segunda-feira, 11 de setembro de 2017

JOALHERIA INDIANA (II)

JOALHERIA INDIANA (II)

Talvez tenha sido durante o Império Mughal (1526- 1761), o mais rico período da história da joalheria indiana. Durante estes séculos, ricos rajás adornavam-se com jóias nos turbantes, nas orelhas, em volta dos pescoços, nas narinas e até entre os dentes. Os objetos preciosos usados pelas mulheres eram ainda mais numerosos. Por esta época, as jóias já haviam adquirido significados especiais e nomenclatura em conexão com as crenças religiosas e todo objeto de adorno tinha um nome específico que indicava o seu papel, como já citamos anteriormente. Para a cabeça, eram usados diademas em ouro, broches grandes e pequenos para ornamentar os cabelos, tiaras feitas de folhas de ouro contendo uma estrela cravejada de gemas ao centro ou de complicadas formas completadas com pendentes. Existiam também variados outros ornamentos para a testa, as orelhas, o nariz, o pescoço, a parte superior dos braços, a cintura, os tornozelos e os dedos dos pés.
Uma extensa variedade de composições florais era utilizada para os brincos, adornados com pérolas, filigranas, rubis, diamantes, esmeraldas, safiras e corais. Algumas mulheres furavam a narina esquerda para utilizar uma jóia também nesta parte do corpo. Os colares às vezes eram tão longos que iam abaixo do umbigo e diferentes nomes eram utilizados para aqueles que eram feitos com pérolas e os que eram somente de ouro. Também eram nomeados segundo a quantidade de voltas que podiam ter, possuindo às vezes várias dezenas. Alguns colares eram feitos com combinações de várias gemas, enquanto que outros eram combinações de vários amuletos em ouro. Um exemplo típico de amuleto hindu era o nauratan , feito de uma placa de ouro adornada com nove gemas. Vários nauratans podiam ser utilizados para formar um colar. Cintos em ouro e cravejados de gemas seguiam as formas do corpo e freqüentemente continham elementos extras que ligava-os acima até o pescoço ou abaixo até braceletes que contornavam as coxas femininas. Pulseiras nos tornozelos eram também muitas vezes ligadas por finas e delicadas correntes até os dedos dos pés.
A joalheria continua a desempenhar um importante papel nos costumes e na indústria da Índia moderna, mas infelizmente a produção das jóias atualmente não se compara, em termos de magnificência e requintes de elaboração com aquelas do passado.


Fonte: Joia br

Pedras preciosas brutas que sairão do meio do estado em direção à indústria de joias na China


Pedras preciosas brutas que sairão do meio do estado em direção à indústria de joias na China
                  

Euler Júnior/EM/DA Press


Curvelo – São 7h30 da manhã de terça-feira em Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, e já se nota o início do carregamento de caminhões com contêineres cheios de pedras preciosas brutas que sairão do meio do estado em direção à indústria de joias na China. Somente em municípios mineiros como Corinto e Curvelo, a extração e venda clandestina de pedras movimenta mais de R$ 50 milhões ao ano, segundo cálculo a partir de informações da Cooperativa Regional Garimpeira de Corinto (Coopergac) e da Associação Comercial e Empresarial de Curvelo (Ace). Isso sem contar o faturamento em municípios como Inimutaba, Diamantina, Felixlândia, Governador Valadares, Teófilo Otoni e em pequenas cidades da região.O número contrasta com a informação oficial de exportação de pedras preciosas em bruto no estado. Em 2011, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas externas desse material em toda a Minas Gerais foram de US$ 23,06 milhões (R$ 46, 12 milhões), um total inferior à estimativa de faturamento de apenas dois municípios mineiros. Entre 80% e 90% das pedras preciosas em bruto produzidas no Brasil são exportadas, principalmente ao gigante asiático.

O dinheiro apurado no negócio é invisível aos olhos oficiais. É que 95% dele circula nas mãos de uma poderosa indústria clandestina, que começa no garimpo informal e segue comandada por atravessadores, compradores – hoje, chineses, em sua maioria –, despachantes e empresas de exportação. O silêncio ronda todos os agentes que, de uma ou de outra forma, participam do esquema. A reportagem do Estado de Minas procurou conversar com vários deles. A maioria se recusou a dar declarações sobre o assunto. Outros forneceram informações sob a condição de anonimato.

