domingo, 5 de março de 2017

O magnata que doou fortuna de US$ 8 bilhões em segredo e ficou com quase nada

Charles Feeney fez pagamentos anônimos para projetos em países como Vietnã, África do Sul e Irlanda.

Charles Feeney fez as doações anonimamente (Foto: Pascal Perch/ BBC)Charles Feeney fez as doações anonimamente (Foto: Pascal Perch/ BBC)
Charles Feeney fez as doações anonimamente (Foto: Pascal Perch/ BBC)

A fortuna estimada em US$ 8 bilhões (R$ 25 bilhões) que transformou Charles Feeney em um dos homens mais ricos dos Estados Unidos não pertence mais a ele. O magnata doou o montante em segredo, e em vida, para instituições ao redor do mundo.
"Não o fiz para provar coisa alguma, exceto que, com sorte, o mundo agora é um lugar melhor porque peguei o meu dinheiro e o dividi entre muitas pessoas", afirmou Feeney, em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Quando questionado sobre a decisão de fazer as doações secretamente, afirmou que "não precisa explicar para todo mundo o que está fazendo".
Entre as instituições agraciadas estão algumas na área de saúde pública e outras que fazem campanha pela paz.
Além disso, cerca de U$S1 milhão foi usado em custos operacionais da empresa Atlantic Philantropies, um grupo de entidades criado pelo próprio Feeney, em 1982, para canalizar as doações.
O valor mais recente foi uma doação de U$ 7 milhões (R$ 22 milhões), no fim do ano passado, para ajudar estudantes da Universidade de Cornell (EUA) envolvidos em trabalhos comunitários.

Apartamento alugado

Dessa forma, Feeney, hoje com 85 anos, terminou de distribuir a riqueza que acumulou como fundador de uma empresa pioneira de duty-free (ou free shop) - lojas especializadas em vender, sem encargos fiscais tradicionais, desde perfumes até bebidas alcoólicas e cigarros em aeroportos.
Segundo Oechsli, depois das doações, o agora ex-magnata ficou com apenas uma pequena parcela do que ganhou: aluga um apartamento modesto em São Francisco, na Califórnia. Não tem mais imóveis ou bens luxuosos.
Tudo o que guardou seriam "alguns poucos milhões" - menos de U$ 10 milhões (R$ 33 milhões) - para cobrir os custos de vida e cuidados médicos que ele e sua mulher, Helga, terão até a morte.
E, apesar da mudança no padrão de vida e de consumo, Feeney, apontado como uma espécie de antítese do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está longe de demonstrar arrependimentos.
"Viver e desfrutar da vida da maneira que eu fiz até agora já está bom. Estou feliz com isso, e minha esposa também", afirmou.

'James Bond da filantropia'

Feeney é o filantropo americano que doou mais dinheiro ainda vivo.
Segundo a revista Forbes, ele encabeçou uma lista de percentual de doações em relação à fortuna, que inclui o megainvestidor George Soros - Soros que teria doado em vida cerca de 49% de sua riqueza atual - e o casal Bill e Melinda Gates (40%).
A mesma publicação o chamou de "James Bond da filantropia" pela forma como ele viajou o mundo por mais de três décadas com a missão de distribuir clandestinamente sua fortuna.
Feeney confessa que a decisão de se desfazer da riqueza acumulada não foi consequência de um episódio em particular, mas de um processo pessoal, que incluiu leituras sobre filantropia e algumas reflexões.
"Considerei as alternativas que tinha na minha vida e pensei que o melhor que poderia fazer era estender a mão e buscar as pessoas menos afortunadas", disse.

Trajetória

Feeney não herdou sua riqueza, mas a ganhou ao longo da vida. Ele nasceu e cresceu em uma região humilde de Nova Jersey, filho de mãe enfermeira e pai corretor de seguros.
Aos 10 anos, vendia cartões de Natal de porta em porta e ainda adolescente se alistou na Força Aérea dos Estados Unidos - serviu no setor de inteligência de sinais na Guerra da Coreia (1950-53).
Ele foi o primeiro membro da família a cursar o ensino superior, através de um programa governamental para veteranos de guerra - estudou justamente em Cornell.
A ideia de fundar a gigante Duty Free Shoppers (DFS) ao lado de Robert Miller, em 1960, foi baseada na experiência de negócios que Feeney tinha recebido vendendo mercadorias a tropas dos Estados Unidos em outros países.
A fortuna começou a se multiplicar até ele chegar à conclusão de que ele e os filhos tinham mais do que precisavam.

