quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Ouro fecha em queda e vai ao menor nível em uma semana

Ouro fecha em queda e vai ao menor nível em uma semana

Os contratos futuros de ouro caíram ao menor nível em uma semana, acompanhando o movimento de baixa demanda por ativos considerados seguros após o primeiro debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. As eleições têm desviado a atenção dos investidores do mercado de metais nos últimos dias, suplantando até as expectativas relacionadas à possível elevação das taxas de juros no país.
Com esse cenário, o ouro para dezembro negociado na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 1,01%, a US$ 1.330,40 por onça-troy. Após o debate de ontem entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, no qual a maioria dos especialistas avalia que a ex-Secretária de Estado tenha tido um melhor desempenho que seu rival, os ativos seguros ficaram pressionador, de acordo com o analista sênior da IronFX Global, Charalambos Pissouros.
“O padrão sugere que os investidores veem Hillary vencendo a eleição como um desdobramento de apetite por risco, enquanto uma vitória de Trump pode levar a um ambiente de aversão”, afirmou Pissouros. Além do cenário político, a valorização do dólar ante o iene também colocou pressão sobre o metal precioso. Os dois ativos costumam operar em direções opostas, já que o ouro é cotado na moeda americana e fica mais caro para o investidor estrangeiro quando ela sobe.


Fonte: JC

Vale prevê Ebitda ajustado entre US$4,5 bi e US$5,4 bi no 2º semestre

Vale prevê Ebitda ajustado entre US$4,5 bi e US$5,4 bi no 2º semestre

A mineradora Vale prevê registrar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado entre 4,5 bilhões e 5,4 bilhões de dólares no segundo semestre, ante 4,4 bilhões de dólares na primeira metade do ano, segundo apresentação publicada pela empresa nesta quarta-feira.
Maior produtora de minério de ferro do mundo, a brasileira Vale destacou em sua apresentação que “a visão mais recente da oferta e demanda para o minério de ferro indica a manutenção do equilíbrio atual”. Para a empresa, em 2017 haverá uma sobreoferta potencial da commodity de 28 milhões de toneladas.


Fonte: Reuters

Moedas de cobre do Império Romano são encontradas em ruínas de castelo no Japão

Moedas de cobre do Império Romano são encontradas em ruínas de castelo no Japão

Quatro moedas de cobre do Império Romano foram achadas nas ruínas de um castelo em Okinawa, representando a primeira descoberta do tipo no Japão. Segundo o painel da educação da cidade de Uruma, as 4 moedas encontradas, que poderiam datar dos séculos III ou IV do Império Romano, foram descobertas nas ruínas do Castelo Katsuren, que existiu entre os séculos XII e XV.
O comércio de Okinawa com a C
hina era próspero naquela época e a descoberta é “um precioso material histórico sugerindo uma ligação entre Okinawa e o mundo ocidental”, segundo o painel. Cada moeda mede entre 1,6 a 2 cm de diâmetro. Os designs e padrões em ambos os lados não eram claros devido à abrasão.
Baseado em análise de raio-X, no entanto, o painel disse que as moedas aparentam ser uma imagem de Constantine I e de um soldado segurando uma lança. Outras relíquias descobertas no local incluem uma moeda do século XVII, do Império Ottoman, assim como outros 5 itens circulares metálicos que também aparentam serem moedas.
As ruínas do Castelo Katsuren foram registradas em 2000 na lista de Patrimônio Mundial como parte dos Locais Gusuku e Propriedades Relacionadas ao Reino Ryukyu, um grupo de monumentos antigos e ruínas de castelos na província de Okinawa. As moedas estarão em exibição no Museu Histórico de Uruma até o dia 25 de novembro.
Fonte: Japan Times

