segunda-feira, 11 de junho de 2018

3 razões que explicam o fim da era do petróleo barato

3 razões que explicam o fim da era do petróleo barato



Como o petróleo saiu de uma baixa histórica nos preços e voltou a representar uma dor de cabeça para países consumidores? Os valores voltaram a subir no ano passado e, em meados de maio deste ano, superou a barreira dos US$ 80 por barril (cerca de R$ 300), o valor mais alto registrado desde novembro de 2014. Com isso, os alarmes soaram e os especialistas começaram a decretar que havia chegado “o início do fim” da era do petróleo barato.
Nas últimas semanas, analistas e investidores, como o banco Goldman Sachs, avaliaram que a demanda por petróleo no curto prazo será maior que a oferta, o que deve aumentar ainda mais as pressões sobre o preço do produto. Já o banco americano Morgan Stanley elevou suas projeções de aumento no valor do barril para este ano e para os próximos.
Veja, a seguir, 3 causas que explicam por que operadores e analistas pensam que estamos no fim da era de petróleo barato:

1 – Drásticos cortes de oferta de petróleo

Os países exportadores de petróleo estão há 17 meses aplicando um plano de redução da oferta, com queda de cerca de 1,8 milhão de barris por dia, considerado por analistas como a chave mais importante por trás do aumento de preços.
Para o governo dos Estados Unidos, a agressividade dos cortes na produção se transformou em uma manipulação do mercado, impulsionada pela Arábia Saudita, com o objetivo de provocar uma alta artificial do preço.
Os produtores estão lançando sinais divergentes. No Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia, eles concordaram em moderar os cortes na produção de petróleo neste ano. Porém, os mais céticos não consideram que este anúncio vá alterar a tendência do mercado no longo prazo – de alta.
Por outro lado, há uma demanda crescente. Nos últimos anos, o excesso de estoque de petróleo chegou ao fim em vários países, segundo especialistas que têm acompanhado de perto o movimento do mercado petrolífero.
“Se esgotaram os gigantescos estoques (de petróleo) que mantinham os preços baixos”, afirma Antoine Halff, pesquisador do Centro de Política Global Energética da Universidade de Columbia e ex-analista-chefe de petróleo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“Os estoques não diminuíram somente nos Estados Unidos e países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Também caíram os estoques chineses e de outros países.”
 

2 – Sanções dos EUA contra o Irã

O fator Irã desempenhou um papel importante na recente alta de preços do petróleo, diz Ellen Wald, analista de política e energia, autora do livro Saudi Inc e presidente de uma consultoria econômica, a Transversal Consulting.
“Os preços subiram se antecipando à retomada das sanções dos Estados Unidos contra o Irã. E subiram de novo quando as sanções foram anunciadas. Mas não está claro que quantidade de petróleo iraniano será removida do mercado. As estimativas vão desde 200 mil barris por dia até um milhão”, afirma Wald.
Com esse alto nível de incerteza, Wald não é a única a questionar os potenciais efeitos da decisão de Trump. “Não há dúvida de que o anúncio do governo Trump de impor novas sanções fez os preços subirem. Mas, se as sanções serão efetivas e irão impactar a receita do Irã advinda das vendas de petróleo, é algo que ainda não sabemos”, falou Antoine Halff, do Centro de Política Global Energética da Universidade de Columbia.

3 – A queda do fornecimento venezuelano

Em meio a uma grave crise política na Venezuela, a indústria petrolífera do país sofreu uma forte queda. A produção de petróleo caiu seis vezes mais do que o previsto pela OPEP, diz Francisco Monaldi, especialista venezuelano em políticas energéticas latino-americanas da Universidade Rice, em Houston, e pesquisador do Centro de Políticas Globais da Universidade de Columbia.
“A velocidade da queda foi muito maior do que a esperada pelo mercado. E há preocupação, porque (a produção) segue caindo rapidamente”.
“A Venezuela contribuiu para o aumento de preços porque perdeu um milhão de barris diários em pouco mais de um ano”, acrescenta Amrita Sen, analista-chefe de petróleo da consultoria Energy Aspects.
Ainda assim, a Venezuela produz 1,4 milhão de barris por dia, explica Sen. “Como existe pouca capacidade extra (de produção de petróleo) em outras partes do mundo, qualquer perda (na Venezuela) pode provocar uma alta dos preços”.
Além da Venezuela, Angola, Nigéria e Equador também estão produzindo menos petróleo.
 

Acabou a era de preços baixos?

