quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Drones e robôs tornam mineração mais produtiva

Drones e robôs tornam mineração mais produtiva

Durante os altos e baixos de vários ciclos econômicos, um aspecto da mineração se manteve estável: o exército de motoristas de caminhões transportando o minério de ferro retirado de minas profundas e túneis subterrâneos. Mas, agora, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton Ltd. está testando uma tecnologia que pode mudar esse cenário.
Em Port Hedland, que abriga um extenso porto na região remota de Pilbara, na Austrália Ocidental, uma esteira transportadora de 200 metros de extensão carrega mais de 10 mil toneladas de minério de ferro por hora até navios de carga com destino à China e ao Japão. A BHP espera que a tecnologia, que começou a operar na semana passada, após meses em desenvolvimento, dê uma outra dimensão à sua campanha para elevar a produtividade, que já gerou uma economia anual de US$ 10 bilhões.
Uma queda expressiva nos preços das commodities nos últimos cinco anos afetou o lucro da indústria da mineração, levando a BHP e suas rivais, entre elas a Vale SA e a também a anglo-australiana Rio Tinto PLC, a buscar formas de reduzir o custo de operação de suas minas.
A primeira onda de corte de custos se concentrou na demissão de trabalhadores, fechamento de minas deficitárias em países como Austrália e Canadá e cortes de investimentos na exploração de novos depósitos minerais. Mas as empresas também investiram mais no desenvolvimento de tecnologias que podem ajudá-las a chegar a lugares mais remotos, escavar veios mais profundos e levar o minério mais rapidamente ao mercado.
Sistemas motorizados de esteiras de transporte na Ilha Finucane, adjacente a Port Hedland, estão entre as várias ideias sendo analisadas pela BHP. Supercomputadores e drones com sensores militares, capazes de elaborar mapas tridimensionais de uma mina em tempo real, também desempenharão um papel importante no futuro da mineração, disse Diane Jurgens, diretora de tecnologia da empresa e ex-engenheira da Boeing Co.
Embora as mineradoras usem esteiras de transporte em suas minas há muito tempo, elas sempre tiveram atuação limitada. Os sistemas tradicionais empregam polias nas duas extremidades para movimentar a esteira, o que significa que elas são adequadas só para pequenas distâncias. A BHP afirma que seu novo modelo — que torna a montagem e a operação das esteiras mais baratas e é mais fácil de controlar — pode ampliar esses limites, conectando minas profundas e túneis subterrâneos com as fábricas de processamento e os pátios das ferrovias.
As novas técnicas “potencialmente mudam a forma como exploramos o subsolo”, disse Jurgens em uma entrevista ao The Wall Street Journal.
A executiva está ansiosa para testar a tecnologia na mina de cobre Escondida, no Chile, onde há um depósito com mais de 540 metros de profundidade, e no projeto de potássio Jansen, no Canadá, onde a BHP está investindo bilhões de dólares para explorar veios 800 metros abaixo da superfície.
Esteiras motorizadas também ajudam a mineradora a separar o valioso minério do refugo mais rapidamente. Com o material “espalhado na esteira, é muito mais fácil fazer [a separação] do que despejar 200 mil toneladas na carroceria de um caminhão de entulhos”, diz ela.
A BHP não é a única a apostar na automação para tarefas que antes exigiam uma equipe treinada de mineiros. Durante os anos de alta nos lucros do setor — impulsionados pela crescente demanda da China por commodities como minério de ferro e carvão — os salários dos funcionários dispararam. No auge, motoristas de caminhão e operadores de brocas de perfuração na região de Pilbara podiam ganhar até US$ 200 mil por ano.
O histórico do setor em inovação, porém, não é dos melhores.
A Rio Tinto tinha planos de colocar em operação, no ano passado, trens com direção autônoma para transportar minério das minas de Pilbara até os portos, mas a tecnologia não foi aprovada nos testes finais. O atraso levou a empresa a reduzir sua estimativa de produção de minério de ferro em 2017.
“As empresas de mineração são avessas ao risco por natureza”, diz David Cormack, líder da área de mineração na consultoria Deloitte. “Um pequeno atraso operacional provocado por um novo processo ou uma nova tecnologia pode se tornar um obstáculo.”
A indústria obteve melhores resultados com centros de operação remota, que permitem que as mineradoras monitorem atividades a centenas de quilômetros de distância através de conexões via satélite. A BHP planeja lançar sondas autônomas em todas as suas operações de minério de ferro da Austrália e em minas em outros lugares, depois que testes na mina de Yandi, também em Pilbara, mostraram que os robôs produzem mais minério a um custo menor.
Mesmo assim, as empresas estão sob pressão para acelerar a inovação, já que suas opções para cortar curtos estão acabando.
Em Escondida, a maior mina de cobre do mundo, a BHP está testando sensores que podem determinar se uma rocha sendo escavada tem valor ou é refugo, uma tecnologia que pode elevar em até 10% a graduação do cobre que é enviado para as unidades de processamento e reduzir a necessidade de expansões caras das fábricas no futuro.
Drones com sensores infravermelhos e zoom telescópico sobrevoam a mina de carvão de Goonyella Riverside, na região leste da Austrália, e ajudam a mostrar quando uma área que será detonada foi totalmente evacuada de pessoas e equipamentos, entre outras utilidades. Isso significa que os gerentes podem reunir informações sem ter que fretar veículos e aviões para cruzar toda a área, que se estende por 25 quilômetros de comprimento e 9,5 quilômetros de largura.
Ainda assim, a BHP e suas rivais podem ter problemas se automatizarem rápido demais à custa de empregos, especialmente na Austrália, onde grande parte da mão de obra é sindicalizada.
“Não automatizaremos tudo — há muitas razões pelas quais as pessoas são uma parte integral do processo”, disse Jurgens
Fonte: WSJ

