domingo, 30 de outubro de 2016

Minas de ouro desativadas viram atração turística em Onça de Pitangui

Minas de ouro desativadas viram atração turística em Onça de Pitangui

Grupo de amigos organiza expedição a galerias construídas no século 20.
Durante percurso, visitantes têm contato com parte da história regional.

Ricardo WelbertDo G1 Centro-Oeste de Minas 
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Mina de ouro desativada em Onça de Pitangui (Foto: Nicodemos Rosa/Arquivo pessoal)Turistas percorrem corredor em mina desativada em Onça de Pitangui (Foto: Nicodemos Rosa/Arquivo pessoal)
Galerias subterrâneas construídas há mais de 200 anos por bandeirantes em busca de ouro viraram atração turística em Onça do Pitangui, no Centro-Oeste de Minas. Um grupo de amigos usa a internet para organizar passeios por túneis que ficam em diferentes pontos da cidade. Entre os integrantes, um geólogo explica sobre as formações rochosas encontradas nos caminhos que marcaram o início do desenvolvimento de povoações na região.
A ideia de criar a expedição partiu do pesquisador Vandeir Santos, que conhece muito do que há debaixo da terra na região. "Onça do Pitangui foi formada por bandeirantes e garimpeiros que buscavam ouro nessa região no início do século 18, praticamente ao mesmo tempo que ocorria o mesmo em Pitangui", contou.
Ele está acostumado a explorar galerias como essas. Começou em 2009, visitando algumas que resistem à ação do tempo em Pitangui. Já no município de Onça de Pitangui, fez a primeira exploração em 2010. A expedição mais recente às galerias ocorreu no dia 24 de abril. Começou pela manhã, na Mina da Caixa D'Água, que recebe esse nome porque fica perto de um reservatório.
O grupo seguiu até uma propriedade particular onde fica a entrada do local onde mineradores alemães extraíam ouro nas primeiras décadas do século 20. Hoje o terreno pertence ao arquiteto Rodrigo Vilaça, que abriu as porteiras para os visitantes e acompanhou os procedimentos.
Antes de entrar pelo pequeno buraco que dá acesso ao primeiro corredor subterrâneo, o grupo fez uma pausa para revisar os equipamentos de segurança. Vandeir Santos reforçou algumas dicas que já havia dado ao grupo, como usar calçados fechados, chapéu, blusa e calça compridas e, se possível, carrapaticida.
"Essas galerias sempre têm morcegos e aranhas. O Cláudio Faria, que também as frequenta há mais tempo, já viu uma cascavel em uma das minas de Onça. Aviso ao pessoal que todos devem ficar alertas aos predadores, evitar correr e não esbarrar nas paredes. Já os carrapatos costumam estar nas matas de acesso às fendas".
Paulo Bastos, um dos aventureiros, posa para foto em salão de mina (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Paulo Bastos, um dos aventureiros, posa para foto em salão de mina (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)
No primeiro local visitado existem duas minas com características bastante parecidas. "As paredes têm traços bem específicos. São corredores amplos e bem confortáveis".
O risco de desabamento, diz o pesquisador, é muito pequeno. "Dentro não tem perigo. O terreno é bem estável. Existem canais escavados há séculos e que estão do mesmo jeito até hoje. Só se ocorresse um terremoto, o que é bem difícil no Brasil, é que correríamos algum perigo".
Isaías Leite escalou por fenda e alcançou galerias em níveis superiores (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Isaías Leite escalou por fenda e alcançou galerias
superiores (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)
Em um dos pavimentos, o supervisor de limpeza Isaías Dias Leite Machado, um dos visitantes, decidiu escalar uma galeria vertical e entrar em outra, horizontal, que ainda não havia sido explorada por ninguém do grupo. "Foi uma experiência bem diferente de tudo o que eu já tinha feito. Dá certo medo, mas isso é que é bom. Pretendo participar mais vezes".
Quando já não havia mais o que percorrer nesse conjunto de corredores, o grupo seguiu de carro até outro ponto, localizado a um 1,3 quilômetro ao norte do Centro de Onça de Pitangui. No local, ficam as terras de José de Abreu, um morador de Pitangui que também autorizou a entrada do grupo, que seguiu o curso do Rêgo de Água Limpa, recentemente atingido por rejeitos de mineração.
Ao final, muitos visitantes que ainda não conheciam as galerias ficaram encantados. É o caso da auditora trabalhista Patrícia Ribeiro. "É entretenimento para quem gosta e uma oportunidade para quem ainda não conhece. Cresci brincando nos quintais em Onça de Pitangui, mas não sabia sobre essas minas", disse ela.
Visitantes de antigas galerias de extração de ouro em Onça de Pitangui (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Ângela Luciano, Cláudia Pereira e Patrícia Ribeiro visitam galerias (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)
Existem outras
Segundo Vandeir Santos, existem outras galerias subterrâneas em Onça de Pitangui. Uma delas foi descoberta recentemente, durante uma obra. Essa teve a entrada obstruída por terra.
O fotógrafo Nicodemos Rosa é um explorador de galerias de primeira viagem. Ele conta que deixou o medo de lado e isso valeu a pena. "Ir às entranhas da terra não era algo que me atraía. Mas, quando já estava dentro dos túneis, me fiz um monte de perguntas. Como eram as disposições físicas e mentais das pessoas que trabalharam ali? Isso foi o que me atormentou durante todo o tempo", confidenciou.
Visitantes de antigas galerias de extração de ouro em Onça de Pitangui (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)O fotógrafo Nicodemos Rosa (C) visitou galerias pela
primeira vez (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)
Dentro das galerias subterrâneas, o tempo parece passar devagar. As paredes possuem marcas feitas por picaretas há pelo menos dois séculos. Mas, os cortes à mostra espantam os olhares dos visitantes, pois parecem ter sido feitos em tempo bem mais recentes.
No meio da equipe de visitantes havia um geólogo, profissional que estuda a formação das camadas do solo. William Campos trabalhou por muito tempo em uma mineradora na região. "Fui ao passeio porque tenho interesse em ver de perto as condições desses locais onde ocorria extração de ouro. Também quis comparecer para fornecer informações técnicas aos participantes durante o percurso", detalhou.
Para o especialista, o potencial de produção de ouro da região é grande. "A parte por onde andamos não tem ouro. Mas, abaixo dela existem rochas onde com certeza há. Já existem, inclusive, algumas empresas de olho nisso, pois alguns locais das galerias possuem marcações recentes, feitas com sprays, que indicam locais onde alguém esteve para analisar o solo. Essas estruturas também têm enorme potencial turístico, como o que é trabalhado em cidades como Ouro Preto e Diamantina", explicou.
O potencial turístico das galerias é a bandeira defendida por Vandeir Santos, que guiou o grupo nessa expedição e já planeja a próxima. "O importante é estarmos sempre alertas e procurando buscar a preservação dos valores históricos", finalizou.
Visitantes de antigas galerias de extração de ouro em Onça de Pitangui (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Particpiantes de roteiro a minas de ouro em frente à entrada de uma delas (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)

