domingo, 6 de agosto de 2017

Minerais encontrados pela primeira vez no Brasil já são 56

TURMALINA PARAÍBA
As pedras no caminho
Minerais encontrados pela primeira vez no Brasil já são 56




Matioliíta
“Nasceu!”
Daniel Atencio disparou um e-mail com esse título no dia 2 de novembro de 2010 para comunicar, como ele explicou em seguida, “o nascimento de minha décima segunda filha, carlosbarbosaíta, que veio fazer companhia a chernikovita, coutinhoíta, lindbergita, matioliíta, menezesita, ruifrancoíta, footemineíta, guimarãesita, bendadaíta, brumadoíta e manganoeudialita”. Professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), Atencio tinha acabado de receber uma mensagem da Associação Mineralógica Internacional aprovando seu pedido de registro do novo mineral, o 54o encontrado pela primeira vez no Brasil e sem registros em qualquer outro país. Novas espécies de minerais, chamadas minerais-tipo, aparecem agregadas a minerais de valor comercial, as gemas, como topázio e turmalina, comuns em Minas Gerais. Só duas gemas, porém, o crisoberilo e a brazilianita, tiveram o registro inicial feito no país.
Novos minerais exibem composições químicas ou arranjos atômicos inusitados, inicialmente sem aplicações comerciais. São encontrados com frequência em rochas ígneas conhecidas como pegmatitos, formadas nas últimas etapas da cristalização do magma no interior da Terra. Das primeiras fases do resfriamento de um magma, resultam rochas e minerais mais simples e homogêneos. À medida que o magma cristaliza, os elementos químicos mais raros formam uma espécie de sopa residual. Em um segundo momento, esse líquido residual se solidifica e dá origem aos pegmatitos, muitas vezes ricos em fosfatos. No Brasil, uma das áreas mais ricas em pegmatitos – e, portanto, em novas espécies de minerais – é o leste de Minas. Em Divino das Laranjeiras, um dos municípios dessa região, foram encontradas quatro, incluindo a atencioíta, mineral marrom caracterizado pelo russo Nikita Chukanov, e a brazilianita, uma gema de cristais amarelo-esverdeados. Da vizinha Galileia saíram 10 minerais novos.
Desde dezembro de 2006, quando saiu de uma pedreira vizinha a um campo de futebol do município de Jaguaraçu, leste de Minas, a carlosbarbosaíta fez um percurso que mostra como encontrar novas espécies de minerais combina pa­ciência, amizade e muita colaboração entre especialistas não acadêmicos e acadêmicos. Luiz Menezes, engenheiro de minas, colecionador e comerciante de minerais que coletou o que lhe parecia ser um novo material, fez as primeiras análises em um microscópio eletrônico da Universidade Federal de Minas Gerais. Como não pôde ir adiante, mandou sua amostra para a USP. Atencio examinou-a por raios X, confirmou que se tratava de uma espécie nova de mineral, mas também não conseguiu avançar: os cristais de 50 x 10 x 5 milésimos de milímetro eram minúsculos demais, dificultando as análises. Pela mesma razão, durante quatro anos, pesquisadores da USP de São Carlos, do Canadá, da Rússia e dos Estados Unidos que entraram na história avançavam pouco, até que, em abril de 2009, Mark Cooper, da Universidade Manitoba, Canadá, conseguiu um equipamento de raios X que finalmente completou as análises, elucidando a estrutura atômica do mineral, cujos cristais formam longas agulhas ricas em óxido de urânio e nióbio.
A pedido de Menezes, Atencio escolheu o nome para o novo mineral, em homenagem a Carlos do Prado Barbosa, engenheiro químico e colecionador de minerais falecido em 2003 que participou da identificação da bahianita, reconhecida como novo mineral em 1978, e da minasgeraisita, de 1986. Geó­logos vivos também são homenageados, embora, como os biólogos, não possam pôr o nome deles próprios em espécies novas que descobrirem.
