terça-feira, 22 de agosto de 2017

Vale mira pequenas siderúrgicas locais na China

Vale mira pequenas siderúrgicas locais na China


Na briga por mercado na China, principal consumidor global de minério de ferro, a Vale tenta se aproximar de novos clientes locais. Há pouco mais de dois meses a mineradora estreou no varejo, vendendo a commodity em yuan, a moeda chinesa. A intenção é atrair pequenas siderúrgicas. Tradicionalmente, a negociação é feita em dólar, em grandes contratos de longo prazo.
A iniciativa será combinada à estratégia de misturar minérios mais ricos em ferro com os de menor qualidade, processo chamado no jargão do setor de blendagem. A Vale aposta ainda em investimentos em automação, que podem gerar uma economia de US$ 2 bilhões. O racional da blendagem é reduzir a necessidade de investimentos na reposição de capacidades de minas que estão se exaurindo, como as do Sistema Sul da Vale, em Minas Gerais. Ao misturar minérios fracos com outros como o de Carajás (PA), de altíssimo teor de ferro, a Vale melhora seus preços recebidos. Além disso, presta um serviço ao cliente e facilita sua distribuição.
Hoje a mistura é feita na Malásia, Omã e na própria China, em mais de dez portos. Até o fim do ano o volume usado nesse processo será de 70 milhões de toneladas, o equivalente a quase 20% da produção de minério projetada pela empresa. Em 2018, o total saltará a 100 milhões. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o diretor executivo de Ferrosos da Vale, Peter Poppinga, contou que a companhia está fazendo parcerias com ferrovias e operadoras de barcaças para conseguir levar seu principal produto até o interior da China. A ideia é se aproximar de siderúrgicas de menor porte, sem acesso a financiamento e interessadas em comprar lotes menores por questões de logística interna.
“É um passo importante para ganhar mercado. Nos primeiros 60 dias foram quase 20 clientes novos, que antes compravam no mercado doméstico”, diz. As vendas no varejo poderão somar 20 milhões de toneladas até 2019, quando a Vale terá uma produção anual de 400 milhões de toneladas de minério. O modelo começou a ser replicado na Índia, de forma embrionária.
Competitividade
Maior produtora global de minério de ferro, a Vale quer reduzir o custo de produção de seu produto entregue na China em US$ 5 por tonelada, ao câmbio atual, para um patamar de US$ 30 por tonelada. A expectativa é que isso ocorra em três anos. Na prática, isso significará uma economia anual de US$ 2 bilhões. Para isso, a empresa entrou no que chama de segunda onda de competitividade. Nela, o foco será investir em automação e tecnologia operacional. A primeira onda de competitividade ocorreu entre 2014 e 2016, período em que a mineradora cortou custos e renegociou contratos. O preço do minério colocado na China, incluídos custos de manutenção, saiu de US$ 65 por tonelada para cerca de US$ 35 por tonelada nesse período.
Um dos pilares do aumento da eficiência na cadeia de produção de minério será o Centro de Operações Integradas (COI), em construção em Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir do fim do ano, uma equipe de 50 pessoas vai monitorar dia e noite a operação da Vale, no Brasil e no exterior. Na gestão de Fabio Schvartsman, novo presidente da Vale, a diretoria de ferrosos voltou a concentrar também a logística da Vale, antes separada.
Outra frente para atingir a redução de custos é a negociação de contratos de afretamento de longo prazo para uma nova frota de navios. Armadores chineses e de outros países vão construir navios VLOC (Very Large Ore Carriers), de 350 mil toneladas, tendo como contrapartida contratos de 30 anos com a Vale. A Vale já tem contratos de longo prazo para 66 navios Valemax, de 400 mil toneladas.
A nova frota estará pronta em três anos. Segundo Poppinga, a Vale conseguiu fechar contratos a um preço bem abaixo do spot (à vista). Hoje em US$ 14 por tonelada, ele já teve picos de US$ 18 por tonelada em 2017.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

BHP reporta alta no lucro e diz que deve deixar negócio de xisto nos EUA

BHP reporta alta no lucro e diz que deve deixar negócio de xisto nos EUA


A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, reportou uma alta no lucro subjacente para o ano todo nesta terça-feira e disse que pretende deixar seu negócio de fraco desempenho de óleo de xisto e gás nos Estados Unidos, agradando a acionistas descontentes que pediam a venda do segmento. A gigante de mineração anglo-australiana, que está sob pressão do fundo de hedge Elliott Management para rever seu investimento no petróleo e aumentar o retorno de acionistas, foi beneficiada por uma recuperação no mercado de commodities industriais.
A empresa gerou mais dinheiro do que em alguns anos do boom de mineração, reduziu a dívida líquida em quase 10 bilhões de dólares, para 16,3 bilhões de dólares, e triplicou seu dividendo final para 0,43 dólar por ação. O lucro subjacente de 6,7 bilhões de dólares ficou abaixo das expectativas de 7,4 bilhões de dólares, segundo uma pesquisa da Thomson Reuters, mas o mercado focou na menor dívida e na determinação da companhia em deixar o setor de xisto nos EUA. ”A dívida líquida parece muito impressionante…então o dinheiro parece ter sido aplicado para desalavancagem”, disse o analista da Shaw and Partners, Peter O’Connor.
Fonte: Reuters

