terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Riqueza mineral da Amazônia pode ter origem em vulcões antigos

Erupções começaram há bilhões de anos, mas suas consequências perduram até hoje

Rochas com pontos brilhantes de molibdênio, além de cobre e outros minerais em menor quantidade - Foto: Leo ramos/Revista Fapesp
Rochas com pontos brilhantes de molibdênio, além de cobre e outros minerais em menor quantidade – Foto: Leo Ramos/Revista Fapesp
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Cerca de 4 mil quilômetros separam a sala repleta de caixas com fragmentos de rochas dentro da USP do local de onde elas foram retiradas – a floresta amazônica. Caetano Juliani, o geólogo que faz do pequeno espaço no Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, no Instituto de Geociências (IGc), seu local de trabalho, toma um pedaço de rocha na mão medindo não mais do que 15 centímetros de comprimento, que cintila com pequenos pontos prateados. “Pode tocar. Isso aqui brilhando é molibdênio”, diz o pesquisador, apontando para o elemento usado na confecção de ligas metálicas muito resistentes, com boa demanda no mercado internacional.
Desde 1998 o geólogo pesquisa feições que poucos brasileiros associam ao norte do país: os vulcões que existiram no território onde hoje está a amazônia. O festival de erupções começou há cerca de 2 bilhões de anos, na era geológica conhecida como Paleoproterozoica, mas suas consequências perduram até hoje. A região presenciou eventos intensos de diferentes formas de vulcanismo, sobrepostos ao longo de milhões de anos, que presentearam o solo de uma área estimada em cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados com depósitos de ouro e diversas ocorrências de cobre e molibdênio trazidos das profundezas da Terra à superfície pela lava. “Essa foi provavelmente a maior área de vulcanismo com tamanha intensidade no mundo”, afirma o geólogo.
Recentemente o grupo da USP estuda vestígios de vulcões carbonatíticos, que dão origem a rochas com minerais como calcita e dolomita, no município de São Félix do Xingu, no Pará. A região está na parte sul do cráton amazônico, uma área tectonicamente estável nos últimos 800 milhões de anos que começou a se formar há cerca de 3 bilhões de anos. Esses vulcões, de um tipo raro no mundo, lançavam magma associado a grandes depósitos de fósforo, elemento utilizado na produção de fertilizantes para a agricultura.
De acordo com Juliani, os vulcões amazônicos foram formados por diferentes processos entre 2 e 1,87 bilhão de anos atrás. Até os anos 1980 acreditava-se que o vulcanismo na região havia sido apenas aquele típico de regiões estáveis, com poucos terremotos e vulcões – chamado de anorogênico. Com a obtenção de mais material e novos estudos, ficou claro que essas formações foram mais complexas, acrescentando ao pacote o vulcanismo orogênico, característico de áreas instáveis, semelhantes às dos Andes, às do México e às do oeste dos Estados Unidos.
A água quente liberada durante a consolidação do magma dá origem às mineralizações conhecidas como hidrotermais, estudadas pelo grupo de Juliani. Essas alterações na região sul do Pará estão descritas em artigo publicado em abril deste ano no Journal of Volcanology and Geothermal Research. Para que o processo aconteça, é necessário que uma fonte transporte os metais para mais perto da superfície, papel desempenhado pelo vapor-d’água que acompanha o magma. A criação de um depósito mineral, como de fósforo ou de molibdênio, pode levar mais de 500 mil anos, nos quais os metais são carregados para próximo à superfície, onde ficam acumulados. Mas isso só ocorre se as condições geológicas do local permitirem. “Não conhecemos o tamanho dos depósitos na Amazônia. O que sabemos é que os metais certamente foram transportados e, pelas características mapeadas, temos fortes indícios de que houve acumulações nas regiões entre o rio Tapajós e o rio Xingu”, afirma.

