segunda-feira, 3 de julho de 2017

O novo horizonte da Vale

O novo horizonte da Vale


Papéis avulsos

Fábio Schvartsman, o novo CEO da Vale, conseguiu uma vitória, na terça-feira 27, ao obter a aprovação dos acionistas para as mudanças na governança da mineradora. Hoje, a Vale é controlada pela Valepar, holding pertencente ao Bradesco, ao grupo japonês Mitsui, a fundos de pensão e ao BNDES. Com a mudança, a Vale deve incorporar a Valepar, e se tornará uma empresa sem controle definido. Pelas novas regras, se um acionista possuir mais de 25% das ações, ele terá de fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo restante do capital, o que deve desestimular a concentração.
Para os analistas, isso deverá reduzir a influência do governo nas decisões, o que vai melhorar os resultados no longo prazo. Todas as ações preferenciais serão convertidas em ordinárias. Os acionistas vão receber 0,9342 ação ON para cada ação PNA. O prazo para adesão vai até 11 de agosto.
Fonte: IstoÉDinheiro
 

Commodities minerais voltam a ganhar a atenção do investidor

Commodities minerais voltam a ganhar a atenção do investidor


Os ativos de commodities minerais como petróleo e minério voltaram a ganhar a atenção do investidor. Diante do avanço das fusões e aquisições nestas atividades, o mercado prevê retorno gradual dos investimentos à indústria de recursos naturais. O sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra, explica que mesmo diante de um cenário de preços de petróleo e minério de ferro mais baixos em relação a alguns anos atrás, a tendência é de crescimento das fusões e aquisições nestes segmentos.
“A mineração e a indústria petrolífera demandam altos níveis de eficiência e por isso cotações menores estimulam uma consolidação do mercado”, avalia. De acordo com estudo da KPMG, das três indústrias que compõem os setores de recursos naturais, a de óleo e gás foi a que mais registrou fusões e aquisições no primeiro trimestre. Em relação ao mesmo período de 2016, o número de transações concluídas dobrou. ”Com as mudanças regulatórias e um cronograma mais definido de leilões, o setor de óleo e gás no Brasil tem atraído mais investimentos”, destaca.
De acordo com o sócio do setor regulatório do Siqueira Castro Advogados, Renato Kloss, o Brasil tem se mostrado mais oxigenado para atrair investimentos em infraestrutura e indústria pesada. “O atual cenário não tem afugentado a busca por ativos. Até porque o investidor está acostumado ao risco e ele cobra por isso”, observa. O sócio da área societária do Siqueira Castro, Leonardo Cotta, acrescenta que o apetite do investidor pelo Brasil deve crescer. “Existe uma tendência de aumento das fusões e aquisições tanto em petróleo quanto em mineração”, analisa.
No entanto, nos três primeiros meses do ano o número de transações no setor mineral se manteve estável em relação ao mesmo período do ano passado, revela o estudo da KPMG. ”Há menos movimentação na mineração principalmente porque o governo federal precisa definir de uma vez o marco regulatório”, diz Coimbra. Kloss alerta que a discussão acerca do novo código mineral travou investimentos e pode continuar atrapalhando o avanço dos negócios na área. “O setor encara o marco regulatório como uma incógnita. Não há uma clareza sobre o futuro.”
Cotta adiciona que o ambiente de negócios se mostra mais acolhedor para a atividade mineral em outros países, como Canadá e Austrália. “Como o ambiente regulatório ainda está incerto no Brasil, o investidor tende a procurar outros lugares para colocar o seu dinheiro.”
Queda dos preços
Os segmentos de petróleo e minério de ferro possuem em comum o fato de que os preços recuaram drasticamente de meados de 2011 para cá. O barril do tipo Brent, por exemplo, superou US$ 100 à época e, hoje, está cotado em cerca de US$ 48. O minério de ferro já chegou a ultrapassar a casa dos US$ 170 a tonelada há seis anos. Atualmente, a cotação gira em torno de US$ 62 por tonelada. “Especialmente no segmento de minério de ferro, a atração de investimentos é pautada pela demanda global, em particular a China”, explica Cotta.
Segundo ele, mesmo com a desaceleração do consumo chinês, o país asiático deve continuar demandando volumes expressivos da commodity. Além disso, ele salienta que os planos do presidente norte-americano Donald Trump de investir US$ 1 trilhão em obras de infraestrutura geram mais atratividade para o negócio de minério de ferro no mundo. Por último, o advogado destaca que a apreciação do dólar frente ao real torna os ativos brasileiros mais baratos. “Esses três fatores devem impulsionar as fusões e aquisições no segmento de minério de ferro.”
Ele acrescenta que, após a derrocada dos preços do insumo nos últimos dois anos, muitas mineradoras tiveram problemas de caixa. “Neste sentido, parcerias e desinvestimentos são uma solução rápida para equacionar a falta de caixa.” A Vale é uma das mineradoras que está com um plano de desinvestimentos com foco em ativos non core, como por exemplo fertilizantes e carvão.
Mas conforme explica o executivo da KPMG, mineração é uma atividade muito globalizada e com menos players. “As transações tendem a ser em menor número, mas com valores mais altos”, pontua Coimbra. Ele ressalta que o potencial maior de fusões e aquisições se concentra em ativos não relacionados a minério de ferro.
Já o setor de petróleo, no Brasil, depende não só de leilões do governo federal, mas dos planos da Petrobras de vender ativos e fazer parcerias, uma vez que a empresa é responsável por mais de 90% da produção no País. Coimbra pondera que a petroleira está com uma agenda bem estruturada de planos de desinvestimentos. “Provavelmente a empresa deve conseguir concretizar as vendas programadas.” Para Kloss, o momento é convidativo para o setor. “Com um cronograma de leilões e a estratégia da Petrobras, a tendência é de aumento dos negócios no País.”
Fonte: DCI - Juliana Estigarríbia

