domingo, 1 de outubro de 2017

Geologia e a Mina de Dinheiro

Geologia e a Mina de Dinheiro

Minerar ou não minerar? 

A atividade de mineração busca extrair bens minerais para a sociedade. A história humana confunde-se com a história da mineração desde o começo dos tempos. A utilização de ferramentas pelo homem abriu as portas para essa atividade, devido à necessidade de transformar minérios brutos em algo útil. Assim, desde a Idade da Pedra Lascada, o que era bastante diferente dos Flintstones por sinal, a evolução social da humanidade depende da mineração. Hoje, como nunca, pois usamos uma grande diversidade de materiais, desde a areia até rochas ricas em matéria orgânica que mineramos, em alguns casos, para extração de petróleo como na fotografia abaixo.

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Frente de lavra de Mina de Xisto Betuminoso em São Mateus do Sul - Paraná. O xisto é uma rocha usada para obter derivados de petróleo a partir de processos de extração do óleo por aquecimento em atmosfera sem oxigênio para combustão (Não há queima da matéria orgânica). Diversas atividades de restauração ambiental são praticadas ao redor da mina para reduzir danos ao meio-ambiente.


Recentemente, muito se discute sobre os danos da mineração no meio-ambiente. De fato, existe o dano, contudo ele não é tão ruim quanto parece e pode ser completamente eliminado. Aqui, vale lembrar que tanto a mineração, quanto as atividades que buscam eliminar o dano ao meio-ambiente trazem benefícios à sociedade, pelo aumento de empregos, busca por soluções em tecnologia, aumento da riqueza local. Tenha em mente, que a mineração é uma atividade com começo e fim. Uma mina um dia será exaurida, ou seja, não haverá mais como obter o minério de forma econômica. Portanto, os anos de bonança devem ser aproveitados para diversificar as fontes de renda e educação da população. Voltando ao meio-ambiente, no passado os danos eram muito maiores devido ao desconhecimento do que poderia acontecer e menores exigências da população quanto a isso. Hoje, programas de recuperação de áreas degradadas têm sido efetivos na redução ou completa eliminação do dano ao meio ambiente.

Além disso, é importante saber que a atividade de mineração no Brasil é regulada pelo código de mineração. Este código traz normas que devem ser seguidas pela sociedade tanto para a mineração, quanto para o garimpo e o comércio de bens minerais. Em linhas gerais o código traz os direitos sobre as substâncias minerais ou fósseis, encontradas na superfície ou no interior da terra, formando os recursos minerais do País. Hoje, 2015, há uma ampla discussão sobre mudanças no código de mineração que busca reformar as normas do código anterior editadas em 1967, de forma a incluir questões sobre direitos e deveres da Sociedade e do Estado. Na prática a nova proposta tira o mérito da pesquisa e do investimento realizados pela sociedade e suas instituições, em favor do controle do Estado. 

Questões políticas a parte, a atividade de mineração a fim de recuperar a maior quantidade de dinheiro possível deve pensar nas melhores práticas para extração do bem mineral, buscando uma produtividade não predatória (usar o boi inteiro, não apenas o filet mignon) e reduzir o impacto ambiental ao máximo. Assim, teremos uma mina que será com certeza uma boa mina por bastante tempo. Funciona como nosso salário de cada mês. Devemos estudar e entender nossos gastos ao máximo, evitando desperdícios, avaliando qualidade e preço, para que o orçamento mensal seja suficiente para as necessidades, lazer e poupança. A poupança será útil para investimento em inovação, com práticas modernas, tecnologia e novas áreas de extração - lembrem que uma jazida mineral acaba, pois um boi não dura para sempre. Nesse ponto a Geologia e a engenharia de minas são muito importantes, pois são essas disciplinas que permitirão a descoberta de novas áreas, o melhor aproveitamento de áreas em produção, novas técnicas de extração e redução no passivo ambiental

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Mina da Passagem em Mariana, Minas Gerais. As galerias na imagem são por onde os carros carregados com pedações de rocha com ouro passavam para serem processados e o ouro removido. Hoje, essa mina é uma atração turística. As galerias mais profundas foram abandonadas e estão cheias de água. Foto disponibilizada por Clurichaun
Fonte: Geologo.com

SEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO BRASIL

SEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO BRASIL

1. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A AMBIENTES VULCANO-SEDIMENTARES DO TIPO GREENSTONE BELT


O ambiente GREENSTONE BELT constitui seqüência de rochas vulcânicas e sedimentares afetadas por metamorfismo de baixo grau, e em geral de idade arqueana ou paleoproterozóica, distribuídas em escudos Pré-cambrianos. No Brasil representam o principal ambiente geológico para ouro. Mais de 60% do território brasileiro é constituído por escudos pré-cambrianos que contem seqüências desse tipo de deposito com depósitos cujas reservas somam mais de 1000t de ouro.