Vale busca até US$10 bi com venda de produção futura de minério, dizem fontes

Vale busca até US$10 bi com venda de produção futura de minério, dizem fontes

A mineradora Vale avalia levantar até 10 bilhões de dólares com a venda de até 3 por cento de sua produção futura de minério de ferro, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto. Sob os termos do acordo, a maior produtora global de minério de ferro poderá receber pagamentos adiantados por um fluxo de produção futura para empresas chinesas, cujos nomes as fontes não revelaram.
A ideia é fechar contrato para venda de parte da produção por um período de até 30 anos, disseram as fontes, que pediram anonimato porque a negociação ainda é privada. A negociação está incluída entre as alternativas que o presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, avalia para reduzir a dívida líquida da companhia, que somou cerca de 27,5 bilhões de dólares em 30 de junho. No início do ano, ele afirmou que a empresa considerava a venda de ativos essenciais para reduzir sua dívida líquida em 10 bilhões de dólares.
Os contratos de venda de fluxo de produção permitem que as mineradoras levantem recursos em tempos de preços baixos, garantindo receita sem se desfazer do controle de suas minas. Outras mineradoras, como Glencore e a Barrick Gold, já realizaram tais acordos, em momento em que se esforçam para reduzir custos visando enfrentar efeitos da desaceleração da economia chinesa e um declínio no preço das commodities.
Os preços do minério de ferro atingiram o menor nível em 10 anos em meados de dezembro. A Vale planeja produzir cerca de 340 milhões de toneladas de minério de ferro em 2016, ante produção de 346 milhões no ano passado. As vendas de minerais ferrosos da companhia renderam 16,8 bilhões de dólares em 2015.  A Vale disse que não irá comentar o assunto.
As ações preferenciais da companhia ampliaram a alta após a publicação da reportagem da Reuters. Às 14:34, subiam 4 por cento.