sábado, 29 de outubro de 2016

As Estranhas Propriedades de Alguns Minerais

As Estranhas Propriedades de Alguns Minerais



Pércio de Moraes Branco




A identificação macroscópica dos minerais é feita principalmente pela observação de algumas propriedades físicas, como cor, brilho, densidade, clivagem, dureza etc.

Há, porém, algumas propriedades que só algumas poucas espécies apresentam e que são importantes para sua identificação. E também há propriedades comuns que em certas espécies apresentam valores anormais, contribuindo também para seu reconhecimento. Veremos a seguir alguns desses casos especiais.


Magnetismo
Dos minerais comuns, apenas dois, a magnetita (óxido de ferro) e a pirrotita (sulfeto de ferro e níquel), são fortemente magnéticos. Ambos são facilmente atraídos por um ímã comum, e um fragmento de magnetita maciça de uns 8 cm pode atrair pequenas peças metálica, como clips e alfinetes. A foto ao lado mostra cristais de magnetita atraídos por um pequeno ímã.


Fluorescência
Fluorescência é a propriedade que têm certas substâncias, entre elas vários minerais, de se tornarem visíveis sob a ação de uma radiação invisível. Se a luz ultravioleta, que é invisível para o ser humano, incide sobre um mineral em um ambiente escuro, esse mineral deveria permanecer oculto, pois quando enxergamos um objeto o que vemos nada mais é que a luz que incidiu sobre ele e é refletida ou então a luz que o atravessou. Mas se esse mineral for fluorescente, como a calcita, por exemplo, ele ficará iluminado e geralmente com uma cor diferente daquela que tem em luz normal.
As fotos abaixo, feitas por Denise Rippel e Paula Cadermartori com minerais do acervo do Museu de Geologia da CPRM, mostram um cristal de calcita branca em luz normal e, à direita, sob luz ultravioleta. As duas fotos seguintes mostram willemita (silicato de zinco) também em luz normal e em luz ultravioleta.


Cristal de calcita branca
Cristal de calcita branca
Cristal de calcita sob luz violeta
Cristal de calcita sob luz violeta

Silicato de zinco
Silicato de zinco
Silicato de zinco sob luz violeta
Silicato de zinco sob luz violeta


Outros minerais que podem mostrar forte fluorescência são diamante, zircão, fluorita (daí vem o nome fluorescência), opala, safira amarela e vários minerais de urânio, como autunita, uranfita, uranocircita, uranofânio, uranopilita, uranospinita etc.
É importante notar que nem todos os espécimes de um mineral fluorescente mostram o fenômeno. Há calcitas que não fluorescem, assim como em um lote de diamantes pode haver alguns que mostram fluorescência enquanto outros não. A fluorescência pode ser útil não só na identificação de um mineral, mas também na sua busca. Em uma área onde se acredita que possa haver scheelita (volframato de cálcio), por exemplo, percorrê-la à noite com uma lâmpada de luz ultravioleta é uma maneira de procurar o mineral.


