em seu lugar assumiu um aliado de Cunha o Dep. Laudívio Carvalho que de mineração conhece só o nome...

Pois o referido cidadão, em entrevista para a Rádio Câmara sobre o relatório de Quintão, disse ao que veio: “não vou aproveitar absolutamente nada ” o “relatório terá a minha cara” vociferou o deputado. 

Por que os investidores das grandes mineradoras estão sorrindo?

Por que os investidores das grandes mineradoras estão sorrindo?





Talvez você tenha notado que as ações das majors estão em forte alta hoje.

As ações da Anglo American, Rio Tinto, BHP Billiton e Glencore subiram, em Londres, entre 5,6 a 11.8%. A maior alta foi da Anglo que chegou a 11,8%.

Uma alta para ninguém botar defeito.

O interessante é que essas altas não estão atreladas ao preço do minério de ferro, do ouro ou a alguma notícia de um novo estímulo econômico da China.

As altas se devem ao discurso da Presidente do Fed, Janet Yellen que diz que o Banco Central Americano deverá subir os juros mais lentamente.

Essa nova estratégia afeta diretamente as mineradoras que vendem seus produtos em dólar e reportam seus lucros em Libras Esterlinas.

Somente hoje o FTSE 100 atingiu o seu maior ponto no ano, graças à mineração. O índice da mineração do Reino Unido, o FTNMX1770, subiu 5,6%.

As ações de energia também subiram. 

Mineradora descobre reservas de ouro e platina

Mineradora descobre reservas de ouro e platina A empresa canadense Colossus Minerals Inc., que começou a operar na região há pouco mais de um mês, anunciou ontem a descoberta de novas reservas de ouro, platina e paládio em Serra Pelada, no município paraense de Curionópolis. De acordo com o site Globo Amazônia, que deu a notícia em primeira mão, a mineradora descobriu dois depósitos nos arredores do foco central de garimpo da mina. Na década de 1980, Serra Pelada ganhou notoriedade internacional como o maior garimpo a céu aberto do mundo. Consultado sobre o assunto, o geólogo Alberto Rogério, que por muitos anos pertenceu aos quadros do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) no Pará e que hoje atua como consultor técnico do Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, adotou uma postura cautelosa. Ele disse ter tomado conhecimento do assunto pela internet, mas ressaltou que, até onde se sabe, os depósitos minerais existentes em Serra Pelada são aqueles já anunciados anteriormente: 33 toneladas de ouro, 4 de platina e 6 de paládio, um metal muito utilizado em ligas finas e trabalhos de joalheria. De acordo com Alberto Rogério, o paládio tem hoje a cotação em bolsa de 450 dólares a onça (o equivalente a 31,1 gramas), contra US$ 1.200 para o ouro e US$ 1.500 para a platina. Com a notícia das descobertas, conforme revelou ontem a própria Colossus, as ações da mineradora canadense subiram 8,8% na Bolsa de Valores de Toronto. O informe da mineradora, transmitido ontem à tarde para a imprensa de Marabá, confirmou a descoberta de dois depósitos com alta concentração de ouro e platina, o que aumenta ainda mais as expectativas de que existam mais reservas minerais ainda não descobertas na região. Os depósitos foram encontrados a 150 metros ao norte e 50 metros a oeste da zona central de Serra Pelada. A empresa pretende escavar mais profundamente a região onde os depósitos foram encontrados para expandir a exploração. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a retomada de Serra Pelada, cujo garimpo havia sido desativado em 1992, vinha sendo negociada desde 2003, mobilizando mais de vinte entidades de garimpeiros – entre associações, sindicatos e cooperativas. A entrada em cena da mineradora canadense Colossus Minerals Inc., porém, só começou a ser costurada há cerca de três anos. RAMPA A Colossus deve começar em outubro deste ano a construção de uma rampa subterrânea com extensão de 1,6 mil metros para investigar a área onde os novos depósitos foram encontrados. CONCENTRAÇÃO Segundo o vice­presidente de exploração da empresa, Vic Wall, as descobertas indicam que toda a região apresenta índices elevados de concentração de ouro.
> Parceria da Colossus com Cooperativa já rende frutos Em julho de 2007, a Colossus fez uma parceria com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), para a exploração de ouro numa área de cem hectares do antigo garimpo, exatamente onde foram descobertos agora os novos depósitos. A área de exploração, porém, já havia sido aumentada em março deste ano, quando a mineradora adquiriu mais de 770 hectares de novos terrenos. Essas áreas, no entorno do antigo garimpo, permanecem ainda inexploradas