A menezesita, mineral rico em bário, zircônio e magnésio, ganhou esse nome em reconhecimento ao trabalho de Menezes, que mora em Belo Horizonte e vive enviando coisas interessantes para geólogos. Reconhecida em 2005 e publicada em 2008, a menezesita apresenta uma estrutura atômica similar à de um composto que havia sido sintetizado em 2002 para combater o vírus causador da Aids.
A luz dos minerais
A coutinhoíta, mineral amarelo como o enxofre, um silicato de urânio e tório, que Atencio e Paulo Anselmo Matioli, geógrafo formado pela Universidade Católica de Santos, trouxeram de Galileia, Minas, é outro exemplo de gratidão aos pioneiros – neste caso, a José Moacyr Vianna Coutinho, professor da USP que, no final dos anos 1950, ao voltar da Universidade de Berkeley, Estados Unidos, disseminou no Brasil o uso da microscopia polarizadora, que indica o desvio da luz e, a partir daí, as estruturas atômicas, facilitando a identificação de minerais no Brasil. Como resultado, ele participou da caracterização de nove dos 16 novos minerais brasileiros identificados nos últimos oito anos, incluindo a carlosbarbosaíta. “Ajudo sempre que posso”, diz Coutinho, aos 86 anos, ainda assíduo em sua sala no Instituto de Geociências da USP.
“Coutinho, além de um olhar fantástico no microscópio, tem uma habilidade imensa para desenhar cristais e orientações ópticas dos minerais”, diz Atencio, mostrando os desenhos de artigo de 1999 em que eles e outros colegas descreveram a hainita, de Poços de Caldas, na divisa de Minas com São Paulo. Em outro canto da estante de metal estão as amostras de sílex que Atencio coletou aos 10 anos de idade de uma obra próximo à sua casa em São Bernardo do Campo, em um episódio que o fez escolher mais tarde ser geólogo.
Duas por ano
Muitos minerais novos são encontrados em apenas um lugar, mas um mineral avermelhado com um dos nomes mais difíceis de pronunciar, tupersuatsiaíta, já tinha sido identificado na Groenlândia e na Namíbia antes de 2005, quando Atencio, Coutinho e Silvio Vlach, também da USP, relataram que o haviam encontrado em Poços de Caldas. Às vezes, a descrição oficial de uma nova espécie de mineral concilia descobertas paralelas. É o caso da bendadaíta, mineral de cristais alongados esverdeados encontrado em Portugal, no Brasil, no Chile, em Marrocos e na Itália, que geólogos de sete países – Áustria, Alemanha, França, Rússia, Austrália, Brasil e Estados Unidos – apresentaram em junho de 2010 na Mineralogical Magazine.
“Às vezes é mais fácil colaborar com pesquisadores da Rússia e da Alemanha do que daqui”, diz Atencio. Segundo ele, a principal razão é a escassez de especialistas na identificação de minerais – menos de uma dezena no Brasil, enquanto a Itália abriga cerca de 200 e a Rússia, bem mais. Mesmo assim, o número de novas espécies de minerais identificadas originalmente no Brasil está crescendo. Até 1959 havia no país apenas 19 espécies de minerais consideradas válidas, a maioria descrita apenas por estrangeiros. De 1959 a 2000, a comissão de novos minerais da Associação Mineralógica Internacional reconheceu 18 espécies novas, com uma média de 0,43 por ano, e nos últimos oito anos, outras 16, subindo a média para duas por ano. Segundo Atencio, o Brasil está entre os países em que atualmente se descobrem mais minerais novos, quase sempre próximo dos Estados Unidos. A Rússia é o país onde mais se descobrem minerais novos.
Não é só por falta de especialistas que as descobertas não proliferam. Nas pedreiras, um procedimento comum é tratar as gemas, de valor comercial, com banho de ácido, para remover as impurezas, que incluem possíveis novidades. Os interessados em novos minerais às vezes conseguem chegar antes do banho de ácido. Outro problema é a transformação do espaço. Atencio conta que em 1991 descreveu com Reiner Neumann, o primeiro estudante que orientou, Antonio Silva e Yvonne Mascarenhas, seus colaboradores do Instituto de Física de São Carlos da USP desde os anos 1980, minerais raros de urânio, encontrados em Perus, no município de São Paulo. “Devia ter muito mais”, diz ele, “mas o Rodoanel cobriu tudo”.

