quinta-feira, 20 de outubro de 2016

País leiloará áreas para exploração minerária em novo esquema para atrair investidor

País leiloará áreas para exploração minerária em novo esquema para atrair investidor

O governo federal planeja leiloar no primeiro semestre do ano que vem 22 mil áreas para exploração minerária, que serão agregadas em pacotes para atrair maior interesse, sendo que 8 mil serão ofertadas ainda no primeiro trimestre, afirmou nesta quarta-feira o presidente do estatal Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Leonardo Ledsham.
Com a licitação, segundo Ledsham, o governo busca atrair investimentos para as chamadas áreas em disponibilidade –aquelas que já tiveram algum alvará de pesquisa, mas acabaram devolvidas ao governo– no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM).
Segundo o presidente do CPRM, a atual estrutura utilizada para atrair investimentos em pesquisa para áreas em disponibilidade é ineficiente e burocrática. Os interessados precisam requer as áreas ao governo, e ainda não têm muitas informações sobre a geologia do local, em um “processo moroso”.
Agora, o leilão será possível graças a um acordo realizado entre o CPRM e o DNPM, assinado neste mês, que permitirá que o investidor tenha informações sobre as áreas, agregando valor aos ativos.
Ledsham comentou que o CPRM tem um conjunto de informações geológicas do Brasil muito importante, que irá contribuir para elevar o interesse pelas áreas, uma vez que os dados serão disponibilizados aos interessados.
Segundo ele, entre 2010 e 2014 o CPRM realizou estudos em cerca de 95 por cento de áreas do Brasil consideradas com potencial geológico.
“As áreas em disponibilidade já existem, a gente quer mais transparência e agilidade… a gente quer dar eficiência ao DNPM”, afirmou Ledsham, em entrevista a jornalistas durante um evento no Rio de Janeiro.
Embora o fator de licitação da oferta seja bônus de assinatura, Ledsham explicou que valores mínimos serão simbólicos.
Ele não deu detalhes sobre o tamanho dessas áreas ou o tipo de minério que será explorado.
As áreas serão segmentadas em pacotes, segundo critérios geológicos, explicou.
Os investidores que arrematarem esses pacotes no leilão terão três anos para realizar pesquisas, renováveis por mais três anos.
Ledsham destacou que o Brasil investe muito pouco em exploração minerária comparado com outros grandes países mineradores do mundo.
INTERESSE DE FUNDOS
Também em busca de atrair investimentos para a mineração no Brasil, o governo vai ofertar em 2017 um total de nove projetos à iniciativa privada, dentro do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI).
Nessa licitação, o governo não cobrará bônus de assinatura. Vencerão as áreas os investidores que prometerem o maior volume de investimentos em pesquisas nesses terrenos para os próximos três anos.
No contrato com o governo, haverá mais detalhes sobre quais os royalties que serão pagos caso as áreas se tornem comerciais.
Quatro desses projetos, já detalhados, serão leiloados no segundo trimestre do ano que vem, também em leilão eletrônico, revelou Ledsham.
São eles: Fosfato, de Miriri (PB/PE); cobre-chumbo-zinco, de Palmeirópolis (TO); cobre, de Bom Jardim de Goiás (GO); e carvão, de Candiota (RS).
As demais cinco áreas, ainda não reveladas, serão leiloadas no segundo semestre de 2017, segundo o presidente do CPRM.
Ledsham afirmou que o governo já foi procurado por três fundos estrangeiros interessados nos quatro projetos, sobre os quais já foram apresentadas informações mais detalhadas aos investidores, incluindo estimativas de recursos.
Na próxima semana, Ledsham viajará para um “road show”, juntamente com o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vicente Lôbo, cuja programação passa por países como Peru, Londres e Canadá.


Fonte: Reuters

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Turmalina Paraíba

Turmalina Paraíba


Realmente o Brasil é uma terra de muitas preciosidades. A Etheral Carolina Divine também foi encontrada em nossas terras, classificada com uma turmalina Paraíba. As turmalinas Paraíba são nomeadas desse jeito por serem encontradas com maior facilidade nesse estado do Nordeste, apesar de serem extremamente raras. O principal diferencial dessa pedra é o tom de cor, levemente azulado, que não é encontrado em nenhum outro lugar do mundo.
A Etheral Carolina Divine vale aproximadamente US$ 100 milhões e já não se encontra no Brasil. Atualmente, o dono dela é o canadense milionário Vincent Boucher. Ela é a maior e mais preciosa turmalina Paraíba já encontrada no mundo.

