quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Recursos minerais na Amazônia e o ilusionismo ambientalista

Recursos minerais na Amazônia e o ilusionismo ambientalista


índios armados pelas FARC colombianas, no Brasil...
conflito indígena contra mineradores na amazônia…



Não é segredo pra ninguém: a região amazônica brasileira é a última fronteira natural com alto potencial econômico a ser explorada no mundo.
No entanto, apesar da biodiversidade, do conhecimento dos povos nativos sobre o uso farmacológico da flora e do volume fantástico de água doce, os olhos das grandes potências mundiais encontram-se postos em nosso subsolo – o grande recurso estratégico.
O subsolo amazônico 
Em todo o globo terrestre, a maioria dos depósitos metálicos situa-se em terrenos pré-cambrianos formados no início da solidificação do planeta, até 570 milhões de anos atrás. Há dois bilhões de anos atrás, a crosta terrestre era menos espessa, o que propiciou a ascensão de metais das zonas mais profundas da terra para a superfície.
Quarenta por cento do território amazônico pertence à era pré-cambriana. Assim, suas sequências sedimentares, intrusões graníticas, derrames vulcânicos e complexos rochosos apresentam enorme potencialidade de depósitos de ferro, manganês, alumínio, cobre, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio, ródio, estanho, tungstênio, nióbio, tântalo, zircônio, terras-raras, urânio e diamante.
Geologicamente, grande parte dos depósitos minerais, embora relacionada às rochas pré-cambrianas, formou-se por enriquecimento (erosão, concentração, etc.) nos períodos terciários e quaternários. É um processo geológico incrivelmente longo e perene.
Nossa superfície e o que nela vive é fruto de alterações climáticas e geomórficas ocorridas nos últimos milhares de anos. Um complexo efêmero, se comparado à formação dos recursos minerais, ocorrida no subsolo, processada ao longo de bilhões de anos.
A cobiça internacional 
Deus nos deu a floresta, os índios e os animais, mas também nos concedeu a oportunidade única de pisarmos em solo cuja riqueza é invejada e cobiçada pelas demais nações do mundo.
Isso não é novidade. A história nos mostra que nos últimos 500 anos, as grandes potências coloniais se mobilizaram, entraram em conflito e desenharam nosso mapa político, visando a extração das riquezas minerais ocorrentes na América do Sul. No Brasil, a história não foi diferente.
Particularmente, desde o final do século XIX, na medida em que a tecnologia disponível foi permitindo a identificação de grandes jazidas na região norte do Brasil, disputas territoriais foram provocadas por países europeus, visando a apropriação do minério brasileiro.
Brasil detém a maior reserva de nióbio do mundo, situada na Amazônia Legal (Imagem: Reprodução/Internet)
Brasil detém a maior reserva de nióbio do mundo, situada na Amazônia Legal (Imagem: Reprodução/Internet)
Em 1885, a França tentou se apropriar de parte do território do Amapá, para anexá-la à Guiana Francesa, visando justamente as jazidas minerais ali existentes. O conflito se estendeu até 1895 quando se deu a arbitragem sobre a questão, tendo por árbitro inquisidor o Conselho Federal Suíço.
A sentença favorável ao Brasil foi proferida pelo Presidente Walter Hauser e confirmada pelo Rei da Bélgica, Leopoldo II.
