domingo, 3 de setembro de 2017

Após teste de Pyongyang, Seul sofre tremor maior que bomba de Nagasaki

Após teste de Pyongyang, Seul sofre tremor maior que bomba de Nagasaki   
© AP
A tensão na península da Coreia está alta neste domingo (3) após dois tremores terem sido registrados. As Forças Armadas da Coreia do Sul estão em alerta e afirmam que os fenômenos foram causados pelo sexto teste nuclear de Pyongyang. O chefe do Comitê de Defesa sul-coreano, Kim Young-woo, declarou que o abalo teve uma potência de 100 quilotoneladas, quatro ou cinco vezes mais que a bomba nuclear lançada sobre a cidade japonesa de Nagasaki em 1945, informa Yonhap.
Kim Young-woo destacou que o poder explosivo da versão testada neste domingo foi 9,8 vezes mais forte do que o teste anterior de Pyongyang.
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O quinto teste nuclear norte-coreano foi realizado no dia 9 de setembro do ano passado, coincidindo com o 68º aniversário da fundação do país. Teve uma potência de 10 quilotoneladas e provocou um terremoto de 5,3 graus de magnitude.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que um teste nuclear da Coreia do Norte seria "completamente inaceitável". Com informações da Sputnik News Brasil.

Fonte: BBC

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Caçadores de esmeraldas no sertão

A cidade de Campo Formoso tem 66 mil habitantes e está localizada no interior da Bahia, na região da Chapada Diamantina, uma área rica em formações rochosas, cavernas e grutas. A cidade é considerada a “terra das esmeraldas”, e sua principal economia vem da comercialização das pedras, gerando renda para muitas famílias da região. Maria José e Gabriel são casados e trabalham juntos no garimpo há 13 anos. Ganharam dinheiro com a extração das pedras, mas nunca o suficiente para mudar de vida e sair do garimpo. Assim como eles, diversas famílias também vivem na mesma situação.
As terras do garimpo não têm dono, mas quem tem mais condições de investir na extração das pedras – grandes empresários que vem de outras regiões do Brasil – constrói galpões fechados, aluga máquinas para perfurar a terra, construir minas e contratar moradores da região para trabalhar na extração das esmeraldas. As condições de trabalho são insalubres, pois os garimpeiros passam o dia todo embaixo da terra procurando esmeraldas sem nenhum equipamento de segurança.
Quem não trabalha nos galpões precisa de equipamentos simples, porém rústicos para encontrar esmeraldas em meio a milhares de pedregulhos. Uma “bacia” fabricada a partir de pneu de caminhão serve para lavar as pedras com o auxílio de uma peneira de ferro. A rotina é escavar a terra, peneirar os pedregulhos e depois lavá-los em busca de pedras preciosas. Tudo isso é feito numa região árida, sem a ajuda de equipamentos adequados e muito menos segurança para os trabalhadores. Mas, eles preferem assim, pois se acharem uma esmeralda pura não precisarão dividi-la com ninguém.
Muitos garimpeiros seguem essa rotina todos os dias da semana e sem descanso, até mesmo aqueles que nunca encontraram uma esmeralda grande e pura não abandonam os garimpos em busca de uma vida melhor. O sonho de ganhar muito dinheiro com a extração das pedras é palpável. Conversando com os garimpeiros ouve-se muitas histórias de pessoas que ficaram ricas com o comércio das pedras e foram embora dos garimpos, ou até mesmo, pessoas que ficaram ricas com as esmeraldas, perderam tudo e voltaram novamente em busca de mais pedras preciosas.


Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba

Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba
O Garimpo de Serra da Carnaiba fica localizado na cadeia de serras das Jacobinas, no município de Pindobaçu-Ba, no centro norte baiano na microrregião de Senhor do Bonfim-Ba, e distam 414 km da capital. Para chegar ao local de exploração, dirija-se ao Povoado de Terezinha na BA-131 e em seguida entre a direita por uma estrada carroçável por cerda de 13 km. O garimpo de Serra da Carnaíba, como o histórico de outras minas de pedras preciosas, não percorreu por um caminho diferente: fantasia, cobiça e tragédias serviram como desafios na exploração desse recurso oferecido pela natureza. Os habitantes como em qualquer um outro povoado, viviam uma vida simples, concentrada na pobreza que se estendia entre as gerações e tinham como economia a extração do babaçu e do ouricuri, abundantes na região que eram transformados em fonte de renda, estes eram comercializados por comerciantes compradores de produtos regionais e assim iam tendo como meio de sobrevivência a colheita de tais frutos. Ao redor do povoado eram encontradas umas pedrinhas verdes, que davam indícios sobre a possível produção de esmeraldas. Mesmo assim para a população do citado povoado isso não significava muito. Só depois do conhecimento da descoberta das esmeraldas da Salininha (Garimpo de esmeraldas de Pilão Arcado) e com o aparecimento de algumas amostras na cidade de Campo Formoso, comprovou-se que os moradores de Carnaiba estavam enganados ao quanto não atribuírem valores comerciais aquelas pedrinhas verdes, cujas eram encontradas facilmente pelos moradores. As pedrinhas preciosas que eram encontradas no povoado da Carnaíba eram das mesmas espécies encontradas na Salininha e por isso não podiam deixar de gozar de alto preço pago pelo mercado nacional e eram ainda mais caras no comércio internacional de pedras preciosas.
Carnaíba ou carnaúba é uma espécie de palmeira que pode ser usada para extrair cera. A Serra da Carnaíba recebeu este nome devido á alta concentração de carnaíba.
Palmeira de semente oleaginosa e comestível, das quais se extrai óleo nutritivo, também usado na indústria.



Dona Modesta de Sousa, esposa de seu Manoel Cerino conhecido por Manelinho, começou através de sonhos, terem uma visão onde à mesma afirmava que no seu sonho visualizava uma porção de garrafas verdes movimentadas pela cachoeira da Pedra Vermelha, no Riacho dos Borjas no alto da Serra da Carnaiba. E diante das suas visões, esta senhora solicitava ao seu esposo que ele fizesse uma visita até ao local do sonho. Pela a dificuldade de acesso à cachoeira, Manelinho esperou que a esposa sonhasse mais algumas noites até se tornar incomodado e atender seus pedidos. Conforme expõe relatos feitos por Manelinho concedidos à Freitas, (2004, p.24), a descoberta do Trecho da Serra aconteceu assim:

[...] Certo dia, não suportando mais ouvi, minha mulher contar seus sonhos e visões, resolvi subir a serra. Ao chegar ao espinhaço da serra desci pelas beiras da cachoeira segurando nos cipós para não cair. Na beira do riacho, só foi ciscar um pouco a terra e achei muitos berilos (Pedra semipreciosa composta de silicato de alumínio e glucínio). Desci mais uns dez metros, acompanhando o veio, afastei uma touceira (Moita) de capim e a esmeralda apareceu, quase a flor da terra. Na mesma hora marquei para mim um corte de uns dezesseis palmos quadrados. Na primeira semana a produção de esmeraldas foi tamanha que três homens fortes não conseguiram levar tudo para carnaiba de Baixo. Com um mês já tinha pedra suficiente para encher uma lata de querosene. Vendi tudo a Juca Marques, de Campo Formoso, por 15 contos.

ESTRUTURA DAS MINAS E O MODO DE FUNCIONAMENTO DO GARIMPO

Não existe discriminação de raça, sexo ou classe social no garimpo. Todos trabalham juntos. A extração mineral é a principal atividade econômica do município apesar disso não se investe como deveria na extração desses minerais e na segurança de quem os procura. Nota-se que a extração mineral é peculiar aos garimpos e que é realizada em galerias subterrâneas, normalmente sem uma análise prévia. No garimpo de Carnaíba a técnica de mineração é feita ainda artesanalmente e a desorganização começa desde o local escolhido para instalar uma mina, pois o processo de escavação da galeria é na encosta, onde os garimpeiros montam o serviço de extração, até a sua estrutura interna, bem como seu modo de funcionamento.



Nessas encostas os garimpeiros constroem barracões cobertos e ao centro, cavam um buraco vertical até encontrarem o veio de esmeraldas, sendo invisíveis para quem anda nas ruas do garimpo. Como nos mostra Freitas, (2001, p. 35) “o garimpeiro compra um corte, isto é, um lote e contrata alguns trabalhadores para furar a mina. O poço cavado verticalmente geralmente é chamado de frincha”. Para iniciar essa perfuração de uma mina, é preciso instalar bananas de dinamite em fendas feitas com uma britadeira. Os trabalhadores descem e sobe clipados num cavalo . Sem contar que o pó do xisto que se espalha no chão da boca do serviço que se junta com a água que brota da rocha e que desliza muito, ocasionando acidentes e alguns infelizmente, já caíram de uma altura de aproximadamente 60m.


