segunda-feira, 2 de maio de 2016

CIRCUITO DOS DIAMANTES

CIRCUITO DOS DIAMANTES

Caminho dos Escravos - Foto: acervo SETURIgreja do Serro - Foto: Prefeitura MunicipalCom a descoberta do primeiro diamante nas lavras de ouro no Arraial do Tijuco (atual Diamantina), em 1714, essa região cresceu significativamente, a ponto de ser considerada um Estado dentro de outro Estado. Tamanha riqueza gerou fabuloso patrimônio histórico-cultural. Hoje, o roteiro reúne belezas arquitetônicas, arte e passeios ecológicos. Tudo isso embalado ao som de clássicos barrocos, serestas e 'vesperatas'.
A magia da escrava Chica da Silva e a musicalidade de JK dotaram não só Diamantina, Patrimônio Mundial da Humanidade, como todo o Circuito de encantamento sem igual. A contemplação das obras do homem e da natureza leva ao equilíbrio.
Compõem este percurso os municípios de Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Presidente Kubitschek, Santo Antônio do Itambé, São Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino Gonçalves e Serro.
DIAMANTINA
Lisboa está em festa, os sinos tocam, Te-Deums são celebrados, congratulações chegam dos vários reinos europeus, incluindo os cumprimentos do Santo Padre. Qual a razão para tanto júbilo? São  as pequenas pedras de carbono puro que foram encontradas na distante colônia. Diamantes! Extremamente valorizados na Europa, eram de suma importância para  aumentar a riqueza do Reinado de  D.João V. 
Vista parcial da Cidade - Foto: Haroldo CarneiroTendo como referência  o Pico do Itambé, diversas bandeiras cortam a região do Jequitinhonha em busca dos metais preciosos. Entre as serras de Santo Antônio e São Francisco havia um local  formado pelo pequeno afluente do Rio Grande, o  Vale do Tijuco, que revelou-se como um excelente local para mineração do ouro. O pequeno arraial  que acabou  surgindo, por volta de 1713, com a bandeira de Jerônimo Gouvêa, no local  conhecido como Burgalhau, não se diferenciava  das centenas de povoados que surgiram no início do século XVIII, na Capitania das Minas. A população se dedicava à mineração do ouro.
Os primeiros diamantes que transformariam radicalmente a vida do arraial somente foram encontrados no período de 1719 a 1722. Autoridades locais não  noticiaram de imediato a fabulosa descoberta  à Coroa Portuguesa. Quase 10 anos haviam se passado e, só após a insistência de alguns mineradores de participarem  os achados, é que o Governador D.Lourenço de Almeida fez o comunicado de que as preciosas pedrinhas tinham sido encontradas. Diamantes! 
Passadas as celebrações, a resposta  de Lisboa veio de imediato: a Coroa impôs as primeiras medidas de controle sobre a região dos diamantes, através de Regimento datado de 26 de junho de 1730, com a instituição da cobrança do quinto, o lançamento da capitação sobre cada escravo empregado na mineração diamantífera, a anulação das concessões de datas e a proibição  da exploração do ouro da região, precauções essas que visavam garantir o poder real sobre a nova riqueza. (Barroco 16). Esse era o começo de uma administração totalmente inédita  na colônia. Em 1734, foi criada a Intendência dos Diamantes que, com um regime próprio, altamente fiscalizador, rígido, arbitrário e r epressivo,  isolou  a área do restante da capitania.
Na década de 40 inicia-se o Sistema de Contratos que vigorou até 1771. Foi o período de maior produtividade do Distrito. Em 31 anos, os números oficiais atingem a soma de 1.666.569 quilates. Em 1771 o Marquês de Pombal  designa  para o distrito um novo tipo de administração: a Real Extração. O diamante, a partir de então, seria explorado pela própria  Coroa Portuguesa. Para isso, foi criada uma junta administrativa  com poderes absolutos  que tinha seus atos respaldados por  um  instrumento legal - o Livro da Capa Verde. Esse nome é devido ao regulamento ter sua encadernação em couro marroquino verde. O Livro era tão  abominado pela população Tijucana que, quando fundou a Real Extração, já no Segundo Império, o documento foi queimado em praça pública.
Passadiço - Foto: Prefeitura de DiamantinaEnquanto os arraiais da Capitania ganhavam título de Vila já na década de 10, do setecentos, o  Distrito Diamantino manteve-se como arraial só conseguindo o título de Vila em 1831, passando a chamar-se Diamantina. Nesse período, os intendentes já não eram tão poderosos e as lavras foram franqueadas. Mas, com a descoberta dos diamantes na África do Sul, em 1867, a decadência na mineração  foi inevitável.
A segunda metade do século XIX trouxe novos desafios e novos rumos para Diamantina. A agricultura se torna importante e o comércio, que já se mostrava desenvolvido no século XVIII devido ao isolamento do Arraial,  teve um expressivo crescimento comparado até mesmo ao do Rio de Janeiro. Diamantina passa a ser pólo comercial e centro de referência para todo o Jequitinhonha. Já havia, então, obtido o título de cidade em 1838.
Dessa trajetória, nasceu um extraordinário patrimônio cultural que, merecidamente, hoje é Patrimônio Cultural da Humanidade. Autêntica e  excepcional,  tanto nos atrativos histórico-culturais e naturais, quanto pelo seu povo. 

TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE

TURMALINAS CUPRÍFERAS 
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE



As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas.
A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha, onde estas turmalinas, da espécie elbaíta, ocorrem na forma de pequenos cristais irregulares em diques de pegmatitos decompostos, encaixados em quartzitos da Formação Equador, de Idade Proterozóica, associadas com quartzo, feldspato alterado, lepidolita, schorlo (turmalina preta) e óxidos de nióbio e tântalo, ou bem em depósitos secundários relacionados.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”(ou fluorescentes), azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Estes matizes azuis e verdes estão intimamente relacionados à presença do elemento cobre, presente em teores de até 2,38 % CuO, bem como a vários processos complexos envolvendo íons Fe2+ e Fe3+ e às transferências de carga de Fe2+ para Ti4+ e Mn2+ para Ti4+. Os matizes violetas avermelhados e violetas, por sua vez, devem-se aos teores anômalos de manganês. Uma considerável parte dos exemplares apresenta zoneamento de cor, conseqüência da mudança na composição química à medida que a turmalina se cristalizou.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos EUA, teve início a escalada de preços desta variedade de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas 4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais. A máxima produção da Mina da Batalha ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por sua propriedade legal e por seus direitos minerários.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte.
Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas (Mina Mulungu com até 0,78 % CuO e Mina Alto dos Quinhos com até 0,69 % CuO) de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha. A valorização desta variedade de turmalina tem sido tão grande que, nos últimos anos, exemplares azuis a azuis esverdeados de excelente qualidade, com mais de 3 ct, chegam a alcançar cotações que superam os US$20.000/ct, no Japão.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas entre 350 oC e 550 oC. O procedimento consiste, inicialmente, em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente, para evitar que a exposição ao calor danifique-os, especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada, geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas, sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente 50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não disponível em laboratórios gemológicos standard. No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.