Em 1904, a Inglaterra apropriou-se da região do Pirara, no território de Roraima, usando como subterfúgio um conflito muito similar ao que foi observado agora pouco pelo Supremo Tribunal Federal, na vizinha Raposa Serra do Sol. A Inglaterra, por óbvio não objetivava garantir direitos indígenas na superfície, mas, sim, se apropriar dos minerais estratégicos contidos no subsolo daquela região. Arbitrado o conflito pelo rei da Itália, Vitor Emanuel II, o Brasil perdeu o território para a Guiana Inglesa, vencedora na causa.
Esse fato histórico está relacionado à visita do Príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra e seu Primeiro Ministro Gordon Brown, não coincidentemente duas semanas antes da recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o caso da Raposa Serra do Sol.
As reservas prováveis de nióbio naquela região, insumo imprescindível para a indústria bélica e aeroespacial, estão na mira das potências militares anglo americanas, que entendem melhor manter a exploração obstruída por um desenho caótico de restrições étnico-ambientais (unidades de conservação e terras indígenas), que expostas a uma exploração comercialmente orientada e controlada pelo governo brasileiro. Com efeito, há em tudo isso um segredo de polichinelo: como podem essas potências receber do Brasil, oficialmente, apenas 46% do nióbio que processam industrialmente, quando nosso país detém 98% das reservas desse minério?
Evidente que o açodamento em “aparecer bem na foto”, na galeria do “bom mocismo biocentrista”, dominou parcela das decisões judiciais e políticas orientadas por operadores do direito e gestores pouco atentos às mazelas estratégicas que comprometeram os interesses nacionais. Esse comportamento dominou a agenda política, judiciária e de regulação, nos últimos vinte anos.
No entanto, em que pese o vacilo de parte de nossas autoridades, quanto á defesa efetiva de nossa soberania, o Brasil, num espectro histórico mais largo, tem construído marcos legais afirmando nosso domínio.
A afirmação legal e econômica da nossa soberania
Após a segunda guerra, o Estado Brasileiro tratou de nacionalizar o subsolo e implementar um Código de Mineração bastante restritivo, organizar uma política de concessões de lavra e fomentar a exploração nacional incentivando consórcios liderados por empresas nacionais e estatais brasileiras.
Em que pese o Brasil ter se firmado como senhor do território, as grandes potências, incluindo a Rússia, buscam de toda forma evitar o apossamento pleno dessas riquezas pelo governo brasileiro.
Ninguém gosta de ceder espaço no jogo de poder e o domínio completo do processamento dessa riqueza mineral constitui, é fato, combustível para uma rápida ascensão do Brasil ao cenário das potências mundiais.
Conhecido como exportador primário de commodities extraídas daquela região amazônica, o Brasil, nos últimos 40 anos, deixou de exportar bauxita por tonelada e importar alumínio por quilo – e a peso de ouro – para, então, passar a produzi-lo aqui.
Para desespero da Rússia e dos Estados Unidos, nossos principais concorrentes no alumínio, o Brasil ascendeu ao posto dos principais exportadores de alumínio do mundo, graças à estratégica implantação de usinas hidrelétricas – dentre elas a de Tucuruí – e a uma logística que permitiu seu fornecimento ao mercado interno e externo.
O processo de industrialização em território nacional, de nossas commodities minerais, tem sido incrementado com a instalação de termelétricas e polos de transformação sustentados por custosa rede logística, abrangendo o Amapá, Pará, Maranhão, Ceará e Mato Grosso. Para conferir sustentabilidade a toda essa infraestrutura, o volume crescente de exigências no licenciamento ambiental tem gerado custo adicional significativo e, às vezes, preocupante.
