sexta-feira, 30 de junho de 2017

Bovespa fecha em alta de 1% por cenário externo e acumula leve ganho no mês

Bovespa fecha em alta de 1% por cenário externo e acumula leve ganho no mês

sexta-feira, 30 de junho de 2017 18:02 BRT
 


 
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Por Flavia Bohone SÃO PAULO (Reuters) - O índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou em alta nesta sexta-feira, acumulando leve ganho no mês, diante de um cenário externo mais tranquilo e com ganhos em commodities, mas com investidores ainda cautelosos com o cenário político conturbado. O Ibovespa fechou em alta de 1,06 por cento, a 62.899 pontos. Na semana, o índice teve ganho acumulado de 2,97 por cento, fechando o mês com leve alta de 0,3 por cento. O índice encerrou o segundo trimestre em queda de 3,21 por cento, no primeiro recuo depois de cinco trimestres de ganhos, mas ainda conseguiu acumular alta de 4,44 por cento no primeiro semestre do ano. O volume financeiro do pregão somou 6,15 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 7,05 bilhões de reais. Segundo operadores, o ajuste de carteiras para o fechamento do mês e do semestre também influenciou o movimento desta sessão, mas não indica tendência para os próximos meses, que seguirão no modo cautela diante da expectativa pelo desenrolar da crise política e seu impacto sobre o andamento das reformas no Congresso Nacional. Neste sentido, a reforma trabalhista deu mais um passo esta semana e o governo espera sua votação no plenário do Senado na próxima semana. Já a votação da reforma da Previdência parece menos provável neste momento. "Se passar, vai ser alguma coisa menor, muito desidratada", disse o economista da Órama Investimentos Alexandre Espirito Santo. O desempenho desta sexta-feria também foi respaldado pelo tom positivo em Wall Street, com os índices Dow Jones e S&P 500 fechando em leve alta na sessão e registrando o melhor primeiro semestre desde 2013. DESTAQUES - PETROBRAS PN subiu 1,56 por cento e PETROBRAS ON ganhou 1,46 por cento, em sessão de alta nos preços do petróleo no mercado internacional e após a empresa anunciar nesta manhã que poderá reajustar os preços do diesel e da gasolina com mais frequência, "inclusive diariamente". - BRADESCO PN teve alta de 1,81 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,66 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso dessas ações em sua composição. - SABESP ON subiu 2,76 por cento, respaldada pela conclusão da revisão tarifária da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que aumentou o otimismo sobre a revisão para a empresa paulista de saneamento e água, que deve sair em 15 de setembro. - COPASA ON, que não faz parte do Ibovespa, ganhou 3,36 por cento, após a conclusão da segunda etapa da revisão tarifária, com índice médio de aumento de 8,69 por cento, ante indicação anterior de alta de 4,06 por cento. - VALE PNA teve variação positiva de 0,11 por cento e VALE ON ganhou 0,35 por cento, devolvendo as perdas vistas mais cedo, em mais uma sessão de ganhos para os contratos futuros do minério de ferro na China, mas com os fortes ganhos recentes limitando o movimento. Os papéis preferenciais acumularam alta de 11,72 por cento nos sete pregões anteriores. - CSN ON avançou 4,51 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, também na esteira do desempenho dos contratos futuros do minério de ferro e do aço na China. USIMINAS PNA subiu 1,77 por cento e GERDAU PN teve valorização de 1,18 por cento. - FIBRIA ON perdeu 1,49 por cento, no pior desempenho do índice, após avançar quase 4 por cento na véspera. Como pano de fundo estava a negativa da empresa de que estaria em negociações com a Arauco sobre uma potencial parceria para compra de participação na produtora de celulose Eldorado Brasil, da holding J&F.