Meteorito raro cai perto de escola no PA e surpreende crianças e cientistas

Meteorito raro cai perto de escola no PA e surpreende crianças e cientistas

Meteorito que tinha entre 40 e 50 cm de tamanho e pesava entre 5 e 6 kg caiu no Par
Meteorito que tinha entre 40 e 50 cm de tamanho e pesava entre 5 e 6 kg caiu no Pará
Famosa pelo garimpo a céu aberto que levou milhares de pessoas a procurarem ouro na década de 1980, a região de Serra Pelada passa a ser conhecida também como o local da queda mais recente de um meteorito (por sinal, de um tipo raríssimo) no Brasil.
O bloco rochoso que tinha entre 40 e 50 cm de tamanho e pesava entre 5 e 6 kg caiu na manhã do dia 29 de junho perto da Escola Rita Lima de Sousa, na Vila de Serra Pelada, que hoje pertence ao município de Curionópolis, no Pará.
Paulo Anselmo Matioli, 42 anos, mestre em Geologia pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (Igc-USP) e diretor e curador do Museu de Ciências Naturais Joias da Natureza, considera-se um privilegiado por ter identificado o meteorito.
O curioso é que o especialista, natural de Santos, estava a quilômetros de distância do local da queda. Matioli viu uma postagem nas redes sociais do colega geólogo Marcílio Rocha, de Marabá, do Pará, a quem foram entregues alguns pedaços do material – ele buscava algum especialista em meteoritos para auxiliar na análise.
“Eu já fiquei louco ao ver a foto. Quando ele me mandou um pedaço da amostra, eu já tinha visto hotel, passagem de avião… E muitas pessoas que ele procurou não deram muita bola. Sugeriram que fizessem testes e meio que deixaram para lá. Agora devem estar com dor de cabeça, arrependidos”, brinca Matioli.
Ele diz isso porque não só confirmou que sim, trata-se de um meteorito, como ainda de um tipo bem raro: um eucrito, da classe dos acondritos, cuja origem é o asteróide Vesta – o segundo maior do Sistema Solar.
Matioli conta que só dois meteoritos deste tipo haviam sido encontrados no Brasil anteriormente (em Serra de Magé, Pernambuco, em 1923, e em Ibitira, Minas Gerais, em 1957). Esta também se torna a segunda queda comprovada de meteorito no Estado do Pará (a primeira foi em Ipitinga, em 1989). Atualmente, existem cerca de 71 meteoritos descritos e descobertos no país.
“Fazer parte dessa história de perto e estudar uma rocha proveniente de um asteróide é algo incrível. Vamos levar para o mundo inteiro esse novo meteorito brasileiro”, comemora o geólogo.

Serra Pelada de volta ao mapa

Matioli passou uma semana na Vila de Serra Pelada. Lá, soube que as crianças estavam em aula no momento da queda do meteorito, cujo barulho despertou as mais diferentes reações.
“Uns falaram de bomba, outros trovão, avião e alguns até pedaço de ferro (a Vale tem um projeto que extrai minério na região)… Já o vigia da escola, testemunha ocular, conta que viu a queda levantar poeira e o rastro de fumaça, que é deixado pelos minerais sendo fundidos na superfície. Eles agora sabem da raridade do evento que presenciaram, pois não é todo mundo que vê a queda de um meteorito”, destaca.
Passado o susto com o estrondo, os moradores da Vila foram ao local da queda e viram os fragmentos de perto. “Uma estudante em especial, a Vitória, pegou vários pedaços, encheu a camisa e foi distribuindo. Agora ela sabe o quanto isso foi importante para nós e para a ciência”, diz o geólogo, que falou a todos da importância em se registrar o episódio.
Matioli usará um fragmento no acervo do Museu de Ciências Naturais Joias da Natureza, que atualmente está trabalhando de forma itinerante. Ele também já encaminhou uma parte do meteorito para os Estados Unidos para análises que identificarão as propriedades físico-químicas do material. Concluídos os estudos, uma revista especializada internacional fará a publicação oficial do mais novo meteorito brasileiro. E ele já tem nome: Meteorito Serra Pelada.
“A Vila de Serra Pelada é humilde, simples, mas tem pessoas acolhedoras, gentis e muito calorosas. Fui muito bem tratado por todos eles. Só tenho a agradecer. Os governantes poderiam olhar com mais atenção para um local que já teve o maior garimpo a céu aberto do mundo”, pontua o geólogo. “Fico feliz de ajudar a colocar Serra Pelada de novo no mapa. Não por causa da corrida do ouro, mas agora por causa da corrida do meteorito!”.
Por: Eduardo Carneiro
Fonte: UOL

