sexta-feira, 3 de março de 2017

'Porta do inferno': a gigantesca cratera que continua crescendo e revela como a Terra era há 200 mil anos

'Porta do inferno': a gigantesca cratera que continua crescendo e revela como a Terra era há 200 mil anos


Vista aérea da cratera BatagaikaDireito de imagemALEXANDER GABYSHEV
Image captionLocalizada na floresta boreal da Sibéria, enorme cratera cresce, em média, 10 metros por ano e serve de alerta contra o desmatamento e o aquecimento global
Um buraco de 1 quilômetro de extensão e 85 metros de profundidade não para de crescer em uma remota região da Rússia e é chamado de "porta para o inferno" por pessoas que vivem na região, que preferem evitá-lo.
Mas cientistas asseguram que se trata de uma cratera única, um registro detalhado de 200 mil anos de história da Terra.
Batagaika, a gigantesca cratera, emerge de forma dramática na floresta boreal da Sibéria à medida que o permafrost - tipo de solo que está sempre congelado - derrete como efeito do aquecimento global.
A cratera tem crescido na média de 10 metros por ano. Mas em anos mais quentes, esse aumento chegou a 30 metros, conforme indicou estudo do Instituto Alfred Wegener em Potsdam, na Alemanha. A instituição vem monitorando o buraco há uma década.
Detalhes da parede de BatagaikaDireito de imagemJULIAN MURTON
Image captionCamadas expostas com o degelo do permafrost indicam como eram clima, fauna e flora há 200 mil anos
A cratera representa uma rara oportunidade de observar, ao mesmo tempo, o passado, o presente e o futuro.
As camadas de sedimento expostas revelam como era o clima na região há 200 mil anos. Resquícios de árvores, pólen e animais indicam que, no passado, a área foi uma densa floresta.
Esse registro geológico pode ajudar a compreender como será, no futuro, a adaptação da região ao aquecimento global. E, ao mesmo tempo, o crescimento acelerado da cratera é um indicador imediato do impacto cada vez maior das mudanças climáticas no degelo do permafrost.

Desmatamento

A cratera apareceu na década de 60, de acordo com Julian Murton, professor da Universidade de Sussex, na Inglaterra.
O rápido desmatamento na região deixou o terreno sem a proteção das sombras das árvores nos meses de verão. Assim, os raios de sol aqueceram o solo e aceleraram o processo de degelo, uma vez que era a vegetação que mantinha o solo resfriado.
"Esta combinação de menos sombra e transpiração levou a um aquecimento da superfície", explica Murton em entrevista à BBC.
Com o derretimento do permafrost, é possível que venham a surgir mais crateras como também lagos e bacias hidrográficas.
Para o professor, "à medida que o gelo derrete em novas profundidades, podemos ver o surgimento de paisagens novas".
Restos de um tronco de árvoreDireito de imagemJULIAN MURTON
Image captionAo emergir, cratera revelou siknais de densa floresta que existiu no local há centenas de milhares de anos

Reconstituição histórica

Cientistas ainda trabalham na análise de sedimentos e tentam decifrar a cronologia exata da cratera.
"Queremos saber se as mudanças climáticas durante a última Era do Gelo esteve caracterizada por uma grande variabilidade, com períodos intercalados de aquecimento e esfriamento", diz Murton.
Detalhe da cratera e do degeloDireito de imagemJULIAN MURTON
Image captionA taxa de crescimento da cratera é um indicador direto do crescente impacto das alterações climáticas no permafrost
Isso é importante porque a história climática de grande parte da Sibéria ainda pode ser considerada um mistério. Ao reconstruir alterações ambientais do passado, cientistas esperam conseguir prever mudanças similares no futuro.
Há 125 mil anos, por exemplo, houve um período interglacial, com temperaturas vários graus acima das registradas atualmente.
"Entender como era o ecossistema pode nos ajudar a entender como a região se adaptará ao atual aquecimento do clima", afirma o professor Julian Murton.

'O aquecimento acelera o aquecimento'

A cratera Batagaika pode oferecer lições cruciais, em especial sobre os mecanismos que aceleram o aquecimento em áreas de permafrost.
À medida que o degelo avança, mais e mais carbono é exposto a micróbios. Estes micro-organismos consomem carbono e produzem dióxido de carbono e metano - gases causadores do efeito estufa.
Cratera de BatagaikaDireito de imagemJULIAN MURTON
Image captionÀ medida que o permafrost degela, gases como dióxido de carbono e metano são liberados e aceleram o aquecimento global
O metano é capaz de acumular 72 vezes mais calor que o dióxido de carbono num período de 20 anos.
Além disso, os gases liberados pelos micróbios na atmosfera aceleram ainda mais o aquecimento.
"É o que chamamos de 'feedback positivo'", explica Frank Gunther, do Instituto Alfred Wegener. "O aquecimento acelera o aquecimento e, no futuro, poderemos ver mais estruturas como a cratera de Batagaika", completa o pesquisador.
Segundo o pesquisador, não há nenhuma obra de engenharia que possa conter o desenvolvimento dessas crateras.