Na estrada

A rotina dos pesquisadores na região é pesada, com grandes dificuldades de acesso a certas partes da floresta. O material que precisa ser transportado de volta ao laboratório para análise são pedaços de rochas e, para não correr o risco de perder fragmentos no caminho ou deixar algo para trás no aeroporto, Juliani conta que muitas vezes preferiu fazer o longo trajeto de caminhonete. O potencial da região para a descoberta de depósitos de minérios, reafirmado com os recentes estudos, é uma das motivações, embora seja necessário cuidado para evitar danos excessivos à floresta. “Não existem novas descobertas de recursos minerais suficientes para manter a produção de quase tudo que é utilizado nos dias de hoje, incluindo os equipamentos eletrônicos. Encontrar novas jazidas é uma necessidade para manter o bem-estar da sociedade”, diz o geólogo.
“Por causa da dificuldade de acesso, pouca gente se interessa em fazer pesquisa como essa na região”, afirma Carlos Marcello Dias Fernandes, geólogo do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPA), que desenvolve pesquisas com Juliani. Segundo ele, nenhum outro lugar no mundo apresenta vestígios de eventos vulcânicos tão antigos com tão boa preservação. “Nem todos os locais mapeados se tornarão minas para ser exploradas economicamente, mas esses estudos nos dão informações importantes sobre como a Amazônia se formou. É uma questão para a qual ainda faltam muitas respostas”, diz.
Fernandes destaca ainda o trabalho em conjunto que geólogos têm estabelecido com mineradoras brasileiras e estrangeiras na região. Os cientistas ajudam as empresas a encontrar os locais onde mais provavelmente estão os depósitos, e as companhias podem iniciar a sondagem, cara demais para os pesquisadores bancarem sozinhos. Cada metro de sondagem – perfuração das rochas para coleta de amostras – custa mais de R$ 2 mil e algumas delas podem atingir mais de 300 metros de profundidade. Em contrapartida, os geólogos ganham novas e melhores informações do que está debaixo da terra e foi encoberto pelo tempo para continuar a jornada e, quem sabe, desvendar novos mistérios dos ancestrais vulcões amazônicos.
Fonte: CPRM

Geólogos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante

Geólogos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante




Geológos criam mapa-múndi de possíveis minas de diamante
O resultado não é um mapa da mina definitivo, porque os esforços se concentraram em áreas mais antigas da crosta continental, uma faixa de pouco mais de 300 quilômetros de espessura e 2,5 bilhões de idade.[Imagem: Torsvik et al./Nature]
Em busca dos diamantes
Embora alumínio, minério de ferro e petróleo sejam as riquezas exploradas atualmente pela mineração em maior escala, o ouro e o diamante sempre estiveram ligados aos grandes anseios não apenas dos mineradores, mas da própria humanidade.
O ouro não resistiu ao desenvolvimento das novas técnicas geoquímicas e geofísicas, e hoje seus depósitos são mais facilmente detectáveis, ainda que a exploração desses depósito nem sempre seja economicamente viável.
Mas o diamante tem permanecido fugidio. Localizar reservas de diamante é muito mais difícil do que encontrar agulhas em meros palheiros, tornando um "mapa da mina de diamante" provavelmente muito mais valioso do que um "mapa da mina de ouro".
Tipos de minas de diamante
Há dois tipos de "minas de diamante" - que os geólogos chamam de ocorrência. Uma ocorrência de grande porte e já mensurada passa a ser considerada uma reserva. E uma reserva explorada comercialmente torna-se uma mina.
O primeiro tipo são os diamantes de aluvião, cuja rocha matriz - onde diamante nasceu - sofreu um desgaste erosivo ao longo de milhões de anos, fazendo com que as preciosas pedras rolassem e se depositassem em regiões mais baixas dos leitos d'água, atuais ou passados. Todos os diamantes encontrados no Brasil são desse tipo de reserva mineral.
O segundo tipo é o kimberlito, a rocha matriz onde o diamante se forma, a grandes profundidades e pressões enormes. Movimentos tectônicos, ou a própria erosão do terreno circundante, podem deixar essas rochas até bem próximo da superfície, facilitando a exploração. A maioria das grandes minas de diamante, como as da África do Sul, são minas de kimberlito.
Mapa da mina de diamante
Mas, como se formam a profundidades muito grandes, encontrar kimberlitos é muito difícil e não existem muitas técnicas para que isso seja feito em larga escala.
Agora, em um trabalho de grande impacto na área, um grupo internacional de geólogos conseguiu mapear milhares de kimberlitos ao longo de toda a Terra. O estudo poderá ajudar na localização de áreas com maior probabilidade de se encontrar diamantes.
O resultado não é um mapa da mina definitivo, porque os esforços se concentraram em áreas mais antigas da crosta continental, uma faixa de pouco mais de 300 quilômetros de espessura e 2,5 bilhões de idade.
O motivo é que estão ali os diamantes de extração mais economicamente viável.
Como se formam os diamantes
Os diamantes são formados em condições de alta pressão a mais de 150 mil metros de profundidade, no manto, a camada da estrutura terrestre que fica entre o núcleo e a crosta.
A distribuição desses diamantes no subsolo é controlada por plumas mantélicas, um fenômeno geológico que consiste na ascensão de um grande volume de magma de regiões profundas. Essa distribuição natural tem sido feita dessa forma há pelo menos meio bilhão de anos.
As plumas, originadas da fronteira entre o núcleo e o manto terrestre, são responsáveis pela distribuição dos kimberlitos, as raríssimas rochas vulcânicas das quais são retirados os diamantes.
Os cientistas reconstruíram as posições das placas tectônicas nos últimos 540 milhões de anos de modo a localizar áreas da crosta continental relativas ao manto profundo nos períodos em que os kimberlitos ascenderam.
"Estabelecer a história da estrutura do manto profundo mostrou, inesperadamente, que dois grandes volumes posicionados logo acima da divisa entre o manto e o núcleo têm-se mantido estáveis em suas posições atuais no último meio bilhão de anos," disse Kevin Burke, professor de geologia na Universidade de Houston, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo.
Dúvidas geológicas
De acordo com os pesquisadores, esses kimberlitos, muitos dos quais trouxeram diamantes de mais de 150 quilômetros de profundidade, estiveram associados com extremidades de disparidades em grande escala no manto mais profundo. Essas extremidades seriam zonas nas quais as plumas mantélicas se formaram.
Estranhamente, contudo, suas localizações parecem ter-se mantido estáveis ao longo do tempo geológico.

