segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Gemas do Brasil: opala

Gemas do Brasil: opala


opala
A opala-negra: a variação mais valiosa.
A 200km de Teresina, Pedro II é conhecida como a Suíça piauiense por causa do clima ameno e agradável – para os padrões do estado. Mas não é nisso, nem no festival de inverno da cidade, que está a importância de Pedro II. Trata-se do maior produtor de opalas do Brasil. Existem também opalas produzidas no Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul. Mas a de Pedro II e região tem destaque (é a segunda maior reserva do mundo), e a cidade é uma APL que se desenvolveu a partir do garimpo da pedra.
A opala é uma pedra que surge de fenda de rochas ígneas, ou seja, as que surgem a partir do resfriamento do magma. São separadas em opalas preciosas – que têm jogo de cores, como a foto acima – e opalas comuns, que não são usadas como gemas (à exceção da opala-de-fogo, uma pedra, evidentemente, avermelhada). Ainda há a divisão entre opalas-brancas, em que naquele jogo de cores predominam cores claras, e opalas negras, quando há o contrário.
A partir daí, há uma infinidade de tipos de opala existentes (opala-arlequim, opala-chveiro, opala-musgo..). Quanto maior o chamado jogo de cores, mais nobre ela é. Esse jogo de cores nada mais é do que a difração da luz que passa pela gema. Quando isso não acontece, ela se torna lisa e de aparência leitosa, ou seja, uma opala comum.
opala
Colar de opala-branca de Patricia McCleery.
A Austrália domina a extração de opala de longe, mais ou menos 95% de tudo o que é retirado no mundo. O restante é dividido entre Brasil, Índia, México, Nova Zelândia, EUA e, mais recentemente, Etiópia. A opala chega até mesmo a fazer parte da cultura australiana e do turismo – quem viaja para lá pode comprar em lojas especializadas em todo o país e até visitar campos de extração da gema, na região da Austrália do Sul, Nova Gales do Sul e Queensland (no nordeste do país). Há um festival da opala na cidade de Yowah, em Queensland.
Só Austrália e Brasil, no entanto, produzem opalas de alta qualidade. As opalas brasileiras, piauienses, levam vantagem porque são mais resistentes ao calor – uma gema dessas desidratada pode rachar ou enfraquecer as cores.
Pedro II desenvolveu-se como APL nos últimos anos e aos poucos profissionaliza o setor, com a inserção de máquinas no garimpo, por exemplo. Diminuir o trabalho dos garimpeiros, que é de risco, e aumentar sua renda é um dos objetivos da APL, segundo o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II nesta matéria. Tornar o processo mais sustentável, menos agressivo ao meio-ambiente, é outro objetivo. O descarte dos “rejeitos” (material retirado do solo e não utilizado) passa aos poucos a ser reaproveitado, primeiro para garimpar mais opalas, e segundo para aproveitar a terra e produzir tijolos.
A joalheria é outra forma que a cidade encontra de aumentar o valor agregado da gema e mais renda para os moradores de Pedro II. Iniciativas da Cooperativa dos Garimpeiros, do próprio município, e mesmo de instituições nacionais como Sebrae e IBGM (que levam a Tendere para ministrar uma mina, estimulam o design, muito além do garimpo. Já falamos diversas vezes aqui no blog o quanto o design pode aumentar o valor de um produto e dar um diferencial que faz com que uma APL cresça e se desenvolva ainda mais. Se a Suíça piauiense tem uma riqueza deste tamanho em meio às suas rochas, nada melhor do que utilizá-la da melhor forma possível.

Rara no mundo, exploração de opala emprega mais de 1.500 pessoas no PI

Rara no mundo, exploração de opala emprega mais de 1.500 pessoas no PI

'Retirada do mineral é importante para o desenvolvimento', diz APL.
Extração da pedra é importante para econômia e cultura, afirma prefeita.