Wall St encerra semana volátil com leve ganho, mas registra forte alta no primeiro semestre

Wall St encerra semana volátil com leve ganho, mas registra forte alta no primeiro semestre

sexta-feira, 30 de junho de 2017 18:23 BRT
 

 
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Por Lewis Krauskopf (Reuters) - Os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram a sexta-feira em leve alta depois de uma semana volátil, impulsionados pelo balanço trimestral bem recebido da Nike, e com o S&P 500 registrando o melhor primeiro semestre desde 2013. O índice Dow Jones subiu 0,29 por cento, a 21.349 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,15 por cento, a 2.423 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,06 por cento, a 6.140 pontos. As ações da Nike subiram 11 por cento depois que a maior fabricante mundial de calçados divulgou lucro trimestral acima das estimativas e informou que iria lançar um programa piloto de vendas online com Amazon.com. As ações da Nike deram o maior impulso para o Dow Jones e o S&P 500. O índice de tecnologia do S&P caiu 0,1 por cento e registrou a primeira perda mensal do ano, enquanto o declínio nas ações de biotecnologia limitou o desempenho do Nasdaq. O setor de tecnologia levou o S&P 500 a subir 8,2 por cento neste ano, mas a recente queda sugere que os investidores podem estar embolsando os lucros para migrar para outros setores. As ações do setor industrial registraram o melhor desempenho, com avanço de 0,8 por cento. "Quando você olha algumas das ações que estão com um desempenho particularmente bom hoje, elas são algumas dessas ações economicamente sensíveis", disse Chuck Carlson, diretor executivo da Horizon Investment Services em Hammond, Indiana. "Durante uma época em que parece que ainda há uma quantidade razoável de negatividade a respeito da economia e do PIB, sempre que você tiver alguns dessas ações mostrando alguma força, provavelmente encoraja o mercado", disse Carlson. O S&P 500 registrou o maior ganho percentual no primeiro semestre desde a alta de 12,6 por cento nos primeiros seis meses de 2013. O Nasdaq registrou o maior ganho do primeiro semestre desde 2009. Os resultados corporativos do segundo trimestre devem começar a ser divulgados nas próximas semanas, com a expectativa de que as empresas do S&P 500 registrem um aumento de 8 por cento nos ganhos, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S.

Governo vê Petrobras como credora em renegociação de contrato, quer pagar em óleo, diz fonte

Governo vê Petrobras como credora em renegociação de contrato, quer pagar em óleo, diz fonte

sexta-feira, 30 de junho de 2017 18:33 BRT
 


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Por Rodrigo Viga Gaier RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal já decidiu que a Petrobras terá direito de ser credora na renegociação com a União do contrato de áreas do pré-sal cedidas à petroleira no processo de capitalização realizado em 2010, e a ideia é pagar a estatal com barris de petróleo excedente aos 5 bilhões de barris de óleo equivalente que fizeram parte do acordo, disse a Reuters uma autoridade nesta sexta-feira. Estima-se que haja um excedente de pelo menos 5 bilhões de barris ao volume negociado com a Petrobras na região da cessão onerosa, como ficou conhecida a área cedida pelo governo à estatal, segundo a fonte do governo. Essas reservas adicionais ao que já foi acertado com a Petrobras serão utilizadas para os pagamentos devidos à estatal. "É certo que a Petrobras tem que receber", disse a fonte do governo na condição de condição de anonimato, na semana em que o governo já começou a receber documentos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que serão utilizados no cálculo. O cálculo sobre o montante devido à Petrobras em função da renegociação do contrato ainda vai ser feito com mais precisão. Mas, independentemente do valor, a União não tem condições de realizar o pagamento em dinheiro, uma vez que projeta um déficit de cerca de 139 bilhões de reais este ano. Na época da capitalização, a petroleira pagou à União o equivalente a 42,5 bilhões de dólares. Mas uma renegociação de algumas variáveis do contrato, como o preço e o câmbio, estava prevista desde o início, após a declaração da comercialidade das áreas. "A Petrobras pagou por 5 bilhões (de barris) e dizem que o excedente é de pelo menos 5 bilhões (de barris). Estamos vendo o número. Vamos ver o que a Petrobras tem a receber nesse excedente e o restante fica para a União", declarou a fonte "Veremos quanto a Petrobras tem para receber e transformamos em barris, pois não temos como pagar em dinheiro", adicionou a fonte. Ao ser questionada se haveria algum impedimento legal para o pagamento em barris, a fonte revelou que há solução para eventuais impasses nesse sentido, como eventualmente mudança na legislação. "Dizem que tem isso aí, mas não temos dinheiro... Então, o que vai se fazer é pagar em barris e aí a Petrobras monetiza isso", explicou. (Edição de Roberto Samora)

