segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Garimpeiros ainda buscam fortuna procurando pedras preciosas em MG

Garimpeiros ainda buscam fortuna procurando pedras preciosas em MG

Terras são exploradas desde o século 18, mas no estado existe uma área preservada em que o garimpo mecanizado não entrou.

Era por lá que as pedras preciosas saíam das Minas Gerais e chegavam até o litoral do Rio de Janeiro. E embarcada em caravelas, nossa riqueza ia embora para Portugal.
Diamantina é a terra natal do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Cidade das vesperatas com músicos tocando nas sacadas coloniais. As ruas se enchem de música e a festa enche a cidade. Passado e presente se misturam em harmonia quase todos os fins de semana de abril a outubro.
A apenas dez quilômetros do centro de Diamantina, já na área rural, há um lugar que vale a pena conhecer. Natureza virgem, nem parece que são terras de garimpo. A família de Belmiro Nascimento explora as terras de Ribeirão do Guinda desde o século 18. Ele conduz a equipe do Globo Repórter pelo lugar que ele conhece desde menino. O que se fazia ali era o garimpo artesanal. Só com enxada, peneira e olhos muito atentos. A ocupação principal do Belmiro agora é o turismo. Naquelas terras nunca entrou garimpo mecanizado.
Não muito longe dali a realidade é completamente diferente. Areinha parece o fim do mundo, lugar perdido, destruído de tal forma, que não dá para saber como era antes. É ali que homens de todas as idades procuram a pedra dos sonhos. Pobre rio Jequitinhonha. É muito clara a lei estadual que deveria proteger os terrenos às margens dos rios. É proibido revolver sedimentos para a lavra. E também é proibido o exercício de atividade que coloque em risco o ecossistema. Mas não é exatamente o que está acontecendo ali. Máquinas e garimpeiros trabalham a todo vapor.
Pelo menos mil garimpeiros trabalhavam em Areinha até uma operação da Polícia Federal. Doze foram presos. Mas ainda há acampamentos em condições precárias, esgoto a céu aberto, gente cortando lenha. Homens e mulheres que culpam a falta de emprego na região. Na lei do garimpo, quem bota a mão na massa fica com, no máximo, 10% do que é achado. Se alguém enriquece, é o dono da máquina.
Um pequeno diamante bruto. Misturado a outras pedras, quem conseguiria distinguir?
Ao ser lapidado, perde metade do tamanho. E alcança a perfeição.
Equipe do Globo Repórter visita a casa onde Chica da Silva morou

Diamantina nasceu aos pés da Serra do Espinhaço, a única cordilheira brasileira. A cidade atrai equipes de cinema e seus filmes de época.
Um único homem recebia da coroa portuguesa o direito de explorar os diamantes. O mais famoso, o contratador João Fernandes de Oliveira, se apaixonou e se uniu com uma escrava: Chica da Silva. A equipe do Globo Repórter visitou a casa em que eles moraram, que está aberta à visitação.
Quando morreu no final do século 18, a ex-escrava recebeu as honras que eram devidas quase que exclusivamente às mulheres brancas e ricas. Foi sepultada no interior da igreja de São Francisco de Assis.
O que será que sobrou da fortuna de João e Chica? “Nada. Também eram muitos. Só de filhos ela e João Fernandes de Oliveira tiveram 13. E cada um desses filhos na época tiveram seus 10, 11 filhos. Então a minha bisavó teve 10 irmãos. Era muita gente”, conta Ana Catarina Pinheiro, jornalista e octaneta de Chica da Silva.
Mineiros que se espalharam por toda a região. Histórias que se entrelaçaram na estrada real.
Parque estadual é criado após população se rebelar contra garimpagem
Mais pra cima no mapa está São Gonçalo do Rio Preto. Na cidade, de pouco mais de três mil habitantes, também há uma casa de um descendente da Chica. E um parque estadual de encher os olhos.
Do centro de São Gonçalo até o parque são só 15 quilômetros de estrada de terra.
A paisagem é deslumbrante. O parque já tem 21 anos de idade e chega a quase 12.200 hectares de área. Nada no parque foi plantado ou replantado. A natureza se encarrega de tudo.
É raro encontrar animais no caminho durante o dia. Só pegadas e vestígios. Eles se escondem ao menor ruído. E a maioria sai à noite para caçar. Tudo é bonito e preservado, uma vitória do povo de São Gonçalo que se rebelou contra a garimpagem.

