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quinta-feira, 9 de junho de 2016
Dragossauros : A aventura das dragas auríferas, gigantes esquecidas da história do ouro guianês
Dragossauros : A aventura das dragas auríferas, gigantes esquecidas da história do ouro guianês
« Poucas indústrias tiveram uma fortuna tão rápida como a dragagem dos aluviões auríferos. Restrita há cerca de vinte anos a alguns testes incompletos, ela é hoje uma indústria próspera e que contribui a cada dia para a produção do ouro do mundo ».
A. Bordeaux, 1908.
« Essa questão das dragas é certamente uma das questões mais graves e interessantes dos testes industriais que foram realizados na Guiana » G. Hesse, 1909.
Na aurora do século XX, cinquenta anos após a descoberta do ouro na Guiana Francesa, as grandes jazidas aluvionares das bacias do Sinnamary, Mana e Comté, frequentemente exploradas por empresas de capitais metropolitanos, começam a dar relativos sinais de esgotamento. As produções fáceis dos primeiros anos de exploração parecem pertencer ao passado.
Os exploradores têm diante dos olhos as jazidas que eles não podem alcançar: os aluviões dissimulados sob o leito vivo dos cursos de água, mas também das planícies aluviares pantanosas onde as explorações são abandonadas nas estações chuvosas. São tantas dificuldades que os meios técnicos disponíveis naquele momento, para a exploração das jazidas auríferas, não são capazes de resolvê-las. Há também o problema da necessidade de otimizar o rendimento das explorações. Foi diante dessa problemática, expressada de forma idêntica no mundo todo que intervirá um verdadeiro salto tecnológico herdado das regiões portuárias. Trata-se de adaptar às explorações das jazidas aluvionares, máquinas de dragagem destinadas até então aos trabalhos de limpeza dos canais. Essa inovação foi aplicada à indústria mineira nos anos 1870 na Califórnia e mais tarde conheceu um desenvolvimento rápido no mundo inteiro. Na América do Sul, a dragagem dos aluviões auríferos se desenvolveu principalmente na Guiana Francesa e em proporções pequenas no Suriname e na Guiana.
Uma draga aurífera é uma verdadeira usina flutuante que se compõe por um casco (o « pontão ») constituído por de caixas metálicas flutuantes estanques agrupadas e que suportam em geral, uma máquina a vapor alimentada por caldeiras à lenha, que através de um complexo jogo de transmissão por roda dentada e cabos, acionam as diferentes peças motoras da máquina: a corrente com baldes (draga-baldes) para escavação do aluvião e recuperação do minério até a draga, as diferentes sarilhas e cabos para a manobra da draga – que se desloca pelo acionamento de cabos ancorados às margens – e por fim os dispositivos de lavagem do minério e de bombeamento. Toda a proeza técnica consiste em separar o ouro das argilas, areias e cascalhos durante o curtíssimo tempo de passagem dos aluviões pela draga. Os dispositivos de separação do ouro são tão diversos quanto os modelos de dragas: desenlameamento e eliminação de elementos grandes por peneiras circulares giratórias ou vibratórias, dispositivos de irrigação para a dissolução da argila, passagem do minério por canais retangulares metálicos ou de madeira – os “sluices” *, recobertas com metal expandido, fibras de côco, e às vezes também, placas de cobres amalgamadas que permitem a retenção do ouro.
Uma vez descoberto o depósito, era preciso criar uma empresa que recorria, na maioria dos casos, às capitais. Essas empresas apresentavam a particularidade de reunir ao mesmo tempo, o descobridor guianês que entrava com seu depósito, o engenheiro que estudava o local e concebia a máquina de dragagem e os financiadores. As dragas guianesas eram construídas na Europa, principalmente nas oficinas escocesas, belgas ou holandesas e depois as máquinas eram integralmente desmontadas e transportadas em peças separadas. O transporte era realizado em barcos a vapor da Europa até Caiena. O material era em seguida encaminhado pelos os rios, até o local de montagem. Lá, primeiro criava-se uma verdadeira oficina de montagem para dar início à reconstrução da máquina que durava diversos meses. Todas as peças eram aparafusadas ou rebitadas. O prazo entre o pedido da draga ao construtor e suas primeiras baldeadas sobre o depósito poderia durar facilmente até dois anos e representava uma verdadeira aventura humana feita de esforços, tenacidade e engenhosidade para enfrentar essas inúmeras dificuldades e imprevistos do meio amazônico.