Segundo uma dessas fontes, a cada 20 dias, em média 12,5 contêineres carregados com 250 toneladas de pedras extraídas dessa região seguem de Curvelo para serem embarcadas no Rio de Janeiro. O mesmo acontece com dezenas de tambores cheios de material mais valioso, que viajam de avião. Tudo aparentemente certo, não fosse o fato de que as notas fiscais mostram valores subfaturados, o que permite que essas pedras sejam enviadas para fora a preços muito inferiores aos praticados pelo mercado. “Um dos caminhos do subfaturamento é a própria Receita Estadual. Os garimpeiros saem de lá com o documento nas mãos”, diz G.L.H, que atua no ramo.

“Qualquer empresário, de dentro ou de fora do país, só pode comprar pedras preciosas de mineradoras legalizadas ou de cooperativas de garimpeiros. Mas os números da nossa exportação são tão baixos que ou elas saem altamente subfaturadas ou são contrabandeadas”, diz Raymundo Vianna, presidente do Sindicato das Indústrias de Joalheria, Ourivesaria, Lapidação de Pedras Preciosas e Relojoaria de Minas Gerais (Sindijoias). Curvelo é o centro mineiro dessa indústria fantasma. De lá partem minerais como quartzos e cristais variados (rutilo, cabelo fachado, lodo verde), ametistas e águas-marinhas, que enriquecem os integrantes da rede.
Euler Júnior/EM/DA Press


Esquema Para facilitar o caminho até as pedras, os chineses contam com empresas que oferecem a eles um pacote de serviços para localização, compra e desembaraço das pedras por cerca de R$ 13 mil. São R$ 3.500 de transporte de Curvelo ao porto, R$ 300 para o “chapa” (carregador), R$ 2.000 pelo frete marítimo e R$ 500 de imposto. Para cada contêiner, o lucro dos prestadores de serviço com o negócio é de cerca de R$ 7 mil. Ou seja: uma média de R$ 87,5 mil ao mês para cada 12,5 contêineres enviados ao exterior, segundo uma fonte que pediu anonimato.

“Em média, o total declarado para o conteúdo de cada contêiner é de US$ 6 mil (R$ 12 mil), mas o valor de fato pode ser US$ 100 mil (R$ 200 mil)”, diz uma fonte do setor. Ele lembra que o quartzo mais barato custa R$ 2 o quilo, mas, segundo Raymundo Vianna, o preço do quilo do quartzo muda de acordo com a variedade e a qualidade da pedra. “O quartzo rosa e o rutilado de boa qualidade custam entre R$ 8 mil e R$ 10 mil o quilo. Já a ametista e a rodonita, outras variedades, podem valer até R$ 30 mil o quilo. Porém é impossível estabelecer o valor da pedra sem a avaliação de um perito”, diz.

Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda, há equipes especializadas para atuar na fiscalização do setor nas regiões onde a exploração de gemas é predominante. Além disso, o produtor individual pode emitir sua nota fiscal, mas um procedimento de retaguarda é adotado no caso de remessa de mercadoria para o exterior.

Chineses invadem o estado

A rota de interesse dos chineses pelas pedras preciosas brasileiras passa por municípios mineiros e também baianos. Em Minas, os principais são Curvelo, Corinto e Inimutaba. Na Bahia, Novo Horizonte, Ipupiara, Campo Formoso e Oliveira dos Brejinhos. Em Curvelo, profissionais que atuam com eles, mesmo sem formação superior, aprendem até a falar mandarim, ainda que com noções rudimentares. Com isso, têm rendimentos garantidos. Os pagamentos são todos feitos em dinheiro vivo. E adiantados. Entram nessa lista prestadores de serviço, restaurantes, hotéis, postos de gasolina, imobiliárias e lojas de aluguel de veículos. Todos extremamente satisfeitos.

“De coração, se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu”, diz um prestador de serviços que viu na chegada dos compradores da China a solução para ter renda. De acordo com ele, de 2006 para cá a presença de chineses na cidade cresceu 70%. “Só na Bahia tem dez famílias”, afirma. Em Curvelo, alguns vivem em hotéis baratos, de R$ 25 a R$ 70 a diária, outros alugam casas onde vivem por cerca de três meses, depois dos quais voltam para o seu país de origem e são substituídos por membros da família.

