quinta-feira, 1 de setembro de 2016

S&P eleva projeção para preço do minério

S&P eleva projeção para preço do minério

A resiliência do preço do minério de ferro nos últimos meses é tamanha que até agências de classificação de risco, tradicionalmente conservadoras, estão elevando as projeções. A S&P Global Ratings aumentou a premissa para o preço da commodity até o fim deste ano em US$ 10, de US$ 40 para US$ 50 a tonelada. Para 2017, a premissa de preço da S&P foi de US$ 40 para US$ 45. Já no caso de 2018 a previsão de US$ 45 foi mantida.
Segundo relatório publicado na sexta-feira, a acelerada produção de aço na China e alguns atrasos na entrega de expansões de capacidade instalada de minério foram os motivos que levaram à revisão para cima. A baixa participação de mineradoras chinesas no fornecimento local também ajuda, acrescenta.
Essa retomada da produção siderúrgica foi causada tanto por estímulos que aqueceram a demanda como pela alta do preço do aço, que elevou a rentabilidade das usinas e as encorajou a aumentar o ritmo de produção.
“Mas esperamos que os preços do minério de ferro se enfraqueçam em 2017 ante os níveis atuais, com os efeitos dos estímulos à economia se dissipando”, diz a agência. “Não vimos nenhuma mudança fundamental nas dinâmicas de oferta e demanda do setor.”
Na sexta-feira, no porto chinês de Tianjin, a commodity recuou 3,3%, para US$ 59,10 a tonelada, segundo a “The Steel Index”.
O relatório lembra ainda a importância do movimento de corte de custos das mineradoras ao redor do mundo. Enquanto as produtoras salvam uma parcela de sua rentabilidade, o efeito negativo é na curva de custos da commodity. Quanto mais baixa e estreita – ou seja, quão mais barato for para produzir minério -, menores os preços podem ser. Isso representa uma potencial pressão sobre a cotação do insumo, diz o texto.
A expectativa também parece melhor para os metais não ferrosos. A S&P elevou as premissas também para alumínio, níquel e zinco. Apenas as projeções para o cobre foram mantidas.
De acordo com a instituição, a demanda por alumínio provavelmente segue forte daqui para frente, com alta de 5% por ano. No lado da oferta, contudo, o texto alerta para uma potencial expansão “descontrolada” de fundições na China. A previsão para o resto deste ano foi de US$ 1.500 para US$ 1.600 a tonelada. Para 2017, foi de US$ 1.550 para US$ 1.650.
Sobre o níquel, a S&P escreve que a valorização de 2016 obriga a uma revisão para cima, mas que no médio e longo prazos a situação permanece. A produção tem subido demais e fechamentos por problemas ambientais nas Filipinas ainda precisam ser concretizados. A premissa até o fim do ano foi elevada de US$ 9.000 para US$ 10.000, enquanto para 2017 a estimativa de US$ 10.500 foi mantida.
No caso do cobre, a manutenção das expectativas se deve à chance de o excesso de oferta no mercado internacional se manter nos próximos anos, em média de 500 mil toneladas por ano. Aumentos de capacidade no Peru seriam os grandes responsáveis por esse cenário, afirma a agência. A premissa para o resto do ano é de US$ 4.600. Para 2017, encontra-se em US$ 4.850.
No relatório, a S&P elegeu o zinco como o metal não ferroso com melhores fundamentos neste ano. A alta até agora levou a agência a revisar para cima a premissa de preços para 2016, de US$ 1.550 para US$ 2.200 por tonelada. Para 2017, o aumento foi de US$ 1.750 para US$ 2.200, e no ano seguinte, de US$ 2.000 para US$ 2.200.


Fonte: Portos e Navios

Siderúrgicas da China buscam minério de alta concentração para expandir produção

Siderúrgicas da China buscam minério de alta concentração para expandir produção

As siderúrgicas chinesas estão buscando minério de ferro de alta qualidade para ampliarem produção e cumprirem regras mais rígidas de proteção ambiental. No mais recente sinal de renovado otimismo entre as siderúrgicas chinesas, os produtores estão evitando comprar minério com baixa concentração de ferro, o que tem contribuído para ampliar estoques em portos do país.
A preferência deve impulsionar empresas como Vale e as australianas Rio Tinto e BHP Billiton, cujo minério de alta qualidade tem tomado participação de mercado de produtores chineses. O minério de ferro com concentração de 61,5 por cento estava sendo negociado a um prêmio de 123 iuans a toneladas em relação ao minério de 58 por cento na semana passada, um nível visto pela última vez em meados de 2014, segundo dados do site especializado Mysteel.
“Tivemos boas vendas nos últimos meses, com as siderúrgicas novamente lucrativas desde junho”, disse um operador de minério de ferro em Pequim que vende a commodity com concentração de 65 por cento. “Elas preferem comprar minério de alta qualidade porque isso pode ajudar a aumentar produção”, acrescentou. Minério de mais alta qualidade produz mais aço por tonelada processada, ajudando a ampliar a produção e reduzindo emissões uma vez que menos carvão é usado no processo produtivo.
Operadores afirmaram que o maior interesse das siderúrgicas por minério de alta concentração de ferro e a menor demanda pela insumo de concentração menor contribuíram para aumentar os estoques da commodity em portos da China. Os estoques subiram para o maior pico em mais de dois anos em 23 de agosto, a 108,46 milhões de toneladas, segundo dados do site especializado Custeel.com.


