Com o Preço Nas Alturas, Ouro Faz Crise Ser Mais Leve em Itaituba -
Garimpo Legal é o Caminho, mas, o Governo não Ajuda
JC - Sobretudo a partir do início do Século XXI, garimpeiros de todos os portes em número significativo tem tentado se regularizar para sair da informalidade. Entretanto, o governo quase não tem se esforçado para que isso aconteça...
Dirceu - Eu posso falar confortavelmente sobre esse assunto, porque dos meus trinta anos em Itaituba, praticamente durante vinte e seis anos tenho me dedicado à regularização da atividade garimpeira para que possamos todos trabalhar de forma legal. E fico muito à vontade para falar disso porque tenho levantado essa bandeira, que é a bandeira do meu negócio, é a bandeira da D’Gold e foi por causa desse negócio que eu vim morar em Itaituba. Sempre me posicionei acerca da importância da nossa região em nível mundial por ser uma grande província mineral. A gente fala basicamente de ouro, mas, aqui também tem diamante, cassiterita, tantalita que podem ser aproveitados economicamente.
Voltando para a questão do ouro, nesses vinte e seis anos de atividade, eu recordo que houve um destaque muito grande quando o então ministro chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko e o então governador do Pará na época, Carlos Santos vieram aqui para liberar as primeiras permissões de lavra garimpeira. Isso foi em 1994. De lá para cá tem sido travada uma luta muito grande para se legalizar. Há sempre impecílios e dificuldades.
Vou me aprofundar um pouco nesse tema para que a gente compreenda melhor a situação. Por exemplo: para que o DNPM conceda a outorga da permissão de lavra garimpeira, a área tem que estar livre. Esse é um conflito que existe, porque muitas áreas estão requeridas, esses requerimentos não caem e os garimpeiros que querem se regularizar não conseguem. Esse é o primeiro passo. Quando a área está livre e o garimpeiro consegue registrar sua PLG no DNPM ele passa pelo entrave do licenciamento ambiental. Nós levamos anos fazendo o projeto Cuide do Seu Tesouro, criado em 2006; em 1994 nós discutimos na AMOT, com a União Européia, um convênio, quando foram lançadas as primeiras cartilhas para ensinar o garimpeiro a como cuidar do meio ambiente, para ter cuidados com sua saúde.
Em 2006, eu, como secretário de mineração e meio ambiente do então prefeito Roselito Soares lancei o projeto Cuide do Seu Tesouro, que ganhou menção honrosa da ONU, porque foi desenvolvido junto com a UNIDAS, braço da Organização das Nações Unidas. No Crepurizão levamos treinamento para quase mil garimpeiros ensinando o básico, como cuidar da própria saúde, a cuidar do meio ambiente, a como lidar com o mercúrio e principalmente a como tratar da questão ambiental. Em 2011 e 2012 a D’Gold reativou essa campanha das cartilhas para os garimpeiros.
Em 2014 a D’Gold doou esse material para a ANORO (Associação Nacional do Ouro) da qual eu sou presidente, e novamente a gente enceta a campanha Garimpeiro Legal. Hoje a ANORO faz essa campanha em todas as DTVMs do Brasil. Porque a gente bate nessa tecla? É porque o que interessa é a mudança de atitude do garimpeiro lá no garimpo, para que ele tenha consciência de fazer extração do ouro da forma mais adequada possível. Ele deve, por exemplo, enterrar o lixo que ele produz, porque vão toneladas de produtos para o garimpo e só voltam alguns quilos. Então, você retira da floresta alguns quilos de ouro, enquanto para produzir você leva toneladas de produtos que são alheios à floresta, muita coisa que se transforma em lixo, ao qual deve ser dada a correta destinação. O garimpeiro precisa cuidar da água que bebe, porque nós vivemos em uma província mineral onde a riqueza mineral é muito grande, inclusive na água, a qual precisa ser fervida e filtrada, porque a maior doença que ataca o garimpeiro são cálculos renais. Aqui na cidade, mesmo, a água tem um alto índice de calcário e tudo isso gera problemas de saúde.
Também faz parte da campanha, como trabalhar adequadamente com uma PC. Quando uma pista for aberta, após esgotar a frente de serviço, a pista deve ser fechada para ajudar que a natureza se recomponha e principalmente o assunto do mercúrio. Nós temos tido a coragem de discutir essa questão do mercúrio ao longo desses anos todos em seis fóruns, alguns deles internacionais. Isso porque da forma um tanto primitiva como ainda produzimos ouro, não é possível produzir sem o mercúrio. Eu defendo o uso, desde seja feito de forma correta. A nossa luta e a nossa bandeira tem sido no sentido de elevar a educação do garimpeiro, ensinando-o a utilizar corretamente e a também, reaproveitar o mercúrio de modo adequado.