ACORDO EM OURO
O potencial acordo para venda antecipada de minério de ferro ocorreria após a Vale anunciar na terça-feira um negócio semelhante, embora muito menor, para vender parte adicional do ouro contido em concentrado de cobre produzido na mina de Salobo, no Pará. O negócio envolve recebimento pela Vale de pagamento inicial em dinheiro de 800 milhões de dólares.
Mesmo que o negócio com o fluxo de minério de ferro levante seu potencial de 10 bilhões de dólares, as fontes disseram que a Vale manteria seu plano de desinvestimentos de outros ativos.
A venda da unidade de fertilizantes da Vale está sendo negociada com a norte-americana Mosaic. A transação pode ser anunciada nos próximos meses, disseram as fontes.
As especulações de que a Vale pode estar avaliando a venda de alguns de seus ativos de minério de ferro, que respondem por 65 por cento da receita anual, têm crescido nas últimas semanas.
Segundo o analista Rente Kleyweg, do Deutsche Bank Securities, “a monetização de uma fatia pequena” de operações de minério de ferro poderia ajudar a Vale a embolsar entre 7 bilhões e 10 bilhões de dólares.
Fonte: Reuters

História do Níquel

História

Meteoritos contêm ferro e níquel, e idades mais precoces usados-los como uma forma superior de ferro.
Porque o metal não ferrugem, foi considerado pelos nativos do Peru como um tipo de prata.
A liga de zinco-níquel chamado pai-t'ung (cobre branco) estava em uso na China, já em 200 aC. Alguns até chegaram à Europa.
Em 1751, Axel Fredrik Cronstedt, trabalhando em Estocolmo, investigou um novo mineral - agora chamado nickeline (NiAs) - que veio de uma mina em Los, Hälsingland, Suécia. Ele pensou que poderia conter cobre, mas o que ele extraiu era um novo metal que ele anunciou e níquel nomeado em 1754.
Muitos químicos pensaram que era uma liga de cobalto, arsénio, ferro e cobre - esses elementos estavam presentes como contaminantes vestigiais.
Foi emé 1775 que o níquel puro foi produzido por Torbern Bergman e este confirmou a sua natureza elementar.

Símbolo - Ni

Níquel é um metal prateado que resiste à corrosão, mesmo em altas temperaturas.
Elemento de transição metálico, prateado, maleável e dúctil.
Número atômico: 28
Configuração eletrônica:
 [Ar] 4s2 3d8
MA = 
58,70
d = 
8,9 g.cm-3
PF = 
1450ºC
PE = 
2840ºC. 
Número de prótons / Elétrons:
 28 
Número de nêutrons: 31
Cor:
 branc
Data da descoberta: 1751
É encontrado nos minerais nicolita (NiAs), pentlandita ((Fe, Ni)9S8), pirrotita (Fe, NiS) e garnierita ((Ni, Mg)6(OH)6Si4O10.H2O).
níquel também está presente em alguns meteoritos de ferro (até 20%).
O metal é extraído por aquecimento do minério ao ar para obtenção do óxido que depois é reduzido com monóxido de carbono e purificado pelo processo Mond.
A eletrólise também é usada.
níquel metálico é usado em aços especiais e Invar e sendo magnético, em ligas metálicas como Mumetal.
Também é eficiente catalisador particularmente de reações de hidrogenação.
Os principais compostos são formados com níquel no estado de oxidação +2.
O estado de oxidação +3 também existe, por exemplo no óxido negro, Ni2O3.
níquel foi descoberto em 1751 por A. F. Cronstedt.
Níquel
Pentlandita, (Fe, Ni)
9S8
Níquel
Garnierita, (Mg, Ni)
6(Si4O10)
Níquel
Nicolita,NiAs

Utilização

O níquel é utilizado em processo de niquelação (recobrimento de uma superfície com níquel), em ligas metálicas como: o aço inoxidável, "metal" monel (constituída de 65% de Ni, 32% de Cu e 3% de outros), ligas Ni-Cu (usada em aparelho para desalinizar a água do mar).
Além disso, ele é utilizado como catalisador na fabricação de margarinas e em baterias recarregáveis de telefones celulares e Ni-MH.