Minério de ferro terá forte correção por oferta, diz Citigroup

Minério de ferro terá forte correção por oferta, diz Citigroup

O minério de ferro caminha para um forte declínio porque a oferta de qualidade superior do Brasil e da Austrália deverá aumentar, segundo o Citigroup, que combinou sua projeção de queda no segundo semestre com atualizações na perspectiva do banco para os primeiros trimestres do ano. Os ganhos recentes foram respaldados pelo déficit de material de qualidade superior, disseram analistas incluindo Ed Morse em nota recebida na segunda-feira. O banco ampliou sua projeção do primeiro trimestre de US$ 60 para US$ 77 a tonelada, elevou a previsão para o segundo trimestre de US$ 57 para US$ 70 e manteve o número do quarto trimestre em US$ 53.
O minério de ferro subiu no ano passado porque os estímulos do governo da China reforçaram a demanda das importações, impulsionando mineradoras globais como Rio Tinto Group, BHP Billiton e Vale. A alta inesperada foi respaldada por um salto nos preços do carvão, o que ajudou a demanda das usinas por minério de qualidade superior para melhorar sua eficiência. O esforço da China para reprimir a poluição que aumentou o smog também ampliou a demanda dos produtos de alta qualidade, segundo o Citigroup.
O banco estima que “os preços se corrigirão, caindo fortemente no segundo semestre, com 50 milhões a 60 milhões de toneladas por ano de aumento na oferta de minério de alta qualidade do Brasil e da Austrália”, informou na nota de 22 de janeiro. “A produção de minério de ferro chinesa também poderá subir”, diz a nota, citando projeção da MySteel de aumento de 15 milhões de toneladas.
O minério com 62 por cento de conteúdo em Qingdao aumentou 0,9 por cento, para US$ 81,13 a tonelada, na segunda-feira, segundo a Metal Bulletin. Os preços atingiram o maior nível em dois anos em 16 de janeiro, de US$ 83,65, e acumulam alta de 2,9 por cento em 2017 após o aumento do ano passado.
Os estoques de minério mantidos nos portos da China atingiram um recorde de 119,1 milhões de toneladas na semana passada, segundo a Shanghai Steelhome Information Technology. O Citigroup informou que mais de 95 por cento do aumento de 2016 foi provavelmente de material de baixa qualidade, razão pela qual o mercado de alta qualidade continua bastante apertado.
Embora outros analistas como o Barclays também tenham sinalizado o potencial de perdas ao longo de 2017, alguns estão mais otimistas. O minério de ferro provavelmente manterá seu patamar em 2017 e poderá até avançar com o aumento das importações da China, segundo pesquisa com participantes do setor realizada pela Singapore Exchange, que opera contratos de derivativos que ajudam a estabelecer os preços globais.
A alta surpresa do minério de ferro beneficiou as ações das mineradoras. No Brasil, a ação da Vale mais do que dobrou no ano passado e ampliou seus ganhos em 2017. A Rio teve alta em Sidney no ano passado e subiu em todas as semanas de janeiro até o momento.
Fonte: Bloomberg

Caçadores de esmeraldas


Caçadores de esmeraldas


Montanhas de beleza rara, vales que parecem não ter fim, rios que se espremem nos corredores de pedras. O conjunto de monumentos impressionantes foi criado pela natureza há 400 milhões de anos, quando a Terra ainda era criança. No coração da Bahia, as águas do inverno saltam dos pontos mais altos do Nordeste. Um espetáculo exuberante. A Queda d'Água da Fumaça, de quase 400 metros, parece que começa nas nuvens.Na Chapada Diamantina, a trilha das águas mostra o caminho das pedras. Pedras preciosas, que contam a história de muitos aventureiros. Carnaíba, norte da chapada. O vilarejo com cara de cidade atrai milhares de garimpeiros. As serras da região concentram a maior reserva de esmeralda do Brasil.
O empresário Alcides Araújo vive perseguindo a sorte há mais de 20 anos. Ele é um dos grandes investidores na extração da valiosa pedra verde. Alcides diz que ainda não encontrou a sorte grande. Do garimpo dele só saíram pedras de segunda. Mesmo assim não dá para reclamar.
"Já ganhei um dinheiro razoável no garimpo, produzi quase quatro mil quilos. Se tivesse essas pedras hoje, valeria R$ 300, R$ 200 o grama. Já ganhei mais de R$ 3 milhões", revela o empresário.
Boa parte desse dinheiro está enterrada na jazida que Alcides explora. O Globo Repórter foi ver como os garimpeiros vão atrás da esmeralda. Uma aventura que requer, além de sorte, muita coragem.