O ESPODUMÊNIO E SUAS VARIEDADES

O ESPODUMÊNIOE SUAS VARIEDADES



O espodumênio é uma espécie mineral cujo nome é menos popular entre os consumidores de gemas e jóias que os de suas variedades kunzita, hiddenita e trifana, sobretudo a primeira delas.
A kunzita apresenta exuberantes matizes rosas, lilases e violetas, que se assemelham aos da alfazema, perfeitamente transparentes e de tonalidades claras, às vezes ligeiramente azulados. Ela foi descoberta em Pala, Califórnia, no início do século 20 e deve seu nome a George Frederick Kunz (1856 – 1932), o mineralogista que primeiro a descreveu.
A atraente e rara hiddenita, igualmente transparente, possui uma coloração verde-esmeralda intensa, devida a impurezas de cromo, sendo sua designação uma homenagem a William E. Hidden (1853 – 1918), seu descobridor e um eminente colecionador de minerais em seu tempo.
A trifana, amarela pálida, cuja cor se atribui a impurezas de ferro, foi a primeira variedade gemológica de espodumênio a ser descoberta, em Minas Gerais, por volta de 1870, nove anos antes que a hiddenita fosse identificada na Carolina do Norte (EUA). A designação trifana não é consensual no meio gemológico, de modo que a tendência atual é designar as variedades com o nome do mineral, seguido pelo sufixo correspondente a sua cor, tal como espodumênio amarelo ou amarelo esverdeado. As variedades kunzita (rosa) e hiddenita (verde produzido pelo cromo) são exceções, pois tratam-se de termos consagrados. Ainda assim, na prática comercial diária, é difícil determinar se um espécime contém ou não cromo, de forma a designá-lo como hiddenita ou simplesmente espodumênio verde.
O espodumênio é um silicato de lítio e alumínio, incolor em seu estado puro. Cristaliza-se no sistema monoclínico e ocorre em característicos cristais prismáticos alongados, com terminações achatadas, muitas vezes de tamanhos consideráveis; possui seção freqüentemente quadrada ou retangular e faces longitudinais estriadas, com numerosas figuras de corrosão na forma de triângulos escalenos.
Sua dureza varia de 6½ a 7, apresenta clivagem perfeita em duas direções paralelas às faces prismáticas e quase perpendiculares entre si, o que faz com que seja uma pedra de difícil lapidação. Apresenta brilho vítreo (nacarado nas superfícies de clivagem), sendo que a kunzita geralmente exibe fluorescência de cor alaranjada a rosa dourada à luz ultravioleta, muito mais intensa sob comprimentos de onda longos e, adicionalmente, pode apresentar fosforescência.
A kunzita e a hiddenita possuem pleocroísmo intenso, perceptível até mesmo à vista desarmada, pela simples rotação dos exemplares, principalmente os mais saturados. A cor mais intensa corresponde a direção paralela à do comprimento do cristal e, para melhor aproveitar o efeito ao lapidar-se a gema, deve-se orientar a faceta principal (mesa) perpendicularmente a esta direção. Por apresentar-se sempre em tonalidades claras, o espodumênio costuma ser lapidado com a maior profundidade possível para obter-se a máxima retenção da cor, procurando-se, contudo, resguardar as proporções esteticamente corretas, o que resulta em gemas de rara beleza.
Ao contrário de muitas gemas coradas, que são lavradas principalmente em depósitos secundários, o espodumênio é mais comumente extraído de suas fontes primárias, os pegmatitos graníticos. Os principais países produtores de kunzita e hiddenita são, atualmente, Afeganistão, Brasil, Madagascar, Myanmar, Sri Lanka e EUA.
A produção brasileira de espodumênio tem se mostrado irregular nos últimos anos, sendo que os principais depósitos estão localizados no estado de Minas Gerais, nos municípios de Galiléia, Conselheiro Pena, Resplendor, Água Boa e Barra do Cuité.
As principais inclusões observadas nos espodumênios são as fásicas, os finos tubos de crescimento com aspecto de agulhas, os planos de geminação e de clivagem, além das inclusões que comprovam sua origem pegmatítica, tais como muscovita, feldspato e minerais de argila.
O fascinante matiz lavanda das kunzitas deve-se a traços de manganês, mas esta variedade pode empalidecer se exposta à luz por longos períodos de tempo. A cor pode ser restaurada por irradiação, que deve ser seguida de tratamento térmico a temperaturas entre 200oC e 250oC ou por exposição à luz, com o objetivo de remover os componentes verdes e marrons que simultaneamente se formam.
Como a autêntica hiddenita é muito rara, espodumênios de cor verde intensa devem ser vistos com extrema reserva, pois não é raro nos depararmos com material com esta coloração obtido por irradiação, de praticamente qualquer natureza, a partir de espécimes originalmente rosas. A coloração verde-esmeralda resultante deste tratamento é instável e o empalidecimento extremamente rápido, ocorrendo, às vezes, em menos de uma hora. Não há qualquer centro de cor envolvido nesta mudança, mas sim uma alteração no estado de valência do manganês, que passa de Mn3+ a Mn4+.

QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS:

QUARTZOS FUMÊ E MORION IRRADIADOS:



O mineral quartzo pode ser considerado um verdadeiro “camaleão” em se tratando das variedades de cores alcançadas com a aplicação da radiação gama (tratamento em pedras preciosas comumente conhecido como “bombardeio”). Entre eles, grandes destaques para os quartzos fumê e morion irradiados a partir do quartzo natural incolor. Nos últimos tempos, tais variedades vêm ganhando espaço e ocupando seu lugar no comércio de gemas e jóias. Em função desta nova tendência de mercado, grandes quantidades de quartzos naturais incolores oriundos de diferentes regiões brasileiras têm chegado às unidades de radiação da EMBRARAD (Empresa Brasileira de Radiações), para transformá-los em quartzos destas tonalidades.
 
O quartzo fumê ou enfumaçado (Smoky quartz) é uma das variedades mais populares do mineral quartzo. Sua cor é facilmente reconhecida pelo público em geral - quando apresenta certa transparência o nome quartzo fumê é mais corretamente aplicado. Apesar de existir na natureza, o quartzo fumê pode ser obtido facilmente a partir da aplicação de radiação gama em seu correspondente natural e incolor. A cor fumê após bombardeio deve-se à presença do elemento químico alumínio.
 