S11D: maior projeto de minério de ferro da história da Vale


Localizada no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, a mina de S11D dá nome ao maior projeto de minério de ferro da história da Vale, com capacidade de produção estimada de 90 milhões de toneladas por ano. Todo o empreendimento, que inclui mina, usina e logística ferroviária e portuária, está com 79% de suas obras físicas finalizadas e entrará em operação no segundo semestre de 2016. O avanço físico da mina e usina está em 90%, enquanto da parte logística alcançou 70%1. Os investimentos totais são de US$ 14,3 bilhões – US$ 6,4 bi, aplicados na implantação da mina e da usina e US$ 7,9 bi, referentes à construção de um ramal ferroviário de 101 quilômetros, à expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e à ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA).
Executado simultaneamente no Pará e no Maranhão, trata-se do maior investimento privado no Brasil nesta década, que irá impactar positivamente na balança comercial do país e dará um novo impulso ao desenvolvimento econômico e social dos dois estados. A menor interferência possível no bioma amazônico também foi considerada pelo empreendimento, que terá grande parte da sua operação instalada fora da Floresta Nacional de Carajás (Flonaca), uma unidade de conservação que a Vale ajuda a proteger desde a sua criação, em fevereiro de 1988.
Ao lado de novas minas em operação, no Pará, e de projetos de expansão em Minas Gerais, o S11D permitirá à Vale aumentar a sua competitividade no mercado internacional nos próximos anos. O minério de ferro extraído na mina é de altíssima qualidade e tem baixo custo de produção. Essa vantagem competitiva permitirá à empresa aumentar a blendagem (mistura), em portos no exterior, do minério de S11D com os que são produzidos nos chamados sistemas Sul e Sudeste, em Minas Gerais, de teor de ferro mais baixo, trazendo melhoria na precificação do produto final.
No pico das obras, o projeto chegou a absorver uma mão de obra de 30 mil trabalhadores, a grande maioria residente no Pará e no Maranhão, considerando as frentes de trabalho em todo o projeto (mina, usina e logística). Na fase de operação da mina, a partir do final do ano, a previsão é que sejam gerados 2,6 mil empregos diretos e, pelo menos, outros 7 mil indiretos, se forem considerados as demandas por serviços geradas pelo empreendimento na região de Canaã dos Carajás.
O empreendimento recebeu este nome a partir da sua localização: trata-se do bloco D do corpo S11, que fica na Serra Sul da grande região de Carajás. Ao norte, está a Mina de Carajás, em operação desde 1985, situada em Parauapebas, município vizinho a Canaã. Para fins geológicos, o S11D é apenas um bloco do corpo que foi dividido em quatro partes: A, B, C e D. O potencial mineral do corpo S11 é de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro, sendo que só o bloco D possui reservas de 4,24 bilhões de toneladas. As primeiras sondagens na região datam dos anos 1970. No início dos anos 2000, foram feitos os primeiros estudos de capacidade técnica e viabilidade econômica, que levaram à atual configuração do projeto. A Licença Prévia (LP) saiu em junho de 2012 e, um ano depois, foi emitida a Licença de Instalação (LI). Hoje, a vida útil da mina está estimada em 48 anos.
O S11D prevê a instalação de uma mina e de uma usina de processamento de minério de ferro, com três linhas de produção – cada uma com capacidade de processamento de 30 milhões de toneladas/ano. O minério será lavrado a céu aberto e levado da mina até a usina por meio de um Transportador de Correia de Longa Distância (TCLD). A usina, os pátios de estocagem e regularização de minério, as pilhas de estéril e canga (minério de ferro com alto teor de fósforo) e a área de manobra e carregamento de trens estão localizados em um terreno de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás. Com a solução foi possível reduzir em mais de 40% a supressão vegetal na Floresta Nacional de Carajás quando comparado com o plano diretor original, de 2,6 mil hectares. A Flonaca tem 412 mil hectares e, mesmo depois da implantação do S11D, apenas cerca 3% terão sofrido interferência pelas atividades de mineração desde que a Vale se instalou na região, há 30 anos.
Além de diminuir o impacto na floresta, a empresa também adquiriu diversas propriedades no entorno da usina e das futuras pilhas de estéril e canga, no total de 10,3 mil hectares. Parte da área vem sendo reabilitada para compor a Reserva Legal do projeto, que integra um programa de conectividade de fragmentos florestais. São terrenos degradados, ocupados por pastos, que estão sendo reabilitados com floresta nativa. Até o momento, um total de 2,2 mil hectares de áreas degradadas encontra-se em recuperação. A área equivale a 2 mil campos de futebol. O trabalho vem sendo realizado em parceria com o Instituto Tecnológico Vale (ITV), com acompanhamento do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e do Ibama.​
Máquina recuperadora em operação em um dos pátios do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira


Tecnologia
Uma das principais soluções tecnológicas que transformam a mina de S11D em referência em termos ambientais é a adoção do sistema truckless, um conjunto de estruturas composto por escavadeiras e britadores móveis interligados por correias transportadoras, que, ao todo, somam cerca de 30 quilômetros de extensão operando dentro da mina. O novo sistema substitui os tradicionais caminhões fora de estrada, comuns na mineração. Se fosse uma mineração convencional, seriam necessários 100 caminhões fora de estrada de 240 toneladas de capacidade. Sem os caminhões, a Vale reduzirá em cerca de 70% o consumo de diesel. A menor utilização de equipamento de mineração também representa uma redução significativa na produção de resíduos, tais como pneus, filtros de óleo e lubrificantes.
O truckless é muito utilizado na lavra de carvão, onde as camadas de minério são contínuas e homogêneas. As características do corpo mineral do S11D permitiram aplicar essa configuração de lavra, pois se trata de um corpo mineral longilíneo, de 9,5 quilômetros de extensão por 1,5 quilômetros de largura e uma profundidade de 300 metros, com relativa homogeneidade. Sem tais dimensões, não seria possível utilizar o truckless.
Localizada no alto da serra, a 400 metros de altitude acima do local onde está sendo instalada a usina, a mina do S11D contará com quatro sistemas de escavadeiras e britadores móveis operando simultaneamente. Depois de britado, o material recolhido na frente de lavra será transportado por correias até uma casa de transferência, onde o minério de ferro, a canga e o estéril serão separados e direcionados para a usina de processamento ou para o empilhamento. O minério será enviado à usina por meio do Transportador de Correia e Longa Distância, composto por um conjunto de três linhas de correia com comprimento de nove quilômetros. Outras duas linhas, de aproximadamente cinco quilômetros cada, levarão o estéril e a canga para a área das pilhas, também localizada fora da Floresta Nacional de Carajás. Apesar da elevada presença de fósforo, considerado um contaminante no processo siderúrgico, a canga tem alto teor de ferro e, por isso, será depositada em uma pilha à parte e poderá, no futuro, ser utilizada comercialmente.
A usina do S11D usará também uma rota de processamento desenvolvida pela Vale e que permitirá reduzir em 93% o consumo de água, o equivalente ao abastecimento de uma cidade de 400 mil habitantes. Já utilizado em algumas plantas de Carajás, o beneficiamento à umidade natural – ou a seco, como também é conhecido – vai diminuir o consumo mensal de água para 110 mil metros cúbicos contra quase 1,7 milhão de metros cúbicos por mês em uma planta a úmido. Outra vantagem é a eliminação de barragens de rejeitos, que exige um rigoroso controle ambiental. O ultrafino de minério com alto teor de ferro, que iria para a barragem, não será descartado, permitindo que seja incorporado à produção.
Outra inovação do S11D é a utilização do conceito de modularização para a construção da planta, similar ao usado na indústria de petróleo na construção de plataformas marítimas. As estruturas, incluindo outros equipamentos da planta, foram encaixadas, soldadas e aparafusadas, como se fossem grandes peças de lego. A tecnologia permitiu que os módulos – 109 no total, com peso entre 80 e 1,3 mil toneladas – fossem montados em uma área da Vale distante a pouco mais de 40 quilômetros do local onde está sendo construída a usina. Uma estrada foi especialmente preparada e asfaltada para suportar o peso e as dimensões dos módulos e depois será doada ao governo do Estado do Pará, beneficiando a comunidade local. A transferência dos 109 módulos se encerrou em agosto de 2015 e a sua montagem, na usina, em outubro do mesmo ano.
Com o truckless, somado ao beneficiamento à umidade natural, a Vale terá uma redução anual de, no mínimo, 50% das emissões de gases do efeito estufa, o que significa cerca de 130 mil toneladas de CO2 equivalente que deixarão de ser emitidas. Haverá ainda uma economia de 18 mil MWh/ano de eletricidade, o equivalente ao consumo de 10 mil residências. Trata-se de um projeto que reforça o compromisso da empresa de reduzir suas emissões e o uso de recursos naturais em seus processos.