Algumas dragas justificam o termo “dragossauros” dado pelos historiadores americanos. Elas atingiam 40 m de comprimento por 10 de largura, com uma estrutura superior de 12m de altura e pesavam cerca de 400 toneladas de metal. A dragagem do ouro pelas dragas-baldes representa uma etapa na evolução das técnicas. Quando esse tipo de draga foi aposentado na Guiana Francesa, outros métodos o substituíram, cada um correspondendo a um novo salto tecnológico nos métodos de exploração mineira. É o caso draglines (escavadoras de arrasto) que chegaram dos USA após a Segunda guerra mundial. As ruínas dessas draglines marcam alguns recessos de beira de rio e a mais espetacular de todas, por sua mecanização e suas imponentes dimensões, é com certeza a que foi trazida em1956 à jazida Boulanger próxima à Cacao. As máquinas são agora automotoras, a maioria com rasto contínuo (tratorizada) munidas de uma grua e que lançam seus baldes para recuperarem aluviões sob a água e alimentar uma lavadeira automática flutuante. As dragas de sucção aparecerão em seguida nos anos 80 para explorarem os aluviões no fundo dos rios e as pás mecânicas substituíram as draglines na exploração dos aluviões auríferos.
Quantas máquinas foram trazidas para a Guiana Francesa? A presença de cerca de quinze máquinas é confirmada, mas os documentos de arquivos revelam que mais de vinte dragas foram trazidas para a Guiana Francesa. Os dados relativos a essa atividade que pertencem a um passado recente permanecem muito fragmentados. Algumas máquinas não são sempre reconhecidas através de uma gravura ou até mesmo um balde isolado. Na bacia do Maroni, podemos mencionar a draga Danica, concebida em 1903, da qual a carcaça dorme no confluente da Sparouine e do Maroni, e a draga Helena, trazida em 1909 pela sociedade anônima Sparwine.
Três dragas são conhecidas na bacia do Mana. Além da draga Orion trazida pelo Sindicato Mana, duas dragas ainda visíveis no aluvião Elysée com a draga Suzanne, trazida em 1903 pela Sociedade das Minas de Ouro de Elysée, e na qual trabalhou Jean Galmot, assim como a draga Marguerite instalada em 1908 pela Companhia Mineira e de Dragagem da Guiana Francesa.
Entre as dragas da bacia do Sinnamary, hoje apenas subsiste a da baía Sursaut (cf. figura). A draga Flora afundou em 1901, após cinco meses de atividade, durante uma enchente do rio, e a draga Courcibo, trazida pela Sociedade se encontra hoje nas águas da barragem do Petit Saut.
Enfim, ao menos seis máquinas foram levadas à bacia do Approuague, primeiro na baía Ipoucin (cf. figura) depois em 1926 ao baixo Approuague e à baía Mataroni pela Companhia das Minas de ouro da Guiana Francesa, entre as quais uma surpreendente draga-perfuradora destinada à prospecção do leito do Approuague.
A aventura das dragas-baldes na Guiana Francesa termina antes dos anos 30, após uma série de fracassos ligados à falta de perseverança e ao azar, mas também à obsolência das máquinas, falta de dinheiro e peças de troca e condições de exploração difíceis. Em 1952, os Lenormand escreveram que « a questão da dragagem na Guiana Francesa está agora resolvida ». A técnica perdurará em outros locais, como por exemplo, no Suriname com a draga “Jungle Queen” levada à Benzdorp em1963.
O que o futuro reserva para as antigas dragas auríferas da Guiana Francesa?
O distanciamento desse excepcional patrimônio industrial mineiro não deve mascarar a importância e se hoje é evidentemente impossível transportar uma dessas máquinas, a questão de uma possível revitalização no local poderia ser ponderada em alguns pontos. A necessidade de um museu suscetível de acolher o conjunto dos vestígios mineiros do garimpo clandestino e da indústria mineira se faz hoje necessário, pois existe o risco de que as múltiplas agressões humanas, aliadas com as ações do tempo e do meio natural, acabem resolvendo essa questão rapidamente e de maneira definitiva.