Em junho de 2010, a Polícia Federal apreendeu 700 quilos de pedras semipreciosas e cristal em Itacambira. Elas foram obtidas por meio da exploração ilegal por quatro chineses e dois brasileiros. As investigações indicaram a existência de um esquema de venda dos produtos para a China, que teria base em Curvelo, na Região Central do estado. Foram presos os chineses Wu Tsung Ying, Daí Yong Dong, Rayoin Huo e Shao Kang He, além do garimpeiro Adilson Mariano de Oliveira e Cláudio Afonso dos Santos, transportador e intermediário do negócio.

Os 700 quilos de cristal e pedras semipreciosas estavam sendo transportados em 18 sacos de linhagem na carroceria de um Fiat Strada e, de acordo com informações da Polícia Federal, foram vendidos para os chineses por R$ 15 mil. Os produtos minerais teriam sido retirados de garimpo no povoado de Machados, na zona rural de Bocaiúva, e seguiam para Itacambira, passando por uma estrada vicinal. A Polícia Militar de Itacambira fez a apreensão, depois de receber uma denúncia anônima. Dias antes, também no Norte de Minas, foi apreendida 1,2 tonelada de cristal de quartzo e 20 quilos de pedras semipreciosas, que saíram de Licínio de Almeida, no sertão da Bahia, e que seriam levados para Curvelo. Segundo a PF, os minérios extraídos na Bahia também teriam como destino a China.

"Se for para prejudicar os chineses não faça essa matéria. Eles pararam de comprar pedras por quatro meses por causa do preço e do ano novo chinês e Curvelo inteira sentiu" - prestador de serviços aos chineses em Corinto, que pediu para não ser identificado.

Fonte:  Estado de Minas

Série 'Mistérios da Amazônia' mostra expedição inédita na Serra do Aracá

Série 'Mistérios da Amazônia' mostra expedição inédita na Serra do Aracá Série de reportagens mostra a ‘aventura’ de pesquisadores e uma equipe de jornalismo em uma expedição a um destino quase desconhecido: o Parque Estadual da Serra do Aracá, em Barcelos      










