segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Robô mapeia cavidades de minério de ferro

Robô mapeia cavidades de minério de ferro

A espeleologia é a ciência que estuda a formação e constituição das cavidades naturais subterrâneas. Na mineração, o espeleólogo é um profissional essencial, já que os dados coletados por ele, como o levantamento topográfico e a identificação de seres vivos nesses ambientes, são determinantes para a relevância da cavidade e, consequentemente, para a viabilidade ou não de um projeto de mineração. Mas o trabalho do espeleólogo não é fácil.
Muitas dessas cavidades não são cavernas ou grutas de fácil acesso. “Pelo contrário, a maioria das cavidades em regiões com presença de minério de ferro são estreitas e de difícil acesso, onde o profissional em trabalho de campo pode se deparar com diferentes riscos, como desabamento pontual de teto, presença de animais selvagens e peçonhentos e fungos”, explica Ramon Araújo, analista de meio ambiente da Vale.
Pensando no trabalho diário desse profissional, a equipe de Espeleologia e Tecnologia da Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos da Vale tomou a iniciativa de desenvolver um dispositivo robótico operado remotamente, com câmeras e sistema de iluminação, capaz de se locomover em terrenos acidentados e realizar a inspeção de cavidades. O objetivo é evitar a presença do espeleólogo dentro destes locais. Juntaram-se ao projeto o Instituto Tecnológico Vale (ITV) de Minas Gerais e o Instituto Brasileiro de Robótica do SENAI/CIMATEC, da Bahia.
O mapeamento será feito remotamente utilizando um laser tridimensional capaz de rastrear cerca de 30 mil pontos por segundo, junto com câmeras de alta resolução. Esses pontos são interligados, gerando uma nuvem tridimensional e colorida, que representa a cavidade investigada, visualizada em ambientes de realidade virtual. “Além do aumento da segurança, ganha-se em qualidade no mapeamento topográfico, que é uma exigência da legislação ambiental para fins de licenciamento”, afirma Iuri Brandi, especialista técnico da equipe de Espeleologia e Tecnologia da Vale.
Já o sistema intercambiável de locomoção, desenvolvido pelos pesquisadores do ITV, permite ao robô mover-se utilizando rodas, pneus, esteiras ou pernas, dando condições de mobilidade em diferentes tipos de terrenos. “Podemos usar também um sistema híbrido de locomoção. Por exemplo, o robô pode andar com quatro rodas e duas pernas. As rodas dão estabilidade ao equipamento em um terreno mais acidentado, enquanto as pernas lhe permitem superar obstáculos encontrados pelo caminho”, explica Gustavo Freitas, pesquisador do ITV. O sistema intercambiável de locomoção é uma tecnologia pioneira. “O que normalmente temos na indústria são robôs adaptados para o uso em mineração subterrânea, e não para o trabalho de espeleologia”, completa o pesquisador.


Fonte: Vale

domingo, 4 de dezembro de 2016

Brasil abre novas frentes para explorar diamantes

Brasil abre novas frentes para explorar diamantes

Empresa canadense prepara na Bahia método inédito de extração das pedras e governo vasculha indícios do mineral no fundo do mar



O Brasil já foi um dos maiores produtores mundiais de diamante, mas nos tempos de colônia, quando a exploração das grandes reservas africanas ainda não tinha começado. É improvável que o País volte a figurar novamente como um grande produtor mundial, o que não é empecilho para esforços extras nessa seara: no momento, o Brasil está tentando abrir frentes inéditas de extração do mineral precioso, que movimenta imponentes US$ 12 bilhões (R$ 20 bilhões) no mundo por ano.