Material retirado do solo e descartado após lavagem (Foto: Pedro Santiago/G1)Material retirado do solo e descartado após lavagem ainda contém opalas (Foto: Pedro Santiago/G1)
A cidade de Pedro II, a 195 quilômetros de Teresina, é um dos dois locais no mundo onde é encontrada a opala de alta qualidade, uma pedra semipreciosa muito utilizada na confecção de joias. O garimpo, beneficiamento, lapidação e venda da opala emprega diretamente cerca de 1.500 pessoas na cidade, que tem uma população de pouco mais de 37 mil habitantes.
Raio X da Opala (Foto: Editoria de Arte/G1)Raio X da Opala (Foto: Editoria de Arte/G1)
A opala pode ser de diversas cores: branca, incolor, azul-leitosa, vermelha, amarela, cinza, verde, marrom e preta. Segundo Antônio Sepúlveda Almendra, 45 anos, presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Pedro II, Algumas pedras emitem até sete cores e essas são as mais valiosas, podendo chegar até R$ 180,00, um grama. Ainda de acordo com ele, o material extraído das minas é comprado pela cooperativa, que vende as pedras para as joalherias da cidade.
Antônio Sepúlveda Almendra conta que a situação do garimpeiro já foi pior, mas tem melhorado com o conhecimento adquirido e a inserção de máquinas no garimpo. “Antes eles não tinham um acompanhamento, orientação, trabalhavam irregulares e ainda corriam riscos. Queremos mecanizar o processo de extração da Opala, diminuindo o trabalho dos garimpeiros e aumentando a sua renda, para isso, já temos uma máquina que lava a terra, separando as pedras e areia, da opala”, explica.
Trabalhando na extração da Opala há 26 anos, Antônio Gonçalves, de 51 anos, conta que ainda existe muita Opala em Pedro II. “Eu acredito que ainda têm muitas pedras aqui nesse solo. Somos muitos garimpeiros, mas ainda tem lugar para outros”, diz ele, que já achou uma pedra de 1,7 quilo. “Vendi a R$ 100,00 o grama, o valor total chegou a cerda de R$ 170 mil. O dinheiro foi dividido entre a cooperativa, o dono da terra, eu e outros sócios” relata.
Francisco da Costa Silva, 38 anos, é outro garimpeiro que há mais de duas décadas lava a terra atrás do seu sustento. “Eu gosto do meu trabalho, tanto é que estou aqui em uma sexta-feira (31) enforcada. O rendimento não é dos melhores, mas a gente vende por semana uma média de R$ 200, R$ 250, mas isso varia. Tem dias ruins e bons”, diz.
A movimentação da economia meche de forma tal com a economia do município que existe hoje uma entidade que trabalha para consolidar a cadeia produtivada pedra em Pedro II e cidades vizinhas. A palavra é integração, afirma Marcelo Moraes, coordenador do Arranjo Produtivo Local.
“Nossa cidade foi abençoada por seu clima ameno e a farta disponibilidade de Opala em nossas terras. Hoje trabalhamos com a pesquisa mineral, lavra, design, joalheria e até a inclusão social. A gestão da exploração da Opala é fundamental para o desenvolvimento da cidade”, diz Marcelo.
A prefeita de Pedro II, Neuma Café, afirma que a importância da opala transcende o fator econômico. “Tem uma importância econômica fundamental, além da cultural com a divulgação do nome da cidade. Falar em opala no mundo é falar em Pedro II. Antigamente, a opala era quase traficada. Chegavam, pegavam e levavam de forma clandestina. Agora existe uma cadeia produtiva bem definida”, diz a gestora.
Marcelo Moraes conta que a exploração da pedra está também integrada a prática do turismo, que cresceu bastante na cidade desde a criação do Festival de Inverno de Pedro II, evento que traz grande nomes da música brasiliera para shows em praça pública.
"Queremos que a pessoa venha a nossa cidade, aproveite nosso clima, nossa hospitalidade, que conheça nossas cachoeiras, o Morro do Gritador e que também compre nossas joias e conheça as minas de Opala. Está tudo conectado e quam ganha com isso é a população", finaliza Marcelo.
Francisco Carneiro da Silva Filho, 24 anos, preferiu ficar longe das lavouras e se especializar em lapidação (Foto: Anay Cury/G1)Lapidação é uma das atividades desenvolvidas dentro da cadeia de exploração da opala (Foto: Anay Cury/G1)
Rejeito
Mas nem tudo são flores na cadeia produtiva da Opala. Mais de 40 anos de produção desenfreada produziram cerca de 10 milhões de metros cúbicos de rejeito, material retirado do solo e descartado após lavagem.
A Mina do Boi Morto, na Zona rural da cidade, dá uma medida dessa fatura. São morros cortados, cavados, revolvidos que estão lá ameaçando o equilíbrio da natureza. Atenta a esse problema, que poderia inviabilizar a atividade, a APL desenvolveu um plano ambiental que aproveita o rejeito em dois estágios.
“Esse material descartado ainda tem muita opala, tanto é que os garimpeiros trabalham nele todos os dias. Depois desse aproveitamento, a terra descartada será utilizada para fazer tijolos ecológicos. Já estamos aplicando isso aqui no Boi Morto”, conta Marcelo Moraes.
Plano ambiental da Mina do Boi Morto, na Zona rural da cidade (Foto: Pedro Santiago/G1)Plano ambiental da Mina do Boi Morto, na Zona rural da cidade (Foto: Pedro Santiago/G1)