Na maior mina da região, a equipe foi a 280 metros de profundidade. Para chegar lá embaixo, o equipamento é um cinto de borracha conhecido como cavalo. Confira esse desafio em vídeo.Os garimpeiros são mesmo corajosos. No abismo dos garimpos, a vida anda por um fio. O operador da máquina que faz descer e subir o cabo-de-aço não pode vacilar. A água que cai do teto vem do lençol freático que o túnel corta. Parece uma viagem ao centro da Terra. Mas será que vale mesmo a pena correr tanto risco?
Foram quase seis minutos só de descida. Seis minutos de arrepios. A 280 metros a equipe chegou a um corredor estreito. No rastro da esmeralda, os garimpeiros abrem quilômetros de galerias. Calor, pouco ar, oito, dez horas por dia no estranho mundo subterrâneo. Esses homens vivem como tatus-humanos.
Alegria mesmo é quando o verde começa a surgir na rocha. Sinal de que pode estar por perto o que eles tanto procuram. É preciso detonar a rocha para ver se é mesmo esmeralda. O desejo de enriquecer é mais forte que o medo do perigo. Sem nenhuma segurança, eles enchem com dinamite os buracos abertos pela perfuratriz.
“Costumamos fazer até quatro detonações por dia. A cada detonação, são disparados de dez a quinze tiros", conta o fiscal de garimpo Klebson de Araújo.
Muita pedra desceu do teto da galeria. O trabalho agora era levar tudo lá para cima e examinar direito as pedras. E o dono do garimpo? Será que ele confia nos seus garimpeiros?
"Eles encontram e a gente fiscaliza. Se facilitar uma coisinha, eles botam dentro do bolso”, diz o garimpeiro Manoel.
“Tem várias formas de levar. Uns dizem que estão com sede, pedem uma melancia para chupar. Partem um pedacinho, colocam as pedrinhas lá dentro e levam a melancia”, denuncia Alcides.
Escondida ou não, esmeralda na mão é dinheiro no bolso. Nos fins de semana, a praça principal da cidade de Campo Formoso vira um mercado movimentado de pedras preciosas. No local, o que menos importa é a procedência. A esperteza sempre prevalece. Esmeralda de qualidade nunca é vendida na praça. Negócio com pedras valiosas é fechado dentro de casa, por medo de assalto.Os minérios da Chapada Diamantina fizeram fortunas e produziram histórias. Histórias como a de Herodílio Moreira que já viveu dias de glória.
“Já ganhei muito dinheiro com esmeralda. De comprar mercadoria e ganhar cinco carros de uma vez, de lucro. Hoje esses carros acabaram. Estou querendo dinheiro para comprar uma bicicleta velha”, conta o garimpeiro.
No mundo desses aventureiros, pobreza e riqueza dividem o mesmo espaço. O garimpeiro José Gomes, de 70 anos, também já viveu as duas situações, mas nunca perdeu a esperança.
“Quando vejo na joalheria uma esmeralda em forma de jóia, analiso o que perdi. Vejo as pedras nas lojas valendo milhões de dólares e eu sem nada", diz ele.

8 casos de famílias ricas, influentes – e amaldiçoadas

8 casos de famílias ricas, influentes – e amaldiçoadas

Nascer rico nem sempre é uma bênção. Especialmente se você carrega sobrenomes como Kennedy, Onassis, Getty ou Brando