No entanto, o que já se desenha, nos dá uma noção clara de futuro: a extração do minério de ferro, bauxita, manganês, ouro e outros metais, na região amazônica, e seu transporte eficaz e a custo menor, por navegação de costa, hidrovias e ferrovias, criará condições objetivas para a instalação de um grande polo siderúrgico amazônico, na região do Pará.
O aproveitamento hidro energético de Belo Monte atende a esta demanda, em bases sustentáveis, a par de todos os impactos, pois alavancará o polo siderúrgico amazônico, oferecendo ao Brasil e a seus parceiros estratégicos um cenário bastante promissor na economia mundial.
A metalurgia, a siderurgia e, em especial, a fabricação do alumínio, são atividades eletro intensivas. Necessitam, portanto, do insumo da eletricidade, a qual deve ser gerada a um custo que torne competitivo o preço dos produtos no mercado mundial.
O pesadelo internacional com referência a Belo Monte, portanto, não está nos impactos ambientais inerentes à obra, mas, sim, nos seus efeitos econômicos, cujo caráter libertador modificará, a médio prazo e de forma significativa, o jogo de interesses mundiais no fluxo dos insumos energéticos e no valor da indústria de base.
Historicamente hábeis e experientes em colonizar mentes e corações… os neocolonialistas afetados pela concorrência brasileira na apropriação e transformação dos minérios, entretanto, usam nossa própria fraqueza conceitual, no que tange à mensuração dos interesses nacionais em harmonia com os interesses ambientais, para obstruir nosso desenvolvimento.
Essa BATALHA DE QUARTA GERAÇÃO ocorre em plena égide dos interesses difusos, que a tudo e a todos relativiza, entre os quais os direitos de soberania, os direitos individuais e a própria autoridade obtida por mandato popular.
Três formas de pressão organizada trabalham sob a égide dos interesses difusos – aparelhadas pelos grupos econômicos contrários aos interesses nacionais, a saber:
1) o biocentrismo fascista, cuja enorme nocividade já tratamos em artigos anteriores;
2) a Estratégia de Geração de Demandas Impossíveis – escola doutrinária esquerdista que, partindo da constatação da impossibilidade de combate direto ao Moderno Estado Democrático Capitalista, recomenda seu bombardeamento sistemático com reivindicações impossíveis (ainda que revestidas de aparente legitimidade), no intuito de estimular conflitos que desmoralizem a “autoridade do capital”, desestruturem a economia e provoquem o rompimento do tecido social; e
3) o autonomismo desagregador, que estimula o rancor dos movimentos de afirmação étnicos, religiosos e sociais, jogando uma pá de cal nas doutrinas de comunhão nacional (como a Doutrina Rondon) para, sobre seus escombros, incentivar reivindicações separatistas, de cunho liberticida, esfacelando com isso a unidade nacional.
O “Teatro de Operações” montado em torno do empreendimento do AHE Belo Monte concentra essas três forças, como se pode ver da simples leitura dos jornais…
Conclusão 
Como se vê, não se trata de “preservar a Amazônia”, “defender povos e culturas nativas”, “rediscutir o planejamento energético nacional” e muito menos “defender as águas e o clima do planeta”.
Cumpre a nós, cidadãos brasileiros, seres humanos, combatermos mais esse ilusionismo ambientalista, que em nada contribui para o equilíbrio da Amazônia e contraria os interesses do Brasil.

