segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Cobre opera em alta, beneficiado por dólar mais fraco

Cobre opera em alta, beneficiado por dólar mais fraco


O cobre opera em alta nesta segunda-feira, beneficiado pelo dólar mais fraco. Além disso, os investidores monitoram as notícias geopolíticas, após o mais recente teste nuclear da Coreia do Norte. Às 8h05 (de Brasília), o cobre para três meses subia 0,85%, a US$ 6.904,50 a onça-troy, na London Metal Exchange (LME). Às 8h15, o cobre para dezembro tinha alta de 0,95%, a US$ 3,1475 a libra-peso, no pregão eletrônico da Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
As tensões diplomáticas mexeram com o mercado cambial. O dólar em geral está mais fraco hoje, o que torna o cobre mais barato para os detentores de outras divisas e impulsiona a demanda dos investidores. Economista especializada em commodities da consultoria Capital Economics, Simona Gambarini disse que a fraqueza do dólar ajuda a manter o impulso do dólar.
Mais adiante, investidores continuarão a monitorar as novidades sobre a Coreia do Norte. Hoje, os integrantes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas se reúnem para discutir o caso do país, após o teste nuclear de Pyongyang no domingo. Na Europa, investidores também acompanharão a reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, enquanto nos EUA o foco estará na discussão sobre a potencial paralisação do governo, caso o Congresso não aprove a elevação do teto da dívida, segundo a economista da Capital Economics.
Entre outros metais básicos negociados na LME, o zinco caía 0,28%, a US$ 3.199 a tonelada, o alumínio recuava 0,44%, a US$ 2.131,50 a tonelada, o estanho tinha alta de 0,02%, a US$ 20.705 a tonelada, o níquel avançava 0,58%, a US$ 12.205 a tonelada, e o chumbo recuava 0,08%, a US$ 2.400 a tonelada.
Fonte: Dow Jones Newswires

   

Rio das Velhas: Rio das Minas Gerais (ouro)

Rio das Velhas: Rio das Minas Gerais




Os rios sempre foram um marco na História da Humanidade. As primeiras civilizações humanas surgiram às margens de rios como o Tigre, Eufrates, Nilo, Indo e tantos outros. Através dos rios os povos obtinham seus meios de defesa, divisão territorial, alimentação, transporte, comunicação, comércio, energia, irrigação, água potável que os possibilitava sobreviver e desenvolver. Algumas vezes eram também fontes de grandes infortúnios como enchentes e secas devastadoras. Mas havia sempre grande respeito e reverência aos rios. Lendas, músicas e histórias guardam a memória da relação de homens e seus rios. No Brasil não foi diferente: o povoamento deu-se ao longo dos rios e muitas são as histórias que os cercam. Hoje contaremos um pouco de uma delas, a do Rio das Velhas.

“Que grande parte da história de Minas não se terá desenrolado nas margens do Rio das Velhas? E que mundo de segredos não estarão escondidos no fundo de suas águas profundas?" Lúcia Machado de Almeida IN: Passeio a Sabará