  • Foi durante o Carnaval de 2017, quando eu fazia uma matéria em Barcelos (a 405 km de Manaus em linha reta e a 656 Km via fluvial), justamente sobre as belezas e o potencial turístico daquele município, que ouvi falar pela primeira vez na Serra do Aracá.
    Ouvi histórias de que para povos indígenas o lugar é sagrado e só visitado para realização de rituais religiosos, e que para os não indígenas o lugar representa a possibilidade de enriquecimento rápido com o garimpo de pedras preciosas, semipreciosas, ouro, diamante e muita, muita tantalita, um mineral raro do qual o Brasil possui mais da metade das reservas de tudo o que existe no mundo.
    Porém, o que me chamou a atenção mesmo foram os relatos das belezas naturais que me diziam existir nessa serra. Planaltos que vão de 1200 a 1600 metros de altitude. Fauna farta e exuberante, flora típica de região de elevada altitude, temperatura média anual abaixo dos 20ºC, rios, riachos, lagos, campos, florestas, campinas e inúmeras cachoeiras, cuja principal é conhecida por Cachoeira do Eldorado, com uma queda livre de 365 metros. Simplesmente a maior cachoeira do Brasil. Tanta informação me fez imaginar um local lindo e diferente de tudo o que já conheci em nosso Estado. Nunca havia imaginado um local assim em pleno Amazonas.
    Na ocasião entrevistava Allen Gadelha, operador de turismo local, especialista em pesca esportiva, bastante conhecedor do Município de Barcelos. Ele relatava com muito entusiasmo e propriedade as belezas daquele lugar que, até então, eu só podia imaginar a partir do que ouvia.
    Perguntei como eu poderia ir ao local e ele me disse que seria muito difícil e caro, pois seria necessário organizar uma expedição. “Não existe estrada, comunidades próximas, estrutura pra escalar a montanha e toda logística precisa ser pensada antes de partir, porque o lugar é muito isolado e de difícil acesso”, explicou Allen.
    Cheguei a pensar por uma fração de segundo que tanta dificuldade seria uma desculpa e que o tal paraíso não existia. Foi então que ele disse que já havia realizado algumas expedições ao local e, mostrando vídeos e fotos em seu celular, me fez acreditar que o paraíso realmente existia e que era tão bonito quanto eu pude imaginar ao ouvir os relatos.
    A partir daquele momento fixei a ideia de montar uma expedição. Combinamos que eu formaria uma equipe multidisciplinar de pesquisa científica e iria tentar buscar recursos para bancar os custos, e ele formaria a equipe de apoio, formada por carregadores, piloteiros, cozinheiras e cuidaria de toda logística com o barco principal, barco de apoio, voadeiras e canoas. A única observação de Allen foi que deveríamos aproveitar o período de maior cheia dos rios pra aproveitarmos o acesso via fluvial o mais próximo da montanha e, assim, diminuir consideravelmente a distância a caminhar.
    Morada dos ‘deuses’ e da biodiversidade
    A Serra do Aracá é um “Tepui”, palavra que no idioma indígena “pemon” quer dizer simplesmente montanha e, como tal, “morada dos deuses”.  Para entendermos o formato de um Tepui, basta lembrar uma mesa onde temos paredes verticais e um topo plano.
    São formados geralmente por quartzito, arenito e ardósia, o que é característico do chamado “Escudo das Guianas”, principalmente na zona da “Gran Sabana venezuelana”, onde encontramos as maiores ocorrências de Tapuis, ficando a Guiana e o Brasil com poucas ocorrências.
    Mas a principal característica de um Tapui é o fato de serem as formações rochosas expostas mais antigas do planeta. Sua origem data do período “Pré-cambriano”, responsável por 88% de nosso tempo geológico, iniciado a aproximadamente 4,5 bilhões de anos com o início da Terra, terminando com o surgimento dos fósseis. Os Tapuis ocorrem entre o norte do rio Amazonas e o rio Orinoco em território venezuelano e Estado de Roraima, entre a costa do Atlântico e rio Negro incluindo Guiana e o Estado do Amazonas.
    A Serra do Aracá é a ocorrência de Tapui mais ao Sul existente, única no Amazonas.
    Ao contrário de uma cadeia de montanhas como os Andes, por exemplo, os Tapuis são formações individualmente isoladas, ambiente naturalmente propício ao desenvolvimento de formas evolutivas únicas tanto de animais como de vegetais. Ao compararmos a Serra do Aracá à forma de uma mesa, adicionamos o mínimo de 1200 metros de altitude com o máximo de 1700, com um raio de algumas dezenas de quilômetros de uma quase planície em seu topo, onde encontramos rios com cascatas, lagos, corredeiras e inúmeras cachoeiras numa região isolada com grande potencial para novas descobertas científicas.
    Na Venezuela os Tapuis são protegidos por leis como monumentos naturais e o acesso só é permitido em alguns deles. No Brasil temos como o mais conhecido o Monte Roraima.
    Viagem rumo ao inexplorado