Estrutura atômica

Níquel
Número de níveis de energia: 4
Primeiro Nível de energia: 2 
Segundo Nível de Energia: 
Terceiro Nível de energia: 16 
Quarto Nível de energia: 2

Usos

Níquel resiste à corrosão e é utilizado para a chapa de outros metais para protegê-los. É, no entanto, utilizado principalmente em fazer ligas tais como aço inoxidável.
Nicrómio é uma liga de níquel e crômio com pequenas quantidades de silício, manganês e ferro. Ele resiste à corrosão, mesmo quando encarnado, por isso é usado em torradeiras e fornos elétricos.
A liga de cobre-níquel é comumente usado em usinas de dessalinização, que convertem a água do mar em água doce.
Aço ao níquel é usado para blindagem.
Outras ligas de níquel são usados em eixos de hélice de barco e lâminas de turbina.
O níquel é usado em baterias, incluindo baterias de níquel-cádmio recarregáveis e baterias de níquel-hidreto de metal usadas em veículos híbridos.
Níquel tem uma longa história de ser usado em moedas. Os EUA moeda de cinco centavos (conhecido como um "níquel") é de 25% de níquel e 75% de cobre.
Finamente dividido níquel é usado como um catalisador para a hidrogenação de óleos vegetais. Adicionando níquel de vidro dá-lhe uma cor verde.

Propriedades físicas

níquel é um metal branco-prateado.
Ele tem a superfície brilhante comuns à maioria dos metais e é dúctil e maleável.
Dúctil significa capaz de ser transformado em fios finos. Meios maleáveis, capazes de ser batido em folhas finas.
Seu ponto de fusão é 1555 ° C (2831 ° F) e seu ponto de ebulição é de cerca de 2835 ° C (5135 ° F).
A densidade de níquel é de 8,90 gramas por centímetro cúbico.
níquel é apenas um dos três elementos de ocorrência natural que é fortemente magnético. Os outros dois são de ferro e cobalto.
Mas níquel é menos magnético que qualquer ferro ou cobalto.

Propriedades quimicas

níquel é um elemento relativamente não reativo. À temperatura ambiente, não se combinam com o oxigénio ou água, ou dissolve-se em mais ácidos.
A temperaturas mais elevadas, torna-se mais ativa. Por exemplo, níquel queima em oxigênio para formar óxido de níquel (NiO).
Ele também reage com vapor para dar óxido de níquel e gás de hidrogênio.

Níquel - Uso

O uso mais importante do níquel é em fazer ligas.
Cerca de 80 por cento de todo o níquel produzidos nos Estados Unidos, em 1996, foi usado para fazer ligas.
Cerca de dois terços desse montante entrou em aço inoxidável.
O aço inoxidável é comum aos aparelhos domésticos (como cafeteiras, torradeiras, panelas e frigideiras), tampos de pia de cozinha e fogões e equipamento médico (máquinas de raio-X, por exemplo).
É também utilizado para fazer máquinas pesadas e grandes recipientes em que as reações químicas em grande escala são levadas a cabo.
Artistas por vezes, usar aço inoxidável em escultura porque não enferrujam facilmente.
O aço inoxidável é importante para a alimentos e bebidas, petróleo, química, farmacêutica (medicamento), celulose e papel, e indústrias têxteis.
níquel também é utilizado para fazer as superligas usadas em peças de motor a jato e turbinas a gás.
Superligas são feitos principalmente de ferro, cobalto ou níquel.
Eles também incluem pequenas quantidades de outros metais, tais como o crômio, tungstênio, de alumínio, e de titânio.
Superligas são resistentes à corrosão (ferrugem) e retêm as suas propriedades a altas temperaturas.
níquel também é muito popular na fabricação de baterias.
De níquel-cádmio (NiCd) e de níquel-hidreto metálico baterias são as mais populares destas baterias.
Eles são usados em uma grande variedade de aparelhos, incluindo ferramentas manuais eléctricas, leitores de discos compactos, gravadores, filmadoras de bolso, sem fio e telefones celulares, rádios de scanner e computadores portáteis.
O níquel também é usado em galvanoplastia, um processo pelo qual uma fina camada de um metal é previsto na parte superior de um segundo metal.