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Nova mina de Turmalina Paraíba renderia 1 bilhão de dólares a investigados na operação 'sete chaves'

Os diálogos interceptados durante a Operação Sete Chaves revelam a descoberta de nova reserva de turmalinas Paraíba, negócio “muito bom”, segundo os investigados. Eles comentam que lucrarão cerca de “um bilhão de dólares” com o negócio e que estarão “bem de vida até a sexta geração da família de todos eles”.
Diálogo interceptado, em abril, revela a visita de especialistas do Gems Institute of America à mina em São José da Batalha. No trecho, um dos investigados comenta que na semana anterior havia extraído pedras de qualidade e que a visita dos americanos foi encomendada por Sebastião Lourenço e Azizi, com o objetivo de analisar a qualidade da extração das turmalinas paraíba.
 Uma expedição do GIA visitou minas brasileiras nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Paraíba. A expedição tinha o objetivo de “reunir informações e documentar o estado atual das minas de pedras coloridas, particularmente esmeralda e turmalina”.
Turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta
Estima-se que um quilate (0,2 grama) da pedra custa em média U$ 30 mil e pode chegar a custar até U$ 100 mil, dependendo das características da gema. A maior dessas pedras já encontrada, a Ethereal Carolina Divine Paraíba, tem 191,87 quilates e é de propriedade do filantropo canadense Vicente Boucher. A pedra foi avaliada em até U$ 125 milhões.Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as gemas do distrito de São José da Batalha (PB) conseguem alcançar teores de cobre acima de 2% A turmalina paraíba é uma das pedras preciosas mais caras do planeta. Em razão de suas características particulares, de seu azul incandescente, a gema paraibana exerce fascínio em todo o mundo, sendo utilizada nas joias confeccionadas por grifes nacionais (Amsterdan Sauer e H Stern) e internacionais (Dior e Tiffany & Co UK).

As turmalinas são um minério comum encontrado em várias localidades. Entretanto, a autêntica turmalina paraíba possui traços de cobre, manganês e ouro em percentuais únicos, o que proporciona um efeito de fluorescência que não se encontra em nenhuma outra gema. Embora haja turmalinas em outras regiões do Brasil e do mundo, apenas as turmalinas do distrito de São José da Batalha (PB), conseguem alcançar teores de cobre acima de 2%. No Rio Grande do Norte e África, onde se exploram também turmalinas, os teores de cobre não chegam a 0.80%.
A pedra foi batizada de turmalina paraíba por ter sido encontrada pela primeira vez em São José da Batalha, distrito do Município de Salgadinho, na região do Cariri, interior da Paraíba, a 244 km da capital. Segundo relatos da imprensa, a primeira turmalina paraíba foi descoberta em 1982 por Heitor Dimas Barbosa, dono da Mina da Batalha. Na época da descoberta, Heitor Barbosa foi citado em revistas estrangeiras como o homem que descobriu a raríssima turmalina paraíba. A qualidade excepcional da pedra foi comprovada pelo Gemological Institut of America (GIA) nos Estados Unidos.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Gemas de Cor