Vida simples

Muito antes de doar todo o dinheiro, Feeney era conhecido pelo estilo de vida mais simples, diferente da aura luxuosa que a empresa dele transmitia.
Preferia comer em bares populares do que em restaurantes caros de Nova York e não viajava de avião na primeira classe. Usava um relógio que custava cerca de US$ 15 e carregava uma sacola plástica com os jornais que lia frequentemente.
Por isso, nega que sinta falta dos tempos em que tinha uma imensa fortuna.
"Não sinto falta, porque nunca fui apegado à riqueza material", disse.
Questionado sobre o que lhe dá prazer depois de cumprir o grande objetivo de se livrar do dinheiro, ele responde.
"Viver exatamente do modo que eu vivo, sabendo que através do trabalho da fundação fiz o bem a quem não esperava".
"Isso foi uma espécie de recompensa", disse.

O destino das recompensas

As doações de Feeney ajudaram pacientes com Aids a terem acesso a tratamento retroviral na África do Sul, a reformar o sistema de saúde pública no Vietnã e a buscar a paz na Irlanda do Norte, onde ele se reuniu com paramilitares nos anos 90 para pedir que abandonassem as armas.
Apesar de a Atlantic não ter negócios na América Latina, ele investiu na melhoria da saúde pública em Cuba e em ações que contribuíram para normalizar as relações entre a ilha e os EUA recentemente.
No mês passado, um artigo no jornal americano "The New York Times" comparou Feeney com Trump, mas como modelos opostos.
"Durante anos, Trump fez muita pressão para entrar na lista dos mais ricos da Forbes, por exemplo; Feeney articulou para estar de fora dela. A doação da Atlantic vinha inteiramente do dinheiro de Feeney, enquanto grande parte do dinheiro que entrou na Fundação Trump recentemente era de outras pessoas", afirmou o jornal.
Questionado pela BBC Mundo sobre o contraste, ele evitou comentar.
"Nunca tive a intenção de comparar a minha vida com a de ninguém."
Apesar disso, assessores afirmam que o ex-magnata está muito preocupado com a situação atual dos Estados Unidos e com a polarização política no país.
Agora que sua fortuna já foi inteiramente repartida, a Atlantic está com os dias contados: vai se dissolver em 2020, depois de finalizar a entrega das doações prometidas e de desenvolver os programas previstos.

Dor de barriga misteriosa

Dor de barriga misteriosa

Descubra se você está no grupo de milhões de pessoas em todo o mundo que também sofrem desse incômodo.
NO OUTONO DE 2014, Martin  Burridge, engenheiro aeroespacial do Reino Unido, achou que ia morrer: uma cólica súbita o fez cair de joelhos em agonia. O galês de 46 anos e dois filhos, que nunca tivera problemas digestivos, tinha tantos gases que não conseguia comer. Perdeu 16 quilos em seis meses, teve de tirar dois meses de licença e ficar deitado no sofá, incapaz de se mexer. Ele temia estar com câncer.

