domingo, 3 de setembro de 2017

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Erupções começaram há bilhões de anos, mas suas consequências perduram até hoje


Rochas com pontos brilhantes de molibdênio, além de cobre e outros minerais em menor quantidade - Foto: Leo ramos/Revista Fapesp
Rochas com pontos brilhantes de molibdênio, além de cobre e outros minerais em menor quantidade – Foto: Leo Ramos/Revista Fapesp
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Cerca de 4 mil quilômetros separam a sala repleta de caixas com fragmentos de rochas dentro da USP do local de onde elas foram retiradas – a floresta amazônica. Caetano Juliani, o geólogo que faz do pequeno espaço no Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, no Instituto de Geociências (IGc), seu local de trabalho, toma um pedaço de rocha na mão medindo não mais do que 15 centímetros de comprimento, que cintila com pequenos pontos prateados. “Pode tocar. Isso aqui brilhando é molibdênio”, diz o pesquisador, apontando para o elemento usado na confecção de ligas metálicas muito resistentes, com boa demanda no mercado internacional.
Desde 1998 o geólogo pesquisa feições que poucos brasileiros associam ao norte do país: os vulcões que existiram no território onde hoje está a amazônia. O festival de erupções começou há cerca de 2 bilhões de anos, na era geológica conhecida como Paleoproterozoica, mas suas consequências perduram até hoje. A região presenciou eventos intensos de diferentes formas de vulcanismo, sobrepostos ao longo de milhões de anos, que presentearam o solo de uma área estimada em cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados com depósitos de ouro e diversas ocorrências de cobre e molibdênio trazidos das profundezas da Terra à superfície pela lava. “Essa foi provavelmente a maior área de vulcanismo com tamanha intensidade no mundo”, afirma o geólogo.
Recentemente o grupo da USP estuda vestígios de vulcões carbonatíticos, que dão origem a rochas com minerais como calcita e dolomita, no município de São Félix do Xingu, no Pará. A região está na parte sul do cráton amazônico, uma área tectonicamente estável nos últimos 800 milhões de anos que começou a se formar há cerca de 3 bilhões de anos. Esses vulcões, de um tipo raro no mundo, lançavam magma associado a grandes depósitos de fósforo, elemento utilizado na produção de fertilizantes para a agricultura.
De acordo com Juliani, os vulcões amazônicos foram formados por diferentes processos entre 2 e 1,87 bilhão de anos atrás. Até os anos 1980 acreditava-se que o vulcanismo na região havia sido apenas aquele típico de regiões estáveis, com poucos terremotos e vulcões – chamado de anorogênico. Com a obtenção de mais material e novos estudos, ficou claro que essas formações foram mais complexas, acrescentando ao pacote o vulcanismo orogênico, característico de áreas instáveis, semelhantes às dos Andes, às do México e às do oeste dos Estados Unidos.
A água quente liberada durante a consolidação do magma dá origem às mineralizações conhecidas como hidrotermais, estudadas pelo grupo de Juliani. Essas alterações na região sul do Pará estão descritas em artigo publicado em abril deste ano no Journal of Volcanology and Geothermal Research. Para que o processo aconteça, é necessário que uma fonte transporte os metais para mais perto da superfície, papel desempenhado pelo vapor-d’água que acompanha o magma. A criação de um depósito mineral, como de fósforo ou de molibdênio, pode levar mais de 500 mil anos, nos quais os metais são carregados para próximo à superfície, onde ficam acumulados. Mas isso só ocorre se as condições geológicas do local permitirem. “Não conhecemos o tamanho dos depósitos na Amazônia. O que sabemos é que os metais certamente foram transportados e, pelas características mapeadas, temos fortes indícios de que houve acumulações nas regiões entre o rio Tapajós e o rio Xingu”, afirma.