Birrefringência

Calcita
Calcita
Quando a luz atravessa um mineral ela sofre um desvio em sua trajetória e uma redução em sua velocidade, uma vez que o mineral é mais denso que o ar. Isso é normal e acontece com qualquer substância. Em muitos minerais, porém, esse desvio varia conforme a direção em que a luz incide, sendo maior em uma direção que em outra.
A diferença é normalmente pequena demais para ser percebida sem instrumentos apropriados, mas na calcita ela é tão grande que as imagens vistas através de um cristal transparente desse mineral aparecem duplicadas (foto ao lado). E quando se gira o cristal uma das imagens fica fixa enquanto a outra gira ao redor dela. O zircão mostra efeito semelhante. Não é tão notável quanto na calcita, mas olhando um zircão lapidado pode-se ver que as arestas da gema aparecem duplicadas.


Sabor
O sabor de um mineral raríssimas vezes é lembrado como uma propriedade útil na sua identificação. Mas há algumas espécies em que ele é muito importante. O exemplo mais conhecido é a halita, nome mineralógico do sal que usamos na cozinha (cloreto de sódio). Nas jazidas de sal, a halita pode aparecer na forma de cristais de vários centímetros de comprimento, e não apenas como os minúsculos grãozinhos que vemos na cozinha.
Menos conhecida, mas mais notável, é a calcantita (sulfato hidratado de cobre), mineral que forma belíssimos cristais com uma forte cor azul-escura. Além de uma cor que ajuda muito na sua identificação, a calcantita tem um sabor muito marcante: ela é extremamente amarga e adstringente. Basta tocar o mineral com a ponta da língua para se sentir, por bastante tempo, o sabor desagradável que ele possui.

Calcantita
Calcantita
Sal de cozinha
Sal de cozinha




Tarnish
Chama-se de tarnish a alteração superficial que sofre a cor de um mineral pelo contato com uma substância rica em enxofre, principalmente o ar. Há vários minerais que sofrem essa alteração, mas a calcopirita e a bornita (sulfetos de cobre e ferro) são os melhores exemplos.
A calcopirita tem uma cor amarelo-latão, mas adquire por ação do enxofre cores avermelhada, azul, verde, púrpura, todas misturadas. A pirita (sulfeto de ferro) tem cor semelhante, mas não mostra tarnish. A bornita é ainda mais notável nesse aspecto. Ela tem uma cor rosada, semelhante à do cobre, mas, exposta ao ar, em poucas horas adquire superficialmente cor azul e/ou púrpura bem intensa.

Bornita
Bornita


Radioatividade

 Monazita
Monazita
Uma propriedade que não é detectável sem o uso de aparelhos apropriados é a radioatividade. Ela está presente em vários minerais, como os de urânio (uraninita, uranofânio) e de tório (torianita, torita). A monazita , quando contém tório, é radioativa também.
O aparelho mais usado em geologia para detectar e medir a radioatividade é o cintilômetro. Areias de praia que contêm monazita costumam ser radioativas nos pontos onde esse mineral se concentra.


Transmissão de Luz na Ulexita
A ulexita é um borato básico hidratado de sódio e cálcio que forma cristais aciculares extremamente finos, encontrado em regiões desérticas. É branco, incolor ou cinza.
Esse mineral tem uma propriedade única: seus finos cristais, arranjados paralelamente, funcionam como fibras ópticas. Assim, uma placa natural de ulexita transparente ou translúcida colocada sobre uma figura “puxa” a imagem dessa figura para a superfície superior da placa, como se vê na foto.
Ulexita transparente
Ulexita transparente

Cor da Alexandrita
A alexandrita é uma pedra preciosa rara e valiosa que tem uma curiosa propriedade: em luz natural ela tem cor verde, mas em luz artificial incandescente pode se mostrar vermelho-arroxeada ou amarronzada.

Foto: Editorial Planeta
Foto: Editorial Planeta


Tenebrescência
Alguns minerais, como espodumênio, tugtupita e hackmannita, podem também mudar de cor, mas em situação um pouco diferente. Eles têm uma cor em luz natural e ela muda, ainda em luz natural, se o mineral é exposto ao sol, voltando à cor original quando levado de volta para um ambiente fechado. O fenômeno é também chamado de fotocromismo reversível e é usado nas lentes de alguns óculos para sol, que ficam claras em ambiente fechado, escurecendo quando estão ao sol.