Gemas de Cor

As mais belas gemas de cor encontradas no Brasil, compõem as jóias criadas pela berylo.
A Água-marinha foi descoberta em Madagascar num passado remoto. Hoje, o maior produtor de Águas-marinhas no mundo é o Brasil, com jazidas em Minas Gerais, Paraíba, Espirito Santo, Rio Grande do Norte e Bahia. De tamanhos variados em sua forma natural, a maior de todas as Águas-marinhas pesava 109 quilos quando foi descoberta em 1920, no Brasil.
Águas-marinhas são cortadas sobretudo em lapidação “esmeralda”, ou retangular para melhor deixar transparecer o brilho de sua cor. No entanto, há muitas pedras de grande
valor e imensa beleza lapidadas em “pêra” ou em ovais de diversos tipos. As Águas-marinhas mais lindas e valiosas são as de intenso azul celeste totalmente translúcidas, com pouca ou nenhuma sombra de verde.
Utilizada desde tempos imemoriais por reis e bispos, a Ametista transmite a quem a traz consigo poderes psíquicos e contemplativos. O alto clero hebreu usava ametistas em seus paramentos e, mais recentemente, podem-se ver essas preciosas pedras púrpuras entre as jóias da coroa da Inglaterra e na Fleur de Lys da realeza da França.
A ametista é um quartzo com ferro. Os melhores espécimes são encontrados no Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul e no Pará. O Uruguai, o Japão e a Rússia também são grandes produtores. Ao ser aquecida, esta pedra pode mudar de cor e adquirir tonalidades do amarelo e do marrom, sendo que uma variedade – encontrada unicamente no Brasil – torna-se verde sob a ação do calor.
A ametista pode ser lapidada em diversas formas. As prediletas são o cabochão – lapidação semi-esférica, de acabamento não facetado, que pode ser utilizada em anéis e abotoaduras – e as gotas que, em brincos e pingentes, dão especial realce ao brilho desta gema. A ametista é também muito utilizada como peça ornamental na sua forma de geodo ou capela.
O quartzo chamado Citrino varia do amarelo pálido ao dourado profundo e deve sua cor a traços de ferro em sua composição química.
Uma das mais importantes fontes brasileiras dessa gema preciosa e acessível é a Mina da Serra, localizada no Rio Grande do Sul, que hoje produz cerca de trezentos quilos de Citrino por mês. Outros estados produtores são Goiás, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo.
É umas das Gemas mais antigas utilizadas na ourivesaria mundial,
Sendo encontrada em jóias que remontam as civilizações antigas como os impérios grego e romano.
Uma das mais valiosas e desejadas pedras preciosas de toda a história. No antigo Egito, Cleópatra (cujas minas ficaram famosas) adornava-se com belas esmeraldas, pois então se acreditava que nelas residiam a beleza eterna e a clareza de raciocínio. Incas e Astecas empregavam as esmeraldas em rituais e jóias talismânicas por acreditarem que eram pedras sagradas. Os Gregos chamavam-na de Deusa Verde e entre os antigos Romanos era cultuada como a pedra do amor. Em quase todas as coroas reais a esmeralda está presente, pois acredita-se que ela aumente a capacidade de raciocínio e a intuição.
No Brasil as primeiras jazidas de esmeraldas de boa qualidade somente foram encontradas em 1963, em uma localidade chamada Salininha, na Bahia.
Nomes utilizados pelo mercado
  • esmeralda colombiana – denominação do mercado para esmeraldas de alta qualidade
  • esmeralda russa ou siberiana – denominação da menos azulada com mais inclusões e cor mais clara que as gemas colombianas
  • esmeralda brasileira – termo usado algumas vezes para as gemas verde claro
  • esmeralda sandawana – termo usado para gemas de verde profundo, normalmente de tamanho pequeno e com muitas inclusões
  • esmeralda da Zâmbia – termo usado para as gemas ligeiramente acinzentadas
A Turmalina é certamente uma das gemas mais fascinantes na natureza, pois pode ser encontrada em virtualmente todas as cores do arco-íris Muito comum também é existir mais de uma cor num mesmo cristal, originando o que chamamos de Turmalina bicolor, tricolor ou até mesmo multicolorida.
A Verdelita, de cor verde como o nome indica, é a variedade que é lembrada quando se menciona a pedra preciosa Turmalina. Existem, porém, muitas outras “turmalinas”. Uma das variedades mais valiosas é a Rubelita, nome comercial daquela que varia do rosa ao vermelho, confundia até o século XVIII com o Rubi.
A Turmalina-melancia é outra variedade famosa, especialidade do Brasil, que, como o nome diz, tem o núcleo rosa ou vermelho, rodeado da cor verde se cortada perpendicularmente ao eixo do cristal.
Hoje em dia, a maior fonte de Turmalina, suprindo o mercado mundial com seus belíssimos espécimens, é o Brasil, principalmente os estados de Minas Gerais e Bahia. Outros países produtores são o Sri Lanka, o Afeganistão, os Estados Unidos e Burma.
Além das variedades Rubelita e Melancia já mencionadas, temos também a Indicolita, ou Indigolita, variando do verde-azulado ao azul. A siberita, de cor violeta, e a Acroíta, incolor. Schorl é o nome dado à Turmalina negra e Dravita às de cor variando do amarelo ao marrom.
A mais cara das variedades de Turmalina, chama-se Paraíba em homenagem ao estado onde foi descoberta, em 1989. Sua beleza deixa comerciantes e clientes de pedras preciosas sem adjetivos para descrevê-la. Néon, fluorescente, elétrico são palavras comumente associadas ao azul e ao verde dessa novíssima gema.

