sábado, 19 de agosto de 2017

A luta pela vida e o banimento do amianto no Brasil nas mãos do STF

A luta pela vida e o banimento do amianto no Brasil nas mãos do STF


O banimento do amianto não é tema novo no Brasil, tampouco será a primeira vez que leis estaduais que proíbem seu uso chegam à Suprema Corte com sua constitucionalidade em cheque. No entanto, com o julgamento de um pacote de ações, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode determinar, na próxima quinta-feira (17), a proibição total do mineral cancerígeno em nosso país, ou a continuidade do extermínio silencioso de trabalhadoras e trabalhadores, seus familiares e vítimas fatais todos os anos.
Após décadas de luta incessante, o tema será apreciado mais uma vez pelos magistrados em Brasília. Como representante da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e autor da Lei Estadual 12.684/07, que proíbe o uso do amianto neste estado, acompanharei in loco mais este julgamento, com a expectativa sincera de um basta para as mortes causadas pelo amianto. A suspensão da Lei Federal 9.055/1995, que permite o uso controlado do amianto do tipo branco (crisotila), seria um indicador de que estamos no caminho certo.
Reafirmamos aqui, como já o fizemos em Brasília, com todo o acúmulo técnico e científico que há no mundo, que não há “uso seguro” desta substância. Trata-se de um mineral altamente cancerígeno, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mata mais de 100 mil pessoas todos os anos. Não por acaso, o amianto já está proibido em mais de 70 países, desenvolvidos ou em desenvolvimento, seja na União Europeia ou na América Latina, onde a Argentina, o Chile e o Uruguai já determinaram o banimento completo do mineral.
Nossa luta é contra substâncias sabidamente cancerígenas, pela preservação do meio-ambiente, da vida humana e da saúde dos trabalhadores. O banimento do amianto no Brasil é um passo importante, uma necessidade, que não se define com uma canetada, mas que só seguirá seu rumo com a proibição. Há que se pensar ainda na descontaminação e destinação adequada das milhares de toneladas de produtos com amianto que ainda estão espalhadas pelo país, bem como no tratamento de milhares de pessoas que já foram expostas e contaminadas.
Fonte: Rede Brasil Atual 

Ibama nega em definitivo recursos da Samarco contra multas que somam R$ 150 milhões

Ibama nega em definitivo recursos da Samarco contra multas que somam R$ 150 milhões


O Ibama negou, de forma definitiva, recursos apresentados pela mineradora Samarco contra três multas que somam R$ 150 milhões pelo desastre ambiental em Mariana . A decisão do instituto é do dia 10 de agosto deste ano. De acordo com o Ibama, a mineradora ainda pode recorrer da punição na Justiça.
No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, causou o maior desastre ambiental da história do Brasil. A lama percorreu dezenas de cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo e chegou ao mar pelo Rio Doce. Dezenove pessoas morreram.
De acordo com o Ibama, a Samarco não poderá mais apresentar recursos nestes três processos administrativos no instituto. Ainda segundo o Ibama, a mineradora terá cinco dias para pagar as multas, de R$ 50 milhões cada, a partir da notificação, que ainda não foi feita. A Samarco confirmou que não foi notificada.
Veja as multas:
  • Auto de infração 21-E: por causar poluição no Rio Doce nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo por meio do lançamento de rejeitos de minério de ferro.
  • Auto de infração 9082392-E: por tornar uma área urbana imprópria para ocupação humana em decorrência do rompimento da barragem
  • Auto de infração 24-E: por causar poluição hídrica com carreamento de rejeitos de mineração procedentes do sistema de deposição da barragem de Fundão, da Samarco, causando necessária interrupção do abastecimento público de água da comunidade do município de Governador Valadares.
Outros autos de infração por diversos crimes ambientais ainda estão em curso. Ao todo, o Ibama aplicou 24 autos de infração ambiental à mineradora, que também foi multada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e por órgãos ambientais dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.
De acordo com o Ibama, as multas aplicadas pelo instituto à Samarco, desde o rompimento da baarragem, somam mais de R$ 345 milhões. O último auto de infração foi apresentado à mineradora em fevereiro deste ano. Ainda segundo o Ibama, a Samarco recorreu de todas as multas.

Processos judiciais sobre o desastre ambiental de Mariana

A Justiça Federal suspendeu a ação criminal que tornou rés 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR por crimes ambientais e pelos homicídios após rompimento da barragem. Dentre as denúncias apresentadas pelo Ministério Público, 21 pessoas são acusadas de homicídio qualificado com dolo eventual – quando se assume o risco de matar. Eles ainda respondem por crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e crimes ambientais. A Samarco, a Vale e a BHP são acusadas de nove crimes ambientais. A VogBR e um engenheiro respondem pelo crime de apresentação de laudo ambiental falso.
Segundo o MPF, os acusados podem ir a júri popular e, se condenados, terem penas de prisão de até 54 anos, além de pagamento de multa, de reparação dos danos ao meio ambiente e daqueles causados às vítimas. Em março deste ano, a 12ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais homologou em parte o acordo preliminar firmado entre Ministério Público Federal (MPF) e as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, permitindo que instituições independentes façam um diagnóstico dos danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão.
Em julho deste ano, a Justiça Federal suspendeu o processo ambiental por causa da prorrogação, para 30 de outubro, do prazo para que a Samarco e suas donas, a Vale e a BHP Billiton, cheguem a um acordo com a União e o MPF em relação às medidas que serão tomadas como indenização pelo desastre ambiental.
Fonte: G1