Galvanoplastia com níquel

Niquel é comumente usado em galvanoplastia.
Galvanoplastia é o processo pelo qual uma fina camada de um metal é previsto na parte superior de um segundo metal.
Em primeiro lugar, o composto de níquel a ser estabelecido é dissolvido em água. A solução pode ser o cloreto de níquel (NiCl2), nitrato de níquel (Ni (NO3 2)), ou algum outro composto de níquel.
Em segundo lugar, uma folha de metal a ser galvanizado é colocado dentro da solução. Suponhamos que o metal é o aço.
A chapa de aço é suspenso em cloreto de níquel, nitrato de níquel, ou outra solução de níquel.
Em terceiro lugar, uma corrente eléctrica é passada através da solução. A corrente faz com níquel para sair da solução.
níquel é então depositado na superfície do aço. Quanto mais tempo as atuais corre, mais níquel está previsto.
A espessura da camada de níquel pode ser controlada pelo tempo que a corrente eléctrica é executado através da solução.
Galvanoplastia é usado para fazer produtos de metal com qualidades muito específicas. O aço é forte, mas tende a corroer facilmente.
níquel não corroer tão rápido quanto o aço. Uma fina camada de níquel por cima de aço protege o aço contra a corrosão.

Filipinas em guerra pelo meio ambiente

Filipinas em guerra pelo meio ambiente






Os péssimos hábitos de alguns maus mineradores que prejudicam e agridem o meio ambiente lançam, na vala comum, a mineração como um todo.

Nas Filipinas as heranças ambientais deixadas por muitas empresas de mineração virou o ponto principal de uma verdadeira guerra entre o governo local e a indústria da mineração.

O Presidente Rodrigo Duterte comprou a briga e já passou a mensagem: aquelas mineradoras que não se adequarem as duras regras ambientais serão fechadas e banidas. Aos infratores Duterte disse – “nós vamos sobreviver como uma nação sem você, você que destrói a terra, o solo e ainda fica rico” .

Palavras duras, mas que refletem uma tendência mundial.

Somente nas Filipinas, a maior fornecedora de concentrado de níquel para a China, já foram fechadas sete minas de níquel laterítico que não cumpriam as regras ambientais.

Do outro lado deste espectro as mineradoras reclamam que elas usam apenas 20.000 hectares em um país de 30 milhões de hectares e que, consequentemente, impactam muito pouco no meio ambiente, mas muito na economia: a mineração contribui com 10% do PIB das Filipinas.

Foto: Mina de níquel Palawan impactando uma comunidade tribal nas Filipinas. 

BREVE HISTÓRIA DO DIAMANTE NO BRASIL Da descoberta até finais do século XIX (1ª parte)

BREVE HISTÓRIA DO DIAMANTE NO BRASIL
Da descoberta até finais do século XIX (1ª parte)