Notícia quente do dia

Notícia quente do dia

Novo acordo de acionistas deve unificar ações da Vale. A proposta, segundo o Valor Econômico, é transformar as todas as ações, preferenciais e ordinárias, em ações ordinárias com direito a voto.


Fonte: Exame

A SELVA MINERAL

A Selva Mineral

A série da revista Manchete de 1983, aqui abordaremos a questão da exploração mineral na Amazônia. Reconheço que não dou conta do assunto, que não passa da superficialidade, principalmente pelo papel econômico que ele representa para o país. Mas, não dá prá discutir questões como desenvolvimento na Amazônia, conservação ambiental, código florestal, sem falar nisso. Quem sabe aparecem aí uns engenheiros e economistas entendidos no assunto prá nos ensinar um pouco? 
“Pensava-se que a Amazônia era apenas uma imensa floresta, mas esta visão é literalmente superficial: suas maiores riquezas estão no subsolo”
“A maior vocação da Amazônia é a exploração das inimagináveis riquezas minerais. É a atividade menos predatória e mais rentável”. O autor da frase, o geólogo José Belfort dos Santos Bastos, então diretor do 8º Distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral, estava convencido de que o futuro da Amazônia estava na mineração.
É possível que esteja convencido disso até hoje. Carajás, por exemplo, é hoje uma das maiores áreas de exploração de minérios do mundo.
Em 1983, Carajás estava só começando. A previsão da primeira exportação era para o ano seguinte, 1984. Estrategicamente pensado, o projeto Carajás incluía sua própria estrada de ferro, que liga o sudoeste do Pará ao litoral do Maranhão, e até hoje transporta minério e pessoas.
Os principais descritores de busca que trazem pessoas a este blog estão relacionados a garimpos. Os posts Garimpo Bom Futuro, Garimpos de Cassiterita e Campo Novo de Rondônia são, de longe, os mais visitados.
Diamante, nióbio, manganês, minério de ferro, cassiterita, ouro, bauxita, cobre. Esta é uma atividade econômica que dá muito dinheiro, tanto a grandes empresas quanto a pequenos garimpeiros.
“O patrimônio total, escondido sob as árvores, sob o solo e sob as águas dos rios, ainda é desconheido.  Apesar disso, podemos afirmar, com base nos trabalhos já realizados, que a região é uma das maiores províncias metalíferas do mundo”
Serra pelada, no auge na década de 80, com 25 mil homens cavando o chão, era uma vedete apenas, perto dos 300 mil homens que estimava-se haver na Amazônia, garimpando ouro. Em 1983, Itaituba e Jacareacanga, no Pará, eram referência para a exploração de ouro, e o são até hoje.
O avião era peça fundamental para acessar esses garimpos. Um dos pilotos disse à reportagem:
“Lei para o Rio e São Paulo não pode funcionar aqui. E o burocrata que conhece a Amazônia pelo mapa só atrapalha. Veja o caso dos que requerem prospecção pelo mapa e vêm prejudicar os que estão aqui, convivendo com a malária e tirando ouro do chão há muitos anos. A lei do sul é que detém o progresso da Amazônia.”
Na Amazônia convivem garimpos manuais e exploração mineral de ponta, feita pelas maiores empresas do mundo, como a Vale.
“Apesar das clareiras, a mineração é das atividades menos predatórias das que se podem realizar na região. E as riquezas vão se transformando em divisas.”
O mundo moderno não pode prescindir desses metais, e de 1983 para cá tanto a tecnologia de exploração como a preocupação com o meio ambiente cresceram enormemente, mas cresceram também os conhecimentos sobre biodiversidade, necessidade de preservação de ecossistemas e espécies. Eu gostaria de ouvir um bom debate sobre a mineração ser uma das atividades menos predatórias, à luz dos conhecimentos que se tem hoje.
Lendo sobre esse assunto, entretanto, uma coisa me volta à mente: o governo brasileiro continua ignorando a importância de se investir pesado em novas pesquisas científicas – e considerar os resultados delas, obviamente. Uma simples incursão pela história da Vale nos mostra que a reserva de minério de ferro de Carajás foi descoberta pela empresa norte-americana United States Steel; engenheiros ingleses descobriram as reservas de minério de ferro de Itabira; por que diabos até hoje investe-se tanto nas coisas descobertas no passado, quase sempre por pesquisadores estrangeiros, e tão pouco em pesquisa brasileira de ponta para se descobrir novas possibilidades de uso da floresta em pé?
Termino ilustrando o que disse acima com uma citação de Marina Silva, no livro Marina: a vida por uma causa (pag. 178), sobre um besouro brasileiro que vem fazendo sucesso nos Estados Unidos:
“Pesquisadores da Universidade de Utah acreditam ter encontrado o cristal fotônico ideal na carapaça do besouro Lamprocyphus augustus. Esse cristal é essencial para a construção de circitos eletrônicos que manipulem dados por meio de luz (fótons), em vez de cargas elétricas (elétrons). (…). Não duvido que, apenas com a tecnologia decorrente das pesquisas com esse único besouro, os americanos produzam mais riqueza do que todo o valor anual da exploração ilegal de madeira, da soja e do gado na Amazônia.”