Em alguns dias, Luciene Farinelli, tradutora de espanhol de 41 anos, do Rio de Janeiro, tinha tanta indigestão, prisão de ventre e flatulência que inchava a ponto de parecer grávida, a barriga dura como pedra. “Minha barriga incha de tal forma que roupas mais largas ficam apertadas”, descreve. “Isso sem falar no constrangimento que sinto pelos gases. O barulho é enorme”, lamenta. Três ou quatro dias se passavam sem que ela conseguisse evacuar. Certa vez, o problema durou duas semanas. E, de repente, suava frio, sentia intenso mal-estar e uma vontade súbita de ir ao banheiro. “Já tive cólicas que davam a impressão de estar sendo perfurada”, relata. Os médicos, das mais diferentes especialidades, não descobriram nada.
Para Samuel Melo, 33 anos, pernambucano de Garanhuns, tudo começou aos 27 anos. Em 2010, o analista de sistemas foi internado com hemorragia. No hospital, os médicos chegaram a cogitar a hipótese de câncer. Samuel costumava sofrer súbitas contrações intestinais e tinha de achar um banheiro na hora, com medo de não chegar a tempo – e, às vezes, não conseguia. “Já aconteceu de ir ao banheiro 10 vezes ao dia. Eu me contorcia de dores”, recorda.
Nesses três casos, a doença misteriosa era a síndrome do intestino irritável (SII), a qual, só no Brasil, segundo estimativa da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), atinge de 10% a 12% da população, especialmente a feminina. “A proporção é de quatro mulheres para um homem”, explica a gastroenterologista Maria do Carmo Friche Passos, presidente da FBG. Distensão abdominal recorrente, dor, diarreia e/ou prisão de ventre são as principais características, mas flatulência em excesso, cólicas, azia, náusea, vômitos, exaustão, suores, tremores e incontinência súbita também podem fazer parte do quadro. “O diagnóstico requer, no mínimo, seis meses de sintomas, pelo menos três vezes por semana”, acrescenta a Dra. Maria do Carmo.
Embora a pessoa ache que vai morrer, os exames nada encontram de errado. Especialistas dizem que o diagnóstico se baseia na presença de sintomas, no histórico de saúde e no descarte de outras doenças.
No entanto, depois de anos de negligência como campo de estudo, a pesquisa sobre a SII vem aumentando. Maria do Carmo, que também é professora no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), observa que isso poderá ajudar bastante uma legião de sofredores. “Quem não tem SII não faz ideia do sofrimento que ela provoca. As pessoas deixam de ir a restaurantes e até de viajar. A SII compromete a qualidade de vida do indivíduo”, diz.
Felizmente, a maioria dos que apresentam a SII encontra maneiras de administrar ou reduzir os sintomas.Se você ou alguém próximo tiver SII, eis oito fatos que podem ajudar a compreender melhor a doença e controlar os sintomas:

1. Descarte outras doenças
Algumas enfermidades graves podem ter sintomas parecidos com a SII: doença celíaca, doença inflama-tória intestinal e alguns tipos de câncer. Embora sejam muito mais raras, precisam ser descartadas antes do diagnóstico definitivo.
“No caso de outras doenças gastrointestinais, há exames de imagem, laboratório, colonoscopia e tomografia, só para citar alguns recursos, que ajudam o médico na eventual confirmação do diagnóstico. No caso da SII, porém, não há exame complementar. O diagnóstico é puramente clínico”, afirma a Dra. Maria do Carmo.
Todas as diretrizes sobre a SII recomendam que os pacientes façam exames de sangue para verificar se há doença celíaca, que é a intolerância ao glúten do trigo.
O exame de calprotectina fecal, um marcador de inflamação intestinal, está sendo usado por gastroenterologistas para verificar se há doença de Crohn e colite ulcerativa.
Samuel Melo levou um ano inteirinho para descobrir o que provocava suas cólicas. Fez uma série de exames – de hemograma a colonoscopia, de endoscopia com a biópsia do duodeno a ressonância magnética com doppler do abdome total – para ver se havia câncer ou doença inflamatória intestinal, mas os médicos nada encontraram. “Em 2011, finalmente, um gastroenterologista descobriu que, além de SII, também tenho doença celíaca e intolerância a lactose”, conta.
 “É claro que a presença de sangue em abundância nas fezes, além de emagrecimento, anemia e desnutrição, são características de outros quadros orgânicos. No entanto, muitas vezes, o indivíduo com SII restringe sua alimentação e, por esse motivo, pode apresentar alguns destes sintomas”, pondera o médico gastroenterologista Dr. Flávio Steinwurz, presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) e diretor do Departamento de Gastroenterologia da Associação Paulista de Medicina (APM).