AP Photo
Tiara de diamantes estimada em até US$ 80 mil que pertenceu à atriz Elizabeth Taylor: Brasil quer um naco maior de um mercado bilionário
A canadense Vaaldiam Resources está na fase de preparativos para começar a extrair na área de Braúna, na Bahia, diamantes diretamente do kimberlito, a rocha vulcânica e ancestral nas quais as pedras ficaram acondicionadas por milhões de anos, desde antes da era pré-glacial. Pode parecer uma mudança sutil, mas é uma alteração completa na maneira como se explorou o mercado de diamantes no País: até hoje, a extração ocorre apenas nos depósitos aluviais, aqueles em que as pedras são carregadas pela água de rios e chuvas.
Segundo análises prévias já feitas em material extraído pela Vaaldiam na área, o valor dos diamantes brutos (antes da lapidação, fase em que eles ficam prontos para ornamentar joias, quando o custo do mineral multiplica-se dezenas de vezes) chega a US$ 338 por quilate. A cifra é equivalente à do diamante bruto da Namíbia, um dos países com o preço médio do quilate mais elevado do mundo.
Em cronograma apresentado a investidores, a companhia informou que a fase de captação de recursos e análise de viabilidade do empreendimento deverá estar encerrada em breve, momento em que a construção da mina deverá ocorrer. A extração, segundo esse cronograma.


A empresa, que tem projetos no Peru, Quênia e também em Catalão (GO), já investiu US$ 6,5 milhões (R$ 11 milhões, em valores atuais; nem todo o desembolso já foi feito) no projeto. Os recursos foram usados para elevar de 20% para 51% sua participação na área de Braúna. A companhia não respondeu os pedidos de entrevista feitos pelo iG.
N o fundo do mar
Também o governo debruça-se sobre a tarefa de abrir novas frentes para o mercado de diamantes. O Projeto Diamante Brasil, em andamento desde 2009, pretende apresentar no ano que vem os resultados do mapeamento desse mineral no País. “A ideia é criar uma base de dados específicos sobre diamantes. Queremos fazer o diagnóstico do potencial brasileiro”, afirma Reinaldo Brito, chefe do Departamento de Recursos Minerais da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa ligada ao Ministério de Minas e Energia. Ela está encarregada da tarefa.

Reprodução
Amostra de diamantes encontrados pela Vaaldiam na área de Braúna
É com base no trabalho da CPRM que o Brasil também procura a ocorrência de diamantes embaixo do mar. Ainda não foram feitas expedições marinhas, mas já foi mapeada a estrutura submarina da foz dos rios Pardo e Jequitinhonha, no litoral baiano. Ambos nascem em Minas Gerais e passam pelas regiões Lavras e Salobro, ambas com ocorrência de diamantes. Um alerta, portanto, para o potencial de haver diamantes na área em que os dois desembocam no Oceano Atlântico.
“O governo tem muita informação sobre onde tem ferro, ouro, cobre, mas pouca sobre os diamantes”, diz Brito. Os levantamentos da CPRM já apuraram ocorrências do mineral, sobre as quais quase nada se sabia, em Canguçu (RS) e em Roraima.
Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Roraima são os principais estados produtores brasileiros. No mundo, a participação brasileira é irrisória.  a produção nacional somou 25,4 mil quilates (cada quilate de diamante equivale a 200 miligramas), volume que correspondeu a US$ 1,4 milhão e que deixou o País na 18ª posição no ranking mundial. Em volume, a Rússia foi a maior produtora, com 34,8 milhões de quilates, mas Botswana, com produção menor, de 22 milhões, conseguiu receita de US$ 2,6 bilhões por ter diamantes mais bem avaliados no mercado.