Brasil tem pior déficit primário para maio, de R$30,736 bi, mostra BC

Brasil tem pior déficit primário para maio, de R$30,736 bi, mostra BC

sexta-feira, 30 de junho de 2017
 

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Sede do Banco Central, em Brasília. 16/05/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
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Por Marcela Ayres BRASÍLIA (Reuters) - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 30,736 bilhões de reais em maio, recorde para o mês, em meio ao contínuo descompasso entre receitas em queda e despesas em alta e que coloca em xeque o cumprimento da meta fiscal deste ano. Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa para maio era de rombo primário de 21,05 bilhões de reais. O resultado foi o pior para o mês desde o início da série do Banco Central em dezembro de 2001. O BC informou nesta sexta-feira que o governo central (governo federal, BC e INSS) registraram déficit primário de 32,106 bilhões de reais no mês passado, enquanto os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário de 894 milhões de reais. No período, as empresas estatais também conseguiram fazer economia para pagamento de dívidas, com saldo positivo de 475 milhões de reais. Na véspera, o Tesouro Nacional já havia divulgado déficit recorde para o governo central, pressionado principalmente pelo forte aumento das despesas. O governo, que enfrenta forte crise política, tem tentado garantir o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, a fim de colocar as contas públicas do país em ordem. META AMEAÇADA No acumulado em 12 meses até maio, segundo o BC, o déficit primário do setor público somou 157,707 bilhões de reais, ou 2,47 por cento do PIB, acima da meta oficial de déficit de 143,1 bilhões de reais para 2017. O objetivo inclui rombo de 139 bilhões de reais do governo central, de 3 bilhões de estatais federais e de 1,1 bilhão de reais de Estados e municípios. Membros da equipe econômica vêm ressaltando o compromisso com o cumprimento da meta, que representará o quarto resultado negativo consecutivo do país, já sinalizando que aumento de impostos está sendo analisado. Como o governo não tem conseguido economizar para pagar os juros da dívida pública, o país segue se endividando para arcar com seus compromissos. Em maio, ainda segundo o BC, a dívida bruta foi ao patamar recorde de 72,5 por cento do PIB, contra 71,3 por cento em abril. Já a dívida líquida atingiu 48,1 por cento, acima de 47,4 por cento do mês anterior. A expectativa em pesquisa Reuters era de que ficasse em 48 por cento do PIB.
 

#MUSTREAD ou Charles Chaplin fez fortuna investindo em ações

#MUSTREAD ou Charles Chaplin fez fortuna investindo em ações

Fantástico, fabuloso, histórico e ao mesmo tempo super atual: #mustread! É assim que defino o livro recém-lançado pelo já consagrado Ivan Sant´Anna. O autor nos presenteia com um enredo sobre os bastidores da quebra da bolsa de Nova York em 1929, uma crise sem precedentes. Com riqueza de detalhes a narrativa discorre sobre como era a vida de algumas pessoas antes do mercado financeiro colapsar, e o impacto sofrido por todos.