O nome Rio das Velhas já carrega consigo uma lenda. A tradição popular diz que o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno, ao se aproximar do rio, deparou-se com três velhas índias acocoradas em suas margens nas proximidades de Sabará. O poeta Cláudio Manoel da Costa registrou em um de seus poemas (Égloga Arúncio) esse encontro e atribui ao Governador Antônio de Albuquerque a escolha deste nome.
O Rio das Velhas é o maior afluente do São Francisco e todo o seu curso (cerca de 761 Km) está dentro do território de Minas Gerais. Sua nascente fica em Ouro Preto de onde parte como uma serpente, com grande sinuosidade rumo ao norte do estado.
Parte de seu curso atravessa uma região calcária com características bastante atípicas – o Carste de Lagoa Santa. O rio é alimentado por ribeirões subterrâneos; lagoas surgem e desaparecem “misteriosamente”, como a famosa Lagoa do Sumidouro. Quanta surpresa e lendas esses fatos devem ter gerado...
A tão sonhada e perseguida descoberta de ouro no Brasil ocorreu no vale do Rio das Velhas e dele partiu outras rotas de descobrimento de veios auríferos no vale de diversos afluentes do São Francisco. Às margens do Rio das Velhas surgiram os primeiros povoamentos de Minas Gerais que cresciam a cada dia com a chegada maciça de desbravadores atraídos pela riqueza da mineração. Muitos foram os cientistas e viajantes naturalistas que passaram pela bacia do Rio das Velhas ao longo dos séculos e o descreveram em seus relatos: Rugendas, Richard Burton, Saint Hilaire, Spix e Martius, Peter Lund e outros. Riqueza de uns, miséria de outros. Tributação de uns, contrabando de outros. Sonhos de uns, pesadelos de outros. O Rio das Velhas como testemunha de todos.
Conflitos entre bandeirantes, Guerras e Inconfidências, motins de escravos, criação de Quilombos, exploração por naturalistas estrangeiros, transferência da capital da Antiga Vila Rica (Ouro Preto) para Belo Horizonte, desenvolvimento das cidades e atividades econômicas poluidoras. O Rio das Velhas foi cenário de todas essas Histórias.
Mesmo quando ocorreu o esgotamento da mineração, outras atividades desenvolveram na região, como a pecuária e a agricultura. Junto com estas novas atividades, o processo de ocupação e degradação prosseguiu, sobretudo pelo desmatamento para a formação de pastos e para a implantação de monoculturas
Sempre que passo pelo Rio das Velhas e o vejo ali poluído, desrespeitado e recebendo dejetos que o matam lentamente a cada dia, penso: Que seres são estes que destroem e pagam com a morte aquele que é sua fonte de vida? O que estarão pensando as três velhas índias acocoradas em suas margens sobre nossa atitude “civilizada” frente a nossa grande riqueza natural?

Fonte: Trem da História

domingo, 3 de setembro de 2017

Conflitos, amizades, traições. Conheça histórias de que quem testemunhou a abertura da mina de alexandrita, em Hematita

Conflitos, amizades, traições. Conheça histórias de que quem testemunhou a abertura da mina de alexandrita
-ALEXANDRITAS
em Hematita, MG



Mina de alexandrita em Hematita, distrito de Antônio Dias

O descobrimento da maior jazida de alexandrita do mundo, no distrito de Hematita, em Antônio Dias, é uma história cheia de versões. Com poucos registros oficiais, é difícil creditar quem, de fato, descobriu a mina, nos idos de 1986. O que se sabe é que foi por acaso e por gente que não fazia ideia do quanto valia o material daquele subsolo. Por ser extremamente rara, a alexandrita se compara ao diamante em valor de mercado. 
Uma senhora simpática que mora atualmente ao lado da lavra – e preferiu manter-se no anonimato – conta que foi um primo seu, garoto na época, quem encontrou a preciosidade pela primeira vez. O menino brincava perto de um rego d’água, quando uma galinha ciscou um monte de cascalho e as pedras brotaram da terra. 
Não se sabe se foi este ou outro menino que, impressionado com a beleza da gema, que muda de cor de acordo com o tipo de luz à qual é submetida, achou aquilo bonito, cavou um pouco mais com as mãos, encheu uma sacola e levou para o distrito. Chegando lá, o garoto mostrou o achado a um comerciante, que provavelmente identificou ali algo valioso, e recebeu em troca dois pacotes de bala.
O assunto logo virou tema de conversa em reuniões de família, grupinhos de beira de rua e frequentadores de botecos. “Dizem que é uma tal de Alexandrita. Estão falando que vale muito dinheiro”, especulavam os moradores.  
Em 1986 não havia internet no Brasil, muito menos Facebook ou WhatsApp. Televisão em casa era para poucos. Mesmo assim, a informação correu rápido e em poucos dias começavam a chegar garimpeiros do país inteiro em busca das preciosas alexandritas de que tanto se falava. E eles chegavam armados com pás, picaretas e engenhocas para lavar cascalho. Armados também com revólveres, escopetas, garruchas, facas e canivetes.
As pessoas chegavam e tiravam da terra em pouco tempo kilos de Alexandrita, e 10% delas era para lapidação e alta qualidade. Muitos ficaram ricos vendendo pedras brutas para americanos, japoneses etc.. por centenas de dólares o grama, e os mesmo revendiam no exterior por milhares de dólares o quilate. De lá saíram as maiores pedras com + de 50 gramas, e alta qualidade. O preço hoje em dia é incalculável, pois as alexandritas lapidadas e de boa qualidade acima de um quilate vale entre 50 mil a 70 mil dólares o quilate, pela raridade vale mais que o diamante branco/amarelo de boa qualidade.
Ninguém sabe ao certo quanto saiu de lá em dólares, mas calcula-se em bilhões de dólares até hoje.
Fonte: Jornal Estado De Minas