Mais de 100 milhões correm o risco de passar fome no mundo, diz representante da ONU

Mais de 100 milhões correm o risco de passar fome no mundo, diz representante da ONU

sexta-feira, 3 de março de 2017 21:01 BRT
 
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Por Umberto Bacchi
ROMA (Thomson Reuters Foundation) - O número de pessoas enfrentando fome severa no mundo ultrapassou os 100 milhões e vai aumentar se a ajuda humanitária não for acompanhada de mais apoio para os agricultores, disse uma importante autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU).
Dominique Burgeon, diretor da divisão de emergência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), disse que estudos recentes mostraram que em 2016 102 milhões de pessoas enfrentavam desnutrição aguda, o que significa que elas estão à beira da fome, num aumento de quase 30 por cento em relação aos 80 milhões de 2015.
O aumento se deu principalmente por causa do aprofundamento das crises no Iêmen, no Sudão do Sul, na Nigéria e na Somália, onde conflito e seca têm atingido a produção de alimentos, disse ele.
"Ajuda humanitária tem mantido até agora muitas pessoas vivas, mas a situação da segurança alimentar delas continua a deteriorar”, disse Burgeon à Thomson Reuters Foundation.
Mais investimentos são necessários para ajudar que as pessoas se alimentem de plantações e rebanhos, acrescentou.
"Nós vamos com aviões, nós proporcionamos ajuda alimentar e conseguimos mantê-los vivos, mas não investimos o suficiente no sustento dessas pessoas”, declarou ele.
"Nós evitamos que eles entrem numa situação de fome, mas não somos bons em retirá-los do penhasco, para longe da insegurança alimentar.”
A ONU disse no mês passado que mais de 20 milhões de pessoas, mais do que a população da Romênia ou da Flórida, nos Estados Unidos, correm o risco de morrer de fome dentro de seis semanas em quatro situações de crise.
Guerras no Iêmen, no nordeste da Nigéria e no Sudão do Sul acabam com lares e fazem os preços subir, enquanto que uma seca no leste africano tem arruinado a economia agrícola.

Wall St fecha estável após Yellen sinalizar aumento dos juros neste mês

Wall St fecha estável após Yellen sinalizar aumento dos juros neste mês

sexta-feira, 3 de março de 2017 19:41 BRT
 
I]
Por Caroline Valetkevitch
(Reuters) - O S&P 500 e o Nasdaq fecharam estáveis na sexta-feira, mas registraram a sexta semana seguida de ganhos, depois das declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalizando que o banco central norte-americano caminha para aumentar os juros este mês se o emprego e outros dados econômicos sustentarem o movimento.
O índice Dow Jones subiu 0,01 por cento, a 21.005 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,05 por cento, a 2.383 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,16 por cento, a 5.870 pontos. Na semana, o Dow Jones subiu 0,9 por cento, o S&P 500 avançou 0,7 por cento e o Nasdaq registrou ganhos de 0,4 por cento.
Os analistas disseram que os comentários da chair do Fed provavelmente cimentaram uma alta da taxa de juros na reunião do Fed de 14 e 15 de março.
As ações do setor financeiro, que se beneficiam de taxa de juros mais altas, fecharam com avanço de 0,4 por cento nesta sexta-feira após os comentários de Yellen, em um dos melhores desempenhos setoriais do S&P 500, enquanto o setor imobiliário teve o pior desempenho, com queda de 0,4 por cento.
Os investidores esperavam que Yellen sinalizasse uma alta dos juros, depois que um grande número de integrantes do Fed, apareceram nesta semana para sustentar as expectativas de um aumento dos juros.
Os investidores precificam agora uma probabilidade de 85 por cento de um aumento dos juros na próxima reunião, de acordo com dados da Thomson Reuters. Essas chances estavam em cerca de 30 por cento no início da semana.

Brasil fecha 40.864 vagas formais de trabalho em janeiro, no 22º mês seguido de perda

Brasil fecha 40.864 vagas formais de trabalho em janeiro, no 22º mês seguido de perda