Caterpillar paga o preço de apostar na alta contínua das commodities

Caterpillar paga o preço de apostar na alta contínua das commodities

Doug Oberhelman passou seus primeiros anos como diretor-presidente da Caterpillar Inc. investindo bilhões de dólares em fábricas para produzir mais das conhecidas máquinas amarelas da empresa americana e direcioná-la ainda mais para o setor de equipamentos de mineração. Foi uma aposta ousada — feita espetacularmente na hora errada.
Ontem, Oberhelman anunciou que planeja deixar o cargo no fim do ano. O mundo atravessava um boom global de commodities quando ele assumiu a liderança, em 2010, junto com uma forte demanda pós-recessão dos mercados em desenvolvimento e do setor de petróleo. O mundo comprava escavadoras, retroescavadeiras e caminhões basculantes gigantes a um ritmo veloz.
 Oberhelman apostou que poderia conquistar uma fatia maior se produzisse mais equipamentos. Entre 2010 e 2013, ele investiu quase US$ 10 bilhões em fábricas e equipamentos ao redor do mundo. Grande parte dessa cifra se destinou a aumentar a produção das máquinas de construção CAT, as principais da empresa. Em 2011, a Caterpillar também comprou a fabricante americana de equipamentos de mineração Bucyrus International Inc. para ganhar presença no mercado de escavadeiras para minas a céu aberto e máquinas de mineração subterrânea, que a Caterpillar não produzia.
A Caterpillar iria partir para a ofensiva na China e conquistar mercado, proclamou Oberhelman em 2010. A empresa já havia perdido oportunidades na China antes. Entre 2011 e 2014, a Caterpillar quase dobrou seu número de fábricas e unidades no país, para 26.
“Todo mundo estava convencido de que daquela vez seria diferente”, diz Ken Banks, que se aposentou em 2013 do cargo de gerente de escavadeiras elétricas para mineração da Caterpillar. “Eles pensavam que o mercado chinês estava tão aquecido que os preços das commodities continuariam fortes e a Caterpillar elevaria as vendas substancialmente.”
O ano de 2012 seria o auge para a Caterpillar. Logo depois, as mineradoras começaram a cancelar planos de comprar equipamentos, uma vez que os preços das commodities recuavam. O crescimento da China desacelerou e, aí, os preços do petróleo caíram, junto com a demanda por equipamentos do setor.
Agora, a Caterpillar já está no seu quarto ano consecutivo de queda nas vendas, o mais longo declínio de sua história. A cotação de suas ações subiu 29% este ano — o melhor desempenho entre as ações da Média Industrial Dow Jones — mas é negociada 25% abaixo de seu pico de 2012.
“Todo mundo foi surpreendido pelo tamanho da crise e a extensão dela”, disse Oberhelman em setembro, numa feira de mineração em Las Vegas. “Eu acredito firmemente que nós não poderíamos ter previsto isso na ocasião” da compra da Bucyrus. A Caterpillar não quis disponibilizar Oberhelman para comentar para este artigo.
Ontem, a Caterpillar divulgou que Oberhelman, que tem 63 anos, será substituído por Jim Umpleby, veterano de 35 anos de empresa que atualmente é o diretor-superintendente responsável pelo grupo de energia e transporte. Oberhelman vai continuar presidindo o conselho de administração até o fim de março e, então, deixar a firma.
Crises são comuns no mundo da Caterpillar e suas rivais também estão sofrendo. A Caterpillar, porém, sempre foi uma empresa sólida, uma ação confiável e uma grande criadora de empregos em fábricas de todo o mundo. Agora, ela ficou para trás com a desaceleração da economia.
A Caterpillar cortou 20% de sua força de trabalho nos últimos quatro anos, ou cerca de 30 mil empregos, e afirmou que espera fechar ou agrupar até 20 unidades. Na China, ela fechou uma fábrica e está operando várias abaixo da capacidade. Em agosto, a Caterpillar informou que venderia algumas linhas de equipamentos de mineração adquiridas junto com a Bucyrus.
As ações da empresa subiram 46% desde o início da gestão de Oberhelman, bem atrás da alta de107% do índice S&P 500.