Wall Street Investor Tries to Sell Automobile
Fantástico, fabuloso, histórico e ao mesmo tempo super atual: #mustread! É assim que defino o livro recém-lançado pelo já consagrado Ivan Sant´Anna.
O autor nos presenteia com um enredo sobre os bastidores da quebra da bolsa de Nova York em 1929, uma crise sem precedentes. Com riqueza de detalhes a narrativa discorre sobre como era a vida de algumas pessoas antes do mercado financeiro colapsar, e o impacto sofrido por cada uma delas.
A narrativa se baseia em dois sentimentos: a ganância e o medo – que são os sentimentos que movem os mercados – evidenciados através de personagens contrastantes (ricos/pobres, famosos/anônimos). Entre eles, o ator Charles Chaplin, o músico Irving Berlin, o político Winston Churchill, Adolf Hitler, o empresário Henry Ford, o professor Irving Fisher, o banqueiro John Pierpont Morgan, a multimilionária Helena Rubinstein, o empresário John D. Rockefeller, o lendário Jesse Livermore, a vidente Evangeline Adams, o carteiro Homer Dowdy, o engraxate Pat Bologna e a jovem Jolan Slezsak. A leitura é leve e divertida.
De um lado estavam os “touros”, do outro, os “ursos” – esses termos vêm da época em que touros lutavam contra ursos para diversão dos garimpeiros durante a “Corrida do Ouro” do final da década de 1840, na Califórnia. Como o touro ataca de baixo para cima com os chifres, e o urso de cima para baixo com as patas, vem daí a analogia. Os touros são os otimistas de plantão – apostam na alta do mercado – e os ursos são pessimistas – apostam na queda das cotações.
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Os crashes de 24 e de 29 de outubro (mais conhecidos como “quinta-feira negra” e “terça-feira negra“), reverberaram mundo a fora, impactando todas as bolsas e mercados do mundo. E enterrando definitivamente o sonho dourado e ilusório dos “esfuziantes anos 20”, época em que, muitos acreditavam numa sociedade em que todos seriam ricos, e na prosperidade permanente.
Leia abaixo alguns trechos – adaptados – do livro:
Charles Chaplin (market timing) x Irving Berlin (buy & hold) 
(…) Em 1917, Chaplin, agora ganhando mais de um milhão de dólares por ano, começou a investir em ações. (…)
(…) Hipnotizados pela força descomunal do bull-market, os especuladores não queriam nem saber dos fundamentos da economia. E, no entanto, 14 milhões de americanos estavam desempregados no final da primavera. Esse dado estatístico, divulgado pelo Departamento do Trabalho (US Department of Labor), passou despercebido pelos investidores. Mas não por todos. O número impressionou o ator Charles Chaplin, que, excetuando-se sua participação na United Artists, tinha todo seu dinheiro disponível aplicado na Bolsa. Chaplin, que não era dado a hesitações, não pensou duas vezes. Liquidou sua carteira de ações, no valor de 5 milhões de dólares. (…)
(…) Na véspera do crash, Charles Chaplin e o compositor Irving Berlin jantaram juntos em Hollywood. Berlin repreendeu Chaplin por este ter vendido sua carteira de ações, o que considerou um ato impatriótico. O colapso em Nova York pegou os dois em posições antagônicas, Chaplin “zerado” e o músico com todas as suas economias aplicadas na Bolsa. Berlin perdeu quase tudo com o crash – e seja por teimosia, seja por perspicácia, seja por patriotismo – continuou comprando ações mensalmente pelos 60 anos que se seguiram. Quando morreu – aos 101 anos – além dos direitos autorais de mais de 1,5 mil canções, Berlin deixou para seus filhos uma carteira de títulos no valor de 1,1 BILHÃO DE DÓLARES. Muitos defensores do mercado de ações dizem que Irving Berlin mostrou que aplicar dinheiro na Bolsa, por todo o tempo, seja na alta ou na baixa, é um método infalível de se enriquecer. Mas se esquecem de assinalar que para isso é preciso ter outras rendas e viver um século. (…)
=> Será que aqui no Brasil, um país que tem a taxa de juros entre as mais altas do mundo, essa estratégia seria vencedora? Deixo essa excelente reflexão a você, caro leitor.
A dinastia Kennedy
