quinta-feira, 1 de setembro de 2016

S&P Global rebaixa rating da CSN

S&P Global rebaixa rating da CSN

SÃO PAULO  -  A agência de classificação de risco S&P Global Ratings rebaixou nesta quarta-feira os ratings da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de “B” para “CCC+”, na escala global, e de “brBB-” para “brCCC+”, na escala nacional. A perspectiva das notas agora é estável.
Segundo a S&P, o corte reflete a expectativa de que a CSN continue a queimar caixa nos próximos trimestres, como resultado de sua alta carga de juros e fracos resultados operacionais. Com isso, a agência avalia que a estrutura de capital da empresa se mostra insustentável no curto a médio prazo, na ausência de condições financeiras e corporativas externas significativamente melhores.
“Agora vemos a liquidez da CSN como abaixo do adequado, devido à nossa expectativa de maior declínio na posição de caixa, com crescente risco de refinanciamento, devido a volume relevante de dívidas com vencimento em 2018, em meio a condições de crédito restritas”, escreve a S&P.
A perspectiva estável reflete a visão da agência de que a CSN ainda tem liquidez suficiente para cobrir suas obrigações operacionais e financeiras nos próximos 12 a 18 meses, apesar da contínua queima de caixa prevista para 2017.
(Thais Carrança | Valor)

Através do ESPAÇO: a Pé, de Carro ou numa Nave espacial!

Através do ESPAÇO: a Pé, de Carro ou numa Nave espacial!

Depois de uma longa paragem nas publicações, recomeçamos hoje com uma "pequena" viagem pelo nosso Universo!

Todos sabemos que a velocidade mais "rápida" que se conhece hoje em dia é a velocidade da luz ( 3x108  m/s), que num ano transforma-se numa distância percorrida difícil de imaginar,  9 760 800 000 000km.

A velocidade máxima que uma nave consegue atingir atualmete é 240 000 km/h. Esta velocidade foi conseguida por uma Solar Probe ( Helios-B) lançada em 15 de janeiro de  1976. É a velocidade que vamos usar no nosso percurso.

Para facilitar as contas, vamos considerar a velocidade media de uma automóvel - 100km/h, e de uma pessoa a caminhar - 8km/h.

Para entender melhor que distancia separa-nos dos astros vizinhos ( e outros mais longínquos), vamos ver o tempo que demoraremos a chegar ate estes das 3 formas referidas.



1 Lua
Começamos a nossa viajem pelo vizinho mais próximo - A Lua.
Para chegar ao Satélite, uma nave levava 1 hora de viajem. Se falamos de carro, o percurso demorava 160 dias ( que é quase meio ano!). Se fosse possível ir ate a Lua a pé, o Corajoso que se atreveu a tal aventura precisaria de 5 anos de caminhada (isso sem contar com o sono e outras pausas).

2 Marte
A nossa seguinte paragem, o planeta mais próxima da terra - Marte. A distância mínima ate o Planeta Vermelho é 56 milhões de quilómetros a atinge-se 1 vez em cada 17 anos.
   Numa nave espacial a viajem demorava apenas 9 dias, já se nos referirmos ao carro, levávamos 63 anos de condução continua para chagar ao destino. Se a viajem de carro levava a vida completa,  a pé a tarefa torna-se completamente impossível- 799 anos!

3 Sol
A nossa Estrela encontra-se longe do nosso planeta, e a única maneira de chegar la ainda no tempo da vida humana é uma Nave espacial - 26 dias ( quase 1 mês) levará o percurso.
De carro seriam 173 longos anos, já agora a pé chaga-se ai em 2168 anos (nessa altura provavelmente a se extinguia a vida na Terra).

4 Plutão
O planeta anão é o ultimo grande astro do Sistema Solar.
 Aqui já nos referimos a distâncias mesmo GRANDES - 56 Biliões de quilómetros (5 600 000 000 km) e 3 anos de vida numa Nave.
Apesar de ser surreal, a viajem faz-se de carro em 6 398 anos e a pé em quase 90 000 anos.