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'

Região colombiana vive 'febre das esmeraldas'


Esmeralda (Foto Parent Gery - Wikicommons)
Colômbia é uma das maiores produtoras de esmeralda
A pequena cidade de Pauna, na Colômbia, está vivendo uma verdadeira "febre das esmeraldas" desde sexta-feira, quando operários que trabalhavam na construção de uma estrada descobriram pedras preciosas nas suas proximidades.
As esmeraldas foram achadas por três trabalhadores na região conhecida como Nariz do Diabo.
De acordo com o prefeito de Pauna, Omar Casallas, citado pelo jornal colombiano El Tiempo, os três estavam cavando o solo para construir a fundação de um muro inclinado que protegeria a estrada quando fizeram a descoberta.
"Um deles estava perfurando a rocha com um martelo hidráulico e viu uma pedra verde brilhante", escreveu o jornal.
A notícia se espalhou não só por Pauna, mas também pelos povoados vizinhos de Maripí, Quípama e Muzo.
Logo, centenas de pessoas correram para as imediações do Nariz do Diabo com o objetivo de procurar mais esmeraldas.
Para evitar caos, a polícia teve de bloquear a estrada e a encosta íngreme perto da qual as pedras foram encontradas.
Segundo Casallas, uma das esmeraldas foi adquirida por 4 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 4,4 mil) e seria enviada aos EUA.
Outra, um pouco menor, seria usada para pagar estudos que identificarão a pureza das pedras da região.

Mercado

A Colômbia é um dos maiores produtores de esmeralda do mundo, juntamente com países como a Zâmbia e o Brasil. E Boyacá é uma das principais regiões produtoras do país.
Em pelo menos duas ocasiões, uma nos anos 60 e outra nos anos 80, disputas entre famílias e grupos produtores por minas e territórios ricos em esmeralda desataram conflitos que deixaram centenas de mortos no país - as chamadas "guerras verdes".
A Colômbia exporta hoje US$ 64 milhões (R$ 200 milhões) em esmeraldas, segundo a Fedesmeraldas, que representa produtores do setor. A associação diz, porém, que ainda há margem para aumentar a produção se mais investimentos forem feitos.

As três opções militares dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte   

As três opções militares dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte   
Foto de parada militar: Exército norte-coreano tem um milhão de soldados e número de reservistas que pode chegar a seis milhões
Durante a semana, o presidente norte-americano Donald Trump disse que "nenhuma opção está descartada" em relação à Coreia do Norte, depois que o país disparou, na última semana, um míssil que sobrevoou o Japão.
Isso antesa de Pyongyang anunciar, neste domingo, a realização de um teste nuclear com uma bomba de hidrogênio que poderia ser instalada em um míssil de longo alcance.
Apesar de diversas sanções diplomáticas e econômicas, a Coreia do Norte não apenas se recusa a interromper seu programa nuclear como parece estar desenvolvendo capacidades mais ousadas de forma mais rápida que o esperado.
  • O mundo pode conviver com uma Coreia do Norte nuclear?
Mas como se daria uma eventual ação militar contra o regime de Kim Jong-un? A BBC ouviu Justin Bronk, analista do Royal United Services Institute, um dos principais centros do mundo em estudos de defesa e segurança.
Bronk afirma que, mesmo com todo o poderia militar americano, as opções disponíveis são limitadas.
Entenda algumas delas:

Opção 1: Aumentar a contenção atual

Trata-se de simplesmente ampliar as ações que já estão em curso. É a opção menos arriscada e provavelmente a menos efetiva, uma vez que as estratégias atuais (sancções) tiveram pouco sucesso em deter o programa nuclear norte-coreano e o desenvolvimento de mísseis balísticos no país.
Líder norte-coreano, Kim Jong-un (no centro), conversa com militares: Norte-coreanos afirmam ter testado uma bomba termonuclear capaz de ser carregada por um míssil© Reuters Norte-coreanos afirmam ter testado uma bomba termonuclear capaz de ser carregada por um míssil
Os Estados Unidos poderiam deslocar mais tropas terrestres para a Coreia do Sul. Artilharia pesada e veículos blindados estariam no pacote, além do sistema antimísseis Thaad, testado em julho, mas cercado de polêmica - moradores de onde o sistema está localizado na Coreia do Sul temem se tornar um alvo em potencial,e a China diz que ele interfere com suas operações militares".
Ainda assim, seria uma forma de mostrar disposição para usar a força.
O problema é que Seul vetou temporariamente o uso do Thaad e é frontalmente contrária ao aumento no número de tropas dos EUA em solo. O governo sul-coreano teme que a chegada de mais tropas seja vista como uma provocação pelo Norte.


E, de fato, a Coreia do Norte quase certamente interpretaria esse tipo de movimento como o prelúdio de uma invasão terrestre. É o que sugere a reação do governo norte-coreano aos exercícios conjuntos que são realizados todos os anos pelos exércitos da Coreia do Sul e dos EUA.
Russos e chineses também seriam frontalmente contrários ao aumento das tropas. E ambos têm o poder de complicar a vida dos EUA em lugares como o leste europeu e o mar da China.
Sistema Thaad, em foto de 2015: Sistema antimísseis Thaad é uma das formas controversas de tentar conter avanço norte-coreano© AFP/Getty Images Sistema antimísseis Thaad é uma das formas controversas de tentar conter avanço norte-coreano A Marinha dos EUA poderia aumentar sua presença em torno da Península Coreana, enviando mais cruzadores e destroieres com capacidade para abater mísseis. Outra possibilidade é enviar uma segunda frota à região, com cerca de 7,5 mil homens e um porta-aviões. No jargão militar, esse tipo de formação é chamado de "carrier strike group".
Em conjunto com as operações navais, a Força Aérea americana poderia ampliar sua presença na região. Mais esquadrões de caças, aviões de vigilância e bombardeiros poderiam ser deslocados para bases avançadas em Guam (território dos EUA na Micronésia), na própria Coreia do Sul e no Japão.
O problema é que tanto a Marinha quanto a Força Aérea dos EUA já estão sendo empregadas pesadamente em outros países do mundo. E ambas as forças estão em um momento de desgaste, após mais de uma década de uso intenso. Operações no Iraque e no Afeganistão, por exemplo, contribuíram para a sobrecarga.