Kit de cinco diamantes vai a leilão com preço inicial de US$ 10 milhões

Kit de cinco diamantes vai a leilão com preço inicial de US$ 10 milhões

Diamantes receberam nomes de dinastias da Rússia. Foto: Yuri Kadobnov
Diamantes receberam nomes de dinastias da Rússia. Foto: Yuri Kadobnov Foto: YURI KADOBNOV / STF
Bloomberg - O Globo
RIO - Um kit de cinco diamantes batizados com nomes de dinastias da Rússia vai a leilão em novembro com preço inicial de US$ 10 milhões. O maior dos diamantes foi chamado Dinastia e os demais receberam os nomes da era Romanov, como Sheremetyev, Orlov, Vorontsov e Usupov. Os mais caros diamantes já polidos no país serão vendidos on-line.
“Os diamantes da coleção receberam os nomes de dinastias que desempenharam papel importante no desenvolvimento do negócio de joias da Rússia. O Dinastia é o diamante mais valioso, com as melhores características, já polido na Rússia”, disse, em comunicado o diretor da empresa Alrosa, Pavel Vinikhin.
Antes do leilão, os diamantes participarão de um “roadshow” por diversos países em busca de potenciais compradores, como Israel, Estados Unidos, Hong Kong e Rússia. Os itens polidos são uma novidade para a Alrosa, que tradicionalmente que trabalha com diamantes brutos. Segundo o diretor-executivo da empresa, Sergey Ivanov, a ideia é tentar ampliar os ganhos da unidade de joias e polir as melhores pedras, em vez de vender na forma bruta.

Se o seu maior sonho é presenciar uma chuva de diamantes, saiba que o fenômeno existe e pode ser encontrado em planetas do nosso Sistema Solar

Se o seu maior sonho é presenciar uma chuva de diamantes, saiba que o fenômeno existe e pode ser encontrado em planetas do nosso Sistema Solar


A chamada
Reprodução/Greg Stewart - SLAC
A chamada "chuva de diamantes" pretende recriar as condições de planetas gelados, como Netuno


É verdade, nós sabemos muito pouco sobre Urano e Netuno, planetas classificados como os "gigantes gelados" do nosso Sistema Solar. Entretanto, os cientistas já desenvolveram diversas teorias baseadas nas informações coletadas até agora: uma delas, inclusive, acredita que “chuvas de diamantes” são comuns nos planetas gelados. Como vamos demorar certo tempo para descobrir a verdade sobre esses corpos celestes, alguns pesquisadores resolveram recriar tal fenômeno com as próprias mãos.
esquisadores do Centro de Aceleração Linear de Stanford SLAC, na Califórnia, Estados Unidos, usaram um material plástico – chamado poliestireno – para simular o interior de Urano e Netuno, rico em metano. Juntos, o hidrogênio e carbono, componentes do plástico e do metano, podem ser transformados em diamantes em condições de alta pressão.
Para conseguir tal feito, segundo o site “Engadget”, os cientistas usaram o instrumento MEC, localizado dentro do laser de raios-x mais potente do mundo, o LSLC. Tais aparatos tornaram possível recriar as condições internas do planeta e formar as pequenas pedras brilhantes. Nos planetas, entretanto, acredita-se que o fenômeno é capaz de formar pedras de milhões de quilates, que, ao longo dos anos, “afundam” nas camadas mais profundas do astro e formam uma camada de diamante ao redor do núcleo.
“Antes deste experimento, os pesquisadores não tinham como provar que as pedras poderiam ser formadas”, explica Dominik Kraus, cientista do Helmholtz Zentrum Dresden-Rossendorf, em nota do SLAC. A descoberta ainda figura como a primeira, dentre inúmeras outras tentativas, a conseguir avaliar as reações químicas.

O experimento a longo prazo 

“Nós não podemos chegar ao interior de planetas distantes e ver o que encontramos. Tais experimentos em laboratório são um complemento às observações de telescópio e através de satélites”, explica Kraus.
Porém, além de ser um importante avanço para compreender regiões distantes do nosso Sistema Solar, a descoberta ainda pode ser usada para fins de pesquisa– na medicina, produção de equipamentos científicos e eletrônicos – e também comerciais, com sua aplicação na fabricação de joias, por exemplo.
Ademais, a descoberta do SLAC representa um passo em direção à compreensão de experimentos de fusão, nos quais o hidrogênio é combinado com hélio para gerar energia. Responsável pela energia do sol, esse processo ainda não foi realizado com o objetivo de criar espécies de “estufas” para formas vegetais na Terra, porém, com a nova descoberta sobre os diamantes, tal realidade está mais próxima do que antes.  
Fonte: Último Segundo - iG 