5 Proxima Centauri
Aqui refiro-me a estrela mais próxima do Sol (do lado esquerdo na imagem), é uma Anã Vermelha e foi descoberta em 1915.
A estrela distancia 4 Anos luz da Terra ( ou 39 043 200 000 000 km). Uma Nave lave 18 750 anos de voo, o Carro 4,5 milhões de anos de condução e, uma caminhada de 557 milhões de anos!

6 Andrômeda
A vizinha mais próxima da nossa Galáxia Via Láctea e situa-se a 2,5 milhões Anos Luz dela.
Para chegar la numa nave são precisos 46 biliões de anos e isso é mais tempo do que a existência do Universo. Nessa altura no lugar da Andrômeda já estará outra Galáxia e muito provavelmente, renascida várias vezes.

Mais longe torna-se ainda mais difícil fazer os cálculos, mas também passa a ser desnecessário. Tendo em conta estas distâncias parece impossível a existência de E.T. 's  ou o contacto do ser humano com Vida extra-terrestre, mas é demasiado assustador pensar que estamos sozinhos neste GRANDE Universo!

As 10 mais perigosas rochas e minerais

As 10 mais perigosas rochas e minerais

Largue a rocha que acabou de apanhar!  Pois pode provocar uma intoxicação.
Esta lista contém os 10 minerais mais tóxicos e potencialmente mortais que cristalizam e aparecem nos diferentes lugares do planeta. Possuidores de uma beleza perigosamente enganadora, estes minerais (e as rochas que os contêm) podem leva-lo a Morte.

Aqui segue a lista dos minerais :

10- Coloradoite

A descoberta deste mineral é relativamente recente (1877).
Pertence à classe do minerais sulfatados, normalmente encontra-se nos filões das rochas magmáticas. Representa uma dupla ameaça tóxica a quem se atreve a pegar nessa "pedrinha" devido à união de Telureto de Mercúrio (HgTe) e Telúrio (Te) (sendo este metal extremamente raro e tóxico) durante a fusão. Há algum tempo atras, o mineral extraia-se para retirar o Telúrio nele contido. Na altura ainda não se sabia que O Telúrio podia surgir associado ao Ouro ou Prata. Este curioso facto descobriu-se durante a "Gold Rush", na Austrália,  quando as pessoas deram conta que  com as rochas que usavam-se para  preencher os buracos nas estradas aparecia o Ouro.

9- Calcantite/ Chalcanthite (Vitríolo- azul)

Os lindos cristais azuis da Calcantita são compostos por Cobre, Sulfato conjugado com outros elementos e da Água (CuSO4 . 5H2O). Com esta composição o Cobre que, em concentrações reduzidas, é essencial para funcionamento do organismo , torna-se muito solúvel em água e é facilmente absorvido em grandes quantidades pelas plantas ou animais, que posteriormente enfraquecem e morrem devido ao não funcionamento dos órgãos. Daqui surge um concelho "Nunca lamber minerais desconhecidos tentando verificar a entidade do sal"!
Se realizassem  a extracção deste cristal azul algures em ambiente aquatico,  morreriam todas as algas no lago e para alem disso provocava-se  um sério problema ecológico.
Devido a incrível beleza e raridade do cristal, dentro da comunidade geológica formou-se uma empresa envolvida na produção artificial da Calcantite.

8- Hutchinsonite


Este mineral tem o seu nome em homenagem ao Mineralogista  John Hutchinson, da Universidade de Cambridge (1904). Pode ser encontrado nas zonas montanhosas da Europa, mais frequentemente na proximidade das fontes hidrotermais e nos minérios. Hetchinsonite constitui uma junção fascinante, mas muito perigosa, de Talio (Tl), Chumbo (Pb) e Arsénio (As). O Tálio (Tl) é o gémeo obscuro do Chumbo (Pb). É um metal denso muito próximo do Chumbo pela sua massa atómica, mas ainda mais perigoso. Tálio é um metal raro que surge de reações  altamente tóxicas, e combinações muito estranhas de vários elementos. As consequência que resultam do contacto do Tálio com  a pele são ainda mais estranhas, desde a perda de cabelo a doenças graves e ate à morte. Por sua vez o Arsênio apesar de seu um mineral presente no organismo, mesmo em quantidades reduzidas torna-se extremamente tóxico. Três elementos altamente tóxicos que juntos constituem um "cocktail" e dão origem a mais um mineral extraordinário, mas com o qual se deve ter muito cuidado e precaução.