O principal e mais tradicional GREENSTONE BELT produtor de ouro no Brasil é o do Rio das Velhas no Quadrilátero Ferrífero contendo as importantes minas de Morro Velho, Raposos, Cuiabá, etc.


No greenstone belt do Rio Itapicurú, Bahia, a principal jazida em operação é a de Fazenda Brasileiro encaixada em xistos máficos dentro de zonas de cisalhamento preenchidas por veios de quartzo-carbonático. Situação semelhante se da na jazida Mina III no greenstone belt de Crixás em Goiás.

Ambientes do tipo greenstone belt também, são identificados na província de Carajás e todos apresentam mineralizacões de ouro. No entanto, o principal produtor é o Grupo Itacaiúnas de grau metamórfico mais elevado. As principais jazidas são a do Igarapé Bahia e a do Salobo onde o ouro ocorre associado ao cobre.

Seqüências vulcano-sedimentares foram identificadas na região Centro-Oeste e definidas como arcos magmáticos mais recentes, no Neoproterozóico, com características bastante diversas dos greenstone belt mais típicos arqueanos. No entanto, estas são também produtoras de ouro tendo como exemplo as jazidas do Posse, Zacarias e Chapada na região de Mara Rosa.


2. DEPÓSITOS ASSOCIADOS À META-CONGLOMERADOS DE IDADE PALEOPROTEROZÓICA


Trata-se de um depósito clássico no mundo tendo como padrão os tradicionais depósitos de ouro associado ao urânio e a pirita nos membros basais da bacia de Witwatersrand na África do Sul, responsáveis por aproximadamente 1/3 da produção de ouro anual no mundo. A mineralizacão e do tipo stratabound e estratiforme já que se relaciona a horizontes sedimentares específicos. Os meta-conglomerados são caracteristicamente do paleoproterozóico e repousam sobre embasamento arqueano, geralmente em proximidade com ambientes greenstone belt, que supostamente serviram como fonte do ouro depositado nos meta conglomerados.

No Brasil este tipo de deposito ocorre associado à meta-conglomerados da Formação Córrego do Sitio na região de jacobina, Bahia, e Formação Moeda, no Quadrilátero Ferrífero. No entanto os depósitos econômicos situam-se apenas em Jacobina, representados pelas minas de Canavieiras e João Belo que conjuntamente apresentam reservas da ordem de mais de 300 t de ouro e uma produção acumulada da ordem de 20 t.


3. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A ITABIRITOS


Este tipo de deposito, genericamente denominado de Jacutingas, tem um caráter regionalizado já que ocorrem exclusivamente associações às formações ferríferas do supergrupo Minas na região do Quadrilátero Ferrífero e adjacências. São depósitos em geral de pequena tonelagem podendo, no entanto atingir altos teores que no caso da mina Gongo Soco pode variar de 20 a 34gAu/t. Este ouro é por vezes extraído como subproduto do minério de Ferro e tem como característica peculiar à ocorrência de Paládio formando uma liga com o ouro.









4. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A SEQÜÊNCIAS METASSEDIMENTARES DE NATUREZAS DIVERSAS


Depósitos desse tipo são definidos como aqueles associados aos ambientes predominantemente metassedimentares cuja contribuição vulcânica, quando presente, e subordinada. Essas seqüências são principalmente de idade Proterozóico.



Em Paracatu (MG) o deposito do Morro do Ouro apresenta um dos mais baixos teores do mundo, da ordem de 0,6gAu/t, porem com reservas originais com mais de 100t de Au.o depósito esta encaixado em metassedimentos plataformais de idade Neoproterozóica e é compostos de filitos grafitosos ritmicamente intercalados com sedimentos clásticos e químicos onde o ouro ocorre em finas vênulas de quartzo. Depósitos com características semelhantes ocorrem na região do Rio Guaporé (MS) como o deposito de São Vicente, associado ao Grupo Aguapeí do Mesoproterozóico.