Diamante de pureza rara levado a leilão

Diamante de pureza rara levado a leilão






Um diamante de 51 carates com uma pureza inédita na Rússia é a estrela da coleção de cinco pedras preciosas que a Alrosa, número um mundial do setor, vai leiloar.
A partir de um diamante de 179 carates encontrado em 2015 numa das suas minas siberianas da Iacútia, a empresa pública russa talhou cinco peças que formam uma coleção.
"Os cinco diamantes foram produzidos a partir de um só diamante bruto, o que é excecional", sublinhou o presidente da Alrosa, Serguei Ivanov, em comunicado.
"Foram precisos um ano e meio para criar esta coleção (...) O principal diamante, Dinastia, tornou-se o mais puro dos grandes diamantes da história da joalharia no nosso país", acrescentou.


A Rússia é um dos principais produtores mundiais de pedras preciosas, nomeadamente graças aos recursos disponíveis na Iacútia.
O diamante bruto original, datado de há quase 400 milhões de anos, foi batizado como Romanov, em homenagem à dinastia que reinou na Rússia imperial até à revolução de 1917 e sob cujo governo floresceu a indústria diamantífera, a partir do século XVIII.
A coleção de cinco peças que dele resultou - de 51,38 carates, 16,67 carates, 5,05 carates, 1,73 carates e 1,39 carates - será apresentada em vários países, a começar por um salão especializado que decorre em Hong Kong entre 13 e 19 de setembro, e só depois leiloada online, em novembro.
"Se analisarmos os resultados dos leilões da Sotheby's e da Christie's, a base de licitação da coleção não pode ser inferior a dez milhões de dólares (8,4 milhões de euros)", declarou Ivanov, citado pela agência russa Interfax.

'O homem mais rico da história', de quem você talvez nunca tenha ouvido falar

© Getty Images De acordo com seu biógrafo, Jakob Fugger tinha uma fortuna superior a US$ 400 bilhões
Se estivesse vivo hoje, Jakob Fugger (1459-1525) seria, calcula-se, mais rico que Bill Gates, Warren Buffet, Carlos Slim e Mark Zuckerberg juntos.
O banqueiro alemão - apelidado de "O rico" - chegou a acumular, ao longo da vida, uma fortuna equivalente ao que hoje seriam US$ 400 bilhões (R$ 1,2 trilhão), segundo o biógrafo Greg Steinmetz.
Conjunto habitacional criado por Fugger: O projeto de habitação social que Fugger criou na cidade de Augsburg continua 500 anos depois e é o lar de aposentados© Getty Images O projeto de habitação social que Fugger criou na cidade de Augsburg continua 500 anos depois e é o lar de aposentados
Ex-editor do Wall Street Journal, Steinmetz considera Fugger o homem mais rico da história, e foi esse o título que deu ao livro que escreveu sobre o banqueiro em 2015.
Embora muitas pessoas levantem ressalvas à comparação da riqueza em diferentes períodos históricos, de uma coisa Steinmetz se diz seguro: "Jakob Fugger foi sem dúvida o mais poderoso banqueiro de todos os tempos", disse ele à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol.
Fugger casou em 1498 com Sybille Arzt, de uma das famílias fundadoras de Augsburg. Eles não tiveram filhos e seus sobrinhos Anton e Raymund herdaram o negócio da família© Getty Images Fugger casou em 1498 com Sybille Arzt, de uma das famílias fundadoras de Augsburg. Eles não tiveram filhos e seus sobrinhos Anton e Raymund herdaram o negócio da família



Em que ele baseia essa afirmação?
"No Renascimento, a época em que Fugger viveu, o mundo era controlado por duas figuras: o imperador romano e o papa. E Fugger financiou os dois", diz o biógrafo.
Na avaliação de Steinmetz, nenhum banqueiro em toda a história teve tanta influência sobre o poder político como Fugger.