2. Não há só um tipo de SII
Em geral, os pacientes se encaixam em proporções iguais nos três tipos de SII: com diarreia (SII-D), com constipação (SII-C) e alternante (SII-A). Mas esses três tipos podem ter causas diferentes e com características próprias de cada indivíduo.
“A SII é uma doença funcional, ou seja, não tem uma causa orgânica detectável. Em geral, está relacionada à alteração no funcionamento e na sensibilidade do intestino. E, com frequência, está associada a problemas emocionais ou psiquiátricos, que também precisam ser investigados”, diz o médico gastroenterologista Dr. Luiz João Abrahão Júnior, presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro (AGRJ).
A pesquisa indica várias mudanças sutis que podem estar por trás do desenvolvimento da SII, como dieta inadequada, ansiedade, estresse, alergia e intolerância alimentar, supercrescimento de bactérias, fungos e parasitas intestinais, baixa produção de enzimas digestivas e, ainda, alteração na secreção de hormônios intestinais responsáveis pela contração do cólon, como observa a médica nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

3. Existe SII pós-infecciosa
Até um terço dos casos de SII pode surgir depois de uma infecção gastrointestinal ou intoxicação alimentar causada por vírus ou bactérias. É a chamada SII pós-infecciosa (SII-PI). “Em geral, o indivíduo vai a uma festa, consome algum alimento que não deve e seu intestino nunca mais será o mesmo”, exemplifica Maria do Carmo. Um dos casos mais bem documentados de SII-PI no mundo ocorreu no Canadá em 2000, quando cerca de 2.500 pessoas foram expostas a água contaminada com as bactérias E. coli Campylobacter. Essas pessoas foram acompanhadas durante oito anos por uma equipe de pesquisa da qual o Dr. John Marshall, gastroenterologista e pesquisador da Universidade McMaster, em Ontário, no Canadá, foi um dos líderes.
A pesquisa constatou que alguns fatores causam mais risco de desenvolver SII-PI: sexo feminino, uso de antibióticos durante a infecção, transtorno de ansiedade preexistente e suscetibilidade genética, diz o Dr. Marshall.

4. Descubra os gatilhos alimentares
Muita gente com SII acha que certos alimentos pioram os sintomas. Manter um diário alimentar ajuda a fazer o vínculo entre o que se comeu e a reação dos sintomas. “O mais importante na SII é procurar descobrir quais alimentos sensibilizam o intestino. Dentre os principais vilões, temos o leite e seus derivados, grãos ricos em glúten, excesso de cafeína, chocolate, frutas cítricas, alimentos gordurosos e frituras, e bebidas alcoólicas”, lista a médica nutróloga Tamara Mazaracki.
Nos últimos anos, uma alimentação específica desenvolvida na Austrália – a dieta com baixo teor de FODMAP – tem recebido muita atenção, e alguns estudos mostram que, em 75% dos diagnosticados com SII, essa dieta reduziu os sintomas. FODMAP é uma sigla que significa oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Esse nome comprido descreve tipos de carboidratos de cadeia curta, encontrados em muitas frutas, legumes, verduras, cereais e laticínios, que tendem a fermentar como açúcar no intestino e causar a produção excessiva de gazes.
“Esses alimentos devem ser eliminados do cardápio por seis a oito semanas. E, depois, reintroduzidos um a um para descobrir o que causa o problema. O grau de tolerância varia de indivíduo para indivíduo”, explica a Dra. Tamara Mazaracki.

5. Consuma as fibras certas
Durante anos, os médicos recomendaram mais ingestão de fibras, mas hoje sabe-se que elas têm de ser do tipo certo. “As fibras são essenciais para o funcionamento do intestino porque regulam o trânsito intestinal. Elas funcionam como uma esponja, que absorve água e gordura, aumentando, assim, o tamanho do bolo fecal e deixando-o mais macio e solto. Isso estimula os movimentos do intestino e ajuda na evacuação”, explica a Dra. Tamara.
Um estudo holandês do qual o Dr. Niek de Wit, da Universidade de Utrecht, participou verificou que as fibras insolúveis, como as do farelo de trigo, devem ser evitadas. Na verdade, o estudo constatou que aumentar a ingestão de farelo é pior para os pacientes com SII.
“A primeira coisa que fazemos é retirar as fibras insolúveis dos cereais, farelo de trigo e pão integral”, explica o Dr. Peter Whorwell, diretor de uma clínica de Manchester, no Reino Unido, especializada em SII.
No entanto, ingerir mais fibras solúveis, como as do farelo de aveia ou de suplementos, pode melhorar os sintomas. Em quem tem diarreia, a fibra solúvel absorve o excesso de água. Em quem tem prisão de ventre, ela retém água e torna as fezes mais macias.
“Não se trata de excluir todas as fibras. No caso do glúten, que pode causar diarreia, gases, constipação e dor abdominal, há diversas opções, como chia, linhaça, farinha de coco, de feijão, de grão-de-bico e de amêndoas”, enumera a Dra. Tamara.