Na estrada

A rotina dos pesquisadores na região é pesada, com grandes dificuldades de acesso a certas partes da floresta. O material que precisa ser transportado de volta ao laboratório para análise são pedaços de rochas e, para não correr o risco de perder fragmentos no caminho ou deixar algo para trás no aeroporto, Juliani conta que muitas vezes preferiu fazer o longo trajeto de caminhonete. O potencial da região para a descoberta de depósitos de minérios, reafirmado com os recentes estudos, é uma das motivações, embora seja necessário cuidado para evitar danos excessivos à floresta. “Não existem novas descobertas de recursos minerais suficientes para manter a produção de quase tudo que é utilizado nos dias de hoje, incluindo os equipamentos eletrônicos. Encontrar novas jazidas é uma necessidade para manter o bem-estar da sociedade”, diz o geólogo.
“Por causa da dificuldade de acesso, pouca gente se interessa em fazer pesquisa como essa na região”, afirma Carlos Marcello Dias Fernandes, geólogo do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPA), que desenvolve pesquisas com Juliani. Segundo ele, nenhum outro lugar no mundo apresenta vestígios de eventos vulcânicos tão antigos com tão boa preservação. “Nem todos os locais mapeados se tornarão minas para ser exploradas economicamente, mas esses estudos nos dão informações importantes sobre como a Amazônia se formou. É uma questão para a qual ainda faltam muitas respostas”, diz.
Fernandes destaca ainda o trabalho em conjunto que geólogos têm estabelecido com mineradoras brasileiras e estrangeiras na região. Os cientistas ajudam as empresas a encontrar os locais onde mais provavelmente estão os depósitos, e as companhias podem iniciar a sondagem, cara demais para os pesquisadores bancarem sozinhos. Cada metro de sondagem – perfuração das rochas para coleta de amostras – custa mais de R$ 2 mil e algumas delas podem atingir mais de 300 metros de profundidade. Em contrapartida, os geólogos ganham novas e melhores informações do que está debaixo da terra e foi encoberto pelo tempo para continuar a jornada e, quem sabe, desvendar novos mistérios dos ancestrais vulcões amazônicos.
Artigo científico
CRUZ, R. S. et al. Paleoproterozoic volcanic centers of the São Félix do Xingu region, Amazonian craton, Brazil: Hydrothermal alteration and metallogenetic potential

Fonte:  Jornal da USP

Mercado não aceita Desaforo!  

Mercado não aceita Desaforo!  

Uma das coisas que aprendi nesses 35 anos é que o mercado não aceita desaforo. Muito menos vingança!

Muitos acham que o mercado tem vida propria, como uma entidade autonoma. Outros acham que tem dono. Os tubas; dizem alguns, telegangue; dizem outros, os banqueiros; garantem os mais pragmaticos.

É tudo isso, e nada disso!!

Tem também a sorte! É, a sorte!!!!

Sorte de perceber a direção que o mercado vai tomar, e estar naquele momento com a cabeça em ordem.

Limpa de conceitos pré-estabelecidos (preconceitos).

Mas, acima de tudo é necessário ter HUMILDADE, para reconhecer quando se está na direção errada e CORAGEM, para mudar de lado. Uma coisa o mercado não aceita; ORGULHO.

O orgulho cega!!!! Impede que reconheçamos que aquilo que fizemos com tanta "certeza" possa não ser tão certo assim.

O mercado na minha opinião, é 80% inspiração e 20% transpiração.

Na inspiração se inclui naturalmente aquele fator psicologico que citei como sendo "sorte".

Se voce não está com a cabeça limpa, concentrado, e principalmente livre de influencias outras, que estejam te levando na direção contraria daquilo que voce "sente" é melhor dar um tempo!

Se voce está tentando desesperadamente "ir buscar" o ferro de qualquer jeito, não faça! A chance de aumentar o prejuizo é altissima.

Se está de "pé trocado", reconheça e pare de operar por alguns dias. Vá fazer outra coisa.Ver coisas diferentes.

Deixe espaço para o seu subconciente atuar. "Ele é sábio".

É o resumo de todas as tuas experiencias passadas, e o oraculo que vai te orientar para as decisoes futuras.

Acreditem: NÓS SABEMOS SEMPRE O QUE FAZER!!

O porque de não fazermos, exige um tratado de psicologia, metafisica e outras quantas ciencias se dispoem a estudar os fenomenos que atormentam os seres humanos, principalmente envolvendo uma das maiores energias deste planeta: Dinheiro.

Alguns acham que essa energia é maior até do que a da preservação da especie (no popular, TREPAR) eheheheheh.

Então meus caros paneleiros, não minimizem essa tarefa diaria de levantar uns trocados no tal mercado, porque não é tão simples.

