quinta-feira, 7 de julho de 2016

Pessimismo sobre a economia global leva George Soros de volta ao mercado



Pessimismo sobre a economia global leva George Soros de volta ao mercado


A firma que administra a fortuna de Soros tem vendido ações e comprado ouroENLARGE
A firma que administra a fortuna de Soros tem vendido ações e comprado ouro PHOTO: AGENCE FRANCE-PRESSE/GETTY IMAGES
Depois de uma longa ausência, o megainvestidor George Soros voltou ao mercado, atraído por oportunidades de lucrar com o que ele acredita ser a aproximação de problemas econômicos.
Preocupado com o panorama econômico mundial e prevendo grandes mudanças no mercado, o bilionário e filantropo recentemente realizou uma série de grandes apostas pessimistas, segundo pessoas a par do assunto.
O Soros Fund Management LLC, que administra US$ 30 bilhões para Soros e sua família, vendeu ações e comprou ouro e ações de mineradoras de ouro, prevendo o enfraquecimento de vários mercados. Investidores frequentemente consideram o ouro como um porto seguro durante períodos de turbulência.
Os investimentos revelam uma mudança significativa para Soros, que ganhou fama com uma aposta contra a libra esterlina em 1992, uma operação que gerou US$ 1 bilhão em lucros. Nos últimos anos, o bilionário de 85 anos tem se dedicado a políticas públicas e à filantropia. Ele também é um grande contribuinte do supercomitê de ação política (super PAC) que apoia Hillary Clinton, a provável candidata do partido democrata à presidência dos Estados Unidos, e também tem doado a outros grupos que apoiam os democratas.
Soros sempre monitorou de perto os investimentos de sua firma. No passado, alguns executivos seniores reclamavam de como ele às vezes se metia nas operações da empresa, normalmente depois de o fundo registrar perdas, segundo pessoas a par do assunto. Mas, nos últimos anos, ele não tem feito investimentos por conta própria. Esse comportamento mudou este ano, quando Soros começou a passar mais tempo no escritório dirigindo operações. Ele também tem mantido contato com os executivos com mais frequência, dizem as fontes.
De certa forma, Soros está preenchendo uma lacuna em sua firma. Scott Bessent, que era um dos principais investidores de Soros e tem um histórico de antecipar movimentos macroeconômicos mundo afora, deixou a empresa no ano passado para abrir um fundo de hedge. Soros investiu US$ 2 bilhões na firma de Bessent, a Key Square Group.
No fim de 2015, Soros nomeou Ted Burdick como seu diretor de investimento. Burdick é especializado no mercado de dívida de alto risco, arbitragem e outros tipos de operação, em vez de investimentos macro, a especialidade de Soros. Essa é a razão pela qual Soros sentiu que poderia voltar à ativa, dizem as pessoas.
O fato de Soros ter decidido entrar em ação novamente indica um cenário global mais sombrio que o previsto por outros em Wall Street. Sua visão de mundo ficou mais pessimista nos últimos seis meses, à medida que problemas econômicos e políticos na China, Europa e em outros lugares se tornam mais espinhosos, em sua visão. Embora as bolsas dos EUA tenham voltado a níveis recordes depois de um recuo no início do ano e os mercados chineses tenham se estabilizado, Soros permanece cético sobre a economia da China, que está se desacelerando.
Qualquer debandada de investidores na China provavelmente terá implicações globais, afirmou Soros em um e-mail. “A China continua a sofrer com fuga de capital e está acabando com suas reservas estrangeiras enquanto outros países asiáticos acumulam moedas internacionais”, disse Soros. “A China enfrenta um conflito interno em sua liderança política e, no próximo ano, isso vai complicar sua capacidade de lidar com questões financeiras.”
Soros teme que novos problemas surjam na China em parte porque, disse ele, o país não parece disposto a adotar o sistema político transparente que, em sua visão, é necessário para que reformas econômicas duradouras sejam feitas. Pequim iniciou algumas reformas nos últimos 12 meses, mas voltou atrás em algumas iniciativas em meio a turbulências no mercado.
Alguns investidores começam a antecipar um aumento da inflação em meio a altas recentes de salários nos EUA, mas Soros se diz mais preocupado com o risco de que o contínuo enfraquecimento da China crie pressão deflacionária — uma espiral prejudicial de salários e preços em queda — nas economias dos EUA e do mundo.
Soros também prevê que existe uma boa chance de que a União Europeia acabe ruindo sob o peso da crise migratória, os desafios contínuos na Grécia e a possível saída do Reino Unido do bloco. “Se o Reino Unido sair, será o início de um êxodo generalizado e a desintegração da UE se tornará praticamente inevitável”, disse.
Ainda assim, Soros disse que o fortalecimento recente da libra esterlina é um sinal de que o voto para a saída da UE é menos provável. “Estou confiante que, à medida que nos aproximamos do referendo para definir a saída do Reino Unido, os defensores de sua permanência na UE ficarão mais fortes”, disse Soros. “Os mercados não estão sempre certos, mas neste caso eu concordo com eles.”
Outros grandes investidores também estão preocupados com os mercados. Em maio, o operador bilionário Stanley Druckenmiller alertou que a trajetória de “alta do mercado está se exaurindo” e o gestor de fundos de hedge Leon Cooperman disse que “a bolha está na renda fixa”, embora seja otimista em relação às ações.
As apostas pessimistas de Soros têm tido sucesso mediano. Sua firma comprou 19 milhões de ações da Barrick Gold Corp. no primeiro trimestre, segundo documentos enviados aos reguladores, tornando a mineradora a maior posição em ações da firma no fim de março. A aposta rendeu mais de US$ 90 milhões desde o fim do primeiro trimestre. Soros ainda comprou um milhão de ações da mineradora Silver Wheaton Corp. no período e ampliou essa posição em 28% até agora.
Enquanto a isso, o preço do ouro subiu 19% este ano.
Mas Soros também investiu em derivativos que servem como uma aposta contra as ações americanas. Não está claro quando esses investimentos foram feitos e em que níveis no primeiro trimestre, mas o índice S&P 500 subiu 3% desde o começo de abril, o que indica que Soros pode estar enfrentando perdas em algumas de suas apostas.
No geral, o fundo de Soros registra ligeira alta este ano, em linha com a maioria dos fundos de hedge macro, segundo as fontes. Os investimentos feitos pela firma foram divulgados em documentos enviados aos reguladores, mas eles não deixam claro o quão Soros estava envolvido nas decisões dos investimentos feitos.
A última vez que Soros se envolveu diretamente com as operações de sua firma foi em 2007, quando ele ficou preocupado com o mercado imobiliário e fez apostas pessimistas durante dois anos que geraram mais de US$ 1 bilhão em ganhos.