domingo, 2 de julho de 2017

DIAMANTE SINTÉTICO PARA APLICAÇÃO EM JOALHERIA

DIAMANTE SINTÉTICO PARA
APLICAÇÃO EM JOALHERIA
HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E ESTÁGIO ATUAL



Embora o diamante sintético tenha ainda pouca utilização em joalheria, o aperfeiçoamento das tecnologias de síntese e a otimização dos processos, assim como os aumentos na escala de produção e no número de fabricantes nos levam a crer que, em poucos anos, a possibilidade de um consumidor brasileiro escolher entre adquirir um diamante natural ou sintético se tornará uma realidade.
Para que chegássemos a este estágio, muitos esforços foram despendidos por diversos pesquisadores ao longo de mais de 150 anos. Um dos mais importantes pioneiros na tentativa de sintetizar diamantes foi o prêmio Nobel Frédéric-Henri Moissan (1852-1907), químico francês cujo nome se tornou conhecido pelo setor joalheiro em 1997, quando surgiu o mais eficaz substituto do diamante, a moissanita sintética. A designação de seu equivalente natural, o mineral moissanita, é justamente uma homenagem a este eminente cientista, que o descobriu em um meteorito em 1904.
As idéias e iniciativas deste e de outros pioneiros inspiraram diversos pesquisadores a desenvolverem seus próprios trabalhos até que o diamante fosse pela primeira vez obtido através de síntese por um grupo de cientistas suecos da empresa ASEA, em 1953. Como os escandinavos não acreditavam que outros pesquisadores pudessem se encontrar em igual estágio de desenvolvimento, o êxito deste trabalho ainda não se tornara público quando, no ano seguinte, a empresa norte-americana General Eletric anunciou que havia sintetizado diamante de qualidade industrial por um processo reproduzível em escala comercial, solicitando e obtendo sua patente a nível mundial. Quatro anos mais tarde, em 1958, foi a vez da De Beers comunicar que também desenvolvera um método de síntese e já era capaz de produzir diamante em sua planta na África do Sul.
Novo marco significativo na história da síntese do diamante ocorreu em 1970, quando a General Eletric comunicou ter, finalmente, obtido exemplares de qualidade adequada à aplicação em joalheria, alguns deles com pesos pouco superiores a 1 quilate, em estado bruto.
Desde então, a tecnologia de síntese vem se aprimorando continuamente, mas também trazendo apreensão à indústria joalheira. Visando assegurar a credibilidade do mercado de diamantes naturais e resguardar a confiança dos consumidores, os fabricantes de diamantes sintéticos têm procurado fornecer informações detalhadas sobre os meios de distinção entre os dois tipos, inclusive com alguns deles comercializando seus produtos com a devida identificação, seja por meio de inscrições externas a laser nos rondízios das pedras, marcas internas e/ou certificados de origem emitidos por laboratórios independentes.
Nos dias de hoje, apenas cerca de 20% da produção anual de diamantes no mundo é de origem natural, sendo que aproximadamente 25 % destes são adequados ao mercado joalheiro. Os cerca de 80 % restantes são sintetizados e destinam-se em sua quase totalidade às aplicações tecnológicas, sendo que em 2003 a produção de diamante sintético atingiu o vultoso montante de 450 toneladas.
O principal método de síntese utilizado é o de altas pressões e temperaturas (HPHT), através do qual se obtém diamante a partir de grafita pulverizada e que procura reproduzir em prensas de laboratório as extremas condições em que este mineral se forma na natureza. Recentemente, a técnica de deposição de vapor químico (CVD), através da qual se obtém diamantes diretamente de sua fase gasosa, vem recobrando ênfase, tendo em vista suas promissoras aplicações tecnológicas. Os meios visuais e analíticos de distinção entre os diamantes naturais e os produzidos por estes métodos serão o tema do nosso próximo artigo.
Empresas detentoras da tecnologia de síntese, entre elas De Beers, General Eletric, Sumitomo e Gemesis, assim como alguns laboratórios de síntese russos têm concentrado seus esforços nos últimos anos na tentativa de atingir níveis de produção satisfatórios de gemas de elevada qualidade em termos de cor, pureza, tamanho, morfologia e simetria, para que possam, em um breve futuro, atender regularmente a uma potencial demanda por parte da indústria joalheira.
Embora todas as mencionadas empresas já tenham obtido experimentalmente diamantes incolores e de diversas cores e algumas já os tenham inclusive comercializado em quantidades muito reduzidas, a maior parte dos diamantes sintéticos de qualidade gemológica atualmente comercializados continua sendo de cor amarela a amarela-marrom, pois a redução do conteúdo de nitrogênio, que origina esta cor, é ainda um procedimento extremamente complexo e oneroso. Por outro lado, diamantes sintéticos com cores modificadas por tratamento, sobretudo vermelhos e vermelhos amarronzados, têm sido vistos com freqüência cada vez maior no mercado.