Finalmente, quero dizer, que não conheço ninguém, que especule no mercado financeiro, que já não tenha experimentado o sabor amargo da derrota. Muito mais frequentemente do que o gostinho da vitoria.

Como alguém disse hoje aqui (foi o MICO) os especuladores (nós todos) ultimamente, tem se contentado em simplesmente empatar e continuar no jogo, achando que já está de bom tamanho poder participar "de graça".

That's all folks.

Burrão

Fonte:  Bastter.com

EUA enfrentam risco maior do que a quebra do Lehman Brothers

EUA enfrentam risco maior do que a quebra do Lehman Brothers

Setembro pode terminar com um desastre auto-infligido, diz relatório recente da agência de classificação de risco Standard & Poor's                       

São Paulo – Os Estados Unidos têm uma regra curiosa: quando a dívida do governo atinge um certo limite, ele precisa ser elevado pelo Congresso.
A data limite para isso acontecer desta vez é por volta de 29 de setembro, caso contrário o país terá que dar o calote.
Fazer isso seria “mais catastrófico para a economia do que a quebra em 2008 do Lehman Brothers”, um dos momentos chaves da crise financeira.
O alerta vem de um relatório recente da agência de classificação de risco Standard & Poor’s assinado por Beth Ann Bovino, sua economista-chefe para Estados Unidos.
A contração abrupta e desordenada do gasto governamental faria a economia entrar em recessão, apagando grandes parte dos ganhos feitos nos últimos anos.
Os títulos do Tesouro americano são considerados um dos mais seguros do mundo e o Partido Republicano controla Congresso, Senado e Casa Branca.
Ou seja, teria motivos de sobra e maioria fácil para elevar o teto sem drama. Mas “apostar em um governo americano racional pode ser arriscado”, alerta Beth.
Há republicanos que costumam usar estes momentos para forçar cortes de gastos do governo, o que levou a impasses nos últimos anos.
Em 2011, um acordo entre o então presidente Barack Obama e o Legislativo republicano para elevar o teto só foi celebrado dois dias antes da data-limite.
A tensão levou à semana mais turbulenta nos mercados globais desde a crise de 2008 e fez com que a própria S&P rebaixasse a nota americana em um degrau, o que nunca havia acontecido.
O risco nesse momento é que as conversas sobre o teto irão ocorrer de forma concomitante com as negociações para aprovação da continuidade do financiamento do governo.
O presidente Donald Trump ameaça não assinar um Orçamento que não tenha recursos para o muro na fronteira com o México, rejeitado por muitos republicanos e pela maior parte da população.
Só que sem um Orçamento, o governo é obrigado a suspender todas as suas operações não essenciais, algo que aconteceu da última vez em 2013.
O chamado shutdown em si já causaria em um impacto perverso na atividade: o cálculo da S&P é que cada semana de paralisação poderia comer 0,2 ponto percentual do crescimento do PIB no 4º trimestre, o equivalente a US$ 6,5 bilhões.

Fonte:  Exame

Ganhar muito Dinheiro com Opções: só na Sorte  

Ganhar muito Dinheiro com Opções: só na Sorte  

Resolvi escrever esta breve passagem hoje á tarde, quando insistia em mostrar quando vale ou não a pena comprar opções e considera-las somente um jogo levando em consideração unicamente a relação custo / benefício, sem utilizar nenhuma técnica conhecida.

Simplesmente jogar!

No inicio da década de 90 Telebras não valia rigorosamente nada. Era negociada em balcão por aquele pessoal que anunciava em jornais e em cartazes pelas cidades, e que comprava as ações dos que adquiriam linhas telefônicas, e recebiam ações das Companhias.

Era assim também com Eletrobrás, que durante muitos anos foi negociada com as contas de luz e trocadas por ações. Nosso caso é Telebrás.

Com a derrocada das Bolsas, pela crise Nahas, e já no governo Collor, começaram a ganhar liquidez as ações preferenciais da Telebrás.

Por volta de 1992/93 Itamar presidente, FHC ministro da Fazenda e SERJÃO empenhado na campanha do amigo, tinha nas ações e principalmente opções da Telebrás, uma forte aliada.