6. Veja fatores psicológicos
Embora o estresse e a ansiedade possam piorar os sintomas da maioria dos pacientes, os médicos não deveriam desdenhar a síndrome como meramente “psicológica”, orienta o Dr. Flávio Steinwurz, presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD).
Mas, embora hoje a explicação puramente psicológica da SII esteja desacreditada, ele observa que a pesquisa mostra uma forte ligação.
“Os fatores psicológicos parecem ser importantes no desencadeamento e no agravamento dos sintomas da SII. O hipotálamo, que é o centro processador de emoções do sistema nervoso central, tem, através do sistema parassimpático, ligação direta com o trato gastrointestinal. Isso facilita a compreensão de que fatores emocionais podem atuar no intestino e alterar a motilidade dele”, detalha
o Dr. Steinwurz.
Algumas pessoas com SII podem ter o intestino hipersensível, mais reativo ao estresse e à ansiedade. É o caso de Samuel Melo. “Basta ter algum problema emocional, como uma prova na faculdade ou uma reunião no trabalho, para meu intestino ficar desregulado”, queixa-se o rapaz. “Quando isso acontece, tenho que tomar um ansiolítico para cumprir minhas obrigações.” Tratamentos como a terapia cognitivo-comportamental, as técnicas de relaxamento e, principalmente, a hipnose podem ajudar a acalmar o intestino nervoso.
“Do ponto de vista científico, é difícil mensurar o benefício de tratamentos psicoterápicos. Mesmo assim, acreditamos que o apoio psicológico pode ser útil ao paciente. No Brasil, ainda não temos experiência com hipnose e técnicas de relaxamento para casos de SII”, afirma o Dr. Steinwurz.

7. Tome probióticos
Acredita-se cada vez mais que
alguns pacientes, em especial os que têm SII pós-infecciosa, apresentam algum distúrbio das colônias de bactérias boas que residem no intestino e ajudam a digestão dos alimentos. “Probióticos são bactérias vivas que, quando ingeridas, povoam nosso intestino e transformam uma microbiota (colônia de bactérias) intestinal doente em outra, saudável. Isso reduz o processo inflamatório e normaliza o funcionamento do intestino”, diz o Dr. Luiz João Abrahão Júnior. “Há vários probióticos no mercado. Embora eles sejam vendidos sem receita, sua escolha deve ser feita por um médico. A escolha inadequada pode piorar os sintomas, em vez de amenizá-los”, alerta o gastroenterologista.
Muitos pesquisadores da SII preveem que, no futuro, probióticos especialmente projetados serão usados para substituir as bactérias boas que faltam no organismo.

8. Procure apoio
Os pacientes com SII podem se sentir muito sozinhos. Falar de problemas digestivos em público ainda é tabu. No entanto, as comunidades sobre SII estão proliferando na internet.
No Brasil, a rede social Facebook tem pelo menos dois grupos formados por portadores da síndrome. O mais numeroso deles, administrado por Samuel Melo, já tem mais de 7 mil membros. “Tenho procurado levar uma vida mais tranquila e com uma alimentação mais saudável. Por orientação médica, cortei glúten, lactose e feijão do meu cardápio. Conviver bem com a SII não é fácil, mas é possível”, avalia Samuel.
“Infelizmente, ainda não podemos falar em cura da SII. Mas, em controle dos sintomas”, ressalta a Dra. Maria do Carmo. “Se o paciente tomar as devidas precauções, como reduzir o nível de estresse ou combater a dor com antiespasmódicos, a vida pode melhorar bastante. Se não melhorar 100%, ao menos ele aprenderá a conviver bem com os sintomas.”