sexta-feira, 3 de março de 2017 20:25 BRT
 
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Homem segura cartaz "S.O.S. Emprego" no Rio de Janeiro
6/7/2016    REUTERS/Ricardo Moraes
1 de 1Versão na íntegra
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou perda líquida de 40.864 vagas formais de emprego em janeiro, o 22º mês consecutivo de perda de postos, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira
A queda foi maior que a esperada em pesquisa Reuters, que previa recuo de 36 mil vagas com carteira assinada, conforme mediana das expectativas.
Apesar de negativo, o resultado de janeiro foi o melhor para o mês desde 2014, quando foram criadas 29.595 vagas de trabalho. Em janeiro de 2016, a economia brasileira perdeu 99,6 mil postos formais.
No acumulado de 12 meses, já foram fechados 1,281 milhão de postos formais.
No primeiro mês do ano, as demissões superaram a criação de vagas principalmente no comércio (-60.075 postos) e no setor de serviços (-9.525 postos).
Em contrapartida, houve criação líquida de postos especialmente na indústria de transformação (+17.501 vagas) e na agropecuária (+10.663).
A taxa de desemprego no Brasil subiu a 12,6 por cento no trimestre encerrado em janeiro em razão do aumento da procura diante do cenário de recessão, com quase 13 milhões de pessoas sem emprego no país, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada.
O presidente Michel Temer tem destacado o desemprego como sua maior preocupação e já admitiu que a retomada das contratações pode demorar, já que, mesmo com a esperada recuperação da economia, as empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomarem contratações.
No ano passado, o Brasil fechou 1,32 milhão de postos de trabalho, sob os efeitos da forte recessão econômica, e registrou o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 1992.
(Por César Raizer, com reportagem adicional de Luiz Guilherme Gerbelli)
 

Bovespa sobe 1,41% com alívio com cena política; Banco do Brasil é destaque de alta

Bovespa sobe 1,41% com alívio com cena política; Banco do Brasil é destaque de alta

sexta-feira, 3 de março de 2017 19:02 BRT
 
I]
Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira, com investidores deixando as preocupações com a cena política local em segundo plano, em um pregão marcado por fortes ganhos nas ações do Banco do Brasil.
O Ibovespa subiu 1,41 por cento, a 66.785 pontos. Na semana mais curta por causa do Carnaval, o índice teve variação positiva de 0,19 por cento. O giro financeiro foi de 7,02 bilhões de reais.
A cautela com a cena política local deu uma trégua neste pregão, com investidores avaliando que o andamento das delações no âmbito da operação Lava Jato ainda não está afetando o avanço de medidas vistas como importantes para a retomada da economia, incluindo a reforma da Previdência.
Essa percepção foi reforçada por uma reunião do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e com o secretário de Previdência, Marcelo Caetano. Após o encontro, o deputado defendeu que a proposta de reforma da Previdência seja votada com os pontos enviados pelo governo, apesar de reconhecer que a regra de transição para os contribuintes é "sempre polêmica".
Na véspera, o receio de que as delações da Odebrecht poderiam atingir o núcleo do governo do presidente Michel Temer e atrasar as reformas levou o Ibovespa a recuar 1,7 por cento.
"Hoje teve conversa entre Maia e Meirelles e parece que as coisas estão avançando, então, por enquanto, não compromete o avanço (das medidas)", disse o economista da corretora Guide Investimentos Ignacio Crespo Rey.
O tom positivo no mercado acionário ganhou apoio na reta final nas declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen. A líder do banco central norte-americano disse que uma alta de juros este mês seria apropriada se os dados de emprego e inflação continuarem evoluindo em linha com as expectativas.
"Ela ratificou a possibilidade de alta de juros, mas sem indicar algo mais forte", disse o analista da Um Investimentos, Aldo Moniz, acrescentando que uma alta dos juros neste mês já vinha sendo precificada pelos mercados após declarações recentes de outras autoridades do Fed.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON avançou 4,87 por cento, liderando os ganhos das ações do setor bancário. Em reunião com analistas na véspera, o presidente do banco reforçou o foco na rentabilidade, levando analistas do Itaú BBA a elevar o preço-alvo para as ações do banco estatal para 36,5 reais, ante 31,5 reais. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,82 por cento e BRADESCO PN ganhou 2,36 por cento.
- USIMINAS PNA subiu 4,43 por cento, fechando na máxima do dia, a 5,19 reais. Logo após o fechamento do pregão, a empresa divulgou que os acionistas da subsidiária Mineração Usiminas aprovaram redução do capital social em 1 bilhão de reais, movimento que vai render 700 milhões de reais à Usiminas.
- VALE PNA fechou estável, enquanto VALE ON avançou 1,14 por cento, em sessão marcada por alguma volatilidade nos papéis. As ações da mineradora têm registrado oscilações expressivas nas últimas sessões, em meio ao movimento dos preços do minério de ferro e com especulações sobre quem irá substituir o presidente-executivo, Murilo Ferreira, que vai deixar o posto em maio, quando termina seu contrato.
- PETROBRAS PN ganhou 1,39 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 0,63 por cento, em linha com os preços do petróleo no mercado externo, com o dólar mais fraco incentivando a compra da commodity, e também após as quedas expressivas das ações da petroleira no pregão anterior.
- CEMIG PN avançou 4,96 por cento, COPEL PNB subiu 3,09 por cento, e ELETROBRAS ON teve alta de 3,03 por cento, em sessão positiva para as elétricas após dados mostrarem que o consumo de energia elétrica no Brasil em janeiro cresceu 2,8 por cento ante o mesmo mês do ano passado.
- PDG REALTY, que não faz parte do Ibovespa, subiu 5,95 por cento, após a Justiça aceitar o pedido de recuperação judicial da empresa.