Não posso entrar no mérito do modus operandi pois essas coisas só se escrevem 100 anos depois de ocorridas, ou quando eu for desta para melhor, talvez alguém publique. Falar é uma coisa, escrever é outra.

Com Telebrás ganhando liquidez e suas opções a todo vapor,me lembro da primeira operação, que fiz com o papel a 0,50 (cruzeiros reais, se não me engano). Como hoje, comprava, subia, vendia, comprava de novo, pois o raio do papel nessa fase só subia e assim íamos vivendo.

Quero me ater em uma série de opções com o papel na faixa de 5,00 e opções, chamadas OTC sendo negociadas para exercícios de 6,00; 7,00; 8,00 etc. pois havia inflação alta.

A bordo desse barco e já com privatização sendo anunciada e noticia vai, noticia vem, o papel oscilando uma barbaridade, resolvemos comprar a OTC com exercício a 8,00 por 0,30. Como a "intuição" era forte comprei 50 milhões da OTC a 0,30 gastando 15 mil moedas.

Telebrás subiu, vendi 10 M a 1,00. Subiu mais, vendi 10M a 2,00, mais um pouco e 20M a 4,00 "zerando" o lote. Embolsei uma boa grana e como estava muito cansado mesmo resolvi viajar um pouco, pois era temporada de férias e fomos todos passear.

Passaram-se 40 dias e de volta à luta, peguei o extrato na corretora e verifiquei que havia 10 milhões de Telebrás, que não me pertenciam, e pedi ao gerente para encontrar o erro e transferir para quem de direito o papel. Não demorou muito e veio a informação de que eu realmente possuía os 10 milhões de Telebrás, que o operador zelosamente exercera a 8,00, e que eram referentes a "aquelas" opções que eu havia comprado a 0,30 e pensei ter liquidado a posição.

Só tinha vendido 40. Alem disso, o dinheiro costumava ficar no "over" da corretora, e foi muito natural, eu ter deixado 10 milhões de opções para serem exercidas a 8,00 quando o papel já estava cotado a 32,00.

Resumindo, a opção que foi comprada a 0,30 valia no exercício 24 moedas da época. É claro que desde então, vivi muito tempo lançando opções de telebrás em cima desses 10 M de papel á vista, mas um dia fui exercido e o papel chegou a 180 moedas, mas isso é outra historia.

A moral da historia, para mim ficou sendo que para ganhar muito com opções, só com muita sorte, e descuido, pois se continuasse acompanhando o dia a dia e verificasse que tinha 10M de OTC, certamente teria vendido a 6 ou 7 moedas.

Agora, eu pergunto: Quem de nós operando diariamente e lutando para ganhar quantias compensadoras, retém uma opção em carteira, vendo a mesma subir e dobrar, decuplicar geometricamente e não realiza um lucro de 100% ou 200% que seja. É esse o ponto a que quero chegar.

Uma ocorrência dessas é muito remota e acontece uma vez na vida outra na morte e o pior é que, quem atua no dia a dia não espera e não pode mesmo esperar um Milagre desses acontecer todo dia e embolsa o primeiro lucrinho que aparece, como é o correto fazer.

Assim, é por isso que não espero, nem nunca esperei fazer fortuna comprando opções na ilusão de tirar a sorte grande.

Tenho certeza que 99,9% de quem opera opções sem ser insider, livra-se delas quando acha que o lucro está de bom tamanho, e isso é o correto.

Não conheço ninguém, que por iniciativa própria tenha comprado uma opção a 0,30 e vendido a 24. Só mesmo um descuidado e cansado especulador meia boca consegue. Ou então aquelas lavadeiras que acertavam sozinhas as quinas da Loto antigamente.
Fonte:  Bastter.com

Uma bomba nos mercados

Uma bomba nos mercados

Ao lançar um míssil que sobrevoou o território japonês, a Coreia do Norte mantém a tensão elevada. O quanto isso afeta os investimentos?