A. Bordeaux, 1908.
« Essa questão das dragas é certamente uma das questões mais graves e interessantes dos testes industriais que foram realizados na Guiana » G. Hesse, 1909.
Na aurora do século XX, cinquenta anos após a descoberta do ouro na Guiana Francesa, as grandes jazidas aluvionares das bacias do Sinnamary, Mana e Comté, frequentemente exploradas por empresas de capitais metropolitanos, começam a dar relativos sinais de esgotamento. As produções fáceis dos primeiros anos de exploração parecem pertencer ao passado.
Os exploradores têm diante dos olhos as jazidas que eles não podem alcançar: os aluviões dissimulados sob o leito vivo dos cursos de água, mas também das planícies aluviares pantanosas onde as explorações são abandonadas nas estações chuvosas. São tantas dificuldades que os meios técnicos disponíveis naquele momento, para a exploração das jazidas auríferas, não são capazes de resolvê-las. Há também o problema da necessidade de otimizar o rendimento das explorações. Foi diante dessa problemática, expressada de forma idêntica no mundo todo que intervirá um verdadeiro salto tecnológico herdado das regiões portuárias. Trata-se de adaptar às explorações das jazidas aluvionares, máquinas de dragagem destinadas até então aos trabalhos de limpeza dos canais. Essa inovação foi aplicada à indústria mineira nos anos 1870 na Califórnia e mais tarde conheceu um desenvolvimento rápido no mundo inteiro. Na América do Sul, a dragagem dos aluviões auríferos se desenvolveu principalmente na Guiana Francesa e em proporções pequenas no Suriname e na Guiana.
Uma draga aurífera é uma verdadeira usina flutuante que se compõe por um casco (o « pontão ») constituído por de caixas metálicas flutuantes estanques agrupadas e que suportam em geral, uma máquina a vapor alimentada por caldeiras à lenha, que através de um complexo jogo de transmissão por roda dentada e cabos, acionam as diferentes peças motoras da máquina: a corrente com baldes (draga-baldes) para escavação do aluvião e recuperação do minério até a draga, as diferentes sarilhas e cabos para a manobra da draga – que se desloca pelo acionamento de cabos ancorados às margens – e por fim os dispositivos de lavagem do minério e de bombeamento. Toda a proeza técnica consiste em separar o ouro das argilas, areias e cascalhos durante o curtíssimo tempo de passagem dos aluviões pela draga. Os dispositivos de separação do ouro são tão diversos quanto os modelos de dragas: desenlameamento e eliminação de elementos grandes por peneiras circulares giratórias ou vibratórias, dispositivos de irrigação para a dissolução da argila, passagem do minério por canais retangulares metálicos ou de madeira – os “sluices” *, recobertas com metal expandido, fibras de côco, e às vezes também, placas de cobres amalgamadas que permitem a retenção do ouro.
Uma vez descoberto o depósito, era preciso criar uma empresa que recorria, na maioria dos casos, às capitais. Essas empresas apresentavam a particularidade de reunir ao mesmo tempo, o descobridor guianês que entrava com seu depósito, o engenheiro que estudava o local e concebia a máquina de dragagem e os financiadores. As dragas guianesas eram construídas na Europa, principalmente nas oficinas escocesas, belgas ou holandesas e depois as máquinas eram integralmente desmontadas e transportadas em peças separadas. O transporte era realizado em barcos a vapor da Europa até Caiena. O material era em seguida encaminhado pelos os rios, até o local de montagem. Lá, primeiro criava-se uma verdadeira oficina de montagem para dar início à reconstrução da máquina que durava diversos meses. Todas as peças eram aparafusadas ou rebitadas. O prazo entre o pedido da draga ao construtor e suas primeiras baldeadas sobre o depósito poderia durar facilmente até dois anos e representava uma verdadeira aventura humana feita de esforços, tenacidade e engenhosidade para enfrentar essas inúmeras dificuldades e imprevistos do meio amazônico.