7- Galena 

Galena (PbS) é a principal fonte de Chumbo (Pb) nas explorações mineiras. Aparece em forma de brilhantes cubos prateados com aspecto pouco natural e,se bater nele com um martelo, o mineral fractura em vários cubos mais pequenos. Apesar de o Chumbo ser um material maleável, a presença de Enxofre (S) torna o mineral frágil e fácil nos tratamentos químicos. Os trabalhadores das minas estão altamente sujeitos à intoxicações  devido ao contacto com o pó altamente nocivo  resultante da produção.


6- Asbesto (Chrysotile e Amphibolite)

Absentos é dos minerais mais terríveis do planeta, enquanto que os outros minerais reagem como tóxicos devido à sua composição química e as vitimas "envenenam-se" acidentalmente, Absentos interfere no funcionamento dos pulmões. Este mineral faz parte dos completamente naturais e é composto por: Dióxido de Silício (SiO2), o mineral sólido mais abundante no planeta; Ferro (Fe); Sódio (Na) e Oxigénio (O2). Os depósitos são formados por inúmeras microfibras cristalinas que são facilmente transportadas pelo ar e atingem os pulmões. A irritação constante dos tecidos pulmonares provoca efeitos patológicos e a formação de cicatrizes que pode levar a Cancro.
Absentos pode ser encontrado em qualquer conjunto de rochas da crosta ricas em Silício (Si) por isso durante a exploração deste tipo de minerais tem que se ter em atenção as regras de Segurança. Curiosamente, devido à circulação de ar, os fios de Absentos encontram-se na atmosfera e, como resultado, é possível observar uma pequena percentagem destas fibras nos pulmões de várias pessoas.

5- Arsenopyrite

Arsenopyrite- é o Ouro dos Tolos, mas com ligeiras diferenças.  Este mineral é composto por Sulfato de Ferro (FeS) e Arsénio (As) e pertence ao mesmo grupo de minerais que a Pirite (Ouro dos Tolos).
Na tentativa de aquecer ou modificar de qualquer forma este mineral, ele emite um cheiro forte de alho que é característico do Arsénio (As), extremamente tóxico, corrosivo e cancerígeno. Basta um simples toque para fazer a pessoa entrar em contacto com sais de Enxofre (S) presentes no Arsénio.
O individuo que confundir este mineral com ouro não será apenas "tolo". A decisão de apanhar este mineral durante uma caminhada perto das minas e o posterior "uso" das mãos, que tocaram neste mineral, durante o consumo de alimentos pode ser fatal.
Esta rocha pode ser distinguida do seu gémeo falso atreves de uma martelada, depois da qual é possível sentir um forte odor a alho.

4- Torbernite

Torbernite é um mineral infernal. Os cristais verdes em forma de prisma aparecem nas montanhas graníticas  e resultam de uma  reacção complexa entre Fósforo (P), Cobre (Cu), Água (H2O) e Urânio (U).
Os fascinantes junções de cristais atraiam muitos coleccionadores que levam as lindas "pedrinhas" para as suas prateleiras. O gás radioactivo Radão (Rn) lentamente libertado por belas rochas provoca o cancro dos pulmões. É sem duvida o mineral que mais vale mais deixar no mesmo sítio.
Este mineral é usado como indicador de depósitos de Urânio.


3- Stibnite (Estibina)
Estibina na sua composição é um Sulfureto de Antimónio (Sb3S3), mas é muito parecido com a Prata. Por esta razão  os enormes e brilhantes cristais deste mineral eram usados para fazer pratos e copos. No entanto os mesmos cristais metálicos em forma de espada levavam à morte de todos que os usavam.
Stibnite com ligações atómicas de Antimónio (Sb) matou inúmeras pessoas até se descobrir que o uso deste mineral provoca uma intoxicação gástrica horrível. Mesmo que as amostras sejam recolhidas para as colecções, estas devem ser tratadas com muito cuidado, deve-se lavar as mãos após cada contacto com o mineral.
Nas minas de Osaka, no Japão  são produzidos os melhores exemplares dos cristais deste mineral que chegam a atingir 30 cm de comprimento.