"Fugger decidiu que o rei da Espanha, Carlos 1º, deveria ser o imperador de Roma e o fez vencer a eleição (com o nome de Carlos 5º)", disse ele. "Carlos 5º colonizou o Novo Mundo. A história não seria a mesma se não tivesse chegado ao poder."

Desconhecido


Como se explica então que poucos tenham ouvido falar de Jakob Fugger? E que, em vez disso, saibamos tanto sobre alguns de seus contemporâneos, como os Médici, os irmãos César e Lucrécia Bórgia ou Nicolau Maquiavel?
Uma das razões, de acordo com Steinmetz, é que Fugger era alemão e não se tornou conhecido no mundo anglófono. E foi exatamente isso que motivou o autor a escrever sobre o banqueiro.



"Fui chefe da sucursal do Wall Street Journal em Berlim e ouvi uma menção a Fugger, mas não consegui encontrar um único texto em inglês sobre isso", conta.
Mas talvez o principal motivo pelo qual poucos fora de seu país de origem conheçam a história desse homem é porque ele não era um personagem colorido, como os outros famosos citados de sua época.
Ele não tentou se tornar papa nem ocupar cargos políticos. Ele não patrocinou nenhum artista renascentista. Nem construiu palácios ou templos.
Sua obra mais famosa é o Fuggerei: um projeto de habitação social que criou na cidade de Augsburg, no sul da Alemanha, e que continua conhecida porque quem vive ali paga um aluguel simbólico de US$ 1 por ano.
"Os banqueiros estão acostumados a trabalhar nos bastidores", disse Steinmetz, sobre a baixa notoriedade do homem sobre quem escreveu.

Legado


Isso não significa que Jakob Fugger não tenha deixado a sua marca. Na verdade, sua influência pode ser sentida até hoje, embora muitos não saibam disso.
A seguir, cinco heranças importantes desse ilustre desconhecido:

1. Criou a primeira multinacionalBanheiro de Fugger em Augsburg: O banheiro da mansão do Fugger em Augsburg era luxuoso© Getty Images O banheiro da mansão do Fugger em Augsburg era luxuoso

Em sua época, a atividade econômica era pequena. Os ricos viviam de suas terras e do trabalho dos camponeses, que recebiam proteção em troca.

Fugger negociou direitos a mineiros em troca de seus empréstimos e, assim, conseguiu monopolizar o comércio de cobre e prata.

Além disso, ele comercializou especiarias. Assim, foi um dos precursores do capitalismo.

2. Criou o primeiro serviço de notícias


Fugger sabia que a informação é valiosa e, portanto, queria acessá-la antes de seus concorrentes.
Para isso, ele pagou mensageiros para trazer informações sobre a atividade comercial e política de diferentes cidades.
Seus sucessores mantiveram a tradição e criaram o Fugger Newsletters, que alguns consideram um dos primeiros jornais da história.

3. Criou formas de financiar dinheiro que perduram até hoje

Escudo com brasão de sua família: Fugger foi o primeiro comerciante que conseguiu ser nomeado conde
© Getty Images Fugger foi o primeiro comerciante que conseguiu ser nomeado conde Os Médici, por exemplo, ja tinham bancos naquela época, mas a Igreja Católica não permitia o pagamento de juros, por considerá-lo ganância.
Retrato de Fugger: Uma amostra da importância de Fugger é que ele foi retratado pelos artistas mais renomados de sua época, como Dürer e Hans Holbein, o Velho (autor desta imagem)© Getty Images Uma amostra da importância de Fugger é que ele foi retratado pelos artistas mais renomados de sua época, como Dürer e Hans Holbein, o Velho (autor desta imagem) Fugger convenceu o papa Leão 10 - um cliente seu - a suspender essa proibição e começou a oferecer uma taxa de juros de 5% ao ano para os clientes que depositavam dinheiro no seu banco de Augsburg.