"O motivo para que esse resultado não tenha sido esperado é que nós, que estudamos o interior da Terra, assumimos que, embora o manto profundo seja sólido, o material que o compõe deveria estar em movimento todo o tempo, por causa de o manto profundo ser tão quente e se encontrar sob elevada pressão, promovida pelas rochas acima dele", disse.

Fonte:  Inovação Tecnológica

Mineração na Amazônia divide políticos e ativistas

Mineração na Amazônia divide políticos e ativistas

- The Wall Street Journal

A proposta para liberar grandes extensões de terra indígena para a mineração que será enviada ao Congresso no próximo mês reabre um antigo debate sobre os méritos de explorar as vastas riquezas de áreas protegidas.

O Brasil tem uma miscelânea de 688 reservas indígenas que cobrem cerca de 13% do território brasileiro, mais que o dobro da área da Suécia.

As terras, que em sua maioria ficam na região Amazônica, são reconhecidamente ricas numa grande variedade de minerais, inclusive ouro, ferro, níquel, diamantes e terras-raras.

Mas a constituição de 1988, que deu aos grupos indígenas "direitos inalienáveis" sobre suas terras, proíbe a mineração até que sejam criadas leis que regulem a atividade e protejam os direitos dos índios. O projeto procura estabelecer essas regulamentações e permitir a exploração.

O projeto de lei tem pela frente uma longa e complicada jornada no Congresso. Mesmo aqueles que apoiam a medida admitem que ela é polêmica, considerando o histórico de disputas sangrentas entre garimpeiros e índios e de danos ambientais como contaminação por mercúrio.

Os defensores da medida dizem que ela poderia beneficiar pequenas e grandes mineradoras e também as comunidades locais, que, segundo o projeto de lei, ficariam com 2% da receita bruta da extração nas suas terras.

"O Estado não pode mais continuar sem uma lei que regule a produção desses minerais, que poderiam trazer um ganho enorme para os índios", disse o autor do projeto, Édio Lopes, deputado de Roraima pelo PMDB.

Grandes mineradoras, como a BHP, a Rio Tinto e a própria Vale estão à procura de jazidas de alta qualidade em países politicamente seguros como o Brasil.