Na região dos Carajás os depósitos de Águas Claras, com aproximadamente 20t de ouro e o deposito de Serra Pelada encaixam-se em formações metassedimentares.


5. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A INTRUSÕES GRANÍTICAS E VULCÂNICAS ACIDAS ASSOCIADAS


A principal área onde foi identificado este tipo de deposito, encontra-se na região do Rio Tapajós e na região de Peixoto de Azevedo (MT). Estas duas regiões são tradicionais produtoras de ouro aluvionar em garimpos. No entanto, mais recentemente uma serie de depósitos primários tem sido identificados em associação com rochas graníticas intrusivas anorogênicas do Mesoproterozóico, como a Suíte Maloquinha, na região do Tapajós e Suíte Teles Pires em Peixoto Azevedo.


Os vulcanismos ácidos que acompanharam essas intrusões também são mineralizados e caracterizam um ambiente de vulcanismo continental. Esses depósitos geralmente ocorrem na forma stockworks ou veios de quartzo. No Tapajós ocorrem também depósitos associados a intrusões graníticas do paleoproterozóico assim como mineralizacões associadas a seqüências vulcano-sedimentares, no entanto as reservas mais significativas ate o momento reportadas referem-se apenas aos depósitos aluvionares.


6. DEPÓSITOS ALUVIONARES


As jazidas aluvionares são numerosas contendo mais de 100 cadastradas segundo o PNPO. As reservas conhecidas em cada depósito são, no entanto, em geral pequenas.Algumas exceções se restringem a áreas em que a mineração e conduzida por empresas organizadas como no rio Jequitinhonha (MG), onde são reportadas cerca de 15,6t de ouro como subproduto do diamante; Apiácas (MT) com 33t e Periquitos (RO) com 21,1t. As jazidas aluvionares foram as que mais produziram ouro no Brasil entre 1965 a 1997 com um total de aproximadamente371t seguida pelos depositos em ambiente tipo greenstone belt com 257t. Deve-se considerar que em muitos casos o ouro em aluvião tem sua fonte primaria relacionada às seqüências do tipo greenstone belt.

As principais regiões produtoras em aluviões estão concentradas na região Amazônica e atualmente são trabalhadas por garimpeiros. A produção oficial apresentada entre 1965 e 2001 na região do Rio Tapajós e de 130t; na região de Peixoto de Azevedo (MT) 50,4t; Alta Floresta (MT) 55,3t; e nos aluviões do Rio Madeira (fronteira AM e RO) alcançou 120t.


--- Os depósitos aluviais são muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial. Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill são formadas assim. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal selecionados, de cascalho, areias e lamas, ambiente de aglomeração de metais pesados como o ouro. ( Foto ao lado Região do Rio Tapajós: bancos de areia mineralizados, draga flutuante de extração e o garimpo ‘Porto Rico’)

Fonte: CPRM

O que é Greenstone belt

 O que é Greenstone belt


Cinturão de rochas verdes (do inglês Greenstone belt), é um termo utilizado na Geologia para se descrever associações metavulcanossedimentares de idades Pré-Cambrianas.

Os cinturões de rochas verdes são responsáveis por grande parte de depósitos minerais ao redor do mundo, sendo os mais notáveis de ouro. Também são importantes os depósitos de prata, chumbo, cobre, níquel, cromo e zinco. Diversas empresas de mineração mantêm projetos de exploração mineral das mais diversas substâncias minerais nestas áreas. No Brasil, estão relacionados a importantes áreas de exploração aurífera, tanto no passado como no presente. No Estado de Goiás, os cinturões de rochas verdes de Crixás, Guarinos e Pilar de Goiás, assim como de Goiás e Faina estão relacionados aos grandes ciclos de garimpo existentes nestas regiões, assim como atualmente por grandes mineradoras, tendo destaque a Mineração Serra Grande, em Crixás. Na Bahia, o cinturão de rochas verdes do Rio Itapicuru também é importante economicamente, havendo a Mineração Fazenda Brasileiro no município de Barrocas. De maior importância econômica, é o cinturão de rochas verdes de Rio das Velhas, no estado de Minas Gerais, com inúmeras minas de ouro como a de Morro Velho e São Bento.