Daí eles acompanham este veio formando uma gruna, que pode conter ou não as gemas. A estrutura das grunas, também é um risco, pois na maioria das vezes os trabalhadores têm que andar quase que agachados, pelo fato do teto ser baixo e em algumas partes ficar caindo pedras, é o que justifica em algumas grunas colocarem Esbirro.Sob a terra do garimpo estes serviços parecem um formigueiro. A estrutura interna de uma mina é composta de vários equipamentos fundamentais ao serviço. As minas funcionam 24 horas diárias. O numero de guinchos depende do numero de porões, para cada porão um guincho, no “Brasil ” tem o primeiro, que é acompanhado de um compressor de ar para a britadeira realizar a perfuração das rochas; a ventulina para retirar a fumaça das explosões; um padrão de luz para realizar a detonação e um cano de PVC que os garimpeiros utilizam para fazer a comunicação com “Japão ”, onde o guincheiro da uma assoprada no cano e no fundo da mina os trabalhadores respondem com outro assopro, realizando-se a comunicação. A maioria dessas escavações, ou cortes, acompanha o sentido do riacho que se despeja de uma altura de mais de dez metros através da serra.



O garimpo estar divido em dois trechos de exploração. Sendo trecho velho e trecho novo, onde ouve em parte do trecho velho um desabamento. Esse desabamento ocorreu no ano de 1969. Devido á infiltração de água na encosta, ocorrendo em seguida o deslizamento. Testemunhas contam que só ouviram o forte barulho e a grande nuvem de fumaça subir. Até hoje não se sabe ao certos quantas pessoas morreram, alguns corpos foram resgatados. Freitas, (2001, p. 38), expõe que em “certa manhã, numa hora em que os trabalhadores se encontravam ocupados na faina diária, ouviu-se forte estrondo acompanhado de gritos de desesperados”. Até hoje moradores ainda comentam o ocorrido.

GLOSSÁRIO DE TERMOS DO GARIMPO

Arroio, entulho. Deriva da corruptela de roia, rolha. Rocha que impede o acesso ao veio do mineral procurado.


Bagulhos, esmeraldas brutas de baixo valor.

Berilo, exemplar de esmeralda bruta com forma prismática bem definida.

Bestunta, na bestunta: ao acaso, de forma aleatória.

Biriba, esmeralda lapidada de baixo valor.

Boi, grande bloco de rocha ou de mineral extraído do garimpo. Pode conter ou não gemas de valor.

Canga, exemplar de mineral para coleção. Corruptela de ganga.

Carnaíba, garimpo de esmeraldas localizado no município de Pindobaçu, BA

Carretel, guincho para alçar e descer pessoas e material da gruna.

Cavalo, espécie de cinta confeccionada com borracha na qual o garimpeiro senta ou se engancha para descer ou ser alçado da gruna.


Coleção, exemplar de mineral para coleção.

Corte, local onde se realiza o garimpo. Conjunto de grunas de onde se extraem esmeraldas e outros minerais. O mesmo que serviço.

Curiar, observar de forma atenta. Hábito do curioso.

Dente de jegue, esmeralda lapidada de cor verde clara quase branca. Pedra de valor mais baixo do que a biriba.

Desarroiador, garimpeiro encarregado de remover o arroio que bloqueia o acesso ao mineral buscado.

Desarroiar, remover entulho da galeria. Corruptela de desarrolhar.

Estanho, denominação incorreta da molibdenita. Subproduto da extração de esmeraldas no garimpo da Serra da Carnaíba. Pode estar presente, nas rochas extraídas, na proporção de 2 a 3% do peso total.

Faísca, pequeno exemplar de gema com ótima quallidade.

Garimpeiro, corruptela de grimpeiro. Segundo Saint-Hilaire (*), pag 20:

“Quando os diamantes estavam menos difíceis de extrair, e mais abundantes, existia uma espécie de contrabadistas que se reunia em tropas e se distribuía pelos lugares onde essas preciosas pedras se achavam em maior abundância e eles próprios faziam a exploração. Alguns deles ficavam de esculca em lugares elevados, avisando os demais à aproximação dos soldados e o bando se refugiava nas montanhas de difícil acesso, as mais escarpadas [as grimpas]. Foi isso que fez dar a homens aventureiros o nome de grimpeiros, donde se formou, por corrupção, a palavra garimpeiro, que se manteve.”

