quinta-feira, 7 de julho de 2016

OURO, DIAMANTE, MINÉRIOS: SAI DE TUDO NO GARIMPO ILEGAL -

De vez em quando o tema volta ao noticiário, em função de operações específicas da Força Nacional de Segurança, da Polícia Federal, do Ibama ou até de todos juntos. A garimpagem ilegal campeia em toda a Amazônia, sem controle, sem que a União defina regras claras e sem que nossa região, Rondônia especificamente e o próprio país, recebam um só centavo de impostos de nossas riquezas que são levadas todos os dias para fora do país. Ouro, diamante, estanho e até nióbio, um metal utilizado em computadores e raro no mundo, são contrabandeados. Na Reserva Roosevelt, dos índios Cinta Larga, os caciques se acertaram com garimpeiros ilegais. Alguns andam com carrões e celulares com GPS, enquanto a maioria da tribo vive em condições de penúria. Os contrabandistas enchem o bolso com diamantes, entre os de melhor qualidade do mundo, fazem fortuna ao levar nossos minérios embora e nós, brasileiros, que recebemos da natureza tanta riqueza, ficamos a ver navios. Em Roosevelt, de vez em quando se ouve falar sobre fechamento de garimpos ilegais dentro da reserva. Não há prisões, os atravessadores nunca aparecem e nem os chefões que comandam tudo. Quando índios e garimpeiros não se entendem, ocorrem tragédias como a de abril de 2004, quando 29 deles foram massacrados em Roosevelt.
Qualquer país que não vivesse no mundo dos sonhos, se tivesse as riquezas que temos, já teria criado leis de controle da produção, com exploração de órgãos oficiais, com cobrança de impostos e um percentual significativo para os índios, donos das terras, pelo menos no caso de Roosevelt. Mas isso não acontece, principalmente por pressões internacionais. Então, lapidam as riquezas que a terra nos dá e nosso governo só discursa. Quando for tomar alguma atitude, não haverá mais diamantes em Roosevelt.

'Riquezas do Piauí' mostra a beleza e o potencial econômico da opala

'Riquezas do Piauí' mostra a beleza e o potencial econômico da opala

Extração da pedra movimentou mais de R$ 3 milhões na economia de Pedro II.
Apenas na Austrália e Pedro II tem as pedras com qualidade excepcional.

Do G1 PI

O capítulo da série especial "Riquezas do Piauí"mostrou a beleza e o potencial econômico da opala, pedra extraída em Pedro II, no Norte do estado. A área rica em opala na cidade corresponde a 10 km. Em 2015, a extração da pedra movimentou mais de R$ 3 milhões na economia do município. Parte desse dinheiro vem da produção de joias.

No ano passado, a cidade vendeu 400 quilos de joias com opala. As peças são produzidas de forma artesanal, mas com muito capricho. Apenas 20 % da opala produzida no mundo é nobre. Somente a Austrália e o Brasil têm essas pedras com qualidade excepcional. Os dois países disputam o mercado.

Opala extraída em Pedro II é o principal motor para desenvolvimento econômico  (Foto: Reprodução/TV Clube)Historiadores contam que a primeira pedra preciosa surgiu em 1930 e foi achada por um  homem conhecido como Simão. Ele estava fazendo a colheita da mandioca e ficou surpreso com a luminosidade da pedra. Simão levou a pedra para Teresina para que fosse analisada. Um engenheiro confirmou que a pedra era semipreciosa.  

As pedras de Pedro II são extraídas de dentro de uma serra. A terra aparentemente sem vida e sem cor é alvo de olhares atentos dos garimpeiros que estão em busca de um tesouro. 

Para o garimpeiro Márcio da Silva, encontrar uma pedra de opala é muita sorte. "Ás vezes, a gente passa semanas cavando em busca da pedra. Às vezes encontramos fácil e em outras nem tanto", contou.

Se dedicar ao garimpo é um trabalho árduo, pois o garimpeiro pode se cultivar toneladas de pedras que podem não ter um grama de opala ou pode se ter mais do que se possa imaginar. Os trabalhadores peneiram aquilo que pode render e jogam fora o material que não será usado.  

O garimpeiro Francisco dos Santos explica que através da água ele consegue distinguir o tipo de pedra. "A opala não se mistura com água quando está dentro do liquido, ela mostra sua qualidade e brilho”, comentou.

Em dois dias de trabalho, Francisco consegue geralmente R$ 400. Ele agradece pelo trabalho porque é através dele que consegue sustentar sua família. "Não preciso trabalhar para ninguém. Eu mesmo consigo me sustentar".