Algumas dragas justificam o termo “dragossauros” dado pelos historiadores americanos. Elas atingiam 40 m de comprimento por 10 de largura, com uma estrutura superior de 12m de altura e pesavam cerca de 400 toneladas de metal. A dragagem do ouro pelas dragas-baldes representa uma etapa na evolução das técnicas. Quando esse tipo de draga foi aposentado na Guiana Francesa, outros métodos o substituíram, cada um correspondendo a um novo salto tecnológico nos métodos de exploração mineira. É o caso draglines (escavadoras de arrasto) que chegaram dos USA após a Segunda guerra mundial. As ruínas dessas draglines marcam alguns recessos de beira de rio e a mais espetacular de todas, por sua mecanização e suas imponentes dimensões, é com certeza a que foi trazida em1956 à jazida Boulanger próxima à Cacao. As máquinas são agora automotoras, a maioria com rasto contínuo (tratorizada) munidas de uma grua e que lançam seus baldes para recuperarem aluviões sob a água e alimentar uma lavadeira automática flutuante. As dragas de sucção aparecerão em seguida nos anos 80 para explorarem os aluviões no fundo dos rios e as pás mecânicas substituíram as draglines na exploração dos aluviões auríferos.
Quantas máquinas foram trazidas para a Guiana Francesa? A presença de cerca de quinze máquinas é confirmada, mas os documentos de arquivos revelam que mais de vinte dragas foram trazidas para a Guiana Francesa. Os dados relativos a essa atividade que pertencem a um passado recente permanecem muito fragmentados. Algumas máquinas não são sempre reconhecidas através de uma gravura ou até mesmo um balde isolado. Na bacia do Maroni, podemos mencionar a draga Danica, concebida em 1903, da qual a carcaça dorme no confluente da Sparouine e do Maroni, e a draga Helena, trazida em 1909 pela sociedade anônima Sparwine.
Três dragas são conhecidas na bacia do Mana. Além da draga Orion trazida pelo Sindicato Mana, duas dragas ainda visíveis no aluvião Elysée com a draga Suzanne, trazida em 1903 pela Sociedade das Minas de Ouro de Elysée, e na qual trabalhou Jean Galmot, assim como a draga Marguerite instalada em 1908 pela Companhia Mineira e de Dragagem da Guiana Francesa.
Entre as dragas da bacia do Sinnamary, hoje apenas subsiste a da baía Sursaut (cf. figura). A draga Flora afundou em 1901, após cinco meses de atividade, durante uma enchente do rio, e a draga Courcibo, trazida pela Sociedade se encontra hoje nas águas da barragem do Petit Saut.
Enfim, ao menos seis máquinas foram levadas à bacia do Approuague, primeiro na baía Ipoucin (cf. figura) depois em 1926 ao baixo Approuague e à baía Mataroni pela Companhia das Minas de ouro da Guiana Francesa, entre as quais uma surpreendente draga-perfuradora destinada à prospecção do leito do Approuague.
A aventura das dragas-baldes na Guiana Francesa termina antes dos anos 30, após uma série de fracassos ligados à falta de perseverança e ao azar, mas também à obsolência das máquinas, falta de dinheiro e peças de troca e condições de exploração difíceis. Em 1952, os Lenormand escreveram que « a questão da dragagem na Guiana Francesa está agora resolvida ». A técnica perdurará em outros locais, como por exemplo, no Suriname com a draga “Jungle Queen” levada à Benzdorp em1963.
O que o futuro reserva para as antigas dragas auríferas da Guiana Francesa?
O distanciamento desse excepcional patrimônio industrial mineiro não deve mascarar a importância e se hoje é evidentemente impossível transportar uma dessas máquinas, a questão de uma possível revitalização no local poderia ser ponderada em alguns pontos. A necessidade de um museu suscetível de acolher o conjunto dos vestígios mineiros do garimpo clandestino e da indústria mineira se faz hoje necessário, pois existe o risco de que as múltiplas agressões humanas, aliadas com as ações do tempo e do meio natural, acabem resolvendo essa questão rapidamente e de maneira definitiva.
O Tapajós é conhecido mundialmente por abrigar a maior província aurífera do Brasil.
O Tapajós é conhecido mundialmente por abrigar a maior província aurífera do Brasil. Foi o ouro que atraiu milhões de garimpeiros nos últimos 46 anos que, como formigas, criaram milhares de garimpos no meio da selva. Foi o ouro que atraiu as empresas de mineração que descobriram as principais jazidas da região. E foi o ouro que desenvolveu os importantes centros regionais como Itaituba.