(…) Não foi preciso muito tempo para que Joe Kennedy aprendesse os aspectos menos éticos do negócio e começasse a se valer fartamente deles, inclusive, e principalmente, o de operar amparado por informações privilegiadasinsider information. Mas, logo vieram outras jogadas especulativas, cada uma mais sofisticada que a anterior, com destaque para os pools de ações. Nesses pools, que poderíamos definir como “puxadas”, vários corretores se reuniam, adquiriam grandes lotes de determinado papel e começavam a espalhar notícias favoráveis a respeito dele, inclusive subornando jornalistas. Isso atraía levas de compradores gananciosos, em busca de um lucro fácil. Os preços então subiam e os integrantes do pool se desfaziam de maneira ordenada de seus títulos, deixando para a manada de investidores que vinha atrás o prejuízo quando sobreviesse a inevitável baixa, numa espécie de jogo das cadeiras. Cada pool tinha um organizador, a quem competia definir as estratégias operacionais e centralizar as decisões. Kennedy costumava ser um deles, um dos melhores. (…)
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Uma “arma de destruição” a serviço da ganância: a ALAVANCAGEM
(…) A “alavancagem” voltava a ser a palavra mágica, a chave da riqueza fácil e quase instantânea. (…)
(…) outras modas excitantes estavam surgindo. Entre elas a de se especular com ações, atividade que, tal como acontecia com a compra de automóveis, deixara de ser exclusiva dos ricos. Pois agora os bancos ofereciam “empréstimos com chamadas de margem” (margin calls ou call loans) para pessoas de classe média. Se um investidor, por exemplo, dispunha de mil dólares para investir na Bolsa, as sociedades corretoras lhe ofereciam, digamos, um termo e realizar o prejuízo. Só que isso raramente acontecia, pois o mercado de ações não fazia outra coisa a não ser subir. Por causa dessa alta, muita gente que jamais sonhara com a hipótese enriquecia facilmente. E espalhava para os amigos. “Pode comprar. Os bancos emprestam quase todo o dinheiro. Se você for audacioso e tiver um pouco de sorte, pode transformar quinhentos dólares em 10 mil. Foi o que aconteceu comigo.” (…)
(…) Logo um financista mais esperto — e financista esperto era o que não faltava naquela época — surgiu com uma ideia brilhante. Em vez de o consórcio comprar ações na Bolsa, por que não adquirir cotas de outros consórcios , que por sua vez comprariam as de outros? Assim seria possível alavancar a alavancagem e a alavancagem da alavancagem. Dez dólares aplicados na ponta inicial significavam cem, mil, 10 mil dólares lá no fim. Como o mercado só subia, o efeito dessas reaplicações em cascata dava lucros fenomenais, assim como fenomenais taxas de sucesso. (…)
=> O crédito era fácil e podia-se operar sem ter o dinheiro. Porém, quando o ativo caia, perdia-se o que tinha e o que não tinha.
A astróloga (e “estrategista de investimentos” dos figurões)
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(…) Evangeline Adams era a mais famosa vidente da América. Em seu consultório no prédio do Carnegie Hall, em Nova York, ela se valia do estudo dos astros, de bolas de cristal, cartas de tarô e leitura de mãos. Ficara rica prevendo o futuro, principalmente o futuro do mercado de ações, cujas altas e baixas vinha acertando desde 1927. A pitonisa de Wall Street se limitava a prever como o índice industrial Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, iria se comportar. Como o Dow praticamente não fazia outra coisa exceto subir, e era isso que ela quase sempre vaticinava, o percentual de acerto da vidente era enorme. (…)
(…) A vidente continuava a fazer grande sucesso. Muitos investidores, inclusive corretores e operadores profissionais, a procuravam. Entre seus clientes estava Charles Schwab, magnata do aço , ex-presidente da United States Steel, de onde se transferira para a liderança da Bethlehem Steel. Antes de comprar ou vender qualquer título na Bolsa, Schwab consultava Evangeline. O mesmo fazia a rainha do cinema, Mary Pickford. Para a arraia-miúda, que não tinha condições financeiras de consultá-la pessoalmente, Evangeline Adams editava um boletim mensal explicando como a mudança da posição dos planetas afetava o preço das ações. Cada um dos 100 mil exemplares do boletim era vendido por cinquenta centavos. (…)