Logística
Após o processamento na usina, o minério de ferro de S11D será transportado por ferrovia até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís. Para viabilizar o transporte, foi preciso construir toda uma logística, que irá consumir quase 60% do investimento de US$ 14,3 bilhões, orçado para o empreendimento. O chamado S11D Logística consiste na construção de um ramal ferroviário, com 101 quilômetros de extensão; na expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC); e na ampliação do TMPM.
O ramal ferroviário, que obteve a Licença de Operação em 14 de setembro, vai ligar a usina de processamento do S11D à EFC. Ele conta com quatro túneis, os primeiros a compor a logística de transporte norte da Vale, com extensão entre 500 e 985 metros. Na construção dos túneis foram usados robôs com braços mecanizados capazes de aplicar concreto a partir de comando remoto. Com a tecnologia de ponta pioneira em obras na região, foi possível reduzir os tempos de concretagem, garantindo maior produtividade e segurança para os trabalhadores.
Toda a obra foi pensada buscando interferir o mínimo possível na Floresta Nacional de Carajás. Dos 101 quilômetros de percurso do ramal, apenas três passam por dentro da unidade de conservação. A maior parte corta áreas de pastagens, adquiridas pela Vale. No trecho de floresta, foram construídas quatro pontes suspensas sobre rios da região, com o objetivo de deixar a área abaixo da construção livre, para que seja naturalmente revegetada, permitindo ainda a manutenção da conectividade florestal. Operacionalmente, com os trechos suspensos da ferrovia, será possível também manter a circulação de trens em períodos de cheia na região. Além disso, por toda extensão da ferrovia, foram instaladas 32 passagens para permitir a circulação de animais silvestres. As travessias incluem até passagens para primatas.
O ramal do S11D vai se conectar à Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, no Sudeste do Pará. Considerada uma das ferrovias mais eficientes do mundo2, a EFC tem 892 quilômetros de extensão, mas opera em linha singela – ou seja, uma única linha com tráfego nos dois sentidos. A ferrovia é entrecortada por pátios de manobra ao longo de toda a sua extensão, que funcionam como desvios, permitindo o vai-e-vem dos trens. Por meio de 48 interconexões entre esses pátios, no total de 570 quilômetros de novos linhas férreas, será possível duplicar a ferrovia. Outras 55 interconexões, perfazendo um total de 220 quilômetros, estão sendo remodelados.
Atualmente, circulam na Estrada de Ferro Carajás 56 composições simultaneamente, somando trens de minério, de carga geral e passageiro. Entre as composições, está um dos maiores trens de carga do mundo em operação regular, com 330 vagões e 3,3 quilômetros de extensão. Nele, é possível transportar 33 mil toneladas de minério de ferro de uma só vez, o equivalente a mil carretas. Com a duplicação da EFC, será possível aumentar a circulação para 69 composições simultâneas, o que permitirá atender ao aumento de produção de minério de ferro que virá com o S11D e com os projetos de expansão do Complexo Minerador de Carajás.
Expansão de Ponta da Madeira
Por fim, dentro do S11D Logística, estão incluídas as obras de expansão do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. No fim do primeiro semestre de 2016, a Vale concluiu as etapas de expansão do terminal ferroviário, dentro do porto. Com a conclusão, o TMPM terá sua capacidade nominal aumentada para 230 milhões de toneladas por ano. Este patamar de produção, porém, não será alcançado de imediato. Isto porque as obras do porto dependem das demais etapas do Projeto S11D – conclusão das obras do ramal e da duplicação da EFC, além da construção da usina de processamento e da operação da mina em Canaã dos Carajás.