2- Orpiment (Auripigmento)

A única coisa que pode ser pior do que o próprio Arsénio (As) é uma rocha composta por Arsénio e Enxofre (S). Os cristais quimicamente activos e letais crescem nos subsolos, muitas vezes perto das fontes hidrotermais.
O mineral possui cores bastante atraentes, mas ao tocar nele sujeita-se à acção do pó arsénico que é neurotóxico e cancerígeno. Este pó também forma-se sobre o efeito da luz. Na China deu-se grande uso a este mineral, tal como ao Cinábrio, mas com consequências muito mais graves. No pó produzido eram mergulhadas as setas que posteriormente usavam-se contra os inimigos.
Tal como todos os minerais que possuem Arsénio, este também emite um cheiro forte a alho. Este mineral era usado como  principal componente na produção de tinta amarela e ocre que, provavelmente, envenenou muitos artistas que as usaram.

1- Cinnabar (Cinábrio)
Cinábrio (Sulfeto de Mercúrio (HgS)) é considerado o mineral mais tóxico de todo o mundo. Os cristais vermelhos formados nas proximidades dos vulcões e depósitos de Enxofre (S) sinalizam um perigo.
O seu nome significa "Sangue de dragão" e a partir deste mineral extrai-se o Mercúrio (Hg). Sujeita a altas temperaturas ou simplesmente aquecida, estas rochas emitem o Mercuroso puro que provoca espasmos as vitimas,  perda de sensibilidade e por fim, morte. Nos finais do século XVIII, ser direcionado para o trabalho nas minas espanholas, cheias de cinábrio, era equivalente a uma pena de morte.
Cinábrio era vastamente utilizado na história Chinesa, para execução de elementos decorativos, muitas vezes à custa da vida dos próprios artesãos. Na antiguidade os "Curandeiros" acreditavam que o cinábrio possuía propriedades curativas e receitavam o seu consumo para tratamento de determinadas doenças.

Setor Mineral – Voltar para Avançar

O Código de Mineração, promulgado em 1967, propiciou o mais importante fluxo de descobertas minerais do país. Capitais internacionais no início, seguido por investimentos governamentais e privados, permitiram a descoberta e implantação de várias minas em Carajás (Fe, Mn, Au, Cu, Ni), Trombetas (Al), Paragominas (Au) Catalão (P, Nb), Tapira (Nb, P, Ti), Serrinha (Au), Araxá (U) Lagoa Real (U), Puma-Onça (Ni) Pitinga (Sn), Niquelândia (Ni), Barro Alto (Ni), Cana Brava (Amianto). Pode ser dito que excetuando o ferro de Itabira, todo o patrimônio mineral brasileiro que ocorreu foi construído sob a vigência, do atual código de mineração. Não interpretem tais argumentos como se aqui estivesse sendo dito que o mesmo não poderia ser melhorado.
Da implantação do código de 1967 até o momento, o setor mineral passou por cinco momentos de estresse, quatro deles decorrentes da insensatez governamental:

1.    Criação da Reserva Nacional do Cobre
2.    Reserva Garimpeira de Serra Pelada
3.    Nacionalização da Exploração Mineral
4.    Novo Marco Regulatório
5.    Desastre Ecológico de Mariana

A reserva Nacional do Cobre instituída pelo Decreto nº 89.404, de 24 de fevereiro de 1984, resulta de uma cruel combinação de ignorância geológica, corporativismo estatal e nacionalismo infantil. Uma possível correlação geológica entre Carajás e uma grande área na fronteira do Pará com o Amapá, levou alguns militares a convencerem o governo de que criando uma reserva nacional do cobre, resolveria nossa crônica dependência de metais básicos (cobre-zinco-chumbo). O problema certamente não foi resolvido. Tal decisão, ao contrário, criou uma enorme instabilidade jurídica, visto que a área já continha direitos minerários de algumas empresas. Os direitos minerários não foram respeitados em flagrante agressão ao código de mineração. Nada ganhamos com isso, pois impedimos investimentos empresariais, favorecemos a atividade garimpeira, que de cobre, nunca produziu um grama sequer. O mais absurdo é como isso pode ter permanecido até hoje, constituindo uma situação em que um erro geológico foi oficializado por lei. A não revogação dessa insensatez só pode ser creditada à total inexpressividade política do nosso setor mineral.