Além de Francisco, outros 500 garimpeiros sustentam a família através da extração da opala.

Ibama descobre garimpo 'gigante' de minério dentro de reserva, em RO

Ibama descobre garimpo 'gigante' de minério dentro de reserva, em RO

Área devastada corresponde a mais de mil campos de futebol, diz órgão.
Operação conjunta desativou garimpo e equipamentos foram queimados.


Do G1 RO e da Rede Amazônia
Flona Vale do Jamari (Foto: Rede Amazônica/ Reprodução)Imagens aéreas mostram destruíção da Flona Vale do Jamari (Foto: Rede Amazônica/ Reprodução)
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) encontrou e desativou um garimpo "gigante" dentro da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, a cerca de 100 quilômetros de Porto Velho. De acordo com os fiscais que participaram da operação, iniciada, a área devastada pelos garimpeiros já corresponde a 1 mil campos de futebol.
Para encontrar o garimpo no meio da reserva, os fiscais contaram com o apoio de dois helicópteros e ainda da Polícia Federal (PF), COE, Força Nacional e Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMbio).
Segundo o Ibama, na área onde foi aberto o garimpo ilegal havia apenas um pequeno riacho. Para extrair o minério do local, como cassiterita, columbita, tantalita e nióbio, os trabalhadores colocaram bombas dentro do rio. As máquinas então mandavam a água por um cano até o tonel, fazendo com que a areia fosse separada do minério.

Mesmo sendo uma operação secreta e rápida, os fiscais não conseguiram localizar os responsáveis pelo garimpo, já que com a aproximação das autoridades eles são avisados por comparsas e fogem.
Para deixar o garimpo inutilizável, os equipamentos encontrados no local foram incinerados pelos fiscais, incluindo três motores que custam cerca de R$ 15 mil cada. "É uma área com grande devastação, um grande trauma ao meio ambiente. Através da destruição de bens e da apreensão da retirada do material que foi extraído, você descapitaliza e inibe esse tipo de crime", diz Renê Luiz de Oliveira, superintendente do Ibama em Rondônia.
Segundo Ibama, local onde garimpo foi aberto era apenas um pequeno riacho (Foto: Rede Amazônica/ Reprodução)Segundo Ibama, local onde garimpo foi aberto era apenas um riacho (Foto: Rede Amazônica/ Reprodução)
Durante a operação na Flona do Vale do Jamari, o Ibama descobriu um novo tipo de desmatamento. Para não chamar a atenção das autoridades, os madeireiros abrem pequenas clareiras na mata e, com isso, retiram as árvores em pontos menores.
"Hoje eles extraem, abatem as árvores e tentam tirar o mais rápido possível da reserva, de uma forma para tentar driblar a fiscalização ambiental. O carregamento é em pouca quantidade. Logo que carregam já saem com destino à madeireira", diz Renê.

Polícia Federal desarticula esquema de garimpo em terra indígena no PA

Polícia Federal desarticula esquema de garimpo em terra indígena no PA

Operação ocorre nesta quinta, 7, em Ourilândia do Norte e Redenção.
São cumpridos 11 mandados de prisão e 14 de busca de apreensão.