FAMÍLIA KENNEDY
A história desse rico e poderoso clã remonta ao patriarca Joseph Patrick Kennedy (1888-1969), um bem-sucedido empresário e embaixador dos EUA no Reino Unido entre 1938 e 1940. Ele se casou com Rose Elizabeth Fitzgerald, que já era da elite, e juntos deram origem a uma dinastia misteriosamente trágica. Confira algumas das tragédias que se abateram sobre seus descendentes:
Joseph Patrick Kennedy Jr.: primeiro dos nove filhos de Joseph, morreu em 1944, aos 29 anos, durante uma batalha como piloto na 2ª Guerra Mundial.
Rosemary Kennedy: Outra filha de Joseph, foi internada em 1941 em um manicômio, onde sofreu lobotomia aos 23 anos. Morreu em 2005.
Kathleen Agnes Kennedy: Pouco depois de ficar viúva, a quarta filha de Joseph morreu em 1948, junto com o amante, em um acidente de avião na França. Tinha só 28 anos.
Ted Kennedy: O caçula de Joseph, originalmente batizado como Edward Moore, escapou da morte três vezes: em 1964, num acidente aéreo, em 1969, quando seu carro caiu num rio, e em 2006, quando um raio atingiu o avião em que estava. Eleito senador sete vezes nos EUA, morreu em 2009, de câncer no cérebro.
John Fitzgerald Kennedy (JFK): Realizou um sonho do pai: foi eleito presidente dos EUA em 1960. Três anos depois, foi misteriosamente assassinado em Dallas.
Bobby Kennedy: Irmão de JFK, Robert Francis também teve sucesso na política. Eleito senador em 1965, foi assassinado em 1968, quando disputava a presidência.
David Anthony Kennedy: Um dos 11 filhos de Robert Kennedy e Ethel Skakel. Em 1984, aos 28 anos, foi encontrado morto por overdose de cocaína em um hotel na Flórida.
Michael LeMoyne Kennedy: Outro filho de Robert Kennedy, com destino igualmente trágico. Morreu em 1997 em um acidente de esqui nas montanhas de Aspen (EUA).
Joseph Patrick Kennedy II: Também filho de Bobby. Em 1972, esteve em um voo sequestrado por terroristas e, em 1973, sofreu um acidente de jipe que deixou uma passageira paralítica.
Edward Moore Kennedy Jr.: O filho de Ted Kennedy sentiu a sina da família logo cedo. Aos 12 anos, sofreu um câncer ósseo e teve de amputar a perna direita.


FAMÍLIA ONASSIS
Graças ao casamento entre JFK e Jacqueline Kennedy (e o posterior casamento dela com o milionário Aristoteles Onassis), A maldição da família Kennedy se entrelaça com a dos Onassis. O grego Aristoteles (1906-1975) refugiou-se aos 21 anos na Argentina, onde começou um negócio de importação de tabaco da Grécia. A riqueza veio quando construiu uma frota de petroleiros e baleeiros. Depois, investiu em aviação e chegou a ser considerado um dos homens mais ricos do mundo. Mas nada impediu que sua família sofresse todo tipo de revés.
Jacqueline Lee Bouvier Kennedy Onassis: Casou-se com JFK em 1953. Em 1955, sofreu um aborto espontâneo e, em 1956, deu à luz uma filha morta. Mas conseguiu dar três filhos ao marido. Cinco anos depois de ficar viúva, casou-se com o milionário Aristoteles Onassis.
Aristóteles Onassis: Casou-se com Athina Livanos em 1946 e com Jackie Kennedy, viúva de JFK, em 1968. Faleceu em 1975, aos 69 anos, com a saúde debilitada devido a uma doença neuromuscular.
Athina Onassis: Primeira esposa de Aristóteles. Separou-se quando o flagrou com a cantora Maria Callas, em 1960. Casou-se outras duas vezes e morreu em 1974, em Paris, por overdose.
Alexander Onassis: Único filho de Athina e Aristóteles. Morreu em 1973, num acidente de avião, aos 24 anos. Especula-se que foi ele quem incentivou o meio-irmão, John Kennedy Jr., a pilotar aviões – causando assim, indiretamente, sua morte (veja abaixo).
Christina Onassis: Deprimida pela morte do irmão e dos pais, teve problemas com álcool e medicamentos. Em 1988, morreu aos 38 anos, numa banheira em Buenos Aires.
Patrick Bouvier Kennedy: Um dos três filhos de JFK e Jackie. Morreu ainda bebê, em agosto de 1963, de síndrome da angústia respiratória do recém-nascido (SARRN).
John Fitzgerald Kennedy Jr.: Filho de JFK e Jackie, foi o mais playboy dos Kennedy. Morreu em 1999,  em um acidente de avião no Oceano Atlântico que também matou sua esposa e sua cunhada