As obras do TMPM incluem ampliações onshore e offshore, além da expansão do terminal ferroviário, localizado dentro do porto. No offshore, faz parte do projeto a construção de um novo berço no Píer IV, o berço Norte, acrescido de um carregador de navios, replicando o mesmo desenho do já existente berço Sul. A vantagem do Píer IV em relação a outros portos brasileiros é a capacidade de receber navios de grande porte como o Valemax, maior mineraleiro do mundo, com capacidade de 400 mil toneladas, 362 metros de comprimento e 65 metros de largura. Por ser desabrigado – ou seja, sem molhes ou quebra-mar -, o píer exigiu um cuidado com segurança redobrado da Vale, já que a construção foi executada avançando sobre o mar.
O sistema de amarração do Píer IV é único no mundo para navios com capacidade de 400 mil toneladas. Por sofrer grande incidência das correntes de marés e não possuir uma obra de engenharia de abrigo, o píer conta com cabos de terra que auxiliam na amarração dos navios nos berços. No Valemax, são utilizados 16 cabos de terra e 20 de navio, totalizando 36 cabos. O sistema permite às gigantescas embarcações operarem sem restrição no píer. Os berços contam com dois carregadores com capacidade para embarcar 16 mil toneladas por hora, os chamados Dual Quadrant, considerados os maiores do mundo nesta categoria. As obras de conclusão do berço Norte do Píer IV e a instalações do carregador de navios Dual Quadrant estão dentro do cronograma esperado.
Já as obras onshore preveem a ampliação da retroárea do porto, onde estão sendo construídos quatro novos pátios de estocagem de minério, com capacidade para 600 mil toneladas cada. Eles vão se somar a outros nove já existentes. Os novos pátios contam com dois viradores de vagões, uma empilhadeira, duas recuperadoras e duas empilhadeiras-recuperadoras. Por fim, o projeto de ampliação de Ponta da Madeira inclui ainda a expansão do terminal ferroviário, entregue no final de julho. O Terminal Ferroviário de Ponta da Madeira é composto pelo Posto de Inspeção e Abastecimento de Locomotivas (Pial) e uma oficina de vagões, que inclui um centro de troca e manutenção de rodeiros – tecnicamente nomeados de Centro de Troca de Rodeiros (CTR) e Centro de Manutenção de Rodeiros (CMR). Ambos adotam tecnologias inéditas, capazes de aumentar exponencialmente o ciclo de produtividade nessas operações de rotina. Hoje, são quase 15 mil vagões usados para o transporte de minério de ferro na EFC e, em 2018, quando o S11D estiver em plena produção, serão 19 mil. O aumento do número de vagões em circulação na ferrovia, tornará o processo de troca de peças uma tarefa ainda mais complexa. E é aí que o papel da nova oficina de vagões e do novo posto de abastecimento de locomotivas será importante para garantir o crescimento da capacidade da EFC.
Normalmente, se gasta muito tempo com as operações de manejo da composição ferroviária para conseguir retirar dela um único par de vagões e encaminhá-lo à manutenção. Na nova oficina de vagões, que ocupa uma área de 20 mil m2, é possível parar uma composição inteira de 110 vagões – cada trem de 330 vagões que circulam na EFC é composto por três partes iguais de 110 vagões puxados por uma locomotiva cada. Ali, são feitas manutenções corretiva e preventiva dos vagões. Outro ganho está no processo de troca do sistema de rodas e eixos (rodeiro), que foi totalmente reformulado. A unidade com defeito para sobre um equipamento especial subterrâneo por onde o rodeiro é desencaixado e substituído por um novo, sem precisar desconectar o par de vagões, como é feito hoje. A solução reduz o tempo de troca para apenas 15 minutos. É possível fazer a mesma operação em série, o que gera economia de tempo na operação dos trens.
Já o posto de abastecimento de locomotivas implantado em Ponta da Madeira lembra o de um pitstop de Fórmula 1, pois está totalmente integrado com o circuito ferroviário. Hoje, a locomotiva tem que sair do circuito e ser levada até uma oficina, onde é abastecida e submetida a manutenções corretiva e preventiva. No Pial, é possível abastecer, inspecionar e realizar pequenas manutenções em até 12 locomotivas simultaneamente.
1 Dados relativos ao segundo trimestre de 2016.
2 Segundo estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), de 2012, a EFC apresenta a maior produtividade por TKU/ano e menor preço médio entre as ferrovias brasileiras.
Fonte: Vale