Hábito
A imagem que usualmente se tem de rochas e minerais é a de substâncias resistentes a impactos físicos, fraturas, torções etc. Embora isso seja verdade na maioria dos casos, há minerais que são extremamente frágeis.
Em mineralogia, chama-se de hábito a aparência externa do mineral, compreendendo a forma cristalina (ou combinação de formas) e as irregularidades típicas da espécie ou variedade, como estrias, por exemplo. Um mineral pode ter hábito tabular, prismático, colunar estriado, granular etc. Algumas espécies têm hábito acicular muito fino, cristalizando na forma de agulhas extremamente delicadas. Outros são asbestiformes, cristalizando como fios flexíveis.
A foto abaixo à esquerda mostra finíssimas agulhas de alunogênio, um sulfato hidratado de alumínio. A outra foto mostra o crisotilo (silicato básico de magnésio), mineral que forma fios muito delicados e flexíveis, tão flexíveis que podem ser usados para tecer roupas. Apesar de serem tão finas, essas fibras são resistentes ao fogo, de modo que se pode com elas fazer roupas à prova de fogo.
Alunogênio
Alunogênio
Crisotilo
Crisotilo

Outros minerais de hábito surpreendente são as micas. Só que, em vez de formarem delicados fios ou agulhas, elas formam finas lâminas elásticas, de modo que, com um estilete, podem ser destacadas incontáveis lâminas, por exemplo, de moscovita, a partir de um único cristal.


Dureza

Gipsita
Gipsita
A mesma ideia que a maioria das pessoas tem com relação à resistência física dos minerais e rochas as leva a pensar que minerais são substâncias difíceis de riscar. Nem sempre.
A dureza dos minerais é medida com uma escala que vai de 1,0 (dureza mais baixa) a 10,0 (dureza máxima), a Escala de Mohs. Dureza 10,0 é a do diamante, que risca qualquer substância e só é riscado por outro diamante. Mas dureza 1,0 tem, por exemplo, o talco (sim, o talco, um silicato básico de magnésio, é um mineral), que pode ser riscado até mesmo com a unha. A gipsita, um sulfato hidratado de cálcio, tem dureza maior (2,0), mas também pode ser riscada com a unha. As pedras preciosas é que têm dureza elevada - normalmente acima de 7,0 -, sem o que seu uso em um anel, por exemplo, seria inviável. 

Como funcionam os diamantes

Na próxima vez que você for ao shopping, dê uma passada em uma joalheria. Se você entrar na joalheria procurando por alguma peça de diamante, certamente o vendedor tentará lhe explicar os "4 princípios do diamante" - corteclaridadequilate e cor - e por que um diamante é melhor do que um outro que está exatamente a seu lado. Por que toda essa polêmica com relação aos diamantes?
Diamantes são apenas carbono em seu estado mais concentrado. É isso mesmo, carbono, o elemento que está presente em 18% do peso de nosso corpo. Em muitos países não existe pedra preciosa tão adorada quanto o diamante. Ele não é mais raro do que muitas outras pedras preciosas, mas continuam sendo mais caros porque a maioria dos mercados de diamante é controlada por uma única entidade.

Foto cedida por Smithsonian Institution/Chip Clark
Colar, brincos e anel de diamantes The Hooker expostos no National Museum of Natural History (Museu Nacional de História Natural)
Neste artigo, acompanharemos a trajetória de um diamante desde o momento em que ele se forma até quando chega à superfície daTerra. Também examinaremos a raridade artificial criada pelo cartel do diamante, De Beers, e discutiremos rapidamente as propriedades destas pedras preciosas.
Primeiro, iremos discutir o carbono, o elemento por trás do brilho dos diamantes.
Diamantes do espaço
Diamantes não são exclusivos da Terra. Cientistas acreditam que estas pedras poderão um dia ser encontradas na Lua. Amostras de rochas trazidas da Lua indicam que o carbono é 10 vezes mais abundante na crosta da Terra do que na lunar, de acordo com oProjeto Artêmis (site em inglês), um grupo cujo objetivo é estabelecer uma comunidade permanente na Lua. Mas este grupo acredita que podem existir diamantes embaixo da superfície da Lua que os astronautas da Apollo não conseguiram detectar.
Existem também evidências científicas de que diamantes possam ser encontrados em maior abundância em Netuno e Urano. Netuno e Urano contêm uma grande quantidade do gás hidrocarboneto metano. Pesquisadores da Universidade da Califórniamostraram que, ao concentrar um raio laser em metano líquido pressurizado, pode-se produzir pó de diamante. Netuno e Urano contêm cerca de 10 a 15% de metano embaixo de uma atmosfera externa de hidrogênio e hélio. Cientistas acreditam que este metano poderia se transformar em diamante em profundidades bem superficiaisO carbono é um dos elementos mais comuns no mundo e é um dos quatro princípios básicos para a existência da vida. Os seres humanos contêm mais de 18% de carbono em seu corpo, e o ar que respiramos contém traços de carbono. Quando ocorre na natureza, o carbono existe em três formas básicas:
  • diamante: um cristal extremamente duro e claro;
     