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Cerca de 4 mil quilômetros separam a sala repleta de caixas com fragmentos de rochas dentro da USP do local de onde elas foram retiradas – a floresta amazônica. Caetano Juliani, o geólogo que faz do pequeno espaço no Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, no Instituto de Geociências (IGc), seu local de trabalho, toma um pedaço de rocha na mão medindo não mais do que 15 centímetros de comprimento, que cintila com pequenos pontos prateados. “Pode tocar. Isso aqui brilhando é molibdênio”, diz o pesquisador, apontando para o elemento usado na confecção de ligas metálicas muito resistentes, com boa demanda no mercado internacional.
Desde 1998 o geólogo pesquisa feições que poucos brasileiros associam ao norte do país: os vulcões que existiram no território onde hoje está a amazônia. O festival de erupções começou há cerca de 2 bilhões de anos, na era geológica conhecida como Paleoproterozoica, mas suas consequências perduram até hoje. A região presenciou eventos intensos de diferentes formas de vulcanismo, sobrepostos ao longo de milhões de anos, que presentearam o solo de uma área estimada em cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados com depósitos de ouro e diversas ocorrências de cobre e molibdênio trazidos das profundezas da Terra à superfície pela lava. “Essa foi provavelmente a maior área de vulcanismo com tamanha intensidade no mundo”, afirma o geólogo.
Recentemente o grupo da USP estuda vestígios de vulcões carbonatíticos, que dão origem a rochas com minerais como calcita e dolomita, no município de São Félix do Xingu, no Pará. A região está na parte sul do cráton amazônico, uma área tectonicamente estável nos últimos 800 milhões de anos que começou a se formar há cerca de 3 bilhões de anos. Esses vulcões, de um tipo raro no mundo, lançavam magma associado a grandes depósitos de fósforo, elemento utilizado na produção de fertilizantes para a agricultura.
De acordo com Juliani, os vulcões amazônicos foram formados por diferentes processos entre 2 e 1,87 bilhão de anos atrás. Até os anos 1980 acreditava-se que o vulcanismo na região havia sido apenas aquele típico de regiões estáveis, com poucos terremotos e vulcões – chamado de anorogênico. Com a obtenção de mais material e novos estudos, ficou claro que essas formações foram mais complexas, acrescentando ao pacote o vulcanismo orogênico, característico de áreas instáveis, semelhantes às dos Andes, às do México e às do oeste dos Estados Unidos.
A água quente liberada durante a consolidação do magma dá origem às mineralizações conhecidas como hidrotermais, estudadas pelo grupo de Juliani. Essas alterações na região sul do Pará estão descritas em artigo publicado em abril deste ano no Journal of Volcanology and Geothermal Research. Para que o processo aconteça, é necessário que uma fonte transporte os metais para mais perto da superfície, papel desempenhado pelo vapor-d’água que acompanha o magma. A criação de um depósito mineral, como de fósforo ou de molibdênio, pode levar mais de 500 mil anos, nos quais os metais são carregados para próximo à superfície, onde ficam acumulados. Mas isso só ocorre se as condições geológicas do local permitirem. “Não conhecemos o tamanho dos depósitos na Amazônia. O que sabemos é que os metais certamente foram transportados e, pelas características mapeadas, temos fortes indícios de que houve acumulações nas regiões entre o rio Tapajós e o rio Xingu”, afirma.
Na estrada
A rotina dos pesquisadores na região é pesada, com grandes dificuldades de acesso a certas partes da floresta. O material que precisa ser transportado de volta ao laboratório para análise são pedaços de rochas e, para não correr o risco de perder fragmentos no caminho ou deixar algo para trás no aeroporto, Juliani conta que muitas vezes preferiu fazer o longo trajeto de caminhonete. O potencial da região para a descoberta de depósitos de minérios, reafirmado com os recentes estudos, é uma das motivações, embora seja necessário cuidado para evitar danos excessivos à floresta. “Não existem novas descobertas de recursos minerais suficientes para manter a produção de quase tudo que é utilizado nos dias de hoje, incluindo os equipamentos eletrônicos. Encontrar novas jazidas é uma necessidade para manter o bem-estar da sociedade”, diz o geólogo.
“Por causa da dificuldade de acesso, pouca gente se interessa em fazer pesquisa como essa na região”, afirma Carlos Marcello Dias Fernandes, geólogo do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPA), que desenvolve pesquisas com Juliani. Segundo ele, nenhum outro lugar no mundo apresenta vestígios de eventos vulcânicos tão antigos com tão boa preservação. “Nem todos os locais mapeados se tornarão minas para ser exploradas economicamente, mas esses estudos nos dão informações importantes sobre como a Amazônia se formou. É uma questão para a qual ainda faltam muitas respostas”, diz.
Fernandes destaca ainda o trabalho em conjunto que geólogos têm estabelecido com mineradoras brasileiras e estrangeiras na região. Os cientistas ajudam as empresas a encontrar os locais onde mais provavelmente estão os depósitos, e as companhias podem iniciar a sondagem, cara demais para os pesquisadores bancarem sozinhos. Cada metro de sondagem – perfuração das rochas para coleta de amostras – custa mais de R$ 2 mil e algumas delas podem atingir mais de 300 metros de profundidade. Em contrapartida, os geólogos ganham novas e melhores informações do que está debaixo da terra e foi encoberto pelo tempo para continuar a jornada e, quem sabe, desvendar novos mistérios dos ancestrais vulcões amazônicos.
Artigo científico
CRUZ, R. S. et al. Paleoproterozoic volcanic centers of the São Félix do Xingu region, Amazonian craton, Brazil: Hydrothermal alteration and metallogenetic potential. Journal of Volcanology and Geothermal Research. 320, p. 75-87. jan 2016.
 Fonte: Agência Fapesp

Onde se encontram as gemas?