MINA SUBMERSA DE DIAMANTE NA FOZ DO RIO JEQUITINHONHA (BA)

MINA SUBMERSA DE DIAMANTE NA FOZ DO RIO JEQUITINHONHA (BA)


SERVIÇO GEOLÓGICO INVESTIGA DIAMANTE NA BA

Denise Luna, da Folha/UOL 
“Além de minérios, a CPRM está pesquisando a existência de uma "mina" submersa de diamantes, que teriam sido soterrados ao longo dos anos e estariam localizados no encontro do rio Jequitinhonha com o mar.

O Jequitinhonha nasce nos arredores de Diamantina (MG) e deságua no Atlântico, na região de Belmonte (BA).

Uma segunda expedição está fazendo a pesquisa sísmica na região.

Se comprovada a existência das pedras, Roberto Ventura, diretor de geologia e recursos minerais da CPRM, acredita que haverá grande demanda de empresas para explorar o local.

"Não vamos definir o volume de diamantes, só o indício, levando em conta que eles saíram da região de Diamantina, em Minas Gerais, e foram para lá", afirma Ventura.” 

Histórias de blefo e bamburro

Histórias de blefo e bamburro



Aonde vai, o garimpeiro Antônio Lopes tem seguidores. Sua capacidade de enxergar ouro à distância é inigualável. Não é à toa que seu apelido é Olho de Gato. Há dez anos vivendo com a mulher Leonice na província aurífera do Tapajós, no Pará, este maranhense 36 anos descobriu recentemente um filão de ouro em meio à Floresta Amazônica. De pá em punho, abriu uma clareira na mata e começou a garimpar sozinho. A notícia rapidamente se espalhou entre os garimpeiros que viviam na corrutela de São Domingos. Todos partiram em retirada seguindo os rastros de Olho de Gato. Em 15 dias, 200 peões disputavam um pedaço de terra com ele. Todos juntos desmataram a área, cavaram um buraco de sete metros de profundidade e começaram a procura. Estava formado um novo garimpo. 
Batizado de Fofoca – que na linguagem do garimpeiro quer dizer notícia de descoberta de um ponto de ouro – este é o mais novo garimpo aberto na província aurífera criada em 1984 pelo então ministro das Minas e Energia, César Cals. Em 100 mil quilômetros quadrados estão espalhados 500 pontos de extração ligados pela Transgarimpeira, estrada de 180 quilômetros. Construída pela Caixa Econômica em 1986, a estrada está abandonada e sem manutenção. O abandono é o mesmo relegado ao garimpo. Nem a profissão de garimpeiro é reconhecida. 
“Minha equipe e eu trabalhamos 24 horas por dia”, comenta Olho de Gato, no garimpo há duas décadas. Ele já passou por Serra Pelada, Guiana Francesa e Suriname. Rico não ficou, mas conseguiu um certo respeito no seu meio. “Olho de Gato é lerdo de manso”. Com o comentário, o nordestino Rosalino Pereira Serrano quer dizer que o colega é exímio conhecedor de seu ofício. Rosalino não atingiu o mesmo status de Olho de Gato, mas pelo menos já ganhou apelido: Boca Rica. A alcunha não poderia ser mais apropriada. Seis dos seus dentes são cobertos de ouro. “Quando fico blefado, tiro o ouro da boca e troco por dinheiro. Quando bamburro, guardo minha reserva na boca.” 
Blefo e bamburro são termos que fazem parte da vida de qualquer garimpeiro. Das histórias contadas no garimpo, muitas são trágicas. É comum ouvir relatos de mortes por queda de avião nas cerca de 320 pistas próximas a Transgarimpeira. E também de roubo de ouro, prostituição, contaminação por mercúrio, reincidência de doenças como febre amarela, malária e hepatite. Mas nem só de tragédia e miséria vive o garimpeiro. Alguns poucos têm a sorte de alcançar a sonhada ascensão social. 
“Já cheguei a encontrar uma média de 100 quilos por mês nos anos 80. Durante cinco anos, juntei cinco toneladas”, lembra, saudoso, o goiano Rui Barbosa de Mendonça, 59 anos. Na época, Rui era um dos dez pequenos mineradores mais ricos da região; hoje, pode se considerar, no máximo, um membro da classe média. Rui chegou a contratar dois mil garimpeiros e comprou seis aviões e um helicóptero. Independentemente de onde venham, eles têm uma característica em comum: quando bamburram, só pensam em gastar. Essa necessidade tem sua explicação. O garimpeiro fica meses trancado no mato e quando consegue algum dinheiro, corre para a cidade. Chega sem noção de preços. No garimpo, até o sexo é pago em pepitas. 
Um garimpeiro mais extravagante chegou ao extremo de fazer um rabo com notas de dinheiro para passear pela cidade e ostentar a fortuna recém-adquirida. Quem presenciou a cena lembra que Chico Índio passava os dias desfilando e, de vez em quando, olhava para trás e exclamava: “Passei a vida inteira atrás de você, agora é você que vai me seguir.” Duas semanas depois, Chico morreu num acidente de carro.“Os garimpeiros estão ficando mais ordeiros. A oferta de ouro diminuiu e eles são obrigados a conter a ânsia de gastar”, avalia a vice-presidente da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós, Célia Araújo Serique. A escassez do ouro na região preocupa os principais compradores do metal. A produção de Itaituba declarada entre janeiro e setembro foi de 2,16 toneladas, muito longe das 10,4 toneladas anuais produzidas no início da década.