Você conhece um gossan?

Você conhece um gossan?

por Pedro Jacobi
Definição
Gossan, segundo a definição original é o produto do intemperismo sobre sulfetos maciços de minérios econômicos.
Um sulfeto maciço, por sua vez tem que ter mais de 50% do peso em sulfetos... Esta é a definição inicial, que está sendo abandonada.
Hoje, a visão dos Geólogos de Exploração sobre os gossans evoluiu: gossans são produtos de intemperismo de rochas sulfetadas não necessariamente maciças e não necessariamente derivados de sulfetos economicamente interessantes.
Gossans são, também, chamados de chapéus de ferro (Francês).
Em alguns casos são chamados de gossans os ironstones derivados do intemperismo sobre carbonatos ricos em ferro como a siderita.
Eu prefiro a definição com caráter econômico, que tem tudo a ver com a exploração mineral. Desta forma evitaremos a bastardização do termo gossan.

Gossan
Mineralogia do Gossan
Os principais minerais de um gossan são os óxidos de ferro como a goethita, hematita lepidocrosita e, por vezes, a jarosita.
Outros hidróxidos de ferro comuns são geralmente agrupados como limonitas.
Estes óxidos conferem à rocha a sua característica ferruginosa com cores fortes, ocre vermelho-amareladas.
Um bom geólogo de exploração ao ver um gossan pode, pelas suas cores, determinar, imediatamente, se ele tem um maior interesse econômico.
Ouro em gossan de pirita
Localização dos gossans
A rocha encontra-se na superfície podendo ou não estar imediatamente acima dos sulfetos originais.
Esta situação é imensamente favorável à descoberta de sulfetos.
No entanto alguns gossans podem ser transportados. Neste caso os óxidos migraram, dissolvidos em ácidos e se precipitaram longe dos sulfetos de orígem.
Nestes casos a assinatura geoquímica do gossan é mascarada e pode levar ao geólogo acreditar que se trate de mais um ironstone sem interesse econômico.

Geoquímica
Em geral um gossan é poroso e pulverulento.
 Seus minerais são formados pela decomposição dos sulfetos o que gera a formação de ácido sulfúrico. O ácido acelera sobremaneira a decomposição dos minerais, lixiviando parcial ou totalmente os elementos solúveis.
A lixiviação pode ser tão intensa que os elementos solúveis como zinco ou até mesmo o cobre podem não mais estar presentes no gossan.
Portanto a simples avaliação química de um gossan deve levar em conta, também, aqueles elementos traços menos móveis que talvez estejam ainda presentes e que possam caracterizar a rocha como interessante.
O gossan acima é de pirita aurífera e o que se vê, no final do processo de formação são os boxworks de pirita e o ouro, imóvel neste ambiente.
Esses estudos de fingerprinting são fundamentais quando o assunto é gossan.Texturas
Durante o processo de decomposição é comum que a textura original dos sulfetos se mantenha de uma forma reliquial: as chamadas boxwork textures.
Texturas boxworks são entendidas por um pequeno e seleto grupo de geólogos.
Elas indicam, em um grande número de casos, qual foi o sulfeto original.
Em muitos gossans os boxworks só podem ser vistos ao microscópio petrográfico.

Foi essa correlação entre textura boxwork e o sulfeto original que gerou trabalhos clássicos sobre gossans, como o do pioneiro Ronald Blanchard ou o do geólogo Ross Andrew, possivelmente inexistentes nas bibliotecas das escolas de geologia.
A determinação dos sulfetos a partir das texturas é uma arte que está sendo perdida nos nossos dias e tende a desaparecer com a chegada dos equipamentos de raio x portáteis.
No entanto todo o geólogo de exploração que se preze tem que conhecer, razoavelmente, as principais texturas boxworks de gossans derivados de calcopirita, pirita, galena, esfalerita, carbonatos de ferro, pirrotita e outros.
Sem esse conhecimento você poderá estar "chutando fora" uma descoberta importantíssima.