Contra a corrente, Rio Tinto amplia leque de commodities para crescer


Contra a corrente, Rio Tinto amplia leque de commodities para crescer


O novo líder da Rio Tinto, Jean-Sébastien Jacques, pretende investir em mercados novos, como o de lítio.ENLARGE
O novo líder da Rio Tinto, Jean-Sébastien Jacques, pretende investir em mercados novos, como o de lítio. PHOTO: REUTERS
O novo diretor-presidente da Rio Tinto PLC, Jean-Sébastien Jacques, pretende construir e comprar minas para expandir a mineradora anglo-australiana, ampliando o leque das commodities que podem fortalecer a empresa nessa nova expansão.
Com a queda dos mercados globais de metais entrando no quinto ano, a maioria das principais exportadoras de minerais do mundo está se concentrando em menos ativos e commodities, na crença de que a medida as tornará mais fortes.
No ano passado, a rival anglo-australiana BHP Billiton Ltd. se desfez de um grande número de minas e fundições, da Austrália à África, para se limitar a apenas quatro commodities. Já a Anglo American PLC está no meio de uma reestruturação radical que envolve a venda de mais de metade de suas minas, incluindo outrora cobiçados depósitos de carvão, concentrando-se em poucos ativos de maior margem. A Vale S.A. anunciou que prevê a venda de até US$ 15 bilhões em ativos neste ano e no próximo, entre ativos considerados essenciais e não essenciais, e que quer simplificar seu portfólio.
A estratégia de Jacques, que assumiu o cargo no sábado, vai de encontro à das concorrentes.
“Sabemos do que precisamos para crescer”, disse Jacques em entrevista ao The Wall Street Journal. “A estratégia de crescimento da Rio daqui para frente” será de empreendimentos e aquisições inteligentes, disse.
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A Rio Tinto recentemente aprovou um grande desembolso para ampliar uma mina de cobre na Mongólia e está cogitando investimentos ousados em novos mercados, como no de lítio, usado em baterias recarregáveis para carros e casas.
Há duas semanas, Jacques reformulou as divisões operacionais da empresa e suas lideranças, substituindo o diretor da área de minério de ferro, Andrew Harding, que já foi considerado um candidato a diretor-presidente e agora está de saída. Jacques sucedeu a Sam Walsh, a quem muitos dão crédito por ter dado uma virada na Rio Tinto durante sua gestão de três anos, principalmente cortando custos e investimentos.
A decisão de Jacques de agrupar várias commodities, como carvão e dióxido de titânio, e a unidade canadense de minério de ferro numa única divisão de “energia e minerais” levou analistas a especular que a empresa pode estar preparando um desmembramento semelhante ao que a BHP fez com sua divisão de metais e carvão, que em 2015 virou a South32 Ltd.
“Vamos criar uma South32 ou South 33? A resposta, em uma palavra, é não”, disse Jacques.
Em vez disso, ele disse que o líder da nova divisão — Alan Davies, ex-chefe das operações de minerais e diamantes — recebeu a missão de tornar rentáveis ativos em dificuldades e de criar novos negócios.
“Ele tem um papel a desempenhar como incubador de negócios”, disse Jacques. “Se formos desenvolver uma posição numa nova commodity, como o lítio, é aí que ela será desenvolvida.”
A empresa está investindo milhões de dólares e analisando o potencial de um depósito de lítio na Sérvia, num momento em que o preço da commodity está disparando com a expectativa de aumento da demanda de empresas como a fabricante americana de carros elétricos Tesla Motors Inc.