PMDB diz que sem reforma da Previdência, acabam Bolsa Família e programas sociais

PMDB diz que sem reforma da Previdência, acabam Bolsa Família e programas sociais


I
] 
O hoje presidente Michel Temer discursa em convenção do PMDB em 2007
11/03/2007
REUTERS/Jamil Bittar
1 de 1Versão na íntegra
SÃO PAULO (Reuters) - O PMDB usou o perfil oficial do partido no Facebook para afirmar que, caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso Nacional, não haverá mais Bolsa Família e mais nenhum outro programa social.
Em imagem divulgada na rede social, tendo como fundo uma cidade em ruínas, o partido do presidente Michel Temer afirma: "Se a reforma da Previdência não sair tchau Bolsa Família, Adeus Fies, sem novas estradas, acabam os programas sociais".
O texto que acompanha a imagem usa a hashtag #PraCegoVer e afirma que o país não terá investimentos caso o sistema previdenciário não seja reformado.
"Um país sem o investimento mínimo necessário em saneamento básico; sem melhorias em estradas, portos e aeroportos e com cortes nos programas sociais fundamentais. Para evitar que este seja o cenário do Brasil no futuro, é necessário reformar a Previdência, que hoje está em crise e ameaça as melhorias que o país tanto precisa", afirma o PMDB.
A reforma da Previdência é a principal pauta legislativa de Temer e o governo federal lançou uma campanha com propagandas na TV, rádio e outros locais para defender a necessidade nas mudanças.
O tema, no entanto, é naturalmente político e alguns pontos da proposta do governo, como a idade mínima de 65 anos para se aposentar e a necessidade de se trabalhar por 49 anos para obter o benefício integral, tem sido alvo dos que criticam a reforma.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviado pelo governo para reformar a Previdêncua tem encontrado resistência até mesmo de membros da base parlamentar de apoio a Temer que tem defendido que o Legislativo altere o texto encaminhado pelo Executivo.
O governo Temer, que no ano passado aprovou no Congresso um teto para os gastos públicos, argumenta que a reforma da Previdência é uma medida de austeridade fundamental para reequilibrar as contas públicas.
(Reportagem de Eduardo Simões)

China corta meta de crescimento em 2017 e coloca foco em reforma

China corta meta de crescimento em 2017 e coloca foco em reforma

domingo, 5 de março de 2017 10:07 BRT
 ]
PEQUIM (Reuters) - A China reduziu sua meta de crescimento este ano, conforme a segunda maior economia do mundo realiza reformas dolorosas para enfrentar uma rápida acumulação de dívidas e cria proteções contra os riscos financeiros.
A China pretende expandir sua economia em cerca de 6,5 por cento, disse o primeiro-ministro Li Keqiang em seu relatório de trabalho na abertura da reunião anual do parlamento no domingo.
A meta, que a Reuters havia noticiado exclusivamente a citando fontes em janeiro, era realista e ajudaria a orientar e estabilizar as expectativas, disse Li.
A China definiu uma meta de 6,5 a 7 por cento no ano passado e, por fim, alcançou crescimento de 6,7 por cento, apoiado em empréstimos bancários recordes, um boom especulativo de habitação e bilhões de investimentos governamentais.
Mas como o governo se move para esfriar o mercado imobiliário, retardar novos créditos e apertar as cordas da bolsa, a China terá que depender mais do consumo interno e do investimento privado para o crescimento. Tal como em 2016, a China não estabeleceu um objectivo para as exportações, destacando a perspectiva global incerta.
"Os desenvolvimentos tanto dentro como fora da China exigem que estejamos prontos para enfrentar situações mais complicadas e mais graves", disse Li, acrescentando que o crescimento mundial permaneceu lento, enquanto a desglobalização e o protecionismo estavam se acelerando.
(Reportagem de Kevin Yao e Xiaochong Zhang)