Onde se encontram as gemas?
Algumas gemas minerais, tais como o quartzo e a granada, existem por todo o mundo.
Outras, como os diamantes e as esmeraldas, são raras, dado necessitarem para a sua formação de condições geológicas invulgares.




pedras preciosas
Mesmo quando um mineral se encontra por todo o mundo, apenas uma ínfima proporção são pedras de qualidade.
As principais zonas de gemas do mundo são pois, aquelas onde se encontra material em quantidade suficiente para tornar económica a sua produção.
Pérolas no Japão - As águas costeiras pouco profundas da ilha Japonesa proporcionam condições ideais para a criação de ostras perlíferas.
As pérolas são gemas orgânicas, por isso independentes das condições geológicas.
pérola
Rubis na Birmânia
Apesar de a extracção ser feita por métodos tradicionais, os ricos depósitos minerais de Mogok, na Birmânia, produziram alguns dos melhores rubis do mundo.
As safiras também aqui são exploradas.
safiraO que são pedras preciosas?
Na generalidade, as pedras preciosas são minerais que foram, ou podem ser, trabalhados para serem usados como adorno pessoal e em regra geral, são belas, raras e duradouras.
São maioritariamente minerais/matérias naturais e inorgânicas, com uma estrutura interna regular.
pedras
Algumas gemas, como o âmbar e a pérola, provêm de plantas ou animais e são conhecidas como orgânicas.
Outras, às quais se chamam sintéticas, não têm origem natural e são fabricadas em laboratórios.
Possuem propriedades físicas semelhantes às gemas naturais e podem ser talhadas de modo a imitar as verdadeiras.
Pedra Polida - Os cristais podem ser arredondados e polidos naturalmente ou polidos mecanicamente.
pedras preciosas
Cabochão - O corte em cabochão, que produz uma superfície arredondada e altamente polida é um modo simples de trabalhar pedras.
anel
Pedra Lapidada - A maioria das gemas são lapidadas de modo a ficarem com um certo número de superfícies planas, chamadas facetas.
As facetas absorvem e reflectem a luz em efeitos mágicos.
pedra preciosa
Imitações - As pedras preciosas foram sendo imitadas ao longo das eras.
Foram utilizadas muitas pedras menores, tais como a pasta de vidro e outros materiais fabricados pelo homem.
pedras preciosas
As pedras compósitas, tais como a almandina ou o vidro verde, são feitas de mais de uma peça.
cortes de gemas
Joalharia - O produto final é muitas vezes uma peça de joalharia, em geral com uma ou várias pedras polidas e lapidadas encastradas num encastre de metal precioso.
pedras preciosas
Sintéticas - As pedras sintéticas feitas pelo homem são semelhantes quanto à composição química e às propriedades ópticas das suas equivalentes naturais.
Os cristais crescem através de um método de fusão e em seguida, são talhados.
cristais
Cristais Naturais - No seu estado natural, um cristal pode ser um prisma com faces claramente definidas.
cristais naturais
Como se formam as Pedras Preciosas?
As pedras preciosas de origem mineral encontram-se nas rochas de nome pegmatitos ou em cascalhos derivados dessas rochas.
As rochas são formadas por um ou mais minerais e podem ser divididas em três grupos principais.
pedras preciosas
A formação destes três tipos: vulcânicas, sedimentares ou metamórficas, constitui um processo contínuo descrito em termos de ciclo da rocha.
Os minerais com qualidade gemológica inseridos nesta rocha podem estar facilmente acessíveis à superfície da terra ou enterrados profundamente.
Outros, separados da rocha hospedeira pela erosão, são transportados pelos rios para os lagos ou para os mares.
Propriedades Físicas
As propriedades físicas das pedras preciosas, a sua dureza, peso específico ou densidade, e o modo como quebram ou "clivam", depende da ligação química e da estrutura atómica no interior da pedra.
O diamante, por exemplo, é o material natural mais duro que se conhece, e a grafite um dos mais macios e, no entanto, ambos são feitos do mesmo elemento, o carbono.
pedras preciosas
É o modo como os átomos de carbono se interligam no diamante que lhe dá uma maior dureza e elasticidade.
Dureza - Sendo uma das qualidades chave de uma pedra preciosa, a dureza de uma rocha pode medir-se pela sua resistência ao risco.
Todas as pedras podem ser testadas e classificadas através da escala de dureza de Mohs que dá a cada mineral um algarismo de um a dez.
Os intervalos entre os números da escala não são iguais, em especial entre os nove e os dez.
No entanto, o teste de dureza é destrutivo, devendo apenas utilizar-se numa gema quando outros testes falharam.