Fonte: Geologo.com

sábado, 30 de setembro de 2017

"capital do garimpo" no Pará

Reportagem Exclussiva da UOL Itaituba: Ouro impõe ciclo de violência em "capital do garimpo" no Pará
  Extração de ouro em garimpo na região do rio Tapajós, no oeste do Estado do Pará
Reportagem do site UOL Matéria sobre Itaituba

O garimpeiro Ivo Lubrinna de Castro, 69, marca 16 de abril de 2010 como o dia em que nasceu de novo. Naquele dia, três homens interessados em explorar ouro no oeste do Pará, à revelia do ocupante da terra, armaram-lhe uma emboscada na entrada do garimpo do Piririma e só não consumaram o crime porque se deram conta de que estariam matando ninguém menos que o presidente da Amot (Associação dos Mineradores de Ouro do Tocantins).

Arte/UOL
Itaituba, no oeste do Pará

As armas de grosso calibre que foram apontadas na direção de Ivo Preto, como é conhecido Lubrinna na região que escolheu para trabalhar há 42 anos, não dispararam, mas nem por isso o garimpo de ouro na região ficou menos violento. Itaituba (a 1.696 km de Belém), cidade de 98 mil habitantes que reúne o maior contingente de garimpeiros do Brasil, registrou 38 homicídios e 41 tentativas de homicídio em 2014, de acordo com o Sistema de Informações de Indicadores Sociais do Pará. Como comparação, a taxa de homicídios no Brasil é de 29 para cada 100 mil habitantes. Nos primeiros nove meses deste ano, foram registradas 41 mortes violentas.


"O ouro traz cobiça. Onde tem ouro, a violência é uma realidade", afirma o diretor de Polícia do Interior do Pará, Sílvio Mauês.

Flávio Ilha/UOL
Lavra de ouro no oeste do Pará: ilegalidade da maioria dos garimpos incentiva crimes

A preocupação da polícia é o isolamento de muitas áreas de garimpo no município de Itaituba. A cidade é a 13ª maior em área territorial do país e seus 62.041 km² são superiores em extensão a sete Estados brasileiros – o do Rio de Janeiro, por exemplo, tem 43.780 km². O acesso, em alguns casos, é feito somente por aviões de pequeno porte, inacessíveis para a Polícia do Pará. E também a natureza da atividade, marcada por disputas internas envolvendo áreas de exploração e por um índice de educação formal baixo, que segundo Mauês "influencia o comportamento violento".

O ouro traz cobiça. Onde tem ouro, a violência é uma realidade
 
Silvio Mauês, diretor de Polícia do Interior do Pará


"É uma atividade (o garimpo) muito desgastante, em que um indivíduo pode passar semanas, ou meses, enfiado no meio do mato. Temos um histórico de flagrantes que preocupa bastante, especialmente de óxi e de crack", afirma.

As quadrilhas de traficantes, que usam a rota do Tapajós, rio que margeia a cidade, para transportar drogas da Bolívia e da Colômbia, acabam atuando também no varejo da região, especialmente pelo pagamento em ouro. Dez gramas do metal podem comprar até 66 gramas de cocaína, dependendo do grau de pureza. Em 2016 a polícia paraense contabilizou 38 prisões por tráfico na região.

Garimpo agressivo

A permissão legal para o garimpo no Tapajós foi regulamentada em 1990, mais de 30 anos depois dos primeiros garimpeiros terem desembarcado no oeste do Pará. A reserva aurífera do Médio Tapajós já produziu oficialmente 190 toneladas de ouro desde 1958, segundo o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Extraoficialmente, entretanto, a avaliação das autoridades locais é de que tenham sido retiradas cerca de 800 toneladas da região em quase 60 anos de atividade. A diferença entre os dois volumes deixou Itaituba de forma clandestina.

A nova invasão do Tapajós começou em 2011, quando a cotação do ouro disparou no mercado internacional. De US$ 380 a onça (que equivale a 31,15 gramas) em Wall Street, o metal passou a ser comprado a US$ 1.000 em 2002 e bateu em US$ 1.650 há quatro anos. Hoje, a cotação se estabilizou num patamar de US$ 1.150, o que leva o quilo a valer US$ 37 mil (cerca de R$ 140 mil, de acordo com a cotação desta terça-feira (3) da moeda norte-americana). O número de garimpeiros cresceu no mesmo ritmo: eram cerca de 25 mil há cinco anos, mas hoje já beiram os 50 mil. Ou 60 mil, de acordo com a fonte da informação. O Serviço Geológico do Brasil identificou 71 lavras na chamada Província Mineral do Tapajós.