Grana preta
1) FAMÍLIA GRIMALDI
Há 700 anos, a dinastia dos Grimaldi domina o Principado de Mônaco e coleciona tragédias. A fase mais recente: em 1982, a atriz norte-americana Grace Kelly, casada com o príncipe Ranier III, morreu em um acidente de carro em Monte Carlo. Especulou-se que sua filha mais rebelde, Stéphanie, então com 17 anos, estava na direção do veículo. Em 1990, o marido da princesa Carolina, irmã de Stéphanie, morreu em outro acidente, de lancha

2) FAMÍLIA GETTY
Um dos homens mais ricos do mundo nos anos 60, o barão do petróleo Jean Paul Getty teve uma vida pessoal difícil. Em 1958, seu filho Timothy, de 12 anos, faleceu em uma cirurgia no cérebro. Em 1973, o mais velho, George, morreu de overdose. No mesmo ano, John Paul Getty III, com 16 anos, foi sequestrado pela máfia e teve a orelha cortada. O resgate custou US$ 3,4 milhões. Getty III ainda se viciou em drogas e teve um derrame em 1981 que o deixou paraplégico e quase cego.

3) FAMÍLIA AGNELLI
Gianni Agnelli tornou-se presidente da Fiat em 1968. Mas seu único filho, Edoardo, não tinha interesse nos negócios. Foi preso no Quênia em 1990 por tráfico de drogas e, em 2000, pulou de uma ponte em Turim, na Itália. O sobrinho de Gianni, Giovannino, que estava sendo treinado para assumir a Fiat, morreu de câncer em 1997. Gianni morreu em 2003. Desde então, seus herdeiros brigam pela herança.

Grana preta

4) FAMÍLIA BRANDO
A sina do ator Marlon Brando, vencedor do Oscar por O Poderoso Chefão, foi ver seus entes queridos se perderem no vício. Seus pais eram alcoólatras. Sua esposa, Anna, e seu filho, Christian, viraram dependentes químicos. Christian matou o noivo da irmã, Cheyenne, em 1990, amargou seis anos de prisão e torrou a grana da família em advogados. Cheyenne, em depressão, se matou em 1995.

5) FAMÍLIA LEE
O astro das artes marciais Bruce Lee teve sua brilhante carreira como ator, roteirista e produtor abreviada por um estranho edema cerebral, em 1973, aos 32 anos. A causa? Um inocente analgésico para dor de cabeça. Exatos 20 anos depois, foi a vez de seu filho: durante as filmagens de O Corvo, Brandon Lee foi alvejado por uma arma que deveria conter balas de festim.


6) FAMÍLIA HEMINGWAY
Em 1929, logo quando a carreira de Ernest Hemingway decolava com a publicação de Adeus às Armas, seu pai se deu um tiro. A mãe do escritor, que tinha uma personalidade difícil, enviou a arma usada no suicídio paraHemingway. Selou seu destino: em 1961, Hemingway se matou. Cinco anos depois, foi a vez da irmã, Ursula. Em 1982, foi o irmão. E, em 1996, a neta, com uma overdose.

FONTES Revistas Business WeekTime, VEJA e Época; jornais The Sun,Washington Post e O Estado de S. Paulo; sites PowerballTerraLiveScience,Luxistmaristpoll.marist.edu e royal.gov.uk; e livros Felicidade S.A., de Alexandre Teixeira, e The Mystery of the Hope Diamond, de Henry Leyford Gates

A vida secreta de Walt Disney

A vida secreta de Walt Disney

Ele criou um mundo mágico. Mas muitas especulações pintam uma vida infeliz, com brigas em família, desavenças no estúdio, vícios, preconceitos e segredos


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Maltratado como Cinderela
Na infância, o pai de Walt Disney lhe dava tantas surras de chicote que o garoto chegou a duvidar que ele era mesmo seu pai. Há rumores de que o menino foi adotado e era fruto de um caso extraconjugal entre a lavadeira espanhola Isabelle Zamora e um médico. Aí, há divergências: algumas fontes dizem que o homem era José Guirao; outras, que ele se chamava Ginés Carillo.

Explosivo como Donald
No trabalho, Walt era um carrasco. Funcionários eram demitidos se falassem palavrão – mesmo que fosse só “inferno”. Nos corredores, era chamado de tirano. Para piorar, há quem diga que ele era um artista medíocre, o que explica por que teria se apossado de méritos alheios. Foi o caso do Mickey Mouse – seu cocriador, Ub Iwerks, acabou como mero subalterno de Walt.