  • grafite: um mineral preto e macio, feito de carbono puro. Sua estrutura molecular não é tão compacta quanto a do diamante, por isso é mais fraco;
     
  • fulerite: um mineral feito de moléculas perfeitamente esféricas, consistindo de exatamente 60 átomos de carbono. Esta alotropia foi descoberta em 1990.
Diamantes se formam a, aproximadamente, 161 km abaixo da superfície da Terra, na rocha derretida do manto da Terra, que proporciona a pressão e o calor adequados para transformar carbono em diamante. Para que um diamante seja criado, o carbono deve estar embaixo de, pelo menos, 435.113 libras por polegada quadrada (psi ou 30 kilobars) de pressão a uma temperatura de, pelo menos, 400º C. Se as condições estiverem abaixo destes dois pontos, será formado o grafite. Em profundidades de 150 km ou mais, a pressão vai para 725.189 psi (50 kilobars) e o calor pode exceder 1.200º C.

A maioria dos diamantes que vemos hoje foram formados há milhões (ou até bilhões) de anos. Poderosas erupções de magmatrouxeram os diamantes até a superfície, criando chaminés de kimberlito.
Kimberlito é um nome escolhido em homenagem a Kimberly, África do Sul, onde estas chaminés foram encontradas pela primeira vez. A maior parte destas erupções ocorreu entre 1.100 milhões e 20 milhões de anos atrás.

As chaminés de kimberlito foram criadas conforme o magma passava por profundas fraturas na Terra. O magma de dentro da chaminé de kimberlito funciona como um elevador, empurrando os diamantes e outras rochas e minerais pelo manto e crosta em poucas horas. Estas erupções eram breves, mas muitas vezes mais poderosas do que erupções vulcânicas que acontecem atualmente. O magma destas erupções foi originado em profundidades três vezes mais profundas do que a fonte de magma nos vulcões, como o Monte St. Helens, de acordo com o American Museum of Natural History (site em inglês).
Com o tempo, o magma esfriou dentro das chaminés de kimberlito, deixando para trás as veias cônicas da rocha de kimberlito que contêm diamantes. Kimberlito é uma rocha azulada que os mineradores procuram quando estão atrás de depósitos de diamantes. A área da superfície das chaminés de kimberlito que contêm diamantes variam de 2 a 146 hectares.
Diamantes também podem ser encontrados em leitos de rios, chamados de reserva aluvial de diamantes. São originados em chaminés de kimberlito, mas se movimentam por atividade geológica. Geleiras e águas podem movimentar os diamantes para milhas de distância de seu local de origem. Hoje, a maioria dos diamantes é encontrada na Austrália, Brasil, Rússia e vários países africanos, incluindo Zaire.
São encontrados como pedras brutas e devem ser processadas para se transformarem em predras brilhantes, prontas para a venda.

Crátons arqueanos
As temperaturas podem chegar a 900ºC nos crátons arqueanos. São os locais onde os diamantes se formam. São formações geológicas estáveis e horizontais, criadas há bilhões de anos, que não foram afetadas pelos principais acontecimentos tectônicos, de acordo com a Rex Diamond Mining Corp (site em inglês). São encontradas no centro da maioria dos sete continentes (a maior parte das atividades tectônicas ocorre ao redor das margens).

Propriedades dos diamantes

Autor: 
Kevin Bonsor
Diamante bruto
Getty Images
Diamantes brutos,
antes da lapidação
A escala de Mohs é usada para determinar a rigidez de sólidos, especialmente minerais. Este nome foi dado em homenagem ao mineralogista alemão Friedrich Mohs. A leitura da escala é a seguinte, do mais macio ao mais duro:
  1. Talco: facilmente arranhado com as unhas
     