O problema é que a maioria das lavras é ilegal, o que aumenta a pressão pela posse da terra e a presença de "estrangeiros" no negócio – gente que foi extrair madeira ou criar gado na região e percebeu que o garimpo é uma atividade lucrativa e sem controle, apesar do risco. E que a mão de obra, além disso, é abundante.

Flávio Ilha/UOL
Buraco provocado por escavadeira de grande porte nos chamados garimpos industriais

Ivo Preto, assim como outros garimpeiros históricos da região do Médio Tapajós, está assustado com a agressividade crescente que assola os garimpos. Nas lavras de Lubrinna, localizadas na bacia do rio do Rato, a mais de duas horas de distância de Itaituba e onde se chega apenas de barco ou avião, os invasores já abriram picadas e entraram na terra para explorar áreas de mineração que ainda estão virgens.

Flávio Ilha/UOL
Nem liderança entre garimpeiros do Tapajós livrou Lubrinna de uma tentativa de homicídio em 2010

Gente de fora, afirma o garimpeiro, para quem as leis informais do garimpo não valem mais nada. Lubrinna diz que se "criou" no Médio Tapajós, onde chegou em 1973, justamente porque respeitou as leis da região e teve a sorte de bamburrar, com duas toneladas de ouro.

A lei informal a que se refere Ivo Preto é simples: o garimpo é de quem chegar primeiro. E quem se sentir ameaçado tem o "direito" de resolver a questão do seu jeito, já que a Justiça "é lenta". Como diz o garimpeiro, "tem que resolver lá [no garimpo], porque até chegar na Justiça acabou o ouro". A forma de solucionar é revólver e facão.

"Tem que resolver lá [no garimpo], porque até chegar na Justiça acabou o ouro"
Ivo Lubrinna de Castro, o Ivo Preto, garimpeiro da região

"Nunca se matou por ouro aqui no Tapajós. Nunca. Se morria por puta e por cachaça, mas não por ouro. Mas agora está surgindo isso daí porque nego está desrespeitando demais", diz o garimpeiro. Segundo Lubrinna, antes da nova invasão, ninguém entrava em terra alheia. "O cara dava um pique num pedaço de pau e ninguém entrava. Agora estão dizendo que as terras são do governo, estão abrindo picadas e se preparando para invadir. Se quiserem invadir, vão ter que passar por cima do meu cadáver."

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Fonte: UOL

Região serrana do ES tem histórico de garimpo de pedras preciosas

Região serrana do ES tem histórico de garimpo de pedras preciosas


Em Santa Teresa, a atividade garimpeira já trouxe muitas riquezas.
Até pedra de 250 kg já foi encontrada no local.

Do G1 ES


Infelizmente este vídeo não está mais disponível. Desculpe-nos pelo inconveniente.
Já conhecida como "Serra Pelada" capixaba, a comunidade de Várzea Alegre, no interior de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo, tem um histórico de garimpo e busca por pedras preciosas.
A região já trouxe riquezas para muitos garimpeiros. Em vez de ouro, o que despertava interesse na região eram as pedras preciosas.
"Tudo começou com um caçador que, atrás de um tatu, achou uma pedra brilhante perto de sua toca", diz o comerciante da região Antônio Lopes.
A corrida das pedras começou na década de 40 do século passado. O produtor rural Vandacir Roncon conta que já encontraram até pedra de 250 kg na área. "Teve que descer um varão, carregada nas costas", lembra.
Antônio Lopes ressalta que a atividade garimpeira trouxe muitas riquezas, mas que nem todos souberam desfrutar dela. "Muita gente ficou rica, mas perderam tudo, nem eles existem mais. Aqui na pedra da onça dava águas marinhas e outros cristais também", diz Antônio.
Hoje a área está abandonada, mas antigamente era bem movimentada, vivia repleta de garimpeiros em busca do sonho de ficar rico. A última descoberta foi em 2014, quando o produtor rural Alonso Possatti encontrou uma água marinha pura. "Com o dinheiro, deu pra quitar dívidas, comprar casa e terreno para os filhos", diz.
A reserva de pedras preciosas é enorme, mas ninguém quer garimpar, pois o turismo na região está dando muito dinheiro. Mas é só andar nas regiões de garimpo que logo você acha berilo azul, ou mesmo água-marinha no cascalho antigo dos garimpeiros. O que precisa é delimitar  uma área só para o garimpo, disse o sr. Harns, morador da região, que acredita ter muita pedra preciosa ainda na região.
Fonte: G1
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