4. Financiou exploradores


Ele tinha 33 anos quando Colombo descobriu a América. Interessado ​​no potencial econômico dessas expedições, financiou a primeira viagem para a Índia.
Ele também foi um dos financiadores da viagem ao redor do mundo de Fernão de Magalhães.

5. Acabou estimulando a Reforma Protestante


Um dos negócios que Fugger manteve com o Vaticano foi a venda de indulgências.
Ele propôs uma forma de financiar a catedral de São Pedro. A metade dos rendimentos foi destinada a esse fim e a outra metade ficava com ele.
Neste ano completam 500 anos desde que Martinho Lutero protestou contra esse negócio, dando origem à Reforma Protestante.



CARBONO E DIAMANTE

Uma substância simples é aquela que apresenta apenas um elemento químico, como por exemplo, o gás oxigênio O2. Quando uma substância simples varia o número de átomos, ou sua estrutura cristalina, outra substância é formada e a este fenômeno atribuímos o nome de Alotropia. Em síntese a Alotropia ocorre quando um elemento químico forma duas ou mais substâncias simples diferentes.

Quando tratamos de formas alotrópicas obtidas a partir da variação na atomicidade devemos lembrar do gás oxigênio e do gás ozônio. Suas fórmulas são O2 e O3 respectivamente, havendo a variação de um átomo de oxigênio entre eles. Esta variação lhes confere propriedades diferentes e ao mesmo tempo essenciais para o funcionamento da vida na Terra, pois o gás oxigênio é necessário para a respiração e o gás ozônio é um dos responsáveis pela proteção contra os raios ultravioleta sendo encontrado na camada que inclusive leva o seu nome, a camada de ozônio.
O enxofre é um elemento que possui variações alotrópicas, as principais são: enxofre ortorrômbico, ou apenas rômbico e enxofre monoclínico. As estruturas das moléculas ocorrem em forma de anel com oito átomos de enxofre (S8), porém possuem arranjos diferentes entre si originando assim diferentes cristais. O enxofre rômbico e o monoclínico são encontrados em regiões vulcânicas e utilizados para obtenção de ácido sulfúrico (H2SO4) industrialmente, bem como fazem parte da composição de fertilizantes.

Diamante. Foto: everything possible / Shutterstock.com
Diamante. Foto: everything possible / Shutterstock.com
Grafite. Foto: Fablok / Shutterstock.com
Grafite. Foto: Fablok / Shutterstock.com
O fósforo pode apresentar diversas formas alotrópicas. As mais conhecidas o fósforo vermelho e o fósforo branco sendo o último extremamente reativo e consequentemente instável. Possuem fórmula molecular P4 variando apenas sua estrutura e são utilizados em artigos de pirotecnia além de aditivos de óleos industriais.
Outro exemplo que ilustra bem a formação de alótropos devido a variação da estrutura são as formas alotrópicas do carbono: grafite e diamante. O grafite possui uma estrutura em forma de lâminas e o diamante possui uma estrutura mais compacta o que confere a ele uma maior estabilidade. O diamante é o mineral com maior dureza conhecido e devido a isso é utilizado inclusive como broca para perfuração, além é claro da sua comercialização como pedra preciosa. O grafite é facilmente desgastável por isso é utilizado em lápis além é claro da utilização em peças refratárias e lubrificantes. Outra forma alotrópica do carbono é o fulereno que é muito utilizado pela medicina como antiviral, antioxidante e antimicrobiano.
Formas alotrópicas do carbono. Ilustração: magnetix / Shutterstock.com
Atualmente tem se desenvolvido muito a pesquisa na área da Nanociência relacionada aos nanotubos, que são estruturas de carbono em forma de “rolo” ou tubo extremamente pequenas. Esses nanotubos possuem grandeza na escala de 10-9 a 10-12 metros e são obtidos através de folhas de grafite enroladas quimicamente. Esses materiais são largamente utilizados em circuitos eletrônicos e são muito estáveis, resistentes e conduzem bem corrente elétrica. Desta forma são de extrema importância para o desenvolvimento tecnológico em geral.
Fontes:
FELTRE, R. Química Geral. Vol 1. 6ª edição. Editora Moderna: São Paulo, 2004.