As gemas fascinam a quase todos

As gemas fascinam a quase todos, porém poucos têm idéia do quão exuberante é a experiência de observar seu mundo interno. As inclusões nas gemas são testemunhas eloqüentes da história da Terra, preservando suas evidências e manifestando a sucessão de eventos geológicos ocorridos há milhões ou mesmo bilhões de anos.
Além do aspecto estético, o estudo das inclusões nas gemas é de fundamental importância na sua identificação, bem como na distinção entre as pedras naturais, sintéticas e imitações.
Em gemologia, define-se inclusão como qualquer partícula de matéria estranha ou defeito estrutural presente na gema. Em relação ao mineral hospedeiro, as inclusões podem se formar antes (protogenéticas), simultaneamente (singenéticas) ou depois (epigenéticas) dele.
As inclusões protogenéticas são sempre sólidas, enquanto as demais podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Quanto ao número de fases ou estados físicos, podem ter apenas uma (monofásicas), duas (bifásicas) ou três (trifásicas).

Esmeralda da Colômbia com inclusão trifásica singenética, consistindo de cristal de halita (NaCl), bolha de gás e solução aquosa salina. Até meados dos anos 80, estas inclusões eram diagnósticas para as esmeraldas oriundas da Colômbia, no entanto, a partir desta época, elas foram observadas também em esmeraldas de outras procedências, inclusive do Brasil.
(Fotomicrografia: R. W. Hughes)
Determinados padrões de inclusões, além de nos deleitarem com sua contundente beleza de formas e cores, fornecem informações a respeito do ambiente geológico no qual se formou o mineral que as contém e de suas condições de cristalização, além de poderem ser úteis, em alguns casos, para determinar seu local de origem.

Esfera de cristal-de-rocha (quartzo incolor) com inclusões não-identificadas,
as de cor vermelha, provavelmente, constituídas de algum óxido de ferro.
(Fotografia: Schwigor)
Usualmente, os gemólogos identificam, com auxílio de lupa ou microscópio, apenas as inclusões diagnósticas e mais características das gemas, cabendo ao mineralogista identificar as demais inclusões por meio de técnicas específicas, não pertencentes ao escopo da gemologia.
Fonte: Joia br

sexta-feira, 30 de junho de 2017

ANÁLISE-Brasil enfrenta difícil tarefa de dizer "não" a investidor de energia renovável

ANÁLISE-Brasil enfrenta difícil tarefa de dizer "não" a investidor de energia renovável