Crédito: AFP Photo/Kcna Via Kns
Míssil lançado a partir da Coreia do Norte: o verdadeiro alvo é a oposição (Crédito: AFP Photo/Kcna Via Kns)
Às seis horas da manhã da terça-feira 28, enquanto Tóquio preparava-se para mais um dia de verão, as autoridades japonesas alertaram o povo: um míssil balístico da Coreia do Norte se aproximava rapidamente do espaço aéreo japonês. O projétil, desarmado, sobrevoou a ilha de Hokkaido, a mais setentrional do arquipélago. Apenas 14 minutos após seu lançamento, ele caiu no mar, 1.200 quilômetros a leste da costa nipônica. Mais tarde na terça-feira, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou, em uma nota, que o lançamento era “uma ameaça séria, grave e sem precedentes ao Japão.” No dia seguinte, o governo de Kim Jong-Un, o ditador norte-coreano, disse que “o mundo deve se preparar para mais testes.”
Nos Estados Unidos, Donald Trump disse que “todas as opções para conter a ameaça norte-coreana estavam sobre a mesa”. Os mercados, claro, reagiram imediatamente. Apesar de os solavancos das moedas não terem sido dos maiores, petróleo e ouro subiram, pressionados por investidores apostando em um aumento na busca por proteção financeira (observe o quadro ao final da reportagem). Nos dias que se seguiram, especialistas militares americanos, japoneses e coreanos debateram se o lançamento poderia ou não colocar a ilha de Guam, uma base militar estratégica para os Estados Unidos, ao alcance dos mísseis de Pyongyang.

Operador em Tóquio: reação dos mercados foi imediata, mas de curta duração (Crédito:AFP Photo / Kazuhiro Nogi)
Enquanto isso, porém, a situação dos mercados se normalizou. As bolsas se recuperaram, especialmente nos Estados Unidos, animadas pela notícia de um crescimento anualizado de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre. O dado, divulgado pelo Departamento do Comércio na quarta-feira 30, superou as expectativas que previam um avanço de 2,6%, e segue-se a um crescimento de 1,2% no primeiro trimestre. Além disso, desconsiderando-se Japão e Coreia do Sul, os investidores estão ficando acostumados com os testes da Coreia do Norte, o que reduz seu impacto sobre os mercados.
Até que ponto os testes ordenados por Kim Jong-Un e a retórica agressiva de Donald Trump devem ser levados a sério na hora de decidir o que fazer com seu dinheiro? Para os especialistas, essa é uma ameaça que tem de ser acompanhada de longe, mas não deve, pelo menos no curto prazo, justificar uma corrida em direção a ativos reais, como ouro e petróleo. Na avaliação de Brian Jacobsen, estrategista-chefe de investimentos do banco americano Wells Fargo, “quando o presidente diz que ‘todas as opções estão sobre a mesa’, a melhor estratégia para os investidores é não fazer nada.”. Segundo Jacobsen, o impacto dos testes balísticos deverá diminuir gradativamente. “O mercado simplesmente vai ficar acostumado com isso.”

Trump afirmou que “todas as opções estão sobre a mesa”, o que, para os analistas, revela a ausência de uma estratégia (Crédito:AFP Photo / Brendan Smialowski)
A explicação para o minueto sinistro entre Estados Unidos e Coreia do Norte é simples. Kim Jong-Un quer se manter no poder. Para isso, nada melhor do que lançar a culpa do desempenho ruim da economia norte-coreana sobre um inimigo externo, e as sucessivas manobras militares são a demonstração, para o público interno, de que a ameaça externa é concreta. Outro motivo é que os testes deixam Trump sem muitas opções além de esbravejar. “Trump sabe que um ataque militar à Coreia do Norte é uma opção ruim”, diz o analista americano Jonathan Cristol, associado ao World Policy Institute. Para os especialistas, um ataque americano, seja nuclear, seja convencional, seria devastador.
O problema é que Seul, a capital da Coreia do Sul, e a maioria de suas grandes cidades, está a menos de 100 quilômetros da fronteira com o vizinho encrenqueiro. “Antes de ser detido, o exército de Pyongyang provocaria uma devastação sem precedentes ao sul da fronteira”, diz Cristol. No complicado xadrez da geopolítica internacional, Washington não pode se dar ao luxo de sacrificar a peça estratégica da Coreia do Sul. Por isso, o mais provável é que Trump faça pouco além de esbravejar e realizar exercícios militares com a Coreia do Sul, como ocorreu na quarta-feira 30. Por isso, a recomendação dos especialistas é de que não se tome nenhuma decisão. O desejo de todos os envolvidos, em ambos os lados do Pacífico, é que nada mude por enquanto.