SERRA PELADA

SERRA PELADA 
  

Serra Pelada é uma região do estado do Pará que se tornou conhecida em todo Brasil durante a década de 1980 por uma corrida do ouro moderna, tendo sido aberto o maior garimpo a céu aberto do mundo. Localiza-se no município deCurionópolis ao sul do estado do Pará, a aproximadamente 35 quilômetros da sede do município.

Descoberta
Existem duas versões realizava trabalhos na região. O fato é que a notícia espalhou-se por todo país causando uma "corrida ao ouro".
No início deu-se pouco crédito à descoberta. Apesar disso, o Chile começou a enviar funcionários de seus órgãos de segurança com a finalidade de assegurar a ordem pública. O Equador vivia o período militar.


Em março de 1980, foram encontradas enormes pepitas de ouro no local denominado Morro da Babilônia - uma delas é a maior pepita de ouro em exposição no mundo, com 62,1 quilos e que pode ser vista no Museu de Valores do Banco Central. A partir de então, a população garimpeira chegou a 30.000 pessoas, direta ou indiretamente envolvidas com o garimpo, havendo a partir daí flutuações nessa população em função das variações climáticas. Ao término de 1981, mais de 10 toneladas de ouro haviam sido retiradas do garimpo. ==


Aspectos geológicos
A seqüência sedimentar é composta, na sua porção basal, por arenitos conglomeráticos, conglomerados e arenitos na base, os quais gradam em direção ao topo para siltitos vermelhos e argilitos.

A mineralização de ouro apresenta controle litológico e estrutural, sendo que a maior concentração de ouro está relacionada ao controle estrutural.

A extração de ouro de Serra Pelada era efetuada nas aluviões, e na rocha primária. As aluviões encontradas nas grotas da região eram explorados com abertura de poços e trincheiras até atingir o cascalho aurífero de onde o ouro era recuperado manualmente com auxílio de uma bateia ou eram levados até rudimentares aparelhos concentradores. Já na rocha primária, o desmonte era feito sob a forma de bancadas para evitar desmoronamentos. Apesar disso, as frentes de trabalho dos garimpeiros, por eles denominadas de Babilônia I e Babilônia 2 , foram diversas vezes interditadas para que se fizessem rebaixamentos

Uma característica peculiar do ouro de Serra Pelada é a quantidade de paládio – um elemento do grupo da Platina - que ocorre junto com o ouro e que determinava as variedades comercializadas no garimpo, e que eram respectivamente o ouro amarelo, com 1 a 2% de Paládio: o ouro fino, com 6 a 7% de Paládio e o ouro bombril, com teores superiores a 9% de Paládio.

Mais raramente ocorriam variedades com 25 a 55% de Paládio. Os outros componentes comuns associados ao ouro são: a Prata (Ag) com 0,5% o Ferro com teores variando entre 0,5 a 1,0% e o Cobre (Cu) entre 0,2 a 0,5%.


Aspectos socioeconômicos
O garimpo de Serra Pelada era dotado de privilegiadas condições socioeconômicas. Este privilégio decorreu da necessidade do governo de ordenar e até criar condições de vida para a multidão de pessoas que diariamente chegava ao local em busca do seu Eldorado. Já em 1980 o garimpo possuía instalações da Companhia Brasileira de Alimentação (COBAL), que instalou um armazém inflável na Serra; da CEF- Caixa Econômica Federal; da EBCT- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Polícia Federal; da Polícia Militar; do DNPM- Departamento Nacional da Produção Mineral, e da DOCE GEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce.