Alterado como Alice
Embora proibisse álcool nos estúdios, vários biógrafos dizem que Walt era alcoólatra. Seu café da manhã favorito seriam roscas frescas molhadas no uísque. Várias vezes, a bebedeira teria afetado o casamento com Lilian Bounds. Também fumava quatro maços por dia e, à noite, só dormia com sedativos e goles de scotch. O mix comprometia sua fala, seus movimentos e seu temperamento.
Gelado como Elsa
Nos 41 anos de relação com Lilian, as discussões podiam ser ouvidasadistância pelos vizinhos (e há boatos de que uma briga terminou com ela de queixo quebrado). Um dos motivos poderia ser sua suposta infertilidade ou impotência – eles levaram oito anos para conseguir ter filhos. Um dos tratamentos exigia manter gelo nos órgãos genitais por várias horas seguidas.

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Cruel como a Madrasta
Walt sempre quis um filho homem, mas não conseguiu. Isso explicaria, por exemplo, seu desprezo por Sharon Mae, adotada por pressão de Lilian em 1936. Ignorava os choros da criança e preferia passar as noites no estúdio. Na primogênita, Diane, deu um tapa quando ela disse que iria se tornar católica. E, quando morreu, não deixou o estúdio para nenhuma das duas filhas.

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Ambíguo como Mickey
Há outra teoria para seus dramas no casamento: sua orientação sexual. Algumas biografias sugerem que, na infância, ele gostava de se vestir com as roupas da mãe. Adulto, teria tido casos com os atores Spencer Tracy e James Dean. Mesmo assim, usava ofensas homofóbicas. Durante aprodução de Fantasia, teria chamado o desenhista Arthur Babbitt de “bicha”.

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Traidor como Jafar
Durante 25 anos, Walt trabalhou como informante do FBI em Hollywood, espionando colegas e denunciando atividades “subversivas”, comoaorganização de sindicatos. Dedurou até animadores de seu estúdio, por liderarem reivindicações por melhores condições de trabalho. Chegouaexigir que o nome de um deles fosse apagado dos créditos de todos os seus filmes.

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Totalitarista como Scar
Controvérsia pesada: Walt teria frequentado reuniões e comícios do Partido Nazista Americano. Uma das evidências seria o convite, em 1938, para que Leni Riefenstahl, cineasta oficial de Adolf Hitler, conhecesse seus estúdios. Também recebeu críticas da comunidade judaica por ter disfarçado o Lobo Mau de Os Três Porquinhos como um estereótipo de vendedor ambulante judeu.

Por outro lado…

Pontos da biografia do cineasta contradizem as principais acusações

– Sua “origem espanhola” foi inventada pelo diretor do FBI, J. Edgar Hoover, para manipular sua lealdade.
– Walt também sabia ser generoso com sua equipe. Quando Branca de Neve e os Sete Anões se tornou um grande sucesso, distribuiu US$ 750 mil entre os empregados. Esse tipo de bônus era praticamente inexistente em Hollywood.
– Em 1942, Walt lançou o curta animado A Face do Führer, em que Donald zomba abertamente do líder nazista Adolf Hitler.
– Alguns biógrafos indicam que Walt participou das reuniões do Partido Nazista apenas para tentar reverter a proibição da exibição de seus filmes nos países controlados por Hitler.
– No início dos anos 1950, Walt admitiu, pela primeira vez, que nunca havia desenhado Mickey. Sua genialidade não era técnica, e sim artística, na criação do conceito dos personagens, na condução das tramas e na estética geral das animações. Isso sem falar, claro, no tino comercial e na habilidade marqueteira.
– Quando recebeu o prêmio Milestone, em 1957, fez questão de dividir os holofotes com o irmão Roy, com quem havia brigado.
– Ainda faltam evidências contundentes que provem que ele fosse homossexual. As alegações ainda estão no terreno da especulação.

FONTES Livros Walt Disney – O Príncipe Sombrio de Hollywood, de Marc Eliot, Walt Disney, Prazer em Conhecê-Lo, de Ginha Nader, e Walt Disney – O Triunfo da Imaginação Americana, de Neal Gabler; site The Guardian