Valor Econômico

A mineração na Amazônia

A mineração na Amazônia

A amazônia tem uma contribuição significativa na atividade de extração e transformação mineral realizada em território brasileiro, considerando a ocorrência na região de diverso minerais que influenciam na balança comercial do país, sendo o Pará o segundo maior Estado exportador de minérios.
A extração do Nióbio colocou o Brasil em 1º lugar ranking internacional, em 2º com a extração do Ferro, Manganês e Aluminio(bauxita), e em 5º com o Caulim e Estanho. O Estado do Amazonas participa com 12% do Nióbio extraído no Brasil, e com 60% do Estanho.
O minério de Ferro de Carajás, sudeste do Pará, representa 26% da extração nacional, colocando o Estado atrás apenas de Minas Gerais. O Manganês da Mina do Azul, em Carajás, e da Buritirama, em Marabá, contribuíram com mais de 50% da extração de 2,4 milhões de toneladas em 2008.
O Estado do Pará é responsável por 100% da extração nacional dos minérios de Caulim, 85% de bauxita, 60% do cobre e 10% do Ouro, nas regiões Nordeste, Oeste e Sudeste..
A tendência para 2009, dependendo das condições da crise na economia mundial, é de que haja um crescimento significativo na extração de Bauxita, Cobre, Níquel, Fosfato e Ferro, considerando a entrada em operação das minas de Cobre e Níquel, da Vale, em Carajás, a mina de Bauxita da Alcoa em Juruti, e o salto da extração de Ferro de Carajás para 126 milhões de toneladas/ano.
Na Amazônia Legal a extração mineral responde por 25% do total das exportações, a transformação responde por 21%. Os estados do Pará e Maranhão, em 2008 responderam por 26% das exportações, com destaque para o ferro, cobre e manganês, que representaram 89% da comercialização de minério da Amazônia ao exterior.
A situação dos minérios mais extraídos na Amazônia, é esta: em primeiro lugar o ferro(35,2%), em segundo a alumina -bauxita(17,6%), em terceiro o alumínio(15,1%) e em quarto o cobre(11,3%).
Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da exportação deste segmento na Amazônia Legal.
O extrativismo mineral representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Estado do Pará. O município de Parauapebas participou com 35,8%(minério de ferro), Barcarena com 33,3%(alumina e alumínio), Canaã dos Carajás com 10%(cobre), Marabá com 7,1%(ferro gusa e manganês),Oriximiná com 6,3%(bauxita), e outros com menor participação.
A extração e transformação mineral na amazônia tem contribuído para o crescimento do PIB nos municípios, vejamos o caso dos 10 primeiros colocados no Estado do Pará: 1º lugar, Belém(28,21%), 2º, Barcarena(8,03%), 3º, Parauapebas(6,72%), 4º, Marabá(5,91%), 5º, Ananideua(5,56%), 9º, Canaã dos Carajás(1,58%), e 10º, Oriximiná(1,42%).
Tratando-se de reservas, conhecidas, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial em Bauxita, com depósitos concentrados em três distritos principais: Trombetas(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Paragominas-Tiracambú(plataforma Bragantina).
Expressivos depósitos de Caulim estão distribuídos em três principais distritos: Manaus(médio Amazonas), Almeirim(baixo Amazonas) e Capim(plataforma Bragantina). Ouro e Cassiterita, estão distribuídos pelas mais diversas áreas da região amazônica.
As jazidas de Ferro de Carajás, com seus 18 bilhões de toneladas de minério, corresponde à maior concentração de alto teor já localizada no planeta. Distribuídas em quatro setores principais: serra Norte, serra Sul, serra Leste e serra de São Félix ou serra Arqueada.
A pesquisa, extração e transformação mineral no estado do Pará ocorrem em quatro principais regiões: no Oeste, envolvendo os municípios de Oriximiná, Juruti, Monte alegre, Alenque e Óbidos; Nordeste, de Paragominas, São Domingos do Capim a Barcarena; Sudeste, Marabá, Cuiriomópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás; e Sul, Xinguara, Ourilândia, Tucumã, São Félix do Xingu, Rio Maria, Floresta do Araguaia, Santa Maria das Barreiras e Conceição do Araguaia.
As principais empresas de extração e transformação atuando no Pará, são: Vale, Anglo Americam, Alcoa, Albrás, Alunorte, Rio Tinto, Mineração Rio do Norte, CBA, Imerys Rio Capim Caulim S.A, Caulim da Amazônia S.A(CADAM/Vale), Pará Pigmentos S.A(PPSA/Vale), Xtrata e Caraíba Metais.
A CONTRADIÇÃO
A mineração na Amazônia tem se dado de forma espoliatória e predatória, desterritorializando populações tradicionais, degradando o meio ambiente, com poluição do ar, do solo, das bacias hídricas, desflorestamento, a destruição dos habitats naturais dos animais silvestres e destruição dos sitios arqueológicos.
São projetos dirigidos de fora para dentro da região sem que os povos amazônidas tenham a oportunidade de discutir e opinar sobre a viabilidade e necessidade dos empreendimentos.
Os núcleos urbanos próximos das áreas a serem mineradas passam por rápidas e indesejáveis transformações com o crescimento da população que migra motivada pela expectativa da empregabilidade. Os efeitos até então incontroláveis tem sido a elevação do índice de prostituição, da violência e de acidentes de trânsito.
As empresas aproveitam da conivência e submissão do Estado, das precárias condições que vivem a maioria das populações dos municípios onde elas se instalam, para através da manipulação da consciência das pessoas, com o discurso da chegada do desenvolvimento, criar um ambiente favorável para sua implantação.
Uma situação emblemática, que até hoje gera impacto negativo, foi a exploração do manganês, em Macapá. Depois da retirada de quase todo o manganês ficaram as crateras de até 170 metros de profundidade e um estoque de 70.000 toneladas de rejeitos, proveniente da extração de 34 milhões de toneladas de manganês, do processo de pelotização, com um percentual de arcênio muito superior ao encontrado no minério in natura.
Percebe-se pelas diversas experiências que o impacto da mineração é localizado, desestruturante e ao mesmo estruturante, ao modo que interessa às empresas. Desestrutura as comunidades locais, urbanas e rurais, provocando a migração de pessoas vindas de outras regiões e do campo para a cidade.
O aumento sem controle da população no entorno dos projetos constituindo grandes aglomerados nos núcleos urbanos, o aumento da criminalidade, o comércio de drogas, a superlotação nas escolas e a falta de serviços de atendimento à saúde para tanta gente, são impactos mais visíveis.
Sobre a população da área de Influência Direta(AID) da Vale, na região de Carajás, considerando os anos de 2000, 2005 e a projeção para 2010, os dados mostram um crescimento do ano de 2000 para 2005, no total da área, de 22,9%, e uma projeção de crescimento do ano de 2005 para o ano de 2010, de 92,9%. Registrando um total de habitantes no ano de 2000, de 344.386, no ano de 2005, de 423.361, e a projeção para o ano de 2010, de 817.268 habitantes.
Embora o crescimento da população total da área, do ano de 2000 para 2005, tenha sido de 22,95, mas no município de Canaã o crescimento foi de 88,3%, saltando de 10.921 para 20.570 habitantes.
A projeção do aumento populacional para 2010, no total da área, é de 92,9, mas é bom ressaltar que os índices por município variam de 61,2 %(Tucumã) a 197,9%(Canaã). Os maiores índices de crescimento populacional previstos são dos municípios de Parauapebas(107,3%), Ourilândia(139,1%) e Canaã(197,9%). Os outros municípios são: Marabá(81,2%), Eldorado(67,2%), e Curionópolis(77,2%).