Quando o mineral quartzo (após irradiado pela natureza ou laboratório) não apresenta nenhuma transparência, o nome mais correto seria morion ou black quartz - ou seja, quartzo completamente preto e opaco. Alguns quartzos morion são tão escuros que se tornam similares ao ônix (agregrado microcristalino de quartzo) e difíceis de serem encontrados. Portanto, seu correspondente irradiado tornou-se preferido pelos designers de jóias, devido a sua perfeita combinação com brilhantes incolores e ouro branco, além de ser mais facilmente encontrado. Quartzos morion são estremamente enriquecidos em alumínio, elemento fundamental na formação de “centros de cor” com a aplicação da radiação gama, que faz com que este mineral fique saturado na cor preta.
 
Quartzos enfumaçados com tonalidades laranja-amarronzados, conhecidos no comércio como quartzos conhaque, são obtidos a partir da aplicação de radiação gama em quartzos naturais incolores enriquecidos em Fe e Al. Esta é outra variedade preferida pelos designers. Vale ressaltar que o correspondente natural do quartzo conhaque é extremamente raro e poucas lavras deste tipo de material são conhecidas.
 

GEMAS IRRADIADAS UM FUTURO PROMISSOR

GEMAS IRRADIADAS
UM FUTURO PROMISSOR 




PARÁ começa a despontar como uma das maiores províncias gemólogicas de materiais passíveis de beneficiamento  pela radiação gama (Cobalto-60). Testes recentes realizados pela EMBRARAD - Empresa Brasileira de Radiações em  garimpos da região de São Geraldo do Araguaia (Sudoeste do Pará) demonstram o grande potencial existente naquele Estado. Os testes foram realizados inicialmente  em quartzos completamente incolores, que após o tratamento passaram a um verde puro e  muito  acentuado.
Tudo indica que, além do mineral quartzo, outros minerais oriundos de regiões paraenses também podem ter suas cores melhoradas com o processo de radiação gama, pois segundo o Mapa Gemológico Paraense, diversas ocorrências de minerais como berilos, turmalinas, topázios, etc, já foram constatadas no local.


O objetivo principal - do  tratamento de minerais naturais usando-se radiação é o de originar e/ou melhorar  a  condição inicial de um determinado mineral gemológico que se apresente  incolor ou levemente colorido na natureza, conseqüentemente agregando-lhe com tal processo mais valor comercial.

O processo - A radiação gama aplicada em minerais gemológicos naturais incolores e/ou levemente coloridos é uma técnica ultra moderna existente no Brasil e desenvolvida pioneiramente pela EMBRARAD - Empresa Brasileira de Radiações (com sede em São Paulo) há 25 anos. A fonte da radiação gama utilizada no melhoramento da cor de pedras preciosas é o cobalto-60. Tal radiação quando aplicada em minerais gemológicos apenas acelera o que a natureza faria em milhares de anos  no que diz respeito a sua cor. A técnica não usa qualquer tipo de aditivo químico, ou altera a composição química original do mineral, sendo por este fato, o produto resultante aceito nacional e internacionalmente por comerciantes de gemas e joalheiros.
Exemplo significativo - A  cultura de tratar minerais gemológicos (através da aplicação de radiação gama) incolores ou levemente coloridos,  que saem das mais diversas lavras e garimpos do Estado de Minas Gerais, tornou-se uma constante dos comerciantes de gemas locais.  Para se ter uma idéia, no  ano de 2006 o comércio de gemas em Minas teve um crescimento de aproximadamente 70%, grande parte devido ao processo de tratamento de minerais gemológicos tratado pela radiação gama, em particular pela EMBRARAD, pois os materiais ditos 100% naturais (ou que já saem coloridos da própria natureza) já encontram-se cada vez mais escassos na região. Por outro lado, o paraense ainda está alheio ao conhecimento dos benefícios que a radiação gama possa trazer ao material gemológico existente em sua grande e  “virgem” província gemológica, e está deixando de gerar riqueza. Em síntese, ter o real conhecimento dos benefícios do tratamento por radiação gama em pedras preciosas faz-se extremamente necessário.
exemplos de quartzo - Museu de gemas do ParáOs benefícios futuros - O tratamento dos minerais gemológicos da Província Gemológica Paraense através da radiação gama, a priori, do mineral quartzo existente abundantemente  naquele  estado, será de grande ajuda para a APL (Arranjo Produtivo Local) que atualmente é direcionado pelo POLO JOALHEIRO PARAENSE SÃO JOSÉ LIBERTO. Com este novo conhecimento, os designers de jóias paraenses terão um atributo a mais para enriquecer suas jóias, não apenas em beleza como também em valores mais acentuados, além de fomentar sua indústria de lapidação, que ainda se apresenta modesta.