  2. Gesso: facilmente arranhado com as unhas
     
  3. Calcita: arranha e é arranhado por uma moeda de cobre
     
  4. Fluorita: não é arranhado por uma moeda de cobre e não arranha vidro
     
  5. Apatita: arranha somente vidro e é arranhado facilmente por uma faca
     
  6. Ortoclásio: arranha vidro facilmente e só é arranhado por uma lixa
     
  7. Quartzo (ametista, citrino, olho de tigre, aventurina): não arranhados por uma lixa
     
  8. Topázio: arranhado apenas por coríndon e diamante
     
  9. Coríndon (safiras e rubis): arranhado apenas por um diamante
     
  10. Diamante: arranhado apenas por outro diamante
     
Os diamantes são a forma cristalizada do carbono, criados sob extremo calor e pressão. É este mesmo processo que faz do diamante o mineral mais duro que conhecemos. A classificação do diamante é 10 na escala de Mohs. Pode ser mais de 10 vezes mais duro do que um mineral com classificação 9 na mesma escala, como o coríndon. Coríndon é uma classe de minerais que inclui rubis e safiras.
É a estrutura molecular dos diamantes que os torna tão duros. São feitos de átomos de carbono conectados em uma estrutura treliçada. Cada átomo compartilha elétrons com outros quatro átomos, formando uma unidade tetraédrica. Esta união tetraédrica de cinco carbonos forma uma molécula incrivelmente forte. O grafite, outra forma de carbono, não é tão forte quanto o diamante porque os átomos de carbono no grafite se conectam em forma de anéis, onde cada átomo é apenas ligado a um outro átomo.
Projeto Superpressure
A dureza natural do diamante faz dele uma ferramenta ideal de corte para materiais militares, tais como componentes de aviões e blindagem. Os Estados Unidos se viram completamente dependentes da África do Sul como fornecedora de diamantes para suas ferramentas industriais, e por isso, ao final da Segunda Guerra Mundial, a indústria do país iniciou um imenso esforço para produzir diamantes artificiais.
Em 1951, a General Electric (GE) lançou o Projeto Superpressure. Na experiência, a GE tentava criar diamantes industriais a partir de grafite, por meio da aplicação de imensos volumes de pressão e calor, em máquinas conhecidas como prensas de diamantes. Quando as prensas de diamantes fracassaram em produzir as pedras, a GE decidiu voltar à prancheta de desenho, e usar um meteorito como inspiração.

Pesquisadores haviam determinado que os diamantes encontrados em uma cratera do Arizona haviam sido formados em um meteorito. Além de suas dimensões e do calor, o meteorito oferecia um outro componente significativo: o metal. Cientistas da GE calcularam que conseguiriam produzir diamantes forçando a colisão de um meteorito de pequena escala em laboratório. Combinaram átomos de carbono com o metal em forma líquida conhecido como “trollite”, e acrescentaram calor e pressão. O resultado? Uma cristalização de diamantes. Para descobrir mais sobre a experiência, leia a transcrição da NOVA em “The Diamond Deception”.Existem técnicas especiais usadas para polir e dar forma a um diamante antes de eles irem para as joalherias. O polimento cria as facetas que vemos no diagrama abaixo. Polidores de diamantes usam estas quatro técnicas básicas:
  1. Clivagem: para remover quaisquer impurezas ou irregularidades no diamante, uma pedra bruta é colocada em um cimento de secagem rápida. Uma fina ranhura é feita no diamante, usando um outro diamante ou um laser em seus pontos fracos. A seguir, uma lâmina de aço é colocada na ranhura e uma batida na lâmina quebra a pedra ao meio. Então a pedra é retirada do cimento;
  2. Desgaste: às vezes, diamantes precisam ser cortados em um plano de clivagem, o que não pode ser feito apenas com clivagem. Com uma lâmina giratória de bronze fosforoso a aproximadamente 15 mil rpm, a serra corta o diamante lentamente. Lasers também estão sendo usados para este fim;
  3. Desbaste: um diamante é colocado em um torno mecânico e outro diamante se esfrega contra ele para dar o acabamento rudimentar da borda exterior do esboço do diamante, no ponto de maior diâmetro;
  4. Polimento: para dar o acabamento ao diamante, ele é colocado em uma roda giratória de polimento. Esta é revestida com pó de diamante para alisá-lo enquanto ele é pressionado contra ela.

Cortes e a Linha Inferior

Apenas diamantes redondos e ovais podem ser cortados, enquanto diamantes de formato exótico (como pendeloque, marquesa e esmeralda) precisam ser produzidos por um método conhecido como “bruiting”. Alguns formatos, como o redondo e o brilhante, requerem mais facetas para que a luz seja devidamente refletida, de modo que precisam ser lapidados a partir de um diamante bruto maior. Como resultado, esses estilos de corte são mais dispendiosos que alguns outros.

Os quatro princípios



Diamantes são julgados em diferentes fatores que determinam sua beleza. A maioria nem chega até o consumidor por possuir muitos defeitos. Normalmente, são usados por indústrias como um abrasivo para brocas ou corte de diamantes e outras pedras preciosas. Caso você já tenha comprado um, já ouviu sobre os "quatro princípios". Em inglês, o termo é conhecido como "quatro C's" (the four C's).
facetas do diamante
Diamantes recebem polimento em seus pontos fracos,
para criar as formas e facetas que encontramos nas joalherias.