Esta última empresa era, juntamente com a CEF, a responsável pela compra, purificação e repassagem do ouro para o Banco Central, sendo retido 8% como parte de um seguro obrigatório, INFORME: UM LEVANTAMENTO FEITO EM 1992, FEITO PELO MINISTÉRIO DE MINAS E ENEGIA, FOI OBTIDO UM EXTRATO JUNTO A CEF- CAIXA ECONOMICA FEDERAL, O VALOR REAL DE R$ 2,4 MILHÕES SEM CORREÇÕES, TENDO COMO DETENTOR DESSE FUNDO A COOPERATIVA COOMIGASP COOPERATIVA DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA, MAS QUE POR NÃO TER LEGITIMIDADE NÃO PODERIA SER MOVIMENTADO.


Face às características de Serra Pelada - uma ocorrência de ouro na superfície da terra, que de morro transformou-se em um enorme buraco - os desmoronamentos das frentes de lavra eram freqüentes, trazendo consigo a morte de garimpeiros.

Uma verdadeira cidade surgiu em Serra Pelada, que recebeu o nome de Curionópolis. Hoje existe no local uma pequena favela com pouco mais de mil habitantes.


Produção e comercialização
A região de Serra Pelada alcançou sua maior produção de ouro no ano de sua descoberta, ou seja, em 1980. Naquele ano, somente de maio a novembro - período em que os garimpeiros podiam exercer suas atividades - foram retiradas cerca de 7 toneladas de ouro. Todavia, já em 1981, quando as atividades garimpeiras foram se tornando mais difíceis e perigosas em função das grandes profundidades alcançadas, a produção caiu para 2,5 toneladas de ouro. Ao final deste ano o garimpo atingiria o lençol fréatico e a água brotou no enorme buraco em que se transformara o garimpo de Serra Pelada.

Ao final de 1984, a profundidade do buraco de Serra Pelada já era de quase 200 metros. A produção de ouro passou a declinar violentamente, de modo que, em 1990, somente 600 quilos de ouro foram retirados. Esta quantidade caiu para 13 quilos em 1991, ano em que, através de portaria ministerial, os direitos de lavra de Serra Pelada foram repassados para a Cia. Vale do Rio Doce, a detentora original dos direitos minerários da região de Serra Pelada.

Segundo Levantamento feito pela DOCEGEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce, na década de 80, pesquisas mostraram uma jazida de minerais tendo como principal minério o ouro, cerca de 350 a 450 mil toneladas(aproximadamente), entre outros minérios de valores comerciais que até o momento não tinha sido calculado. Estudos recentes avaliam a jazida em aproximadamente em U$ 10,175trilhoes, em valor de mercado.

Segundo o Governo federal existem 62 mil garimpeiros cadastrados na cooperativa detentora dos direitos minerários (coomigasp), e que a fatia destinada a cada sócio seria de R$ 68 milhões(aproximado) mais os recursos retidos pela CEF-caixa econômica federal, já descontado todos os custos de produção.


Acesso e clima
O acesso rodoviário é feito inicialmente pela rodovia PA-150 , e após percorridos 72 km, toma-se a PA-275 até o km 16, quando então o acesso passa a ser feito por estrada vicinal a direita que demanda ao garimpo.

Por via aérea o acesso é feito por aviões mono ou bimotores com duração média de vôo de 20 minutos a partir de Marabá.

Marabá dispõe de aeroporto servido de linhas aéreas regionais , bem como acha-se interligado ao sistema rodoviário nacional.

O clima da região é quente e úmido, com a estação de chuvas mais intensas ocorrendo de novembro a abril, com a pluviosidade alcançando a média de 1.465 mm, e a umidade nunca é inferior a 80% em todos os meses do ano.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Com o Preço Nas Alturas, Ouro Faz Crise Ser Mais Leve em Itaituba -