Gossan
Descobertas minerais através da identificação de gossans
Foi através da descoberta de gossans na superfície que foram descobertas a maioria das jazidas de níquel sulfetado tipo Kambalda na Austrália na década de 60 e 70.
Nesta época, a capacidade do Geólogo de distinguir entre gossans derivados de sulfetos de Cu-Ni dos derivados de sulfetos estéreis como a pirita e pirrotita foi o diferencial entre os bem sucedidos e os losers.
Foi nesta época que se desenvolveu a microscopia de gossans pois, como dissemos anteriormente, muitos gossans tiveram seus elementos econômicos lixiviados quase que totalmente restando somente o estudo de boxworks para a identificação dos sulfetos originais.

A determinação e estudo de gossans e de boxwork textures levou à descoberta de inúmeros porphyry coppers como muitos dos gigantescos depósitos de Cu-Au-Mo dos Estados Unidos, Andes e mesmo na Ásia.

No Brasil é clássico o gossan de Igarapé Bahia, que foi lavrado por anos a céu aberto como um minério de ouro apenas...até a descoberta de calcopirita (Depósito Alemão) associada a magnetita, em profundidades maiores que 100m.
Se os Geólogos da Vale, desta época, entendessem de gossans, a descoberta do Alemão não seria feita por geofísica com décadas de atraso como foi o caso.

Mesmo descobertas como o depósito de Cobre de alto teor Mountain City em Nevada, 1919, foi uma decorrência de um estudo feito por um prospector de 68 anos chamado Hunt em um gossan tido como estéril.
O gossan, que não tinha traços de cobre, jazia poucos metros acima de um rico manto de calcocita...
Hunt não sabia o que era um gossan mas acreditava que a rocha era um leached cap ou um produto de lixiviação de sulfetos.
Ele tinha o feeling, coisa que todo o Geólogo de Exploração deve ter.
Exemplos como estes devem bastar para que você se convença da importância dos gossans na pesquisa mineral.

gossan opalino

A foto do gossan silicoso acima é um excelente exemplo.
Eu coletei essa amostra exatamente sobre um sulfeto maciço de Cu-Ni no Limpopo Belt em Botswana (Mina de Selebi Phikwee) minutos antes do gossan ser lavrado.
O gossan estava 5 metros acima do sulfeto fresco...Neste caso o gossan é constituído quase que exclusivamente por sílica (calcedônia) de baixa densidade (devido aos poros microscópicos).
Trata-se de uma rocha intensamente lixiviada pelo ácido sulfúrico da decomposição dos sulfetos. Até o ferro foi remobilizado desta amostra. A cor amarelada da amostra se mesclava com cores avermelhadas no afloramento.
Somente ao microscópio que aparecem os boxworks de calcopirita e de pirrotita e pentlandita.
Selebi-Phikwe em produção desde 1966 deverá ser fechada e o gossan opalino será história.

Com certeza esse foi o último opaline gossan de Selebi-Phikwe.
O mais interessante é que as análises que eu fiz no Brasil mostraram cobre abaixo de 100ppm e níquel em torno de 150ppm.
Em outras palavras qualquer um que coletar uma amostra em ambiente ultramáfico que analise 70 ppm de Cu e 150ppm de Ni não vai soltar foguetes. Vai possivelmente desconsiderar a amostra e partir para outra. Ele poderá estar perdendo uma oportunidade extraordinária por desconhecer o que um gossan.

Se você ainda não está convencido da importância dos gossans entre no Google e pesquise duas palavras: gossan discovery. O Google vai listar milhares de papers sobre descobertas minerais feitas a partir de um afloramento de gossan.

Quem sabe a próxima descoberta será sua...

Fique atento e estude: Você é o que você sabe!!