A rota das esmeraldas


A rota das esmeraldas
Jazidas descobertas em Itabira e Nova Era provocam corrida ao garimpo e invasão de grandes empresas

EDAÇÃO ÉPOCA
No Brasil do século XVII, quem desejasse riqueza subia o Rio das Velhas, mergulhando na mata fechada à procura de gemas preciosas. Foi o caminho do bandeirante Fernão Dias, em 1674. Mais de 300 anos depois, Minas Gerais volta à rota dos caçadores de pedras. O novo foco da cobiça concentra-se em uma área de cerca de 20 quilômetros quadrados, entre os municípios de Itabira e Nova Era, a 160 quilômetros de Belo Horizonte. Lá, encravadas na rocha, escondem-se esmeraldas. Apreciadas pela cor e transparência, podem valer mais que diamantes – 1 grama chega a ser negociado no Exterior por até US$ 10 mil.
Empresas nacionais e estrangeiras disputam a exploração. À frente da corrida está uma canadense, a Seahawk Minerals, representada no Brasil pela Piteiras Mineração. Dona de quase 10 mil hectares na região, há três meses anunciou a descoberta da maior jazida de esmeraldas no país, com 740 mil toneladas. Planeja começar a produção em 2002, com investimento de US$ 5 milhões, para processar inicialmente 30 mil pedras por ano. A reserva ultrapassa a de Santa Terezinha de Goiás, a 300 quilômetros de Goiânia, até agora considerada a maior mina nacional. O Brasil está entre os quatro maiores produtores mundiais.
Também estão seguindo a trilha do tesouro mineiro americanos ligados ao ramo de joalheria. Formaram no ano passado a Brazilian Emerald Inc. do Brasil (Beibra), com o propósito específico de participar da corrida da mineração no país.
Os estrangeiros deixam preocupados os concorrentes nacionais. “A chegada deles está transformando isso aqui em um queijo suíço”, reclama Luiz Carlos Terto, engenheiro da mineira Belmont. Segundo Terto, dois lugares no mundo hoje monopolizam a atenção dos desbravadores do século XXI: Austrália e Minas Gerais.
A Belmont não pretende ficar atrás dos canadenses e dos americanos. Garante que já tem identificadas áreas com minério com grandes teores de águas-marinhas e esmeraldas. A empresa vem investindo US$ 600 mil por ano em pesquisa. Tem 2 mil hectares e uma mina a céu aberto, atualmente com as atividades suspensas e onde foi encontrada a primeira esmeralda da região de Itabira.
Em 1979, diz a lenda contemporânea das esmeraldas brasileiras, Mauro Ribeiro Lage era caminhoneiro. Prestava serviços para a Companhia Vale do Rio Doce e mantinha uma fazenda modesta a 15 quilômetros da cidade. Nas águas da represa que banhava suas terras foram achados por acaso pedaços de minério com esmeraldas. Mauro procurou o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e obteve o decreto de lavra dois anos depois, fundando a Belmont. Atualmente a empresa tem 95 funcionários e é administrada pelos seis filhos do caminhoneiro. Ele morreu há quatro meses, aos 71 anos, antes de ver sua região ser alçada à condição de capital nacional das pedras verdes.
A Belmont paga entre R$ 300 e R$ 400 a seus empregados. Edimilson Ferreira da Silva, de 29 anos, precisou apurar a visão para ganhar a vaga de catador de pedras. Hoje é capaz de apontar de longe uma esmeralda. Foram mais de dois anos de treino para saber identificar a pedra no meio de pedaços de rocha sem valor. “Às vezes o companheiro da frente acha uma esmeralda. Fico apreensivo, porque quer dizer que a pedra passou por mim e eu não vi”, conta Edimilson, que todo ano faz um exame de vista obrigatório. Trabalha com uniforme sem bolsos, cuidado tomado pela empresa para evitar furtos