JC - Sobretudo a partir do início do Século XXI, garimpeiros de todos os portes em número significativo tem tentado se regularizar para sair da informalidade. Entretanto, o governo quase não tem se esforçado para que isso aconteça...
Dirceu - Eu posso falar confortavelmente sobre esse assunto, porque dos meus trinta anos em Itaituba, praticamente durante vinte e seis anos tenho me dedicado à regularização da atividade garimpeira para que possamos todos trabalhar de forma legal. E fico muito à vontade para falar disso porque tenho levantado essa bandeira, que é a bandeira do meu negócio, é a bandeira da D’Gold e foi por causa desse negócio que eu vim morar em Itaituba. Sempre me posicionei acerca da importância da nossa região em nível mundial por ser uma grande província mineral. A gente fala basicamente de ouro, mas, aqui também tem diamante, cassiterita, tantalita que podem ser aproveitados economicamente.
Voltando para a questão do ouro, nesses vinte e seis anos de atividade, eu recordo que houve um destaque muito grande quando o então ministro chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República, no governo Itamar Franco, Alexis Stepanenko e o então governador do Pará na época, Carlos Santos vieram aqui para liberar as primeiras permissões de lavra garimpeira. Isso foi em 1994. De lá para cá tem sido travada uma luta muito grande para se legalizar. Há sempre impecílios e dificuldades.
Vou me aprofundar um pouco nesse tema para que a gente compreenda melhor a situação. Por exemplo: para que o DNPM conceda a outorga da permissão de lavra garimpeira, a área tem que estar livre. Esse é um conflito que existe, porque muitas áreas estão requeridas, esses requerimentos não caem e os garimpeiros que querem se regularizar não conseguem. Esse é o primeiro passo. Quando a área está livre e o garimpeiro consegue registrar sua PLG no DNPM ele passa pelo entrave do licenciamento ambiental. Nós levamos anos fazendo o projeto Cuide do Seu Tesouro, criado em 2006; em 1994 nós discutimos na AMOT, com a União Européia, um convênio, quando foram lançadas as primeiras cartilhas para ensinar o garimpeiro a como cuidar do meio ambiente, para ter cuidados com sua saúde.
Em 2006, eu, como secretário de mineração e meio ambiente do então prefeito Roselito Soares lancei o projeto Cuide do Seu Tesouro, que ganhou menção honrosa da ONU, porque foi desenvolvido junto com a UNIDAS, braço da Organização das Nações Unidas. No Crepurizão levamos treinamento para quase mil garimpeiros ensinando o básico, como cuidar da própria saúde, a cuidar do meio ambiente, a como lidar com o mercúrio e principalmente a como tratar da questão ambiental. Em 2011 e 2012 a D’Gold reativou essa campanha das cartilhas para os garimpeiros.
Em 2014 a D’Gold doou esse material para a ANORO (Associação Nacional do Ouro) da qual eu sou presidente, e novamente a gente enceta a campanha Garimpeiro Legal. Hoje a ANORO faz essa campanha em todas as DTVMs do Brasil. Porque a gente bate nessa tecla? É porque o que interessa é a mudança de atitude do garimpeiro lá no garimpo, para que ele tenha consciência de fazer extração do ouro da forma mais adequada possível. Ele deve, por exemplo, enterrar o lixo que ele produz, porque vão toneladas de produtos para o garimpo e só voltam alguns quilos. Então, você retira da floresta alguns quilos de ouro, enquanto para produzir você leva toneladas de produtos que são alheios à floresta, muita coisa que se transforma em lixo, ao qual deve ser dada a correta destinação. O garimpeiro precisa cuidar da água que bebe, porque nós vivemos em uma província mineral onde a riqueza mineral é muito grande, inclusive na água, a qual precisa ser fervida e filtrada, porque a maior doença que ataca o garimpeiro são cálculos renais. Aqui na cidade, mesmo, a água tem um alto índice de calcário e tudo isso gera problemas de saúde.
Também faz parte da campanha, como trabalhar adequadamente com uma PC. Quando uma pista for aberta, após esgotar a frente de serviço, a pista deve ser fechada para ajudar que a natureza se recomponha e principalmente o assunto do mercúrio. Nós temos tido a coragem de discutir essa questão do mercúrio ao longo desses anos todos em seis fóruns, alguns deles internacionais. Isso porque da forma um tanto primitiva como ainda produzimos ouro, não é possível produzir sem o mercúrio. Eu defendo o uso, desde seja feito de forma correta. A nossa luta e a nossa bandeira tem sido no sentido de elevar a educação do garimpeiro, ensinando-o a utilizar corretamente e a também, reaproveitar o mercúrio de modo adequado.
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