  1. Corte (cut): se refere a como o diamante foi cortado e às suas proporções geométricas. Quando um diamante é cortado, facetas são criadas e seu formato final é determinado;
     
  2. Claridade (clarity): é a medida dos defeitos ou inclusões observadas no diamante. Os níveis de claridade começam por Sem Defeitos e vão decrescendo, passando por Muito Muito Leve, Muito Leve e Levemente Presente;
     
  3. Quilate (carat): é o peso do diamante. Um quilate equivale a, aproximadamente, 200 mg;
     
  4. Cor (color): com relação a diamantes transparentes, a escala de cor vai de D a Z, começando com Branco Gelo, a cor da maioria dos diamantes caros, e terminando com amarelo claro.

Jóias
Getty Images
Somente os melhores diamantes
tornam-se sofisticadas jóias.
Outras qualidades únicas de um diamante são transparência, brilho e dispersão de luz. Um diamante originado de 100% de carbono será totalmente transparente, mas, normalmente, contém outros elementos que podem afetar a cor. Embora normalmente pensamos nos diamantes como claros, também existem os azuis, vermelhos, negros, verde claro, rosa e violeta. Estes diamantes coloridos são extremamente raros.
Diamantes são feitos no magma derretido nas profundezas da Terra. Somente a natureza pode fabricá-los, mas foram as pessoas que criaram a raridade artificial que tem estimulado a procura por estas pedras preciosas. Carbono é um dos elementos mais comuns no mundo e diamantes são uma forma de carbono. Diamantes que se originam naturalmente não são mais raros que muitas outras pedras preciosas. Os diamantes verdadeiramente raros são aqueles classificados como Sem Defeitos, cujo nome já diz tudo.
Diamantes nem sempre foram tão populares entre os americanos, nem tão caros. Um diamante em um anel tem seu preço elevado de 100 a 200%. A única razão pela qual se paga tanto mais por eles do que por outras pedras preciosas hoje é porque seu mercado é quase todo controlado por um único cartel, chamado De Beers Consolidated Mines Ltd., estabelecido na África do Sul.