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Porto idealizado por Eike tenta ganhar gás com mudança de perfil

Porto idealizado por Eike tenta ganhar gás com mudança de perfil


Três anos após sua inauguração, o porto do Açu chegou à sexta posição entre os maiores terminais portuários privados do país e, agora, foca sua estratégia de crescimento na indústria do gás natural. O projeto, idealizado por Eike Batista (hoje em prisão domiciliar), é agora controlado pela americana EIG, mas ainda enfrenta passivos dos tempos que integrava o Grupo X.
Segundo dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), o porto no norte do Estado do Rio movimentou no primeiro semestre 8,6 milhões de toneladas de minério, alta de 31% em relação ao ano anterior. O movimento é ainda limitado pela capacidade de produção da mina da Anglo American, sua principal cliente nesse segmento, em Minas. Quando estiver a plena capacidade, poderá movimentar até 26,5 milhões de toneladas por ano -o que o colocaria hoje na quarta posição entre os terminais privados.
Idealizado para aproveitar o terminal de minério para atrair indústrias metalúrgicas, o empreendimento passa por uma “mudança de perfil”, nas palavras do presidente da Prumo Logística, proprietária do porto, José Magela. Na segunda (14), anunciou parceria com a alemã Siemens para investimento em uma usina térmica de 1,3 GW (gigawatts), parte de um complexo que inclui um terminal de importação de gás negociado com a britânica BP.
O projeto tem como âncora contratos de venda de energia assinados em 2013 pela gaúcha Bolognesi, que previa a construção do complexo em Pernambuco, mas não conseguiu nem iniciar o investimento. “Aqui já temos o cais, já temos a linha de transmissão [de energia], a localização privilegiada, perto do centro de consumo e parceiros”, diz Magela.
Ascensão e queda de Eike Batista
Ele não fala em números, mas diz que precisa iniciar a obra até o começo do ano que vem para cumprir os contratos de venda de energia, vigentes a partir de 2021. Segundo o executivo, o investimento seria o primeiro passo para a criação de um “hub de gás” no porto, modelo que prevê a conexão com campos produtores do combustível e com a malha de gasodutos do Sudeste, que passa a 40 km de distância.
A ideia é usar parte do gás para movimentar um parque térmico de até 6,4 GW e injetar os excedentes do combustível na rede, para distribuição a outros clientes. No longo prazo, a companhia espera que a disponibilidade de gás natural atraia outros segmentos que usam o insumo, como petroquímica e fertilizantes.
FIASCO
Quando ainda comandava o projeto, Eike prometia a instalação de siderúrgicas, do estaleiro de sua controlada OSX e até de uma montadora de carros elétricos, projetos que nunca saíram do papel. O estaleiro, pelo contrário, é hoje ainda fonte de problemas para os novos controladores -Eike só tem 0,19% da empresa atualmente. No segundo trimestre, a Prumo contabiliza R$ 659 milhões em financiamentos concedidos à empresa, que está em recuperação judicial, além de R$ 67 milhões pelo pagamento de dívidas da ex-coligada com fornecedores.
A empresa enfrenta ainda ações na Justiça a respeito da polêmica desapropriação de terras para a construção do complexo, que tem uma área de 90 quilômetros quadrados. O processo de desapropriação, que culminou com a retirada de 60 famílias da área, é um dos alvos de investigação da Operação Lava Jato, que acusa Eike de ter pago propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho.
AUDITORIAS
O presidente da Prumo, José Magela, diz que não ver risco de contaminação da empresa pelas denúncias de corrupção contra Eike Batista. ”Fizemos diversas auditorias e, até o presente momento, não tem absolutamente nenhum tipo de indício de que a empresa tenha feito algo errado”, afirma. “Não perco um minuto de sono com isso.” Eike controlava a LLX, nome da proprietária do porto do Açu até a falência de seu império econômico. Hoje, cumprindo prisão domiciliar, tem uma fatia de apenas 0,19% da companhia.
Após sua saída, a americana EIG foi tomando controle da empresa, que passou a se chamar Prumo, com várias operações de aumento de capital, nas quais injetou recursos necessários para tocar as obras no porto. Na operação mais recente, em outubro de 2016, colocou R$ 657 milhões, aumentando sua participação no negócio para 76%. Atualmente, a controladora tenta fechar o capital da companhia, comprando os 20% de ações que estão em mãos de terceiros -com novas compras no mercado em 2017, a EIG aumentou sua fatia para 80,2%.
O porto do Açu já consumiu mais R$ 12 bilhões em investimentos e ainda precisará de mais recursos, admite Magela. A estratégia é tentar atrair o maior volume possível de capital de parceiros. O modelo de parcerias já vem sendo adotado em negócios hoje em operação, como o terminal de abastecimento de navios, com a britânica BP, e o canteiro para reparo de embarcações, com a GranEnergia.
Fonte: Fonte: Folha SP