    Com as equipes definidas, todo o equipamento de pesquisa organizado por equipe, mantimentos, combustíveis e principalmente as devidas licenças solicitadas e emitidas pelos órgãos competentes, marcamos o dia 7 de julho para nossa partida.
    Para a equipe de Barcelos seria apenas mais um trabalho a ser cumprido em uma rotina bastante familiar e sem maiores expectativas. Já para nossa equipe em Manaus, os poucos dias que faltavam para nosso embarque pareciam insuficientes para deixar todo o equipamento de pesquisa pronto pra embarque e arrumar os itens pessoais, inclusive os recomendados e indispensáveis, como repelentes, lanternas, barras de cereais, medicamentos, kits de primeiros socorros, entre outros.
    Um certo clima de tensão se formou, afinal, nem todos os membros de nossa equipe já haviam ido ao Aracá. Estávamos prestes a partir para o desconhecido.
    Formando a equipe: corrida pela ciência
    Como tenho um antigo e bom relacionamento com inúmeros pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam),  não foi difícil encontrar quem já estivesse ido à Serra do Aracá e, quando falei de minha intenção de formar uma equipe de pesquisadores para uma nova expedição ao local, rapidamente a notícia se espalhou e muitos foram os pesquisadores que se interessaram pelo projeto.
    Além de pesquisadores, convidei técnicos de secretarias de Estado, membros de ONGs, entre outras instituições e finalmente consegui definir um grupo que aceitou enfrentar o desafio de literalmente desbravar um caminho até o topo da montanha.
    Enquanto isso, em Barcelos, Allen Gadelha reuniu sua equipe e definiu a estrutura de apoio e logística, pensando nos mínimos detalhes. Tínhamos o barco principal, o confortável “Dick Farney” (em homenagem ao ator, cantor, compositor e pianista brasileiro Farnésio Dutra e Silva, autor e intérprete de grandes sucessos nos estilos Jazz, Samba-Canção e Bossa Nova, cujo nome artístico era Dick Farney), reservado para nossa equipe. Um barco de apoio destinado à equipe de Allen e seis botes motorizados, todos rebocados pelo barco principal, aguardando o momento e o local certo de entrarem em ação.
    Segundo maior município do Brasil, só perde para Parintins em potencial turístico, mas faltam investimentos na área

    Fundada em 6 de maio de 1758, Barcelos foi a primeira capital do Amazonas e só passou à categoria de município no ano de 1931. Com 122.476 km², é o 2º maior município brasileiro em extensão territorial, perdendo apenas para Altamira, no Pará. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população, em 2016, era de 27.589 habitantes.
    Barcelos fica na margem direita do Rio Negro e faz fronteira com a Venezuela, o Estado de Roraima e os municípios amazonenses de Novo Airão, Codajás, Maraã e Santa Isabel do Rio Negro.
    O maior município do Amazonas em território é, segundo a Empresa Brasileira de Turismo – Embratur, o segundo em potencial turístico, ficando atrás apenas de Parintins. Já na década de 1980 ganhou fama internacional com a exportação de peixes ornamentais, chegando a exportar mais de 20 milhões de animais/ano sendo que, de cada cinco peixes exportados um era o Cardinal (Paracheirodon axelrodi), chegando a ser a principal atividade econômica de Barcelos. Com a reprodução artificial das principais espécies nativas, em grande parte por laboratórios asiáticos e estadunidenses, as exportações caíram para menos de 5% nos dias atuais.
    Mas os peixes de Barcelos ainda fazem a fama nacional e internacional do município. Só que, ao invés de exportados, são pescados e soltos logo em seguida. É a pesca esportiva que atrai pescadores de todo o mundo, dispostos a pagar em média, R$ 6 mil por cinco dias de pesca esportiva e a estrela da vez é o Tucunaré-Açú (Cichla temensis). Infelizmente, o retorno à economia local deixa muito a desejar, pois, apesar de milhares de pescadores de todo o mundo buscarem Barcelos todos os anos para a prática da pesca esportiva, a maioria fecha pacotes de viagem fora do Amazonas e até fora do Brasil, entrando e saindo do Estado e do município de Barcelos quase sem serem vistos, contribuindo muito pouco com a economia local, inclusive no que se refere a impostos por parte das operadoras de turismo.
    Município abrange dois parques
    A natureza foi muito generosa com Barcelos. A beleza de suas florestas, lagos, rios e praias produzem cenários dos mais lindos da Amazônia fazendo com que o potencial turístico do município necessite de mais atenção por parte do poder público. Além da falta de regulamentação na operação turística da pesca esportiva, existem as áreas protegidas que, de proteção mesmo, só existem nas palavras dos textos que as criaram, pois estão à mercê de quem queira explorá-las de forma legal ou não.
    No Município de Barcelos encontramos parte do Parque Nacional do Jaú (Amazonas e Roraima), com área superior a 2 milhões de hectares, sendo a quarta maior reserva florestal do Brasil e o terceiro maior parque em floresta tropical do mundo, destinado exclusivamente a fins científicos, culturais, educativos e recreativos. Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque é uma imensidão que deveria, mas não gera nenhuma atividade econômica ao Município de Barcelos, apesar de ser oficialmente reconhecido pelo ICMBio como “ótimo para a prática de caminhadas, canoagem e contemplação de suas belezas naturais”. Dentre os chamativos já mencionados do Parque do Jaú, lá encontramos Anamã, o maior lago amazônico
    Serra do Aracá
    Em situação semelhante e talvez pior, está o Parque Estadual Serra do Aracá, onde encontramos a maior queda d’água livre do Brasil, que é a Cachoeira do Eldorado ou Cachoeira do Aracá, com quase 400 m de altura.
    O Parque não possui vigilância, fiscalização ou qualquer tipo de controle de entrada ou saída. De acordo com declarações de diversos moradores de Barcelos e comunidades próximas que pediram para não serem identificados, caçadores profissionais chegam a capturar e abater em média até vinte animais por caçada, como pacas, capivaras, antas, entre outros animais silvestres. Tudo pra atender uma clientela fiel em Manaus, formada principalmente por políticos e empresários.
    A extração mineral clandestina, contrabando de plantas (biopirataria) e drogas são ameaças ao Parque que, apesar das constantes ações da Polícia Federal e Exército brasileiro, continuam acontecendo na Serra do Aracá.
    Temperatura amena
    Com temperatura média anual entre 25 a 28º C, o município apresenta temperatura agradável na maior parte do ano e de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET – Dados entre 1961 e 2013) seu dia mais quente foi registrado em 7 de novembro de 1978, quando os termômetros marcaram 39,6ºC. Já o dia mais frio foi registrado em 3 de fevereiro de 1989 com temperatura mínima de 10,7º C.
    Próximos desafios
    Motivados com a possibilidade de novas descobertas científicas, planejamos permanecer dez dias no topo da montanha. Na próxima edição acompanhe nossa partida de Manaus, passando por Barcelos, caminhada até o topo da montanha, o trabalho dos pesquisadores, as belezas naturais.