A invasão das áreas da Vale, com direitos minerários, por garimpeiros, levou a explosão do garimpo Serra Pelada. O falso Eldorado nada deixou além de um rastro de miséria, endemias e um melancólico poço onde o mosquito da malária prolifera impunemente. Mais uma vez, a demagogia e desrespeito à lei levou o setor mineral a uma situação de insegurança jurídica, que tanto mal provoca a esse setor, por si só, carregado de riscos e dificuldades. Na verdade, o episódio Serra Pelada foi apenas um dos inúmeros desrespeitos ao código de mineração. No texto constitucional de 88, ficou explicitado o favorecimento à garimpagem em detrimento da atividade empresarial. Em 1980 éramos o quarto produtor mundial de ouro, hoje somos o décimo quinto, comprovando mais uma vez a nossa fragilidade setorial diante das decisões demagógicas.

Na crise de 2008, os fundamentos do sistema capitalista foram apressadamente questionados pelos idólatras do Estado. Alguns países produtores de bens minerais (Peru, Austrália, Zâmbia, Mongólia), em um momento de pouca lucidez, viram a oportunidade de incrementar receitas e exercer maior controle sobre suas “riquezas minerais”. Para isso, correram em direção aos aumentos de impostos e introduziram mudanças restritivas e de cunho nacionalistas em suas respectivas legislações minerais. Aqui demos a nossa contribuição aos ventos mundiais por maior tributação, regulação e penalização aos “especuladores”. O governo, tomando como base o setor petrolífero e reivindicando a defesa dos interesses nacionais, propôs um novo marco regulatório para mineração que substituiria o “obsoleto” código de 1967. 

O novo marco regulatório parte de um diagnóstico até razoável: 1) Há uma clara desproporção entre o numero de áreas requeridas e o volume de recursos efetivamente aplicado em exploração, 2) Algumas empresas, usando artifícios legais mantêm indefinidamente direitos minerais que deveriam ser transitórios. Certamente ambos os aspectos são profundamente prejudiciais ao setor e à sociedade, pela simples razão de que ambos retardam o fluxo de descoberta de novas jazidas. Não tendo descobertas não haverá mina, produção, emprego, divisas, desenvolvimento etc. Se o governo acertou no diagnóstico o remédio foi totalmente inadequado.

Imaginei que tínhamos aprendido com os erros constitucionais de1988. A constituição cidadã ao nacionalizar o risco, penalizou justamente a etapa de maior incerteza da atividade mineral. Com a Emenda Constitucional nº 6 /95, reparamos tal equívoco trazendo de volta os investimentos, empregos e descobertas. Parece ser do nosso DNA aprender apenas com o sofrimento e não com os exemplos. O novo marco regulatório ao propor o término do direito de prioridade na exploração, repete melancolicamente os erros de 1988, agora com uma argumentação ainda mais incompreensível. O certo é dizer que o novo marco como está, inviabiliza totalmente as atividades de exploração mineral em novas áreas do território nacional.

É verdade que o novo marco não nacionaliza e tão pouco estatiza, mas ao usar o setor petrolífero como modelo comete um monumental equívoco. Do ponto de vista científico, os procedimentos exploratórios para o setor petrolífero e de metais são genericamente similares. Temos que saber onde os minérios ou o óleo se formou, como ele migrou, e finalmente onde se depositou. Mas do ponto de vista econômico e empresarial há uma distinção gigantesca entre os dois setores.  O custo de um único poço da Petrobras no Pré-Sal pode equivaler ao que é gasto em exploração por ano pelas três maiores mineradoras mundiais.