Os rubis de sangue de Montepuez

Os rubis de sangue de Montepuez


@VerdadeCerca de 40 por cento dos rubis no mundo encontram-se em Montepuez, no Norte de Moçambique, e são explorados por uma multinacional inglesa associada a um histórico general da Luta Armada de Libertação. Paralelamente à exploração de pedras preciosas cidadão apontados como garimpeiros ilegais são violentados e assassinados.
Mila Kunis, encarna exactamente o tipo de mulher, jovem, sensual, enigmática, influente que a Gemfields, a líder mundial no fornecimento de pedras raras colorida, rubis e esmeraldas, deseja como sua embaixadora. A actriz de Hollywood de 32 anos de idade, bem conhecida pelo seu papel interpretado nos filmes Black Swan e Oz the Great e Powerful, estrela um recente vídeo promocional da multinacional Britânica exibe jóias criadas a partir das pedras extraídas em Montepuez, a maior concessão mundial de rubis, uma das últimas aquisições da Gemfields.
Localizada a norte de Moçambique, na província de Cabo Delgado, presume-se que a concessão de Montepuez seja responsável por 40 por cento do fornecimento mundial desta pedra preciosa associada a riqueza e a realeza.
O vídeo promocional é carregado de uma qualidade de algo imaginário. As aparições eloquentes da Kunis, adornada com o que a empresa baseada no Reino Unido descreve como “a pedra mais preciosa e venerada do mundo”, quase num movimento sensual e sedutor vai flutuando no ecrã de dentro para fora e vice-versa, os seus lábios carregados de uma tonalidade forte de batom vermelho contrastando com o brilho dos brincos, pulseiras e colar salientes, cuja essência é enaltecida pela sua pele descolorada.
Para Gemfields, que gasta uma quantidade substancial da sua receita para trazer pedras preciosas coloridas “de volta para a sua posição de direito, pelo menos, igual aos diamantes”, como refere o líder do executivo da Gemfileds, Ian Harebottle numa entrevista em 2011, Kunis tem sido a combinação perfeita.
Na hecatombe de diferenciar os diamantes das suas pedras preciosas vermelhas, que ficaram associadas aos conflitos armados que derramam sangue africano, a Gemfields encontrou alguém que “partilhou (os seus) valores do sistema”, conforme diz Harebottle num vídeo promocional sobre o trabalho da Gemfields em Moçambique.
Estácio ValóiPara a empresa, muito está em jogo. Nos recentes leilões, os rubis de Montepuez renderam a empresa 689 dólares norte-americanos por quilate, 10 vezes mais que o preço conseguido em 16 leilões anteriores de esmeraldas da mesma multinacional inglesa.
Os leilões dos rubis de Montepuez são extremamente concorridos, gerando para a empresa milhões de dólares norte-americanos em lucro, num leilão realizado em Junho de 2014, em Singapura, a empresa encaixou 33,5 milhões norte-americanos. Numa venda posterior a receita chegou aos 122,2 milhões norte-americanos.
Passam sete anos desde que os primeiros jazigos de rubis foram descobertos em Namanhumbir, um local que dista algumas centenas de quilómetros da sede do empobrecido distrito de Montepuez onde a Gemfields tem a sua concessão, sob égide da subsidiária moçambicana Montepuez Ruby Mining, Limitada, onde detém 75 por cento. Os restantes 25 por cento pertencem a empresa moçambicana Mwiriti Limitada onde é sócio maioritário o histórico general, e influente membro do partido Frelimo, Raimundo Pachinuapa.
Ricaços de sangue vermelho
Descoberto por um camponês em 2009, o jazigo de pedras preciosas de Namanhumbir foi rotulado pelo Instituto de Gemologia dos Estados Unidos da América como “ a maior descoberta de rubis” do século XXI, as gemas são de uma qualidade excepcional, cor e brilho.
Sem grande surpresa a descoberta atraiu moçambicanos e estrangeiros com o desejo de enriquecer a todo custo.
Um desses indivíduos foi Raimundo Pachinuapa, membro do Comité Central e da poderosa Comissão Política do partido no poder em Moçambique, antigo combatente com a patente de general e ex-governador da província de Cabo Delgado, onde justamente fica localizada o jazido de pedras preciosas.
Foto de Estácio ValóiPachinuapa alega ter adquirido o Direito de Uso e Aproveitamento da Terra da região onde está localizado o jazigo porém os membros do Comité de Gestão comunitária de Namanhumbir descrevem o acto como usurpação da terra do camponês Suleimane Hassane, que como a maioria dos moçambicanos pobres e analfabetos não estão a par dos seus direitos costumeiros sobre terra que ocupam, mesmo sem a legalizar.
Pouco tempo após Raimundo Pachinuapa ter “adquirido” a propriedade a empresa Mwiriti Limitada, onde o histórico general da Luta Armada detém 60 por cento em parceria com um cidadão de nacionalidade iraniana, identificado pelo nome de Asghar Fakhraleali, obteve uma licença para a exploração das minas de pedras preciosas.
Inicialmente registada com o objecto social principal de “prestação de serviços nas áreas de construção, venda de produtos alimentares, material de escritório, comercialização, distribuição a grosso e a retalho e agenciamento”, a sociedade ampliou, em 2009, o seu objecto social passando a incluir a “prospecção, pesquisa, exploração de recursos minerais, incluindo a importação e exportação”, de forma abarcar a exploração dos 386 metros quadrados do jazigo de pedras preciosas.
Mas com um capital social de apenas 30 mil meticais e sem o conhecimento quer da exploração assim como do mercado internacional de pedras preciosas a Mwiriti Limitada estava pronta para uma parceria internacional.
O parceiro chegou de Londres, oficialmente a 19 de Setembro de 2011, embora a Gemfields já estivesse no continente africano, na Zâmbia, onde explorava esmeraldas.
Após tornar-se sócia do general Raimundo Pachinuapa, por 2,5 milhões de dólares norte-americanos, a nova empresa, Montepuez Ruby Mining, Limitada (MRM), solicitou uma concessão mineira para 34, 966,1 hectares ao Estado moçambicano, no dia 20 de Setembro, sendo a concessão atribuída em menos de dois meses.
Violência, brutalidade e execuções de garimpeiros ilegais
"Para inglês ver" a multinacional anuncia publicamente que, ao contrário de outros empreendimentos na mineração em África, a Gemfields pauta pelas boas práticas "definindo novos padrões ambientais, sociais e de segurança no sector das pedras preciosas coloridas".
Foto de ArquivoMas o que de facto tem acontecido em Montepuez, paralelamente à exploração oficial de pedras preciosas, e após a usurpação de terra dos camponeses, foi uma escalada de violência e brutalidade com relatos de execuções de alegados garimpeiros ilegais, a tiro ou simplesmente enterrados vivos.
Para protecção da sua concessão mineira, inicialmente a MRM empregou duas unidades da Polícia da República de Moçambique (PRM), a polícia regional de protecção e a Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
Além destas forças a Montepuez Ruby Mining emprega perto de uma centena de homens de uma empresa privada de segurança, moçambicana, e mais de quatro centenas de seguranças privados de uma empresa sul-africana.
De acordo com a empresa de mineração de pedras preciosas os seus seguranças não estão desarmados existindo alguns com pouco mais de uma dezena de espingardas que usam balas de borracha.
Embora a MRM alegue não exercer influência sobre as forças da PRM, cuja missão é guarnecer os jazigos de rubis dentro e fora das concessões da empresa, na verdade providencia a assistência logística as forças governamentais incluindo acomodação.
Em comunicado a empresa diz que “categoricamente refuta qualquer dedução, acções, sanções com recurso ao uso violência. Quer por parte da Montepuez Ruby Mining Ltd assim como os seus agentes, empregados ou contratantes não estão envolvidos em actos intimidatórios com recurso a violência contra a comunidade local”.