Metade dos metais extraídos da Terra está sem uso

Metade dos metais extraídos da Terra está sem uso

Metade dos metais extraídos da Terra está sem uso
O pesquisador reconhece que, na maioria dos casos, a retirada do material não é simples. [Imagem: Universidade de Linkoping]
Mundo dos desconectados
Você sabia que apenas metade de alguns dos principais metais extraídos das minas de todo o mundo são realmente utilizados?
Isto pode até parecer estranho, mas estranho mesmo é o destino desses metais não utilizados.
A maioria do desperdício está no "mundo dos desconectados", de acordo com Bjorn Wallsten, da Universidade Linkoping, na Suécia.
Wallsten estudou detalhadamente a infraestrutura de duas cidades suecas - Norrkoping (135.000 habitantes) e Linkoping (150.000 habitantes) - e descobriu milhares de quilômetros de fios, cabos e dutos metálicos que estão simplesmente desconectados das suas respectivas redes, sem nenhuma serventia.
São principalmente ferro, cobre e alumínio na forma de trilhos, dutos de gás, cabos elétricos de alta tensão, fiação de baixa tensão e antigas redes telefônicas, entre várias outras possibilidades - todos já sem uso, mas que não são retirados para reciclagem.
Mineração urbana
O pesquisador reconhece que, na maioria dos casos, a retirada do material não é simples, pode interferir com a operação normal da infraestrutura elétrica, de água e de gás e de telecomunicações, e, em alguns casos, é até mesmo difícil apontar a responsabilidade pela "mineração urbana".
Mas ele aponta que, a exemplo da mineração tradicional, onde as minas são instaladas nas reservas de maior concentração de cada metal, é possível começar a reminerar áreas onde há mais metais, como antigas zonas industriais e prédios sem utilização.
Além disso, é desejável sincronizar qualquer manutenção nas redes com a retirada dos metais não utilizados.

Infelizmente, calcula Wallsten, com os atuais baixos preços dos metais, nenhuma dessas opções seria diretamente rentável. Para preservar os recursos minerais primários - aqueles que estão nas minas - ele recomenda que a legislação imponha a obrigatoriedade da recoleta dos metais pelas empresas responsáveis pelas respectivas redes.

Asteroides próximos à Terra conhecidos chegam a 15.000

Asteroides próximos à Terra conhecidos chegam a 15.000


Asteroides próximos à Terra conhecidos chegam a 15.000
O asteroide próximo à Terra de número 15.000 foi chamado de 2016 TB57. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Perigos conhecidos
O número de asteroides próximos da Terra (NEOs: Near-Earth Asteroids) já identificados alcançou a marca dos 15.000, com uma média de 30 novas descobertas adicionadas ao catálogo a cada semana.
Esta etapa marca um aumento de 50% no número de NEOs conhecidos desde 2013, quando as descobertas atingiram a marca de 10.000, em agosto daquele ano.
O asteroide próximo à Terra de número 15.000 foi chamado de 2016 TB57. Ele foi descoberto em 13 de outubro por astrônomos do Mount Lemmon Survey, que faz parte do programa de rastreamento de asteroides financiado pela NASA - o programa da NASA, que rastreia asteroides e cometas, responde por mais de 95% das descobertas feitas até agora.
O 2016 TB57 é um asteroide pequeno - entre 16 a 36 metros pelas primeiras estimativas - que atingiu seu ponto de maior aproximação da Terra nesta segunda-feira (31 de outubro), cerca de cinco vezes a distância da Lua.
Asteroide próximo à Terra
Um asteroide próximo da Terra é definido como um corpo celeste cuja órbita periodicamente o aproxima do Sol a até cerca de 1,3 vez a distância média da Terra ao Sol - cerca de 195 milhões de quilômetros, já que a distância média da Terra ao Sol, ou uma unidade astronômica, é de cerca de 150 milhões de quilômetros. Esta distância do Sol significa que o asteroide pode se aproximar até cerca de 50 milhões de quilômetros da órbita da Terra.
Já foram identificados mais de 90% da população estimada dos grandes asteroides - aqueles maiores do que um quilômetro.

Contudo, os astrônomos estimam que apenas cerca de 27% dos asteroides próximos à Terra maiores do que 140 metros foram localizados até o momento. O Congresso dos EUA determinou que a NASA encontre mais de 90% desses objetos menores até o final de 2020.