(…) Dizia-se que o próprio John Pierpont Morgan pai, falecido em 1913, não fazia negócios sem consultá-la. Certa vez, ainda segundo rumores jamais investigados, o venerando financista fizera um investimento de 100 milhões de dólares simplesmente porque a astróloga lhe dissera que Áries estava em posição favorável em relação ao sol. De acordo com os adeptos da vidente, J. P. obtivera um lucro tão grande com a aplicação dos 100 milhões que levara Evangeline em seu iate para um extenso cruzeiro particular , no qual o magnata se esmerou em descobrir “os métodos científicos” usados por ela. Se encontrou uma resposta para seus questionamentos, Morgan a guardou para si. Alguns integrantes da realeza europeia também consultavam Evangeline regularmente. Quanto mais ela cobrava, mais sua fama crescia. E acabou se tornando uma autora de profecias autorrealizáveis. “Vai subir”, a astróloga do Carnegie vaticinava. Todos compravam e o mercado subia mesmo. O mesmo acontecia na baixa. As paredes da antessala de Evangeline Adams eram decoradas com retratos autografados de alguns de seus clientes mais célebres, entre eles o tenor Enrico Caruso (Peixes), John Pierpont Morgan pai e Mary Pickford (ambos Áries) e Charles Schwab (Aquário), cuja foto ampliada ocupava uma parede inteira. (…)
(…) Durante o crash, Evangeline Adams foi obrigada a cancelar as consultas individuais, trocando-as por sessões coletivas. Caso contrário não poderia dar conta da fila de consulentes que aguardavam suas previsões para o comportamento do mercado nos próximos dias. A vidente aproveitou para recomendar que seus clientes comprassem ações, enquanto – secretamente – zerava sua carteira. (…)
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O engraxate, Pat Bologna – banca número 60 de Wall Street
(…) Para chegar com os calçados totalmente limpos no escritório, MacVeagh parava todas as manhãs na banca de engraxate de um jovem de 19 anos, Pat Bologna, situada no número 60 de Wall Street, a pouco mais de um quarteirão da Casa Morgan. Por um dime (dez centavos), Bologna fazia um sapato parecer novo em folha. E, muito mais do que isso, provia seus clientes com as dicas e boatos que influenciariam a Bolsa naquele dia. Pudera. Pat Bologna era engraxate de Ben Smith — um dos chefões da W. E. Hutton —, de Joseph Kennedy, de Charles Mitchell e de Billy Durant, além de diversos outros banqueiros, investidores e especuladores do primeiro time da Rua. De cada um que sentava na cadeira de sua banca, Bologna pedia conselhos sobre o mercado de ações e depois repassava as indicações para os demais, que também davam seus pitacos. Sem exagero, podia se afirmar que Bologna formava o consenso do mercado para a sessão do dia. Muita gente até dava uma lambuzadinha no sapato só para ter o pretexto de parar lá. A uma certa altura, o engraxate praticamente abandonara sua profissão. Embora continuasse ao lado de sua banca, no número 60 de Wall Street, ele agora se limitava a dar consultas sobre investimentos. Os forasteiros faziam fila para ouvir seus conselhos sobre as tendências do mercado e sobre os melhores papéis para aplicar o dinheiro. Nessas sessões Bologna ganhava em uma hora o que levaria um dia para faturar engraxando e lustrando sapatos. Em meio às suas dicas, citava Joe Kennedy, Charles Mitchell e Jack Morgan como se fosse amigo íntimo deles. Os fregueses arregalavam os olhos de admiração. (…)
A piada da época
Houve um aumento no índice de suicídios após o crash e durante a depressão.
(…) “O senhor está se registrando para dormir ou para pular?”, perguntava, num diálogo tragicômico de um show de variedades da Broadway, o recepcionista de um hotel nova -iorquino. “Se for para pular, senhor, por favor, pague adiantado.” (…)
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A leitura do livro nos permite constatar que não existe milagre para ficar rico da noite para o dia (licitamente). E quando se trata de investimentos, não existe maneira mais “barata”, que aprender com o passado. Observar a história é muito instrutivo, afinal, ela sempre se repete!
Huty1617505 Wall Street Crash

Fonte: Exame