sexta-feira, 30 de junho de 2017 17:51
 

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Turbina eólica é usada para gerar eletricidade em Fortaleza, no Brasil
26/04/2017
REUTERS/Paulo Whitaker
1 de 1Versão na íntegra
Por Luciano Costa SÃO PAULO (Reuters) - Autoridades brasileiras têm enfrentado a difícil tarefa de dizer "não" a investidores globais ávidos por colocar bilhões de dólares em projetos de energia renovável no país mesmo em meio a uma enorme recessão. Principal mercado para renováveis na América Latina e um dos maiores do mundo, o Brasil sofre enorme pressão da indústria de energia para contratar novas usinas eólicas e solares, o que não acontece desde 2015. Mas uma sobrecapacidade de geração e custos adicionais para tarifa decorrentes de eventuais novas contratações de usinas geradoras exigem cautela, dizem especialistas do setor elétrico e autoridades. O governo pretende primeiro "arrumar a casa" antes de retomar as contratações, o que tem passado pela criação de novas regulamentações que permitem cancelar projetos problemáticos que não saíram do papel nos últimos anos e por estudos para uma revisão da regulamentação do setor. "Por mais que a gente seja tentado, não podemos escolher um segmento e dizer que ele está isolado da crise do país e que lhe daremos o que ninguém tem, uma demanda garantida... por mais que seja justificável, meu papel tem sido, no âmbito técnico, dizer não", disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa. Ao participar de evento do setor nesta semana, Pedrosa admitiu que há pressões de todo o tipo pela retomada das licitações, "inclusive políticas". Ele disse que o governo pretende retomar os leilões, mas ainda não é possível garantir quando. O Brasil contratou um recorde de novas usinas no período entre 2009 e 2015, mas a enorme recessão econômica levou a demanda por eletricidade a cair em 2015 e 2016, o que não acontecia no país desde 2009. Ao mesmo tempo, diversas usinas contratadas nesse período não conseguiram sair do papel devido à degradada situação financeira de alguns investidores, à falta de crédito com a crise e outras questões, como problemas com fornecedores. Agora, o governo tem apostado na inédita solução de descontratar usinas para verificar se há mesmo necessidade de novos empreendimentos mesmo em meio à baixa demanda. Diversos parques eólicos já rescindiram contratos, e em agosto o governo deve realizar novas descontratações, por meio de um leilão específico para cancelar projetos. "Acho que logo após isso a gente deve ter um panorama bem definido... após tudo isso, ouvindo o mercado, ouvindo as distribuidoras, aí sim vamos tomar uma decisão", disse o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho ao ser questionado sobre o tema em um evento nesta semana. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., fez coro às falas do governo ao participar de encontro com investidores em energia solar. "Tem que ser sustentável... a primeira coisa é a gente resistir a algumas tentações, algumas facilidades", afirmou ele, ressaltando que é preciso ter clareza sobre a demanda por energia antes de realizar novos leilões. INDÚSTRIA PREOCUPADA A pressão a favor dos leilões tem sido movida por representantes de investidores que querem construir usinas e fabricantes de equipamentos, que temem ficar com fábricas vazias devido à ausência de novos projetos. No boom renovável dos últimos anos, o Brasil atraiu produtores de turbinas eólicas como a dinamarquesa Vestas, a norte-americana GE e a espanhola Gamesa, além de fornecedores solares como a chinesa BYD e aCanadian Solar. O crescimento das renováveis também gerou renda em cidades pobres do Sul e do Nordeste, o que tem feito políticos locais se somarem à pressão sobre as autoridades de energia do governo federal. Em janeiro, governadores do Nordeste foram a Brasília pedir mais leilões de usinas eólicas e solares. Mas o diretor da consultoria Excelência Energética, Erik Rego, acredita que apenas a soma dessas pressões explicaria a retomada dos leilões com força já em 2017. "Tem que arrumar a casa, como está se fazendo... se o governo estiver em uma linha de olhar só oferta e demanda, vai fazer ano que vem. Se tiver muita pressão para que atenda à indústria, aí faz este ano, mas mais pela pressão, porque não precisa", disse. Por parte dos investidores, o interesse em renováveis tem crescido e a demanda não seria um empecilho, uma vez que os contratos oferecidos nos leilões de energia do governo são de longo prazo e garantem receita estável para as usinas independentemente do nível de consumo de eletricidade no país. IMPACTO TARIFÁRIO Uma das formas de contratar novas usinas no Brasil é em leilões promovidos pelo governo para as distribuidoras de energia, após estas preverem a demanda de seus clientes no futuro. Mas a decisão sobre leilões de energia também pode vir do governo, caso das usinas "de reserva", que não dependem da demanda das distribuidoras porque são contratadas para elevar a segurança do sistema. A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), que representa pesos pesados como Dow, Alcoa e outros, teme que uma contratação via leilão de reserva mesmo sem demanda represente mais custos em um momento já difícil para a indústria e consumidores. "Ainda existe sobreoferta... esse problema (de segurança do sistema) não existe hoje, por isso acho que um leilão aumentaria os custos para o consumidor desnecessariamente. Essa é a preocupação", disse à Reuters o presidente da Abrace, Edvaldo Santana, lembrando que os consumidores estiveram bastante pressionados nos últimos anos. As tarifas de eletricidade do Brasil subiram em média 61 por cento entre 2013 e 2017, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ante alta de cerca de 28 por cento na inflação, de acordo com dados do Banco Central.