“Eles subestimaram a possibilidade de um colapso no mercado todo”, diz Charles Yengst, consultor americano da área equipamentos. “Eles abriram fábricas por todos os lados para operar num pico de mercado que não acontece todo ano ou mesmo a cada 10 ou 15 anos.”
A Caterpillar ainda é a maior vendedora de equipamentos para construção e mineração e continua ganhando participação de mercado, especialmente na China. A empresa registrou lucros anuais durante toda a gestão de Oberhelman.
Amy Campbell, porta-voz da Caterpillar, diz que a empresa espera encarar a próxima alta do mercado com uma operação fabril mais enxuta. “Estamos reduzindo nossa estrutura de custo”, diz ela. “A empresa aprendeu muitas lições sobre como elevar a capacidade” sem aumentar os gastos de capital.
Oberhelman, que entrou na Caterpillar em 1975 e foi diretor financeiro nos anos 90, assumiu o comando com a estratégia de ampliar o domínio da Caterpillar no mundo em desenvolvimento. Ele colocou a mira, particularmente, em mercados como o Brasil e a China, onde a mineração e a construção de infraestrutura estavam a todo vapor. Ao mesmo tempo, os altos preços do petróleo estavam dando impulso às vendas de equipamentos de exploração.
Determinado a evitar as restrições de capacidade que limitaram o crescimento de vendas da Caterpillar antes da recessão, o executivo elevou a produção nas fábricas existentes e construiu outras nos Estados Unidos.
As mineradoras estavam sinalizando que queriam comprar mais equipamentos de um fornecedor só. A Caterpillar já fabricava algumas máquinas de mineração, mas ainda precisava de outras, como as enormes escavadeiras usadas em minas a céu aberto. A aquisição da Bucyrus resolveu essa deficiência.
Em menos de seis meses no cargo, Oberhelman havia tornado a Caterpillar numa fabricante completa de equipamentos de mineração.
Na China, Oberhelman empreendeu uma campanha frenética de investimentos, comprando a SEM, uma fabricante local de equipamentos de construção, em 2008, e mais tarde a fornecedora de máquinas de mineração ERA Mining Machinery Ltd., por quase US$ 700 milhões, um negócio fechado em 2012. Meses depois, a Caterpillar afirmou que havia encontrado erros no lucro, receita e estoque divulgados pela ERA e acabou dando uma baixa contábil de US$ 580 milhões no valor da firma.
A estratégia de Oberhelman, porém, ainda parecia vencedora. A Caterpillar registrou lucro de US$ 5,68 bilhões em 2012, quase 60% maior que em 2008.
Depois do auge atingido em 2012, viria a reviravolta. Os preços das commodities começaram a cair, a economia da China perdeu força e as vendas de equipamentos caíram em todo mundo.
O mercado enfraqueceu em 2013, com os países em desenvolvimento reduzindo as obras e consumindo menos commodities. As vendas de máquinas e equipamentos da Caterpillar recuaram 16% no ano, ante 2012.
Em 2014, foi a vez dos preços do petróleo começarem a cair. As vendas da Caterpillar despencaram outros 15% em 2015 com a redução das atividades das petrolíferas. A Caterpillar continuou as demissões e, em setembro do ano passado, informou que faria cortes permanentes que superariam 10 mil empregos até 2018.Além disso, a empresa anunciou em agosto que vai vender algumas linhas de equipamentos de mineração subterrânea.
A Caterpillar prevê agora que vai faturar US$ 40 bilhões neste ano, incluindo vendas e a receita de sua divisão financeira, 39% menos que em 2012, e um lucro por ação 68% menor, depois das despesas de reestruturação. No primeiro semestre, a firma obteve uma receita total de US$ 19,8 bilhões, 21% menor que um ano atrás, e o lucro caiu 60%, para US$ 821 milhões.
Oberhelman certamente já não vai estar mais no leme quando a sorte da empresa virar. Ele recentemente alertou que a recuperação não deve começar neste ano. Mas não perdeu o otimismo. Na próxima alta do setor, “seremos um participante importante com um desempenho muito sólido”, disse ele na feira de Las Vegas.
Fonte: WSJ