  • 'Escravos do sistema': O lucrativo negócio de exportação de trabalhadores na Coreia do Norte

Mais importante, porém, é o fato de que o tempo está do lado da Coreia do Norte: um aumento da presença militar americana não forçaria, por si só, a interrupção do programa de armas nucleares do regime ditatorial. E o desenvolvimento dessas armas e dos mísseis balísticos está em ritmo acelerado.
Skyline de Seul, a capital da Coreia do Sul: Seul e seus 10 milhões de habitantes estão vulneráveis a ataques de Pyongyang© Getty Images Seul e seus 10 milhões de habitantes estão vulneráveis a ataques de Pyongyang Qualquer decisão de abater os mísseis balísticos norte-coreanos que deixem o espaço aéreo do país demandaria um aumento significativo da presença da Marinha dos EUA na área.
A Coreia do Norte controla um arsenal grande de mísseis balísticos. Já os foguetes interceptadores americanos, além de muito caros, são transportados em pequenas quantidades em cada navio.
Os norte-coreanos podem portanto, em tese, esgotar os estoques de mísseis dos navios americanos. Vulnerável, a frota teria de retornar ao porto.


Tal política, portanto, representaria uma opção extremamente custosa e provavelmente insustentável. Além disso, traz o risco de uma escalada ao nível de conflito armado.

Opção 2: ataques cirúrgicos


A Força Aérea e a Marinha americanas detêm a maior capacidade de realizar ataques aéreos cirúrgicos no mundo.
Pode parecer tentador, à primeira vista, empregar rajadas de mísseis de precisão Tomahawk, disparados a partir de submarinos. Ou bombardeios com aviões "stealth" B-2, que não podem ser detectados por radares, de modo a atingir posições-chave do programa nuclear norte-coreano.
É possível ainda causar danos pesados até mesmo a alvos subterrâneos e fortificados, usando a bomba conhecida como "MOP", de 14 toneladas.
Míssil Tomahawk disparado de navio: Mísseis de precisão Tomahawk são usados para ataques de precisão© Getty Images Mísseis de precisão Tomahawk são usados para ataques de precisão O risco imediato aos aviões americanos depende de muitos fatores, inclusive a quantidade de alertas recebidos pela Coreia do Norte e o número de aeronaves envolvidas. Importa ainda a extensão do uso de aviões não-stealth, que podem ser detectados por radares, dentro da área coberta pelas defesas norte-coreanas.
De qualquer forma, o estado atual da defesa antiaérea norte-coreana é difícil de determinar. Trata-se de um mix de tecnologias russas/soviéticas, chinesas e domésticas, incluindo mísseis terra-ar e radares, adquiridos ao longo dos últimos 50 anos.

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A defesa norte-coreana está entre as mais densas do mundo. Foi modificada e avançada a um grau ainda desconhecido, e é difícil avaliar o quão preparada estará para a eventualidade de um ataque.
O cenário será de pesadelo se os EUA perderem aeronaves para ataques inimigos ou devido a acidentes. A escolha será entre tentar resgatar a tripulação ou abandoná-la ao regime norte-coreano.
Pessoas olham uma TV que traz noticiário em japonês sobre o míssil norte-coreano: O lançamento do projétil norte-coreano causou comoção no Japão© Reuters O lançamento do projétil norte-coreano causou comoção no Japão Mais significativo, porém, é o fato de que mesmo ataques bem-sucedidos contra instalações nucleares ou de mísseis, a centros de comando ou aos líderes do regime não impedirão a Coreia do Norte de retaliar.
O Exército do Povo, como são chamadas as Forças Armadas da Coreia do Norte, ainda poderia atacar de forma devastadora a Coreia do Sul - um aliado-chave dos EUA.
A força norte-coreana é formada por mais de 1 milhão de soldados regulares. Alguns estimam em 6 milhões o número de reservistas e grupos paramilitares.


Há ainda um número enorme de foguetes e peças de artilharia convencionais enterrados próximos à zona desmilitarizada entre as duas Coreias. Milhares desses equipamentos estão em posições que lhes permitiriam atingir áreas em Seul. E a capital sul-coreana tem cerca de 10 milhões de habitantes.
Mesmo o poderio militar dos EUA levaria dias para eliminar totalmente essas armas. No meio tempo, dezenas de milhares de disparos poderiam ser feitos.
© Getty Images Exército norte-coreano tem um milhão de soldados e número de reservistas que pode chegar a seis milhões Os danos seriam catastróficos em uma cidade moderna e populosa como Seul, e ao próprio exército sul-coreano. É por isso que a Coreia do Sul é contra tomar qualquer iniciativa militar contra o vizinho do Norte.
Mesmo sem uma arma nuclear utilizável neste momento, e sem invadir a Coreia do Sul, o regime de Kim Jong-un poderia causar devastação do outro lado da fronteira. Seria o fim da aliança entre a Coreia do Sul e os EUA como a conhecemos.