Do G1 PA
Operação Muiraquitã deflagrada agora pela manhã pela Polícia Federal. Ourilândia Ouro (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Comerciantes de ouro tinham lucros altíssimos com a atividade criminosa. Na foto, parte do ouro apreendido na operação. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (7) a Operação Muiraquitã, em Ourilândia do Norte eRedenção, no sul do Pará. A ação tem o objetivo de desarticular um esquema criminoso de garimpo e venda ilegal de ouro extraído do interior da terra indígena Kayapó. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), são extraídos aproximadamente 20 kg de ouro por semana do local, o que representa movimentação mensal de R$ 8 milhões.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 14 de mandados de busca de apreensão e três de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor, expedidos pela Justiça Federal de Redenção, no sul do Pará. Também estão sendo executados mandados nas cidades de Porto Nacional (TO) e São José do Rio Preto (SP).
As investigações sobre a exploração ilegal do ouro iniciaram no final de 2015. Até o momento, ficou demonstrado que os investigados incidiram na prática dos crimes de usurpação de bem da União, extração de recursos minerais sem autorização, diversos outros crimes ambientais, receptação qualificada e associação criminosa.
Com a busca e apreensão de documentos, em complemento às declarações dos envolvidos, a Polícia Federal pretende identificar outros participantes do esquema e averiguar a extensão dos danos ambientais causados e a prática do crime de lavagem de capitais pelos comerciantes de ouro, que tinham lucros altíssimos com a atividade.
Movimentações financeiras milionárias feitas pelos comerciantes de ouro foram descobertas. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Movimentações financeiras milionárias feitas pelos comerciantes de ouro foram descobertas. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
Garimpo clandestino
A Polícia Federal e a Funai sobrevoaram a área e verificaram que o centro da atividade garimpeira está concentrada no garimpo da Aldeia Turedjan, em Ourilândia. Foram identificadas cerca de 40 pás-carregadeiras, avaliadas em aproximadamente R$ 400 mil cada, posicionadas em diversos pontos de garimpos espalhados pelo local.
De acordo com a PF, a reserva indígena se tornou o destino de centenas de garimpeiros clandestinos atraídos pela expectativa de fortuna rápida. A ambição pelo ouro resultava em conflitos entre os garimpeiros, que disputavam uma mesma área, gerando um clima tenso.
Aproximadamente 70 policiais federais participam da Operação Muiraquitã. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Aproximadamente 70 policiais federais participam
da operação nos garimpos ilegais.
(Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
As investigações apontaram o envolvimento de indígenas da própria Aldeia Turedjan, que compactuavam e lucravam com a atividade garimpeira clandestina, bem como comerciantes de ouro da região, que atuavam como receptadores do minério extraído ilegalmente, repassando-o para os estados do Tocantins e São Paulo, de onde era distribuído para o resto do país.
Os danos ambientais causados pela atividade clandestina de mineração mais recorrentes são: desvio do curso de rios; desmonte hidráulico, no caso de garimpagem mecânica; aterramento de rios e contaminação do solo, ar e águas através de metais pesados, principalmente o mercúrio. A paisagem de locais onde existem ou já existiram garimpo é modificada por quilômetros, vegetações são extintas e animais fogem ou morrem por causa da contaminação causada.
A extensão dos danos causados está sendo avaliada por peritos federais que participam da operação e resultará em laudo pericial, mensurando o tamanho do dano, bem com o valor necessário para recomposição do ecossistema devastado.