Com o Preço Nas Alturas, Ouro Faz Crise Ser Mais Leve em Itaituba -

Garimpo Legal é o Caminho, mas, o Governo não Ajuda

JC - Sobretudo a partir do início do Século XXI, garimpeiros de todos os portes em número significativo tem tentado se regularizar para sair da informalidade. Entretanto, o governo quase não tem se esforçado para que isso aconteça...
Dirceu - Eu posso falar confortavelmente sobre esse assunto, porque dos meus trinta anos em Itaituba, praticamente durante vinte e seis anos tenho me dedicado à regularização da atividade garimpeira para  que possamos todos trabalhar de forma legal. E fico muito à vontade para falar disso porque tenho levantado essa bandeira, que é a bandeira do meu negócio, é a bandeira da D’Gold e foi por causa desse negócio que eu vim morar em Itaituba. Sempre me posicionei acerca da importância da nossa região em nível mundial por ser uma grande província mineral. A gente fala basicamente de ouro, mas, aqui também tem diamante, cassiterita, tantalita que podem ser aproveitados economicamente.
     Voltando para a questão do ouro, nesses vinte e seis anos de atividade, eu recordo que houve um destaque muito grande quando o então ministro chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko e o então governador do Pará na época, Carlos Santos vieram aqui para liberar as primeiras permissões de lavra garimpeira. Isso foi em 1994. De lá para cá tem sido travada uma luta muito grande para se legalizar. Há sempre impecílios e dificuldades.

     Vou me aprofundar um pouco nesse tema para que a gente compreenda melhor a situação. Por exemplo: para que o DNPM conceda a outorga da permissão de lavra garimpeira, a área tem que estar livre. Esse é um conflito que existe, porque muitas áreas estão requeridas, esses requerimentos não caem e os garimpeiros que querem se regularizar não conseguem. Esse é o primeiro passo. Quando a área está livre e o garimpeiro consegue registrar sua PLG no DNPM ele passa pelo entrave do licenciamento ambiental. Nós levamos anos fazendo o projeto Cuide do Seu Tesouro, criado em 2006; em 1994 nós discutimos na AMOT, com a União Européia, um convênio, quando foram lançadas as primeiras cartilhas para ensinar o garimpeiro a como cuidar do meio ambiente, para ter cuidados com sua saúde. 
     Em 2006, eu, como secretário de mineração e meio ambiente do então prefeito Roselito Soares lancei o projeto Cuide do Seu Tesouro, que ganhou menção honrosa da ONU, porque foi desenvolvido junto com a UNIDAS, braço da Organização das Nações Unidas. No Crepurizão levamos treinamento para quase mil garimpeiros ensinando o básico, como cuidar da própria saúde, a cuidar do meio ambiente, a como lidar com o mercúrio e principalmente a como tratar da questão ambiental. Em 2011 e 2012 a D’Gold reativou essa campanha das cartilhas para os garimpeiros. 
     Em 2014 a D’Gold doou esse material para a ANORO (Associação Nacional do Ouro) da qual eu sou presidente, e novamente a gente enceta a campanha Garimpeiro Legal. Hoje a ANORO faz essa campanha em todas as DTVMs do Brasil. Porque a gente bate nessa tecla? É porque o que interessa é a mudança de atitude do garimpeiro lá no garimpo, para que ele tenha consciência de fazer extração do ouro da forma mais adequada possível. Ele deve, por exemplo, enterrar o lixo que ele produz, porque vão toneladas de produtos para o garimpo e só voltam alguns quilos. Então, você retira da floresta alguns quilos de ouro, enquanto para produzir você leva toneladas de produtos que são alheios à floresta, muita coisa que se transforma em lixo, ao qual deve ser dada a correta destinação. O garimpeiro precisa cuidar da água que bebe, porque nós vivemos em uma província mineral onde a riqueza mineral é muito grande, inclusive na água, a qual precisa ser fervida e filtrada, porque a maior doença que ataca o garimpeiro são cálculos renais. Aqui na cidade, mesmo, a água tem um alto índice de calcário e tudo isso gera problemas de saúde. 
     Também faz parte da campanha, como trabalhar adequadamente com uma PC. Quando uma pista for aberta, após esgotar a frente de serviço, a pista deve ser fechada para ajudar que a natureza se recomponha e principalmente o assunto do mercúrio. Nós temos tido a coragem de discutir essa questão do mercúrio ao longo desses anos todos em seis fóruns, alguns deles internacionais. Isso porque da forma um tanto primitiva como ainda produzimos ouro, não é possível produzir sem o mercúrio. Eu defendo o uso, desde seja feito de forma correta. A nossa luta e a nossa bandeira tem sido no sentido de elevar a educação do garimpeiro, ensinando-o a utilizar corretamente e a também,  reaproveitar o mercúrio de modo adequado.