No entanto é o diamante que está adicionando uma nova dimensão aos garimpos do Tapajós. O diamante não é uma raridade na história da Amazônia. Importantes ocorrências de diamantes foram lavradas ao longo do tempo nos Rios Tocantins, a sul e norte de Marabá, no Xingu a leste de Altamira, e em Cachoeira Porteira as margens do Rio Mapuera.
Grandes empresas como a Rio Tinto e a De Beers investiram elevadas somas atrás das fontes primárias desse diamante. Na década de 90 a Rio Tinto cobriu uma boa parte do Tapajós com levantamentos aerogeofísicos e com follow-ups de sedimentos de correntes visando a identificação de diamantes e dos minerais satélites de kimberlitos e lamproitos. Os trabalhos da Rio Tinto mostraram algumas interessantes ocorrências de diamantes e a descoberta de alguns corpos kimberlíticos e lamproíticos.
Os minerais indicadores, que foram formados em grandes profundidades, dentro do campo de estabilidade do diamante, praticamente não foram descobertos. São esses indicadores juntamente com o próprio diamante que realmente interessam ao geólogo de exploração.
Na época a Rio Tinto considerava o fato do Tapajós estar em uma região afetada por um forte magmatismo Proterozóico, o Uatumã, como um ponto negativo. Afinal o magmatismo poderia ter aquecido aquela região crustal inviabilizando o desenvolvimento de jazidas primárias de diamantes. O Tapajos foi colocado em segunda prioridade e a empresa nunca mais voltou, fechando todos os principais projetos de prospecção, alguns anos depois.
Ainda na década de 90 os garimpeiros descobriram diamantes em um garimpo de ouro na Cachoeira Porteira e, mais tarde, nos sedimentos a sudeste de Itaituba. Foi quando foi explorado o primeiro garimpo de diamantes do Tapajós, o estopim das descobertas que vieram a seguir. O que ninguém sabia é que uma boa parte dos aluviões que já estavam sendo lavrados para ouro continham, também, milhares de quilates de diamantes de altíssima qualidade.
Aos poucos alguns garimpeiros mais espertos começaram a adaptar suas obsoletas caixas (sluice boxes) para a recuperação, também, de diamantes. A experiência foi bem sucedida e as descobertas começaram a aparecer, principalmente no interflúvio do Jamanxim e do Tapajós. As notícias atraíram os garimpeiros do Mato Grosso, acostumados a lavras de grande volume, com equipamentos bem mais pesados do que os usados no Tapajós. Esta nova invasão trouxe, também, os experientes garimpeiros da região diamantífera de Juína, que já haviam passado por um ciclo de garimpagem de diamantes.
Não demorou para que mineradores estrangeiros, vindos de Israel, também começassem a investir na pesquisa e prospecção dos diamantes do Tapajós. Está formado o quadro atual. Com esse contingente o Tapajós passou a produzir, além do ouro, milhares de quilates de diamantes (oficiais) por semana que aguçam a cobiça de muitos atraindo um grande número de garimpeiros e mais mineradores estrangeiros.
Estima-se que existam, hoje, mais de 2.000 PCs, retroescavadeiras de grande porte, que fazem o trabalho de dúzias de garimpeiros em poucos minutos. A remoção de terra e escavações, geralmente manuais, passaram a ser feitas por equipamentos cada vez maiores. Os grandes rios como o Tapajós estão sendo invadidos por gigantescas balsas de sucção, de 18 polegadas, verdadeiros monstros que sugam milhões de metros cúbicos de sedimentos ricos em ouro e diamantes do fundo dos rios.
Essas balsas são fabricadas em Rondônia e usam motores de 400HP, chegando a custar R$1.200.000 cada. Algumas já foram adaptadas com caixas para a retenção dos diamantes (foto). Estes gigantescos equipamentos só podem ser utilizados em áreas realmente ricas, pois tem um custo operacional muito elevado, acima de 50 gramas de ouro equivalente por dia.
A invasão dos grandes equipamentos demonstra, na prática, a riqueza dos aluviões que estão sendo lavrados. Será que agora serão descobertas as primeiras jazidas primárias de diamantes no Tapajós?
Segundo o conhecimento geológico atual a região não tem grande potencial para jazimentos primários. Ainda falta um cráton antigo, estável e frio como os que existem em praticamente todas as regiões onde os kimberlitos ricos são encontrados. Um outro ponto que endossa essa hipótese negativa é a quase ausência de diamantes de baixa qualidade. A grande maioria dos diamantes do Tapajós é de qualidade gema: uma boa notícia para os mineradores.