Fonte: O Diário do Pará

O Garimpo de Esmeralda de Campos Verdes- Goiás

O Garimpo de Esmeralda de Campos Verdes- Goiás

O Garimpo de Esmeralda de Campos Verdes encontra-se no local denominado “Fazenda São João” no Município de Campos Verdes, Estado de Goiás. A cidade situa-se entre as coordenadas geográficas de 14º 15’ 28” sul, 49º 39’ 28” oeste, área: 441.702 km2, com uma população de 6.562 habitantes. O acesso principal ao Garimpo partindo de Goiânia, se dá através da Rodovia Estadual GO. 080, passando por Neropólis, Petrolina, Jesupolis, até se encontrar com a rodovia Federal Br. 153, passando por Jaraguá, Rianápolis, Ceres, Rialma, Jardim Paulista e chegando no Trevo de Itapaci, pegar a GO 154, em direção a Itapaci, Pilar de Goiás, Santa Terezinha até a chegada a Campos Verdes (mineração de esmeraldas).


Breve Histórico:

A ocorrência mineral deu-se por volta de 1980, na Fazenda “São João”, Distrito Sede do Município de Santa Teresinha de Goiás, quando o tratorista da Prefeitura Diolindo, ao patrolar uma estrada vicinal, viu aflorar um monte de pedras verdes no meio das raízes dos matos. Ao constatar que eram esmeraldas, milhares de garimpeiros, majoritariamente baianos, migraram para o local.




No período de 1981 a 1984, a população flutuante era de aproximadamente 35.000 pessoas, entre mantedores de serviços (patrocinadores de unidades produtivas), garimpeiros propriamente ditos, comerciantes de pedra e exploradores indiretos desse tipo de atividades.