Opção 3: invasão militar completa


Essa é uma opção extremamente improvável - principalmente por conta do tamanho do Exército do Povo, o poder de sua artilharia, a densidade de suas defesas aéreas e a relutância da Coreia do Sul em apoiar qualquer ação militar dos EUA.

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Qualquer tentativa de realmente invadir a Coreia do Norte requereria meses de movimentações militares visíveis dos EUA e a colaboração total da Coreia do Sul. Além de alguma forma de garantir que a capacidade nuclear norte-coreana, cuja extensão é desconhecida, seja totalmente desmantelada.
Essa opção volve a morte de centenas de milhares de pessoas nos dois lados do conflito.

Sobre o programa de mísseis norte-coreano:


- A Coreia do Norte vem trabalhando em seu programa de mísseis há décadas, com armas baseadas na família de mísseis soviéticos Scud.
- Disparos de curto e médio alcances são frequentes, tanto para marcar datas nacionais quanto em momentos de tensão política na região.
© Getty Images Arsenal convencional da Coreia do Norte também causa preocupação a inimigos - Nos últimos meses, a frequência dos testes aumentou. Especialistas dizem que a Coreia do Norte parece estar próxima de atingir o objetivo de controlar um míssil confiável de longo alcance com capacidade para transportar uma arma nuclear.
- Em julho, a Coreia do Norte disparou dois mísseis que seriam do tipo balístico inter-continental (ICBM, na sigla em inglês), capazes, em tese, de atingir os EUA. Especialistas dizem que partes dos EUA poderiam ser atingidas.
- Não há consenso sobre o quão perto a Coreia do Norte está de obter uma bomba nuclear pequena o suficiente para ser transportada por um míssil, mas no último domingo o regime anunciou um teste "bem-sucedido" com uma bomba de hidrogênio "miniaturizada".

  • Qual a capacidade militar da Coreia do Norte para além das armas nucleares, e que estragos causaria numa guerra?

Além da artilharia pesada, o Exército do Povo norte-coreano treina há muito tempo para realizar infiltrações de larga escala na Coreia do Sul. Bimotores que voam a baixas altitudes e são por isso difíceis de detectar em radares seriam usados. Barcos pequenos e mini-submarinos (de menos de 150 ambém estão no pacote.
Essas armas aumentariam o caos e a perda de vidas na eventualidade de um conflito de larga escala. Também dispersariam a atenção das forças americanas e sul-coreanas, que estariam em menor número, apesar de tecnologicamente superiores.
A última vez que os EUA e seus aliados entraram no Norte foi durante a Guerra da Coreia (1950). Na ocasião, a China entrou no conflito ao lado da Coreia do Norte, para evitar o surgimento de um regime unificado e aliado ao Ocidente em sua fronteira terrestre.
E a China ainda não está preparada para viver esta situação - evitar algo do tipo é a principal razão dos chineses para ajudar o regime norte-coreano por tanto tempo.
Finalmente, mesmo que esses imensos problemas pudessem ser resolvidos de alguma forma, uma invasão bem-sucedida da Coreia do Norte deixaria os EUA responsáveis pela reconstrução de um país devastado.
A Coreia do Norte vive em um estado sem precedentes de manipulação psicológica, dificuldades econômicas crônicas e isolamento, há mais de 60 anos.
A verdade é que todas as opções militares disponíveis para os EUA lidarem com a Coreia do Norte trazem riscos e custos elevados. E os resultados são incertos e potencialmente problemáticos.

Fonte:  BBC