Operadores de mercado dizem que a escolha de Jacques parece sinalizar um distanciamento do minério de ferro, responsável pela maior parte do lucro da empresa, em direção ao cobre, um setor em que muitos concorrentes, inclusive a BHP, vêm investindo cada vez mais. Jacques chefiava a unidade de cobre e carvão da mineradora antes de assumir sua liderança.
Ele já previu que o cobre será uma das primeiras commodities a se recuperar, antevendo, nos próximos dois ou três anos, uma escassez do metal industrial, amplamente usado na manufatura e na construção.
Em maio, a Rio Tinto aprovou uma adiada expansão de US$ 5,3 bilhões da sua mina de cobre de Oyu Tolgoi, situada no deserto de Gobi, na Mongólia.
Na entrevista ao WSJ, Jacques insistiu que a Rio Tinto não quer reduzir seu foco para determinados mercados. “Não é uma questão de commodities, é uma questão de qualidade dos ativos”, disse. “Vamos expandir nossa posição em ativos de classe mundial, não importa qual seja a commodity.”
Nos últimos anos, a Rio Tinto eliminou alguns ativos indesejados para fortalecer suas finanças e garantir sua nota de crédito, de um único A. A empresa vendeu minas de carvão e cobre e fez tentativas fracassadas de vender negócios como depósitos de diamantes e minas de minério de ferro no Canadá.
Embora Jacques tenha se recusado a dizer se a Rio Tinto está freando a expansão de sua área de minério de ferro — o foco de grande parte de seus investimentos mais recentes —, ele afirmou que a prioridade do novo diretor das operações de minério, Chris Salisbury, será elevar os lucros das minas atuais. “A tarefa de Chris e sua equipe em Perth é muito clara: criar valor, o máximo possível, ao levar a produtividade para o próximo nível.”
Uma proposta para desenvolver uma nova mina de minério de ferro na Austrália Ocidental, chamada Silvergrass, será avaliada nos próximos meses, disse ele. O objetivo do projeto, porém, é melhorar a qualidade das ligas de minério de ferro vendidas para a Ásia, não aumentar a produção total, disse Jacques.
A melhor maneira de as mineradoras se protegerem e elevarem os lucros em meio a um período prolongado de preços baixos das matérias-primas tem sido muito debatida por operadores, sendo que alguns não creem que este seja o momento ideal para se expandir.
“Nos parece que ainda é muito difícil para as mineradoras se expandirem para saírem da situação atual e, sem esperar que os preços das commodities subam, parece que a melhor saída ainda é encolher o negócio e se concentrar em ativos de melhor qualidade e retorno mais alto”, escreveram analistas do banco Citigroup numa nota de pesquisa divulgada em junho.
Executivos de mineradoras agora tendem a concordar que a crise nos preços das commodities mundiais é mais profunda que suas piores previsões.
A forte produção de aço e alumínio da China tem contribuído para o excedente global. O governo chinês prometeu reduzir o excesso de produção.
“A maioria das commodities que operamos hoje está sofrendo com o excesso de capacidade, e o ritmo de reestruturação na China terá um impacto crítico na velocidade da recuperação do preço”, disse Jacques. No momento, ele diz esperar pelo menos mais alguns anos de preços “subvalorizados” e alta volatilidade. Segundo Jacques, a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia elevou as incertezas.
Jacques disse, entretanto, que o referendo não o levou a reavaliar se a mineradora deve ou não continuar tendo suas ações negociadas na bolsa de Londres ou se sua sede deve sair da cidade. “Continuaremos, contudo, monitorando a situação com muito cuidado nas próximas semanas, meses e anos, porque essa história pode se estender por vários anos.”