    Fonte:  JORNAL A CRÍTICA

    Bovespa recua em movimento de ajuste, mas acumula alta pela sétima semana seguida

    Bovespa recua em movimento de ajuste, mas acumula alta pela sétima semana seguida



    Telão eletrônico mostra as flutuações dos índices do mercado na Bovespa, no centro de São Paulo 09/05/2016 REUTERS/Paulo Whitaker/File photo
    SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta sexta-feira, em movimento de ajuste após se aproximar da máxima histórica amparado no alívio com o cenário político.
    Apesar da queda na sessão, o Ibovespa emplacou a sétima semana seguida de alta.
    O Ibovespa fechou em queda de 0,45 por cento, a 73.078 pontos, encerrando a semana com alta acumulada de 1,6 por cento. O giro financeiro somou 8,5 bilhões de reais.
    O índice abriu com tom mais positivo, mas sem firmeza e trocou de sinal algumas vezes, passando de alta de 0,32 por cento na máxima a queda de 0,66 por cento no momento mais fraco do pregão.
    O recente bom humor entre os investidores, que levou o Ibovespa na quarta-feira a se aproximar da máxima histórica de fechamento, se deve à perspectiva de que o governo do presidente Michel Temer está melhor posicionado para avançar com a sua agenda de reformas no Congresso, especialmente após o pedido de abertura de investigação da delação de executivos da J&F, controladora da JBS.
    Esse otimismo ganhou mais força também após o Congresso concluir votações consideradas importantes esta semana, como a da criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e aprovação das novas metas fiscais.
    Ainda no cenário local, após o fechamento dos mercados na quarta-feira, o Banco Central cortou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, conforme o esperado, e indicou que vai desacelerar o ritmo de cortes de forma “gradual”.
    “O corte de juros é muito positivo num momento em que indicadores de atividade estão vindo mais favoráveis também. A atividade econômica começa, ainda que modestamente, a dar sinais de melhora”, disse o economista da corretora Nova Futura Pedro Paulo Silveira.
    O cenário externo, no entanto, favoreceu alguma cautela nesta sessão antes do fim do semana, com receios sobre os potenciais impactos da chegada do furacão Irma ao sul da Flórida, nos Estados Unidos.