Em 1987, após um plebiscito, o Garimpo se emancipou, passando a se chamar “Campos Verdes”, tendo ficado conhecido como a “Capital Mundial das Esmeraldas”. A primeira eleição para prefeito ocorreu em 1988, e o primeiro prefeito, Dr: Virmontes foi empossado em 1989.
Com o decorrer dos anos, a extração das esmeraldas foi ficando cada vez mais difícil; para ter uma idéia aclarada, existe mineradoras hoje, com shaft de até 450 metros de profundidade, tornado impossível à exploração por garimpeiros.
Uma nova era surgia no garimpo. As mineradoras começaram a se instalar e, diante do quadro institucional vigente, os trabalhadores locais procuraram se associar sob a forma preconizada, priorizando o sistema cooperativista, com o objetivo de facilitar o controle por parte dos órgãos oficiais sobre esse tipo de atividade.





Tipo de atividade
A atividade garimpeira é centenária no Brasil, e dela vem se ocupando uma fatia significativa da população nacional; aliás, com o agravamento da crise econômica do país, cada vez mais pessoas têm se ocupado dessa atividade.
A lavra garimpeira conduzida sob forma de cooperativismo é uma atividade recente no país. Está surgindo em conseqüência da legislação, e não espontaneamente, mesmo porque não existe uma cultura a esse respeito em nosso meio. Por conseguinte, esperam-se dificuldades na efetiva implantação do sistema do garimpo.




Mineração
Seleção de Áreas prioritárias para exploração de esmeraldas


Trabalhamos com objetivo de identificar Áreas com grande possibilidade de existência de mineralizações de esmeraldas, com reduzido risco, buscando uma parceria com os atuais proprietários, com aquisição de parte da mina através de investimento em operações de pesquisa de lavra.










1ª fase – OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES.
O trabalho teve início com a obtenção dos mapas atualizados das propriedades e de informações gerais sobre os respectivos proprietários.
No entanto, verificou-se que a coordenadas geográficas do mapa geológico da CPRM não estão na posição correta, devido ao fato de o mapa ter sido feito em 1984, sem auxílio do GPS, o que dificultou muito a localização exata das propriedades em planta.
Com os garimpeiros locais foram obtidos apenas mapas precários. Contudo, contamos com a colaboração do topógrafo Sr. Afonso e do agrimensor Agnel, que conhecem muito bem as propriedades.

2ª fase – ESTUDO REGIONAL:
Foi realizado um levantamento de campo para controle do GPS nas cinco faixas mineralizadas (“trechos”) com o objetivo de definir as posições dos corpos de xisto com esmeraldas e identificar as respectivas propriedades
a) trecho Velho: onde estão localizadas as duas maiores minas da região (Itaobi e Veraobi). Fica na ponta norte do trecho velho e corta a parte leste da faixa mineralizada.
b) trecho novo: Passa a parte leste do valetão (local de antigo afloramento de esmeralda), intensamente garimpado, E segue em direção a mineração PENERY, do grupo EMSA. O lado oeste situa-se à cabeceira do valetão, adjacente ao famoso garimpo do afloramento, e o lado leste é adjacente ao garimpo do “Nego Velho” (famoso pela imensa produção).
c) trecho do Netinho: Situa-se do lado leste do garimpo, existe grande possibilidade de concentração de esmeraldas. A última dela foi à mina São Geraldo, que produziu intensamente durante quase 4 anos e ainda continua produzindo.
d) trecho do Délio Braz: Trecho de mineralização paralelo aos outros trechos como: (Velho, Novo e do Netinho), situado a Oeste, estando a uma profundidade de 450 metros. A descoberta desse trecho abre perspectiva para o Sul de mineralização mais rasa e para o Norte rumo ao trecho do Kley. No entanto, é uma Área que exige grandes investimentos em sondagem e apresenta alto risco, por se tratar de uma região pouco conhecida.
E) Trecho do Kley: Foi descoberto em 2006, encontrando-se nesse trecho mineralizações nos níveis 48, 52, 128 metros de profundidade, constatando-se na sondagem, também, um outro corpo a 340 metros, ainda não alcançado. Supõe-se que esse nível é seqüência da Itaobi e Veraobi rumo Sul/Norte e paralelo a Mineração Peneri do grupo EMSA. O xisto (rocha matriz da esmeralda) é de excelente qualidade, conhecido como “pedra da louça”.


Fonte: Portal do Geologo