Garimpo, lugar onde se realiza a atividade de extração de pedras preciosas. Lugar onde se concentram serviços ou cortes.

Gruna, galeria onde se realiza o trabalho de extração de minérios.

Hematote, cristal de rocha contendo fraturas com impurezas de cor amarela, laranja ou vermelha.

Laranjeira, garimpo de esmeraldas localizado no município de Pindobaçu.Exemplar de esmeralda de cor verde média com ótima cristalização.

Lodolita, cristal de rocha com fraturas nas cores vermelha ou amarela.

Marota, garimpo de esmeraldas localizado no município de Pindobaçu, BA.

Serviço, local onde se realiza o garimpo. Conjunto de grunas de onde se extraem esmeraldas ou outros minerais. O mesmo que corte.

Socotó, garimpo de esmeraldas localizado no município de Campo Formoso, BA

Topázio, qualquer pedra de cor amarela mais corada tal como o citrino queimado, impropriamente denominado topázio rio grande.

Vieiro, veeiro. Filão.
Fonte: Valor

‘Pé na Pista’ vai a Pindobaçu
ver a extração de esmeraldas
Pedra preciosa verde é comercializada na vizinha Campo Formoso
Esmeraldas transformadas em obras de arte por artesãos locais (Foto: TV Bahia)Esmeraldas transformadas em obras de arte por artesãos locais (Foto: TV Bahia)
Renata Menezes foi em busca de um brilho verde e transparente que seduz os apaixonados por joias. O Pé na Pista do Mosaico de sábado, 11, mergulhou no universo das esmeraldas, pedras preciosas extraídas em Pindobaçu, na Serra de Carnaíba, e comercializadas em Campo Formoso, numa feira diária. “Temos uma cidade de pessoas explorando esmeraldas”, diz o guia turístico Jorgean.
Esmeraldas extraídas da Serra de Carnaíba ainda sem beneficiamento (Foto: TV Bahia)Esmeraldas extraídas da Serra de Carnaíba ainda sem beneficiamento (Foto: TV Bahia)
Na Feira da Esmeralda, Renatinha descobriu que quanto mais verdes são, mais caras ficam as pedras. Em Campo Formoso, visitou uma mina de exploração de esmeraldas com 180 metros de profundidade. “Ainda não saiu 25% da esmeralda que tem aqui”, garantem os garimpeiros.
Com matéria-prima de Carnaíba ou Socotó, a Associação dos Artesãos Minerais de Campo Formoso lapida as esmeraldas. “A gente transforma pedra em arte”, dizem os artesãos, que enfeitam de pedra verde vários tipos de esculturas. Veja de novo a matéria.
G1

Venezuela e Angola assinam acordo para explorar minas de diamantes

Venezuela e Angola assinam acordo para explorar minas de diamantes

Christopher Torchia

A Venezuela e a Angola assinaram na quinta-feira, em Caracas, dois memorandos de entendimento para desenvolver a extração de diamantes em território venezuelano.

O primeiro acordo foi assinado pelo presidente do Banco Central da Venezuela, Ricardo Sanguino, e o representante da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), António Carlos Sumbula.
O acordo contempla a cooperação para a formação de mineiros profissionais venezuelanos na produção de diamantes, a nível artesanal, semi-industrial e industrial, de acordo com informação oficial.
O documento abrange a otimização de processos de comercialização de diamantes em bruto, lapidação, organização, tramitação e dinamização de procedimentos com base no Sistema de Certificação do Processo Kimberley, que controla as exportações de diamantes e a comercialização legal no mercado internacional.
Este acordo inclui a abertura de um escritório do Processo Kimberley, supervisionado pelo Banco Central da Venezuela.
A Endiama e o ministro para o Desenvolvimento Mineiro Ecológico venezuelano, Jorge Arreaza, assinaram um memorando de entendimento para promover a criação de uma empresa mista, com capitais dos dois países, para a exploração de diamantes, ouro, coltan (columbite-tantalita, minérios usados no fabrico de microprocessadores, microcircuitos e baterias) , e promover o desenvolvimento do Arco Mineiro da Venezuela, a sudeste de Caracas.Desde 2015 que Luanda e Caracas estão a negociar o desenvolvimento da exploração mineira na Venezuela.

Fonte: Veja