Economists See Bright Holiday Season

A large ruby crystal in calcite with three faceted rubies in front.
Burmese rubies, such as these, were banned from import into the U.S. from 2008 until President Obama lifted sanctions on them on Oct. 7. This 17.30 gram crystal in calcite (center), was found in Kyauksaung, Myanmar and was presented to the GIA museum by William F. Larson. The three Burmese rubies in front of it, (left to right) are: a 1.77 ct. oval cut, a 2.21 ct. cushion cut and a 6.32 ct. oval cut. They are courtesy of Edward Boehm. Photo by Robert Weldon/GIA.
While jewelry sales have been fairly flat in the U.S. this year, the National Retail Federation (NRF) is predicting a strong 3.6% increase for all retail in the coming holiday season. The NRF said consumer confidence is on the rise, jobs have become more plentiful and incomes have been climbing. All of these factors will push growth higher than the 10-year average of 2.5%.

Economists at financial institutions are even more bullish on the season, the Centurion newsletter reported. The accounting firms of Deloitte and PriceWaterhouseCoopers (PWC) both anticipate strong gains. PWC is calling for a 10% increase, citing a consumer survey that also found consumers favoring independent stores and local brands.

U.S. jewelry retailers could use the good news. In the first half of the year, Tiffany & Co. same store sales were down 9%, Blue Nile sales were flat and Signet Group (Kay, Zales, Jared Galleria) were down 2.5%.

Worldwide, luxury sales have been struggling with Swiss watch demand showing monthly declines for over a year, especially at the higher end. Richemont (Cartier, Van Cleef & Arpels, and several luxury watch companies, including Baume & Mercier and Vacheron Constantin) was down 16% through the first half. LVMH (De Beers retail and Bulgari) was a bright spot, showing a 4% gain, mainly from the introduction of several watch lines.  

COLORED STONES

U.S. President Obama removed the ban on imports of ruby and jade from Myanmar (Burma) on Oct. 7 during a visit by State Counsellor of the Republic of the Union of Myanmar Aung San Suu Kyi. The move may contribute to a revival of ruby mining in Mogok and Mong Hsu, which reportedly had declined significantly after the 2008 ban was enacted.

There was no real consensus among dealers on how this action will affect the ruby market. Many believe the Burmese deposits have been winding down and that the ban (at least for Mogok stones) was widely ignored in the past few years. Others maintain that the ban, coupled with production cuts, sharply curtailed ruby supplies in the U.S. and prompted some prominent retailers, Tiffany & Co. in particular, to stop selling the gemstone.

NGOs protested the decision, noting that human rights in Myanmar are still threatened by the military clique that still has a grip on much of the country’s economy, and the continuing violence against the Shan people, an ethnic minority concentrated in the Mong Hsu region.

DIAMONDS

De Beers sold $485 million worth of rough diamonds at its Sept. 26-29 cycle (previously called sight), raising prices 1% to 2% on goods that would polish out to a carat or larger and lowering them slightly for melee-sized stones. The total was slightly larger than expected given the continuing credit problems in the diamond industry and the upcoming Diwali holiday in India, where manufacturing operations close for two weeks or more.

Russia’s Alrosa sold $454 million worth of rough and $18.9 million in polished in September, nearly double the August totals for rough diamonds, which was $243 million. August polished sales were $12 million. Alrosa’s second half sales are 58% above comparable 2015 levels, which were marked by oversupplies and buyer revolts over high rough prices. First half sales were 23% higher by value, 21% higher by carat volume.