Dos cinco momentos de estresse citados logo no inicio deste texto, apenas o último não foi induzido ou provocado pelo Estado. Não foi responsabilidade do estado o terrível acidente de Mariana. Mas não há como eximi-lo de sua parcela de responsabilidade. Responsabilidade dos dirigentes e de políticas públicas que permitiram a destruição lenta e progressiva do DNPM. Há trinta anos mostrávamos a inadiável necessidade de modernizarmos e sanearmos essa instituição, para que ela fosse capaz de atender suas atribuições institucionais. Nada foi feito e sua capacidade de fazer cumprir a lei e seu dever de alertar para possíveis negligências empresariais foram inteiramente inviabilizados.  

O que causa estranheza, é que os problemas estruturais e conjunturais do setor mineral brasileiro vêm sendo apontados e criticados há mais de trinta anos. E por que nada é resolvido? Infelizmente porque ainda não aprendemos que leis e novos marcos não resolvem problema algum. Ao contrário, trazem insegurança jurídica afugentando principalmente os investimentos exploratórios. Se novas leis resolvessem nossos problemas, já tínhamos dizimado a corrupção, miséria e 50 mil assassinatos por ano. Acreditamos que os principais problemas do nosso setor seriam plenamente resolvidos se os órgãos públicos cumprissem seus deveres institucionais e as empresas não procurassem brechas jurídicas para defenderem unicamente interesses pontuais. É sempre assim. O setor público não cumpre suas obrigações diante do contribuinte e transferimos as responsabilidades para algum advogado de plantão preparar um novo projeto de lei.

Por que o DNPM aceita renovações totalmente injustificadas tecnicamente? As mesmas permitem aos detentores de pedido de pesquisa e alvarás manter sob os seus domínios milhares de hectares. Por que os órgãos ambientais, muitas vezes conduzidos por forte viés antimineração, protelam injustificadamente a liberação das licenças, às vezes até mesmo por interesses políticos?  A questão fundamental do setor mineral no Brasil não é o número de áreas requeridas, mas do capital efetivamente aplicado na prospecção e pesquisa. Não será com sofismas que resolveremos os inúmeros problemas deste importante setor. O mesmo necessita de uma profunda reestruturação dos órgãos públicos, de algumas adaptações no Código e de efetivo cumprimento da lei. Sem isso, não teremos novas descobertas e, consequentemente, a implantação de novas minas. Esse é o único meio do setor trazer benefícios econômicos e sociais.

Há trinta anos já dizíamos no Jornal O Globo (Abril de 1988): “A dinamização do setor mineral brasileiro passa por medidas que incentivam a aplicação de capitais de risco, venham de onde vierem, e principalmente pela modernização do aparelho estatal para que fiscalize a aplicação com rigorosidade absoluta, punindo quem não cumpre o Código de Mineração. Em relação ao setor, devemos empreender profundas mudanças. Estas passam necessariamente pela consolidação do DNPM como um Bureau of Mines, e da transformação da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM) no serviço geológico nacional, similar aos EUA, Canadá, Austrália, Finlândia.” O serviço SGB foi criado, mas os produtos por ele gerados estão longe de apresentarem a mesma qualidade técnica ou científica dos países citados.

A aprovação de medidas contrárias à mineração quase sempre decorreu de alianças entre parlamentares tanto à esquerda quanto à direita, portanto, não é fruto de um posicionamento ideológico. Pagamos um elevado preço pelo desconhecimento entre os parlamentares e a própria sociedade do que é o setor mineral, o qual é tido como sinônimo de riqueza fácil e desgraça ambiental. Fugir do debate, se omitir ou levar ao governo meramente demandas pontuais sempre relacionadas com impostos têm sido a principal razão pela nossa insignificância política. Quem representa o setor mineral?

Necessitamos ter uma visão sistêmica do setor onde a exploração mineral deve ter um papel fundamental, pois ela é o inicio de tudo. Temos que retomar o ordenamento jurídico de 1967, modernizando totalmente o DNPM através da informatização e restabelecendo padrões éticos inegociáveis. É essencial implantar um sistema tributário inteligente que contemple a ciclicidade da produção mineral (“banda tributária”). Temos que enfrentar as deficiências científicas e técnicas do SGB-CPRM, dando continuidade às reformas estruturantes pelo qual passou a instituição nos últimos três anos. O resto é com os investidores. Só assim avançaremos, estancando o desemprego e o desinvestimento que, há algum tempo, assola o setor mineral brasileiro em um quadro internacional de absoluta desfavorabilidade à mineração.