Banco prevê ouro a US$ 1.425 a onça no fim do trimestre

Banco prevê ouro a US$ 1.425 a onça no fim do trimestre




A alta nos preços do ouro deve se estender até que o metal atinja US$ 1.425 por onça no fim deste trimestre, com a demanda resiliente dos investidores e perspectivas para políticas monetárias mais simples, afirmou o ABN Amro Group. O banco é considerado pela agência Bloomberg como o mais preciso nas previsões de mercado.

A jazida de ouro de Posse recebe a Licença Preliminar

A jazida de ouro de Posse recebe a Licença Preliminar






Finalmente, em um país que deixou de favorecer a mineração, uma jazida de ouro (Posse) em Mara Rosa/GO recebeu a licença preliminar para a instalação do projeto.

A partir de agora a junior canadense Amarillo Gold começará os investimentos de mais de US$180 milhões em uma reserva medida (NI 43-101) de 1,17 milhões de onças de ouro contidas em 20,8 milhões de toneladas de minério.

A Jazida de Posse tem um teor médio de 1,75g/t de Au e um cut-off de 0,5g/t.

As chances do projeto muito são interessantes ao preço de hoje, já que no estudo de viabilidade econômica o preço utilizado foi de US$1.200/onça e o AISC (all-in sustaining cost) de apenas US$524/onça.

Ainda faltam as licenças de instalação e de operação que serão recebidas antes do início da produção.

A notícia animou os mercados e as ações da Amarillo subiram, em consequência, incríveis 60%.

Belo Sun consegue US$ 58 milhões para projeto de ouro no Pará


Belo Sun consegue US$ 58 milhões para projeto de ouro no Pará
A Belo Sun Mining informou ontem (6) que fechou um acordo com um grupo de subscritores liderados pelo TD Securities e Canaccord Genuity para emitir 77,32 milhões de ações e captar 75 milhões de dólares canadenses, aproximadamente US$ 58 milhões. O dinheiro será usado para o desenvolvimento do projeto de ouro Volta Grande, em Senador José Porfírio (PA), envolvido em polêmica com o Ministério Público Federal devido aos impactos ambientais que poderia causar na região.