Isso indica que os diamantes foram transportados por grandes distâncias. Ao longo deste transporte as pedras de qualidade inferiores, mais frágeis, se quebram e praticamente, desaparecem. É essa a explicação para a excelente qualidade dos diamantes da costa da Namíbia, que foram transportados pelo rio Orange por centenas a milhares de quilômetros. Talvez seja por isso que não são encontrados os frágeis minerais satélites tão comuns nas proximidades de kimberlitos.
Com ou sem fontes primárias próximas os diamantes do Tapajós já fazem parte da história da região. Eles deverão mudar, mais ainda, o perfil dos mineradores e até da própria comunidade. Em breve veremos a instalação de grandes washing plants equipadas com equipamentos de alta recuperação como os sortex. Esse será o momento em que o profissionalismo tomará conta e que o diamante começará, realmente , a ser recuperado no Tapajós.
Enquanto isso, em Itaituba, motivado pela produção de diamantes, um vereador local já prega que todos os diamantes devem ser lapidados localmente antes de saírem do Tapajós…Realmente, o diamante veio para mudar.
O Diamante
| O Diamante | ||||
| Dentre todas as pedras preciosas, o diamante sem dúvida é o "Rei". Um diamante polido, engastado num anel ou colar, ou até numa coroa real, é uma jóia belíssima; além disso, seu preço é muito alto. O homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen (Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze tribos de Israel, era um diamante. O diamante é conhecido por ser a pedra mais dura e mais resistente. A palavra "diamante" é derivada de uma palavra grega que significa "inconquistável". Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Em 1866, os filhos de um fazendeiro na África do Sul encontraram uma pedra tão reluzente que chegava a soltar faíscas, e brincaram com ela, guardando-a entre seus brinquedos. Quando a mãe percebeu a pedra brilhante, deu-a a um vizinho, que a vendeu para um ambulante por alguns trocados. Aquela pedra era um diamante que depois foi classificado como pesando mais de 21 quilates. As pessoas começaram a encontrar mais diamantes na mesma área. Em 1869, um pastor vendeu um diamante com mais de 83 quilates pelo preço de 500 ovelhas, dez vacas e um cavalo. A notícia do achado destes tesouros espalhou-se como fogo na mata. Logo havia milhares de "caçadores de tesouro" perto do Rio Vaal na África do Sul, onde os diamantes acima mencionados tinham sido encontrados. Alguns anos depois, começou a escavação no agora famoso campo de Kimberly. Ali também, o primeiro diamante foi encontrado por acaso. Uns poucos "caçadores" chegaram ao local, onde mais tarde seria fundada a cidade de Kimberly. Eles estabeleceram uma fazenda. Isso foi no verão de 1871. Um dos trabalhadores fez algo de errado, e como castigo, foi mandado para cavar num campo das proximidades. Enquanto cavava, encontrou diamantes. Houve uma corrida até o campo, e cerca de 1600 homens compraram cotas do lugar, embora tivesse apenas 10 acres de tamanho. Todos começaram a cavar em sua propriedade, e carregavam a rocha e a levavam por correntes até a mina na superfície; ai a "rocha" era lavada e filtrada, para fazer surgir os diamantes. O campo da mina foi transformado numa densa rede de correntes; fervilhava como uma colméia, todos trabalhando para si mesmos, não pensando no vizinho. Com freqüência, as finas paredes entre as minas desabavam, porque não havia um sistema de cooperação. Muitas vezes, um ou outro mineiro atingia um regato subterrâneo que inundava sua mina, e também as dos vizinhos. Dois homens sonhavam criar um monopólio das minas de diamantes para eles próprios. Um deles era um inglês, Cecil Rhodes. Ele iniciou sua carreira alugando bombas de água para vários "escavadores", e pouco a pouco começou a adquirir pequenas cotas nos lucros. Também o outro homem, Barbey Barnatto, começou a comprar mais e mais cotas. Alguns anos depois Cecil Rhodes comprou as cotas de Barney Barnatto, e assim se tornou o único dono das famosas minas "De Beer". Este era o nome de uma família sul africana a quem os campos tinham pertencido originalmente, antes da descoberta dos diamantes. Rhodes