sexta-feira, 13 de março de 2020

Alexandrita

A mais rara e valiosa variedade do mineral crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II. De acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.
Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.
Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente; e vermelha-purpúrea, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar.
Esta instigante mudança de cor segundo o tipo de iluminação a qual está exposta à pedra, é denominada efeito-alexandrita, e deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.
Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, que consiste no aparecimento de um feixe de luz ondulante nas gemas lapidadas em estilo cabochão, e que apresentem determinados tipos de inclusões.
Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e AndhraPradesh).
A alexandrita é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932, e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatu e Uruaçu).

Fonte: CPRM

Cidade abriga uma mina de pedras preciosas


Preço do ouro tem pior semana em 9 anos com investidores desfazendo posições

Preço do ouro tem pior semana em 9 anos com investidores desfazendo posições



Commodities2 horas atrás (13.03.2020)

© Reuters.  © Reuters.
Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do ouro caíam mais 4% na sexta-feira (13) para uma nova mínima em 2020 após investidores serem forçados a realizar mais vendas para aumentar a liquidez causada pela queda dos índices acionários na véspera.
O metal amarelo abriu em baixa após os mercados acionários terem inicialmente se recuperado, respondendo a sinais crescentes de urgência por parte dos decisores de políticas da Europa na luta contra a pandemia de coronavírus. 
No entanto, os mercados caíram junto com os ativos de risco após a imprensa reportar que o presidente Donald Trump declararia emergência nacional para acelerar a resposta do governo à crise. Mais uma vez houve notícias de investidores liquidando posições para cobrir chamadas de margem em outros ativos, principalmente ações.
As notícias vieram contra um plano de fundo de especulação em relação à saúde pessoal de Trump, após notícias de que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro - com quem Trump entrou em contato no fim de semana passado - teria testado positivo para o novo coronavírus. Mais tarde, o filho de Bolsonaro negou as notícias em sua página no Facebook.
Às 16h (horário de Brasília), os futuros do ouro para entrega na Comex estavam em baixa de US$ 73,60 , ou 4,6%, a US$ 1.516,70 por onça, quase 10% abaixo de sua máxima do início da semana. Na semana, o contrato de ouro de referência perdeu 9,3%, o maior valor desde a semana que terminou em 18 de setembro de 2011, quando caiu 9,6%.
No início desta semana, o ouro de abril atingiu altas de sete anos, de US $ 1.703,90. Com a baixa intradiária de sexta-feira de US $ 1.504,35, a maioria dos analistas concorda que os futuros de ouro poderiam entrar em US $ 1.400 em território no início da próxima semana.
“Nós vemos o recuo recente do ouro como temporário dado o potencial suporte que vem pela frente, quando os gastos fiscais, em vez de políticas monetárias fracassadas, tomarem o controle”, disse o estrategista do Saxo Bank Ole Hansen. A resposta de políticas coordenadas aumentaria a probabilidade de inflação, causando um retorno do ouro, argumentou.
Além disso, o caminho para os futuros da prata piorou, caindo mais 8,1%, para US$ 14,69, sua mínima desde maio do ano passado.
Os futuros da platina caíam 3,5% para US$ 751,80 por onça, enquanto os futuros da platina foram vítimas das mesmas pressões de liquidação, caindo 16,7% para US$ 1.595,10, em curso para uma queda de 35% para a semana.
O movimento decrescente do ouro foi acompanhado por uma venda nos títulos do governo, apesar de sinais de que o Federal Reserve está se preparando para reativar seu programa de flexibilização quantitativa.
O índice de rendimento do Tesouro em 10 ano
 crescia 2 pontos-base para 0,87%, enquanto o rendimento em 30 anos crescia 10 pontos-base para 1,52%. Rendimentos com prazos de vencimento menores caíram, ancorados por expectativas de outro grande corte pelo Fed na próxima semana, após mais criticismo de Trump no Twitter na sexta-feira.
“T“O Federal Reserve deve FINALMENTE abaixar a Fed Rate para algo comparável aos bancos centrais concorrentes”, tuitou Trump. “Jay Powell e seu grupo estão nos colocando em decidida desvantagem econômica e psicológica. Não deveria ser assim. Além disso, ESTIMULEM!”

Gemas do Brasil, OPALA NEGRA PEDROII


Turmalina Paraíba

As turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”, em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas, causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então jamais vistas. A descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência deu-se sete anos antes, no município de São José da Batalha.
Estas turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis turquesas, azuis “neon”, azuis esverdeados, azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda, devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes, sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação mais forte do que os usualmente observados em turmalinas azuis e verdes de outras procedências.
Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de pedras preciosas de Tucson, no Estado do Arizona (EUA), teve início a escalada de preços desta gema. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo das mais de duas décadas que se seguiram, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais.
A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Estas minas passaram a produzir turmalinas cupríferas de qualidade média inferior às da Mina da Batalha, mas igualmente denominadas “Paraíba” no mercado internacional, principalmente por terem sido oferecidas muitas vezes misturadas à produção da Mina da Batalha.
Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico.
Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos, através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF). No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo, em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.
Até o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba” referia-se à designação comercial das turmalinas da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Tudo começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria, na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique, na região de Alto Ligonha, a aproximadamente 100 km ao sudoeste da capital Nampula.
De modo geral, as elbaítas com cobre destes países africanos não possuem cores tão vívidas quanto às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.
O achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria e de Moçambique não podem ser diferenciadas das produzidas no Brasil por meio de exames usuais e tampouco por análises químicas semi-quantitativas obtidas pela técnica denominada EDXRF.
Há alguns anos, felizmente, constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica analítica conhecida por LA-ICP-MS.
Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica.
Esta política é consistente com as normas da CIBJO, que consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação comercial, e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao cobre, sem qualquer menção ao local de origem. 
Por outro lado, como essas turmalinas cupríferas são cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação, apesar de opcional, de informações sobre sua origem nos documentos emitidos pelos laboratórios de gemologia, caso disponham dos recursos analíticos necessários.



Fonte: CPRM