Fonte: Reuters

Cobre opera em alta, após dado oficial da indústria da China

Cobre opera em alta, após dado oficial da indústria da China

Um número melhor que o previsto da indústria chinesa dá impulso à maioria dos metais básicos nesta quinta-feira, com alguns deles atingindo seus níveis mais altos desde o início de 2015. O índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China subiu de 49,9 em julho para 50,4 em agosto, de volta ao território de expansão (acima de 50,0), informou o governo do país mais cedo.
Analistas previam estabilidade em 49,9. O PMI da indústria chinesa da Markit e da Caixin Media, por outro lado, caiu de 50,6 em julho para 50,0 em agosto. Os números oficiais animaram os investidores no mercado de metais, mesmo com a outra leitura mais fraca também divulgada mais cedo.
Às 7h05 (de Brasília), o cobre para três meses subia 0,47%, a US$ 4.639,50 a tonelada, em alta na segunda sessão após atingir mínimas na casa dos US$ 4.600 a tonelada na terça-feira. Às 7h37, o cobre para setembro operava em alta de 0,41%, a US$ 2,0860 a libra-peso, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).”O aumento da atividade manufatureira reflete a recuperação do momento de crescimento e também deve contribuir para uma demanda robusta por metais”, afirmaram analistas do Commerzbank em nota a clientes.
O cobre vinha sendo pressionado pelo aumento dos estoques do metal em Londres, um sinal de excesso de oferta. Em outros mercados sediados na cidade, o chumbo avançou ao nível mais alto desde junho de 2015 e o zinco atingiu a máxima desde maio do ano passado, enquanto o estanho bateu máxima desde janeiro de 2015. O entusiasmo com o número oficial da indústria da China não foi maior por causa da leitura da Caixin e da Markit, que mostrou quadro de estagnação. Segundo o Commerzbank, essa leitura colocou um “freio” na alta do metal.
As commodities, negociadas em dólares, também recebem um leve apoio do câmbio, já que o índice para o dólar está em leve queda nesta manhã. Com isso, os metais ficam mais baratos para os detentores de outras divisas. Entre outros metais básicos negociados na LME, o chumbo subia 1,2%, a US$ 1.922 a tonelada, o estanho avançava 1,06%, a US$ 19.100 a tonelada, o zinco ganhava 0,6%, a US$ 2.328,50 a tonelada, e o níquel subia 0,9%, a US$ 9.855 a tonelada. O alumínio, por outro lado, tinha queda de 0,4%, a US$ 1.608,50 a tonelada.
Fonte: Dow Jones Newswires

Vollta de mineradora deve reacender a economia luzense


Vollta de mineradora deve reacender a economia luzense

A economia de Santaluz terá uma injeção com a retomada das atividades da Yamana Gold, que anunciou o retorno dos trabalhos na unidade C1 em 2017.
Atualmente, a mineradora é a única empresa a explorar ouro na Bahia segundo informação da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Além da de Santaluz, a empresa possui reservas em Jacobina e Teofilândia, ambas já em produção plena.
A exploração do ouro é maior dentre as atividades no estado, de acordo com a CBPM, no Sumário Mineral da Bahia de julho o ouro representou 43% de todos os bens minerais extraídos do estado. Uma produção estimada em US$ 13.656.821, a produção do ouro baiano segundo o órgão foi toda exportada para o Canadá e a Suíça.
A empresa prevê que 84 Milhões de dólares serão investidos na mina de Santaluz até 2018, uma vez com as atividades restabelecidas a empresa deve gerar inúmeras vagas de trabalho o que deve ajudar na recuperação da economia do comercio da cidade.