pagou 26 milhões de dólares para se tornar o único dono das minas de diamantes. A empresa que ele formou "Minas Consolidadas De Beer Limitada", atualmente controla a produção e o preço dos diamantes em todo o mundo. Hoje em dia, 5 toneladas de diamantes são extraídas anualmente, e a maior parte vai para fins industriais, não para joalherias. O diamante pelo seu grau de dureza é usado para diversos propósitos: cortar ferro e aço, serrar pedras, polir, moer e raspar diversos tipos de instrumentos, etc. O diamante industrial, embora inútil como jóia, é uma parte vital na indústria mecânica, como eletricidade ou outras formas de força. Em 1957, por exemplo, os Estados Unidos importaram 15 milhões de quilates de diamantes. Desse total, menos de 2 milhões de quilates foram para joalherias. O restante – mais de 13 milhões de quilates, ou quase 3 toneladas – eram diamantes industriais. Como jóia, o diamante custa cerca de U$ 1000,00/quilate, ao passo que um diamante industrial custa apenas U$ 4,00/ quilate. As minas de diamantes da África do Sul produzem a maioria dos diamantes. O Congo Belga (atual República do Congo, na África Central) tem a maior quantidade de diamantes industriais. Em 1957, 13 milhões de quilates foram extraídos, porém 95% deles eram da qualidade industrial, mais barata, que é moída até virar pó para fins de polimento. A África como um todo produz 97% de toda a produção mundial de diamantes. A produção mundial supera os 23 milhões de quilates por ano. Tanganica, Gana, África Ocidental Francesa e outras partes do Continente Negro também produzem boa quantidade de diamantes, mas todos são vendidos através da empresa De Beer. Um dos primeiros países onde os diamantes foram descobertos foi a Índia. Ali os diamantes eram conhecidos há mais de 2000 anos. Segundo a lenda, o famoso "Koh-I-Noor" ("montanhas de luz"), que hoje faz parte dos tesouros da Coroa Britânica, foi descoberto na Índia. Houve certa vez um diamante com uma lenda ligada a ele, chamado "o grande Mogul", e pesava 787 quilates. Há cerca de 300 anos, desapareceu, e foi cortado em pedras menores. Uma dessas partes, pesando 280 quilates foi utilizado para a coroa de um marajá indiano. Dentre os tesouros russos, há um diamante das jóias da coroa dos antigos czares. É chamado "Orloff", e pesa 220 quilates. Um soldado francês o roubou de um templo hindu, do olho de uma estátua que ali havia. Isso ocorreu em 1700. A pedra mudou de mão muitas vezes, sempre com derramamento de sangue envolvido, até que chegou a Amsterdã em 1774. Ali, um príncipe russo, Orloff, comprou-a (por cerca de meio milhão de dólares) e deu-a de presente à rainha Catarina II. Alguns acreditam que também fazia parte do "Grande Mogul" extraviado. Um dos diamantes mais famosos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara. Está envolvido nas mortes trágicas de doze pessoas; também causou tragédias em duas famílias reais. É parte de uma pedra maior, que pertenceu ao rei francês, Luiz XIV. Foi roubado na época da Revolução Francesa. Posteriormente, apareceu na Inglaterra (44 quilates) onde um banqueiro, Henry Thomas Hope, comprou-a em 1800. Mais tarde, um sultão turco, Abdul Al Hamid, comprou-a, e a deu para sua esposa favorita usá-la ao redor do pescoço. Aparentemente o diamante também trazia má sorte, pois ele perdeu o trono. A pedra agora pertence a um mercador de diamantes em Nova York. O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902 por um tal Thomas Cullinan. Três anos depois, o capataz, Frederick Wells, percebeu um raio de luz na lama de uma mina aberta; com seu canivete, ele desenterrou o maior diamante do mundo – 3106 quilates, ou meio quilo de peso. O Governo de Transvaal presenteou o "gigante" ao Rei Edward VII da Inglaterra. A pedra foi chamada de "Cullinan". O rei escolheu o famoso lapidador, J. Osher de Amsterdã, para cortar a pedra. Este especialista estudou a pedra durante meses. Uma batida no lugar errado poderia partir a o diamante em pedaços. As responsabilidade e a tensão eram indescritíveis. Algumas vezes ele desmaiou durante o trabalho. Finalmente, partiu com sucesso em nove diamantes grandes, e 100 jóias menores. A pedra maior pesava 530 quilates e foi engastada no Cetro real. A pedra leva o nome de "Primeira Estrela da África". A "Segunda Estrela da África" do diamante Cullinan pesa cerca de 130 quilates, e enfeita a Coroa Real Britânica, que é usada na Coroação. Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande pode levar um ano. O especialista precisa de extrema paciência, arte, e nervos de aço. Cada diamante tem suas próprias peculiaridades. O lapidador estuda os "músculos" internos, ou gramatura da pedra, faz diversas linhas demarcatórias ao redor do diamante, de modo a obter a pedra maior e o menor número possível de pedras pequenas; quanto maior a pedra, mais alto é o preço. Às vezes ocorre que um especialista corte a pedra com uma batida do martelo no ponto exato, como fez J. Osher com o diamante Cullinan (e desmaiou na mesma hora). Ele foi informado mais tarde que o golpe tinha sido perfeito. Atualmente, os diamantes são cortados por serras especiais. São rodas, finas como papel, cobertas com pó de diamante misturado com azeite de oliva, e giram mecanicamente a grande velocidade, serrando o diamante bem lentamente, muitas vezes durante semanas. Somente um diamante pode cortar outro, porque não existe substância mais dura que o diamante. Mas por que estamos contando sobre a história dos diamantes com tantos detalhes? Por que tudo que é criado no mundo, certamente possuí um propósito Divino. O Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso; os traços e qualidades inatas do judeu reluzem como raios do sol. Porém, assim como um diamante é bruto e opaco quando retirado da terra, e somente após ser lavado, raspado e polido emerge o verdadeiro "diamante", o mesmo ocorre com cada judeu. Suas boas qualidades estão ocultas no seu âmago, sob uma camada de "lama" que precisa ser lavada e limpa, até que sua centelha interior brilhe até a superfície. Aqui também, muita paciência e amor são necessários, grande Ahavat Yisrael (amor ao próximo) para fazer surgir aquilo que há de bom no outro. A pessoa precisa atingir o "ponto" certo. Da mesma forma que é preciso um diamante para cortar e polir outro diamante, o mesmo ocorre com cada judeu. É somente num ambiente genuinamente judaico, que instila sabedoria de Torá e incentiva o cumprimento das mitsvot, que um judeu pode desenvolver suas qualidades da forma mais pura e elevada. | ||||
Por que a Vale ainda é uma boa aposta, mesmo com uma dívida de 116 bilhões de reais?
Por que a Vale ainda é uma boa aposta, mesmo com uma dívida de 116 bilhões de reais?
A Vale é a dona da segunda maior dívida entre as empresas de capital aberto do Brasil, atrás apenas da Petrobras. E, apesar de ter uma dívida de R$112 bilhões, ela está lançando, agora, mais R$4,25 bilhões em bônus com vencimento em 2021.
Com esse dinheiro e com a venda de ativos a Vale vai tentar reduzir a sua imensa dívida.
Como alguém em sã consciência vai investir em uma empresa com um rombo financeiro deste tamanho, que é 37% maior do que o seu valor de mercado?
A resposta está em duas palavras: qualidade e preço.
A Vale, a maior exportadora de minério de ferro do mundo é, também, a dona das maiores jazidas de minério de ferro de altíssima qualidade. No momento a Vale é a mineradora mais eficiente do mundo produzindo a tonelada de seu minério a preços abaixo dos praticados pela Rio Tinto, que até pouco tempo atrás, usava o argumento de ter o custo mais baixo de produção entre as gigantes.
Esta época passou e hoje a Vale reina suprema no quesito custo operacional.
Mas, para piorar ainda mais a situação das suas competidoras, Rio Tinto, BHP e Fortescue a Vale vai reduzir, ainda mais, o seu custo de produção.
É que em muito breve entrará em produção o ás na manga da Vale: o projeto S11D.
S11D deve ser o melhor projeto de minério de ferro que a humanidade já viu. É gigante, tem altíssimo teor de ferro “in situ”, acima de 66% e terá um custo de produção baixíssimo: apenas US$7/t.
Com o minério de ferro em ascendência, atingindo hoje a marca de US$52,30/t, não há como errar.
A Vale vai voltar a reinar, apesar de toda a má gestão dos últimos anos.
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