Pessimismo sobre a economia global leva George Soros de volta ao mercado



Pessimismo sobre a economia global leva George Soros de volta ao mercado


A firma que administra a fortuna de Soros tem vendido ações e comprado ouroENLARGE
A firma que administra a fortuna de Soros tem vendido ações e comprado ouro PHOTO: AGENCE FRANCE-PRESSE/GETTY IMAGES
Depois de uma longa ausência, o megainvestidor George Soros voltou ao mercado, atraído por oportunidades de lucrar com o que ele acredita ser a aproximação de problemas econômicos.
Preocupado com o panorama econômico mundial e prevendo grandes mudanças no mercado, o bilionário e filantropo recentemente realizou uma série de grandes apostas pessimistas, segundo pessoas a par do assunto.
O Soros Fund Management LLC, que administra US$ 30 bilhões para Soros e sua família, vendeu ações e comprou ouro e ações de mineradoras de ouro, prevendo o enfraquecimento de vários mercados. Investidores frequentemente consideram o ouro como um porto seguro durante períodos de turbulência.
Os investimentos revelam uma mudança significativa para Soros, que ganhou fama com uma aposta contra a libra esterlina em 1992, uma operação que gerou US$ 1 bilhão em lucros. Nos últimos anos, o bilionário de 85 anos tem se dedicado a políticas públicas e à filantropia. Ele também é um grande contribuinte do supercomitê de ação política (super PAC) que apoia Hillary Clinton, a provável candidata do partido democrata à presidência dos Estados Unidos, e também tem doado a outros grupos que apoiam os democratas.
Soros sempre monitorou de perto os investimentos de sua firma. No passado, alguns executivos seniores reclamavam de como ele às vezes se metia nas operações da empresa, normalmente depois de o fundo registrar perdas, segundo pessoas a par do assunto. Mas, nos últimos anos, ele não tem feito investimentos por conta própria. Esse comportamento mudou este ano, quando Soros começou a passar mais tempo no escritório dirigindo operações. Ele também tem mantido contato com os executivos com mais frequência, dizem as fontes.
De certa forma, Soros está preenchendo uma lacuna em sua firma. Scott Bessent, que era um dos principais investidores de Soros e tem um histórico de antecipar movimentos macroeconômicos mundo afora, deixou a empresa no ano passado para abrir um fundo de hedge. Soros investiu US$ 2 bilhões na firma de Bessent, a Key Square Group.
No fim de 2015, Soros nomeou Ted Burdick como seu diretor de investimento. Burdick é especializado no mercado de dívida de alto risco, arbitragem e outros tipos de operação, em vez de investimentos macro, a especialidade de Soros. Essa é a razão pela qual Soros sentiu que poderia voltar à ativa, dizem as pessoas.
O fato de Soros ter decidido entrar em ação novamente indica um cenário global mais sombrio que o previsto por outros em Wall Street. Sua visão de mundo ficou mais pessimista nos últimos seis meses, à medida que problemas econômicos e políticos na China, Europa e em outros lugares se tornam mais espinhosos, em sua visão. Embora as bolsas dos EUA tenham voltado a níveis recordes depois de um recuo no início do ano e os mercados chineses tenham se estabilizado, Soros permanece cético sobre a economia da China, que está se desacelerando.
Qualquer debandada de investidores na China provavelmente terá implicações globais, afirmou Soros em um e-mail. “A China continua a sofrer com fuga de capital e está acabando com suas reservas estrangeiras enquanto outros países asiáticos acumulam moedas internacionais”, disse Soros. “A China enfrenta um conflito interno em sua liderança política e, no próximo ano, isso vai complicar sua capacidade de lidar com questões financeiras.”
Soros teme que novos problemas surjam na China em parte porque, disse ele, o país não parece disposto a adotar o sistema político transparente que, em sua visão, é necessário para que reformas econômicas duradouras sejam feitas. Pequim iniciou algumas reformas nos últimos 12 meses, mas voltou atrás em algumas iniciativas em meio a turbulências no mercado.
Alguns investidores começam a antecipar um aumento da inflação em meio a altas recentes de salários nos EUA, mas Soros se diz mais preocupado com o risco de que o contínuo enfraquecimento da China crie pressão deflacionária — uma espiral prejudicial de salários e preços em queda — nas economias dos EUA e do mundo.
Soros também prevê que existe uma boa chance de que a União Europeia acabe ruindo sob o peso da crise migratória, os desafios contínuos na Grécia e a possível saída do Reino Unido do bloco. “Se o Reino Unido sair, será o início de um êxodo generalizado e a desintegração da UE se tornará praticamente inevitável”, disse.
Ainda assim, Soros disse que o fortalecimento recente da libra esterlina é um sinal de que o voto para a saída da UE é menos provável. “Estou confiante que, à medida que nos aproximamos do referendo para definir a saída do Reino Unido, os defensores de sua permanência na UE ficarão mais fortes”, disse Soros. “Os mercados não estão sempre certos, mas neste caso eu concordo com eles.”
Outros grandes investidores também estão preocupados com os mercados. Em maio, o operador bilionário Stanley Druckenmiller alertou que a trajetória de “alta do mercado está se exaurindo” e o gestor de fundos de hedge Leon Cooperman disse que “a bolha está na renda fixa”, embora seja otimista em relação às ações.
As apostas pessimistas de Soros têm tido sucesso mediano. Sua firma comprou 19 milhões de ações da Barrick Gold Corp. no primeiro trimestre, segundo documentos enviados aos reguladores, tornando a mineradora a maior posição em ações da firma no fim de março. A aposta rendeu mais de US$ 90 milhões desde o fim do primeiro trimestre. Soros ainda comprou um milhão de ações da mineradora Silver Wheaton Corp. no período e ampliou essa posição em 28% até agora.
Enquanto a isso, o preço do ouro subiu 19% este ano.
Mas Soros também investiu em derivativos que servem como uma aposta contra as ações americanas. Não está claro quando esses investimentos foram feitos e em que níveis no primeiro trimestre, mas o índice S&P 500 subiu 3% desde o começo de abril, o que indica que Soros pode estar enfrentando perdas em algumas de suas apostas.
No geral, o fundo de Soros registra ligeira alta este ano, em linha com a maioria dos fundos de hedge macro, segundo as fontes. Os investimentos feitos pela firma foram divulgados em documentos enviados aos reguladores, mas eles não deixam claro o quão Soros estava envolvido nas decisões dos investimentos feitos.
A última vez que Soros se envolveu diretamente com as operações de sua firma foi em 2007, quando ele ficou preocupado com o mercado imobiliário e fez apostas pessimistas durante dois anos que geraram mais de US$ 1 bilhão em ganhos.