    DESTAQUES

    - PETROBRAS PN caiu 2,06 por cento e PETROBRAS ON recuou 2 por cento, em sessão de perdas para os preços do petróleo no mercado internacional e após a série de ganhos recentes que levou os papéis preferenciais a acumularem alta de 11,7 por cento nos últimos cinco pregões.
    - VALE ON teve baixa de 3,69 por cento, em linha com o movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China.
    - GERDAU PN perdeu 5,34 por cento, liderando a ponta negativa do índice, em dia de queda para os contratos futuros do minério de ferro e do aço na China, e também após o Credit Suisse cortar a recomendação do papel para “neutra”, de “outperform”.
    - CSN ON avançou 1,73 por cento, no melhor desempenho entre as siderúrgicas que compõem o Ibovespa, ainda na esteira do mais recente anúncio de reajuste em preço do aço e depois que o Credit Suisse melhorou a recomendação da ação para “neutra”, ante “underperform”.
    - ELETROBRAS ON subiu 3,3 por cento e ELETROBRAS PNB ganhou 4,36 por cento, com os papéis mantendo o tom otimista recente após o anúncio dos planos de privatização da empresa. Os papéis ganharam mais fôlego em meio ao pedido de consulta do governo sobre a possibilidade de abrir mão do direito de veto, a chamada “golden share”, sobre certas decisões estratégicas em algumas empresas que serão ou foram privatizadas.
    - JBS ON avançou 2,76 por cento, dando sequência ao movimento de recuperação iniciado na quarta-feira, após a ação despencar mais de 8 por cento no início da semana com o pedido de abertura de investigação da delação de executivos da controladora J&F. A recuperação vem conforme diminuem os receios de que a provável anulação dos benefícios aos delatores respingue no acordo de leniência da empresa.

    Fonte:  Redação Reuters

    Dólar fecha no menor nível em seis meses, a R$3,09, com otimismo de investidores

    Dólar fecha no menor nível em seis meses, a R$3,09, com otimismo de investidores



    Notas de dólar dos Estados Unidos 26/03/2015 REUTERS/Gary Cameron/File Photo
    SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu e terminou no menor nível em seis meses, abaixo de 3,10 reais, com os investidores animados após as vitórias recentes do governo no Congresso, que podem ajudar na votação da reforma da Previdência, e depois de Antonio Palocci afirmar em depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha uma conta de propinas com a Odebrecht.
    O dólar recuou 0,24 por cento, a 3,0945 reais na venda, menor nível desde os 3,09 reais de 21 de março. Na semana, a moeda cedeu 1,67 por cento.
    Na mínima, a moeda marcou 3,0825 reais, menor nível intradia desde 21 de março (3,06 reais). O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,20 por cento.
    “Condições financeiras ainda frouxas lá fora são ventos a favor, ainda. Por aqui, o noticiário tem fortalecido o governo Temer, e afasta, em alguma medida, o ‘risco-eleições’”, avaliou a corretora Guide em relatório.
    O governo conseguiu avançar nesta semana no Congresso com a aprovação da mudança das metas fiscais e também com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que contribuirá para o ajuste nas contas públicas ao reduzir os subsídios dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
    Com isso, cresceu o otimismo dos investidores para aprovação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai pautar sua votação para outubro, após análise da reforma política pelos deputados, segundo a imprensa.
    Os investidores também ficaram mais animados com as eleições do próximo ano, depois que cresceram as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputar o pleito em meio à delação do ex-ministro Antonio Palocci. Lula é considerado um candidato menos comprometido com o ajuste das contas públicas.
    Em seu depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, Palocci disse que a Odebrecht estabeleceu uma conta de 300 milhões de reais para Lula e o PT para manter uma boa relação com o governo durante o mandato de Dilma Rousseff.
    Os investidores também acompanhavam a trajetória do dólar no exterior, com queda firme ante uma cesta de moedas, depois de já ter cedido na véspera, levando a um ajuste aqui no Brasil, que não operou por causa do feriado do Dia da Independência.
    A perspectiva de que um novo aumento de juros nos Estados Unidos possa não acontecer neste ano favorece a manutenção de recursos em praças mais atrativas, como a brasileira.
    “Há algum suporte nessa região de 3,08 reais. Mesmo com otimismo, mercado vai se questionar se é hora de ir a 3,05 reais. Continuo vendo um intervalo de 3,10 reais a 3,15 reais”, informou o operador da H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
    O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

    Fonte:  Reuters