A Índia foi a única fonte importante de diamantes do oitavo século antes de Cristo, quando surgem as primeiras referências a esta gema, até a sua descoberta no Brasil, no início do século XVIII, sendo a ilha indonésia de Bornéu uma fonte pouco relevante a partir do século VII.
Não há consenso quanto à data e local exato da descoberta de diamantes no Brasil, bem como de quem pela primeira vez o encontrou ou determinou sua verdadeira natureza. Normalmente, se aceita a tese de que a descoberta oficial ocorreu em 1725, embora alguns historiadores assegurem que o achado se deu ainda no final do século XVII, nas proximidades do antigo Arraial do Tijuco, hoje Diamantina, estado de Minas Gerais.
Consta que os primeiros exploradores que desbravaram as matas em busca de ouro ao longo do rio Jequitinhonha (MG) e de seus afluentes encontravam pedras brilhantes no fundo de suas bateias e, sem saber que se tratavam de diamantes, as empregavam como tentos em jogos de cartas, até que um sacerdote, que estivera na Índia, as teria reconhecido.
Há uma versão segundo a qual os primeiros diamantes teriam sido encontrados por Francisco Machado da Silva e sua esposa Violante de Souza, em 1714; outra credita a descoberta a Bernardino Fonseca Lobo, enquanto alguns historiadores a atribuem ao português Sebastião Leme do Prado, que residira em Goa, uma possessão lusitana situada na costa oeste da Índia.
O fato é que a notícia da descoberta e a chegada dos primeiros diamantes brasileiros a Lisboa levaram a Coroa Portuguesa a empreender uma busca desenfreada pelo precioso mineral ao longo dos leitos, margens e áreas próximas dos rios da região, utilizando numerosa mão-de-obra escrava e métodos rudimentares.
A descoberta teve enorme impacto na Europa, salientado pelo fato de que, à época, os depósitos aluvionares indianos encontravam-se quase esgotados. Para evitar que grandes quantidades fossem exportadas para este continente e ocorresse uma queda abrupta dos preços, prejudicando aqueles que até então detinham a primazia do comércio, disseminou-se na Europa a falsa notícia de que as pedras oriundas do Brasil seriam diamantes indianos de baixa qualidade, exportados de Goa para nosso país e daqui para a Europa. Os portugueses se viram, então, forçados a transportar as pedras brasileiras para Goa, de onde eram enviadas para a Europa como diamantes indianos, cuja boa reputação era inquestionável.
Durante o período colonial, a exploração de diamantes foi monopólio da Coroa Portuguesa, com regulamentação e fiscalização rigorosas, mas insuficientes para impedir o contrabando, gerado pela taxação excessiva e dificuldade no controle do enorme fluxo de garimpeiros à região produtora.
Às descobertas em Diamantina, seguiram-se outras no estado de Minas Gerais, sobretudo na região do Rio Abaeté (Triângulo Mineiro), em 1728, por mineradores que, clandestinamente, prospectavam pedras e ouro, apesar da proibição da Coroa Portuguesa. Mais tarde, esta região se tornaria célebre pela ocorrência dos maiores diamantes já encontrados no país. Em 1827, foram encontrados diamantes também na localidade de Grão Mogol, situada ao norte de Diamantina.
Acredita-se que os diamantes foram descobertos na região da Chapada Diamantina, no centro do estado da Bahia, por volta de 1839, inicialmente na localidade de Mucugê e, posteriormente, em Lençóis, Andaraí e Palmeiras, na bacia do rio Paraguaçu. Estas ocorrências foram intensamente lavradas, levando opulência aos comerciantes da região, mas os trabalhos foram diminuindo gradativamente no final do século XIX, até quase cessarem com a Depressão Mundial, na segunda década do século XX.
A ocorrência de diamantes em garimpos de ouro no Mato Grosso já era conhecida desde meados do século XVIII, onde foram descobertos na localidade de Diamantino, situada a noroeste de Cuiabá. No entanto, a dificuldade de acesso e a proibição de prospecção pela Coroa Portuguesa fizeram com que estas e outras regiões do estado só viessem a ser exploradas em meados do século seguinte. Ocorrências de diamante, neste período, nos estados de São Paulo (regiões de Franca e São José do Rio Pardo) e Paraná (Rio Tibagi) também são dignas de nota.
O Brasil supriu o mercado mundial durante aproximadamente 150 anos, desde sua descoberta, em 1725, até alguns anos após o achado de diamantes na África do Sul, ocorrido em 1866, quando foi então suplantado pela produção africana, o que alterou completamente o panorama mundial desta gema. É provável que esta seqüência de eventos, caracterizados por descobertas de novas fontes quando as antigas declinavam, que muitos atribuem à casualidade, deva-se, de fato, às forças econômicas.
Apesar da precariedade dos dados de produção, estima-se que tenham sido extraídos aproximadamente 13 milhões de quilates de diamantes no Brasil, no período compreendido entre a sua descoberta, em 1725, e o final do século XIX. Acredita-se que a imensa maioria destas pedras tenha sido de qualidade gema, uma vez que, na época, a demanda por diamantes para fins industriais era muito reduzida. Deste montante, supõe-se que cerca de 5,5 milhões teriam sido extraídos da região de Diamantina, 3,5 milhões da Bahia e 1,5 milhões de outras regiões de Minas Gerais, sendo os 2,5 milhões restantes roubados ou contrabandeados para fora do país. O autor do artigo não dispõe de informações a respeito da produção histórica dos estados de Mato Grosso, São Paulo e Paraná no período.