Fonte: Exame

Brasileiros descobrem propriedade inesperada do grafeno

Brasileiros descobrem propriedade inesperada do grafeno

O grafeno é um dos materiais mais estudados na atualidade. Justifica-se: constituído por uma única camada de átomos de carbono, dispostos em uma rede bidimensional de trama hexagonal, o grafeno é extremamente fino, leve e resistente. Agreguem-se propriedades como transparência, flexibilidade, alta condutividade elétrica e térmica e baixo custo de produção para que o horizonte de aplicações seja praticamente ilimitado.
No entanto, com tantas pesquisas já realizadas, uma surpreendente propriedade do grafeno permanecia ignorada. Foi descoberta por pesquisadores brasileiros em estudo publicado em Scientific Reports, do Grupo Nature: “Giant and Tunable Anisotropy of Nanoscale Friction in Graphene”.
Trata-se da enorme anisotropia – apresentação de propriedades que variam conforme a direção – exibida pelo grafeno quando este é “varrido” em diferentes direções pela ponta do microscópio de força atômica (atomic force microscope – AFM).
“A observação mostrou que a força de atrito entre a ponta do microscópio e a folha de grafeno é altamente dependente da direção de varredura. A energia dissipada ao longo da ‘direção armchair’ [rota cuja geometria lembra um braço de cadeira] chega a ser 80% maior do que a energia dissipada ao longo da direção zigzag”, disse à Agência FAPESP o físico Douglas Soares Galvão, um dos autores do artigo.
Professor titular do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (IF-Unicamp), Galvão é pesquisador principal do Centro de Pesquisa em Engenharia e Ciências Computacionais (CCES, na sigla em inglês), um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.  Armchair e zigzag foram as duas principais direções consideradas no estudo. “As direções cristalográficas do grafeno são determinadas com o microscópio de força atômica, utilizando-se o modo de força de atrito. Com essa técnica, conseguimos estabelecer as direções na folha de grafeno e fazer as medidas de atrito em nanoescala”, explicou a física Clara Muniz da Silva de Almeida, principal autora do artigo.
Ela é a pesquisadora responsável pelo Laboratório de Microscopia de Força Atômica da Divisão de Materiais do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com sede no campus de Xerém, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
 Como afirma o artigo, a enorme anisotropia no valor da força de atrito, e, portanto, na energia dissipada ao longo das diferentes direções, é bastante surpreendente, dada a isotropia nas propriedades elásticas do grafeno.
Seria esperada uma pequena diferença na energia dissipada em função das direções cristalinas, como acontece no grafite, que nada mais é que um empilhamento de folhas de grafeno.
No entanto, as medidas experimentais contrariaram essa expectativa, mostrando uma diferença de até 80% no valor da energia dissipada entre as direções cristalinas.
“Isso se deve à deformação da folha de grafeno pela ponta do microscópio. Tal deformação, que é amplificada de diferentes maneiras nas duas direções, determina os valores diferenciais da força de atrito. Uma analogia simples para o fenômeno é a ondulação formada pelo tecido diante do ferro de passar roupa”, ilustrou Galvão.
“Surpreendeu o fato de a força de atrito ser tanto maior quanto menor o número de camadas de grafeno. Mas a analogia com o processo de passar roupa também ajuda a entender isso. Quando são superpostas várias peças de tecido, isso cria uma estrutura rígida, que praticamente não se deforma com o movimento do ferro. Analogamente, no grafite, que é formado por muitas camadas de grafeno, a deformação é mínima. Porém, quando o número de camadas diminui, até chegar à folha única, a deformação se torna bastante relevante”, prosseguiu o pesquisador da Unicamp.
“A deformação flexural produzida na folha de grafeno pela ponta do microscópio determina ondulações diferentes conforme a direção. Movimentar essa ondulação na direção zigzag é bem mais fácil do que na direção armchair”, resumiu Clara Almeida.
Dito assim, parece simples. Mas, para explicar essa diferença, detectada experimentalmente, foi necessário conjugar três robustos recursos teóricos: o modelo de Prandtl-Tomlinson, utilizado na descrição de mecanismos friccionais em escala atômica; a dinâmica molecular atomística; e a teoria do funcional da densidade, decorrente da mecânica quântica.
Segundo os pesquisadores, o efeito poderia ser entendido como uma manifestação, em escala nanométrica, do fenômeno clássico da flambagem (encurvamento de uma barra quando submetida a compressão axial), descrito matematicamente pelo grande matemático e físico suíço Leonhard Euler (1707 –1783) em 1744.
Devido às suas notáveis características eletrônicas, térmicas e mecânicas, o grafeno é um forte candidato para a fabricação da próxima geração de dispositivos eletrônicos e de sistemas nanoeletromecânicos (nanoelectromechanical systems – NEMS).
Tais aplicações requerem a compreensão das propriedades mecânicas e tribológicas – isto é, decorrentes da interação de superfícies em movimento relativo – desses materiais bidimensionais.
“A anisotropia que encontramos pode ser determinante para a fabricação desses NEMS, cujo design demanda o conhecimento prévio da orientação cristalina. Na maioria das vezes, as propriedades do material na configuração bidimensional [grafeno] são bem diferentes das propriedades já conhecidas na configuração tridimensional [grafite]”, sublinhou Clara Almeida.
Seu grupo, no Inmetro, começou a trabalhar com o grafeno em 2010, e, desde então, realizou pesquisas nas áreas de metrologia de defeitos em grafeno; determinação da orientação cristalográfica da folha de grafeno por meio de microscopia de força atômica; utilização da AFM para manipulação do grafeno com vistas a criar novas nanoestruturas; e, agora, de nanotribologia desse material.
Além de Almeida e de Galvão participaram do estudo Rodrigo Prioli (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Benjamin Fragneaud (Universidade Federal de Juiz de Fora), Luiz Gustavo Cançado (Inmetro/Universidade Federal de Minas Gerais), Ricardo Paupitz (Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro), Marcelo De Cicco (Inmetro), Marcos G. Menezes (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Carlos A. Achete (Inmetro) e Rodrigo B. Capaz (Inmetro/Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O artigo Giant and Tunable Anisotropy of Nanoscale Friction in Graphene, publicado em Scientific Reports, pode ser lido no endereço: www.nature.com/articles/srep31569.
Fonte: Reuters