A guerra pelo brilho: Rússia aumenta competição no mercado de diamantes

A guerra pelo brilho: Rússia aumenta competição no mercado de diamantes

A empresa russa Alrosa, a maior diamantífera do mundo, planeja dobrar as suas vendas de pedras preciosas para a China e o Japão até 2020. Segundo o economista russo Anton Shabanov disse à Sputnik, isso pode levar a uma guerra no setor. A Alrosa planeja dobrar a venda de diamantes brutos e trabalhados para a China e o Japão através de sua plataforma de comércio em Vladivostok até 2020, até 12 bilhões de rublos ($185 milhões), segundo o vice-presidente da empresa, Rinat Gizatulin.
Segundo especialistas, no longo prazo o volume de comércio através da nova plataforma pode aumentar até dezenas de bilhões de rublos por ano. O economista Anton Shabanov disse à Sputnik que a ideia é muito atrativa porque este mercado não é limitado em termos de volume, especialmente na China. Afirmou também que a empresa sempre soube que a China é um cliente muito prometedor.
O país já está comprando pedras preciosas no Oriente Médio, onde há uma bolsa de diamantes. “Quando a Rússia entrar neste mercado com a sua nova plataforma, isso levará a guerras comerciais e econômicas porque os maiores atores na região, com certeza, lutarão por manter os seus clientes na bolsa de diamantes”, disse Shabanov à Sputnik. Explicou que a empresa tomou esta decisão porque entende que este mercado não é estável e pode oferecer à China uma forma de capitalizar em uma plataforma que é mais próxima, mais abrangente e acessível.


É muito provável que a China queira poupar dinheiro e fazer comércio com a Rússia em vez de trazer diamantes de locais distantes. O especialista também disse que, primeiramente, a competitividade do preço dos produtos será um fator importante, mas que, depois, deixará de ser, visto que um preço baixo levará a baixo lucro da empresa. Shabanov notou que, apesar de que a Alrosa é um dos maiores atores no mercado de diamantes, a China não estabeleceu contatos permanentes com ela, comprando diamantes a muitos países.
No entanto, há a possibilidade de, se o país escolher um fornecedor principal, ter condições mais favoráveis devido ao grande volume de vendas. Este produto está em demanda porque não é somente a indústria de joias que compra toneladas de diamantes, mas também as empresas de altas tecnologias. Por exemplo, os diamantes são necessários para a produção de lasers. Como a indústria de lasers se desenvolve de forma rápida, bem como outras tecnologias, o mercado está crescendo, disse Shabanov.
Recentemente, a Alrosa anunciou que vai abrir uma sucursal em Vladivostok, perto de fronteira com a China. O seu objetivo principal é aumentar as vendas nos países da Ásia-Pacífico e melhorar a cooperação com empresas da região. A sucursal servirá também para recolher informações sobre a região e os interesses das suas empresas.
Além disso, a Alrosa pretende encontrar novos parceiros potenciais e investidores. Na semana passada, a empresa abriu um leilão de diamantes raros com peso de mais de 10 quilates, nas vésperas do Fórum Econômico do Oriente, marcado para 2-3 de setembro em Vladivostok. Segundo a empresa, no total serão postos à venda 19 diamantes com o peso total de 1.098 quilates. O maior diamante tem o peso de 401,9 quilates. Ao mesmo tempo, será realizado um leilão de 28 diamantes trabalhados. Esta é a primeira vez que Vladivostok acolhe tal evento comercial. Mais de 30 empresas de Hong Kong, Israel, Índia, EUA, Bélgica e a Rússia planejam participar do leilão. No futuro, planeja-se abrir um Centro Euroasiático de Diamantes em Vladivostok. Este será instalado no velho edifício do aeroporto. Segundo a empresa, o novo centro deve começar a funcionar em 2017
Fonte: Sputniknews