BHP anuncia investimento milionário em mina chilena Spence

BHP anuncia investimento milionário em mina chilena Spence


Com os preços do cobre em alta, a empresa anglo-australiana BHP Billiton anunciou nesta quinta-feira o investimento de 2,46 bilhões de dólares na mina chilena Spencer. Com isso, a mina vai produzir, a partir de 2021, 185 mil toneladas a mais de cobre e cerca de 4 mil toneladas de molibdeno ao ano, anunciou a empresa líder mundial de mineração num comunicado. O investimento vai estender a vida da mina por mais 50 anos, segundo um comunicado, e vai criar 5 mil empregos durante a fase de construção.
“O projeto amplia significativamente a vida da nossa operação em Spencer e libera o potencial de um recurso de qualidade”, garante o presidente da companhia, Andrew Mackenzie, no comunicado. A BHP Billiton também opera Escondida, a maior mina de cobre do mundo, que no primeiro trimestre do ano passou 44 em greve, o mais longo conflito trabalhista da história do Chile, gerando prejuízos de 740 milhões de dólares para as empresas. A produção de cobre da BHP Billiton foi reduzida em 16%, a 1,3 milhão de toneladas, no ano fiscal de 2017, puxada na queda da produção de 21% em Escondida.
Fonte: Exame

Empresários holandeses vêm apresentar cases e debater soluções para os desafios brasileiros

Empresários holandeses vêm apresentar cases e debater soluções para os desafios brasileiros


Como um país com um quarto do território situado abaixo do nível do mar e sob constante risco de inundações se reinventou para garantir sua existência? Inovadores por natureza, os holandeses desenvolveram um modelo de vida que aproveita a presença da água amplamente, com eficiência e segurança, de modo sustentável e economicamente viável.
As soluções e tecnologias da Holanda na gestão e uso desse bem precioso são aplicadas em diversos países graças ao know-how desenvolvido durante anos por meio da intensiva cooperação entre poder público, iniciativa privada e universidades. O país dispõe de 16,5 mil quilômetros de diques e 898 centros de monitoramento de água. O investimento em tecnologia estimulou a economia local, que conta com 1.500 empresas especializadas no uso da água. A Universidade Técnica de Delft tornou-se referência mundial, considerada a número 1 do mundo na área de pesquisa sobre recursos hídricos e suas diversas aplicações, como mineração.
A atividade de mineração, que hoje se encontra em expansão no Brasil, só é possível com ampla utilização de água no processo que vai da extração, beneficiamento e até por vezes no transporte dos minérios. Entre os desafios que permeiam a atividade minerária está a prevenção de desastres como o de novembro de 2015 em Mariana (MG), com o rompimento de uma barragem de rejeitos, ou o que ocorreu em maio de 2016 na China, em uma operação de mineração de lítio. Ambos os casos envolvem poluição de rios e consequente devastação ambiental.
Durante a 17ª edição da Exposibram — Exposição Internacional de Mineração e o Congresso Brasileiro de Mineração em Belo Horizonte, empresas holandesas virão apresentar seus cases e experiências para desenvolver soluções conjuntas para a realidade brasileira. São mais de duzentos projetos espalhados pelo mundo. Quatro temas principais integram o programa da missão: gerenciamento de barragens, monitoramento e eficiência de recursos hídricos, água potável e tratamento de rejeitos líquidos.
Em cada uma dessas frentes, empresas de origem holandesa trarão soluções tecnológicas voltadas a atender demandas prementes no setor de tratamento e uso de recursos hídricos no Brasil. Da melhoria dos índices de saneamento básico, passando por soluções para a despoluição de rios e reservatórios de água, a Holanda pretende dividir com o Brasil a tecnologia desenvolvida ao longo de décadas.
Fonte: Setor Energético

Ministro defende punição para Samarco, mas não fechamento da empresa

Ministro defende punição para Samarco, mas não fechamento da empresa


O rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015, foi “um acidente”, e a punição da companhia não deve prever seu fechamento, afirmou nesta quinta-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. ”O que ocorreu em Mariana foi um acidente. Podem ter ocorrido erros, mas foi um acidente. Precisamos punir a Samarco, mas não fechá-la”, destacou o ministro, durante evento em São Paulo. Ele acrescentou que desde então foram tomadas medidas, como a criação da Agência Nacional de Mineração e inspeções recorrentes em barragens, para se evitar novos problemas.
Fonte: Reuters