De acordo com Sen, há ainda um outro elemento chave que precisa ser considerado para o futuro. “A falta de investimento nos mercados petrolíferos durante o período de baixos preços significa que teremos uma ameaçadora escassez de oferta nos próximos anos”.
Em geral, os especialistas concordam que haverá mais aumentos de preço. Mas discordam sobre o longo prazo. “Cada vez mais o mercado muda, os observadores então acreditam que começou uma nova era, um novo paradigma, ou que houve uma mudança estrutural. Mas, mais cedo ou mais tarde, o mercado muda outra vez”, afirma Antoine Halff.
“No final, o petróleo, como todos os outros mercados de matérias-primas desde os tempos bíblicos, é cíclico”.
Fonte: EXAME

Estado americano vai pagar US$ 10 mil para quem morar lá e trabalhar remotamente

Estado americano vai pagar US$ 10 mil para quem morar lá e trabalhar remotamente



Vermont, EUA
Em 2019, o estado americano de Vermont pagará US$ 10 mil, cerca de R$ 37.600, para as pessoas que se mudarem para lá e trabalharem remotamente. O valor servirá para cobrir as despesas com a mudança e será pago US$ 5 mil, cerca de R$ 18.800, por ano durante dois anos para cada trabalhador que for aceito no programa estadual. O governador Phil Scott sancionou a lei no dia 30 de maio.Pessoas de todas as nacionalidades podem participar, mas é preciso estar dentro dos critérios para os candidatos serem aceitos, que são: trabalhar para uma empresa que esteja em outro estado dos Estados Unidos e com funções que podem ser feitas à distância e se tornar residente do estado de Vermont a partir de 1º de janeiro de 2019. Não há restrições do setor da empresa. Segundo o edital do programa, a ideia é trazer mais pessoas para o estado trabalhando de forma remota, porque essa é uma tendência no país.
O programa de trabalhador remoto foi anunciado porque Vermont está envelhecendo mais rápido do que o resto da população dos EUA, o que gerou uma crise econômica por falta da população economicamente ativa. O estado do nordeste dos EUA é rural e possui 625 mil habitantes e é bem gelado com temperaturas que podem chegar a – 28 graus.
Vermont orçou doações para cerca de 100 novos trabalhadores remotos nos primeiros três anos do programa e para cerca de 20 por ano para 2022 em diante. A data limite para se inscrever é 1 de outubro deste ano. Para saber mais do programa entre no site Think Vermont.
“Temos cerca de 16 mil trabalhadores a menos do que em 2009. Por isso, expandir nossa força de trabalho é uma das principais prioridades da minha administração”, afirmou Scott em comunicado. “Devemos pensar fora da caixa para atrair mais famílias trabalhadoras e jovens profissionais para Vermont. É exatamente isso que o Departamento de Turismo e Marketing fez com este programa para visitantes de fora do estado que possam estar interessados em viver em tempo integral em Vermont”, disse.
Fonte: InfoMoney
Fonte: Blog Natureza Bela Vida

MPF recomenda cancelamento de pesquisas e mineração em terras indígenas no Amazonas

MPF recomenda cancelamento de pesquisas e mineração em terras indígenas no Amazonas

O Ministério Público Federal recomendou o cancelamento de pesquisas e mineração em terras indígenas no Amazonas. A recomendação foi feita ao CPRM, Serviço Geológico do Brasil, no Amazonas. O MPF pede a revogação ou cancelamento de qualquer projeto, pesquisa ou medida em vias de implementação, relativos à atividade de exploração mineral em terras indígenas localizadas no estado, principalmente na região do Alto Rio Negro, sem consulta as comunidades tradicionais.
A decisão foi motivada por denúncias de lideranças indígenas da região do rio Ayari que alegam ser aliciados por entidades que desejam fazer pesquisa ou exploração mineral em suas terras.
Segundo o órgão, qualquer atividade de mineração em terra indígena é proibida, tendo em vista não haver regulamentação legal até o momento. O texto constitucional diz que a atividade mineradora nessas áreas só pode ocorrer mediante aprovação do congresso nacional.
O entendimento do MPF é se a mineração não é regulamentada, a pesquisa também deve passar por mais critérios, além de conversas informais com caciques, por exemplo. É o que ressalta o procurador da República Fernando Merloto Soave.
“Tem que ser feita de maneira livre, prévia a respeito de qualquer possível impacto e informada. Inclusive em língua própria, se for o caso, dos possíveis impactos e afins. Não simplesmente chegar nessas comunidades prometendo benefícios e outras coisas pra situação da pesquisa”, declarou.
A Superintendência do CPRM no Amazonas tem até o dia 18 de junho para informar ao MPF o acatamento da recomendação, encaminhando esclarecimentos detalhados sobre as providências a serem adotadas para cumprir as medidas indicadas no documento.
O CPRM informou que não vai se manifestar sobre o assunto.
Fonte: EBC

Apesar da crise econômica, geologia está em alta

Apesar da crise econômica, geologia está em alta

Em ano de baixo crescimento econômico e crise política que afetam diretamente o Brasil, a retomada dos investimentos nos setores da mineração e de petróleo no Brasil aponta novas perspectivas para os geólogos no país, que hoje somam 11 mil profissionais, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geologia.
 Ainda segundo a instituição, um número muito aquém do demanda da área no país. Atualmente, o setor petrolífero absorve 27% dos geólogos que atuam no mercado, enquanto 34% estão na mineração. Se antes os homens dominavam esse mercado, hoje, as mulheres já disputam de igual para igual as vagas nos 33 cursos de Geologia e nos três cursos de Engenharia Geológica existentes no país.
Vale ressaltar que um profissional da área ganha cerca de 8,5 salários mínimos por mês. Esses e outros dados inéditos do setor serão apresentados no 49º Congresso Brasileiro de Geologia, que acontece entre os dias 20 e 24 de agosto no Rio de Janeiro.
Fonte: Correio Braziliense

Estradas de ferro encolheram 25% desde a década de 60


Estradas de ferro encolheram 25% desde a década de 60

Se o Brasil não tivesse deixado de lado os investimentos em ferrovias, a greve dos caminhoneiros, que aconteceu no fim do mês passado, provocando desabastecimento em todo país, poderia ter impactos menores, conforme especialistas na área de logística. “O nosso maior problema é que não temos um modal competindo e complementando o outro, como ocorre em outros países de dimensões continentais”, observa o professor da Fundação Dom Cabral (FDC) Paulo Renato de Sousa. Conforme o levantamento Projeto Brasil, do Instituto de Engenharia (IE), 67% do transporte de carga é feito por meio das rodovias. “Foi uma opção feita pelo Estado brasileiro na década de 50”, ressalta o presidente da entidade, Eduardo Lafraia. Já a Fundação Dom Cabral estima que 75% da produção do país seja escoada pelas estradas do país inteiro.
Não bastasse a concentração da matriz do transporte de cargas, os quilômetros de estradas de ferro utilizadas foram reduzindo com o passar dos anos, tanto no Brasil como em Minas, segundo o membro da ONG Trem André Tenuta. “Na década de 60, o país chegou a ter quase 40 mil km de estradas de ferro. Hoje, não chega a 30 mil km”, diz. Uma queda de 25%. No Estado, em 1961, eram 8.451 km de ferrovia. A partir de 1996, caiu para 5.850 km.
Tenuta, que também é presidente do Instituto Cidades, explica que o déficit da malha ferroviária brasileira cresceu devido a diversos fatores, entre eles o uso político das ferrovias a partir do fim da década de 40. “A administração não era técnica, prevalecia o filhotismo, as despesas com pessoal cresciam. Isso tudo ocasionou uma ineficiência administrativa”, diz.
Na década de 80, houve uma tentativa de resolver os problemas financeiros da chamada Rede Ferroviária Federal, que incluiu a redução de pessoal. Em 1996, a malha foi privatizada por meio de concessões. A mineradora Vale foi uma das principais concessionárias. “Como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) só foi criada em 2001, houve um período sem regulação”, diz.
Nas mãos de grandes empresas exportadoras, a malha não cresceu. “É um modelo de ferrovia que não funciona para servir o país. É um negócio de empresa”, observa Tenuta.
E se não bastasse a retração do tamanho da malha, nem todos os 29.075 km concedidos para a iniciativa privada estão em condições de serem usados, conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). São 8.600 km, o equivalente a 31% do total da malha abandonados. E 23% (6.500 km) são de trechos considerados sem condições operacionais. Para a entidade, a ausência de concorrência contribuiu para a ineficiência do sistema.
Investimentos. A Fundação Dom Cabral calcula que seja necessário investir, pelo menos, R$ 600 bilhões nos próximos 15 anos em logística no país.
Despesas. Os custos logísticos consomem 12,37% das receitas das empresas.
Prioridade. O Instituto de Engenharia recomenda priorizar os investimentos na Ferrovia Norte-Sul.
Investimento para ampliar malha é nulo
A antecipação da concessão da malha ferroviária brasileira, que vence daqui a dez anos, é uma medida que causa polêmica. O membro da ONG Trem André Tenuta é contra. Para ele, é arriscado manter as estradas de ferro nas mãos de grandes empresas exportadoras. “Elas têm interesse em manter apenas os corredores para exportação. Logo, não atendem o interesse público”, analisa.
Conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no intervalo de 2006 a 2013, somente 7,6% (US$ 62 milhões) dos recursos investidos no setor ferroviário foram destinados à ampliação da malha, excluídos os recursos para a Nova Transnordestina.
Para o especialista em políticas e indústria da CNI, Matheus de Castro, a antecipação é uma oportunidade para corrigir erros cometidos nos anos 90, incluindo novos investimentos nos contratos e incorporando o compartilhamento das malhas.
Tenuta frisa que não há como garantir que os investimentos sejam feitos por essas empresas. “Com a antecipação, as ferrovias ficariam com essas empresas por 40 anos”, diz. Para ele, é possível aproveitar o que já existe e reativar as linhas mais curtas. “Se o país tivesse os quase 40 mil quilômetros de linhas que já teve no passado, já seria um bom começo”, diz.
Fonte: O Tempo