A mais rara e valiosa variedade do mineral crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II. De acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.
Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.
Esta instigante mudança de cor segundo o tipo de iluminação a qual está exposta à pedra, é denominada efeito-alexandrita, e deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.
Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, que consiste no aparecimento de um feixe de luz ondulante nas gemas lapidadas em estilo cabochão, e que apresentem determinados tipos de inclusões.
Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e AndhraPradesh).
A alexandrita é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932, e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatu e Uruaçu).
Fonte: CPRM
A primeira ocorrência de alexandrita no Brasil, data de 1975, no local denominado Córrego do Fogo, Município de Malacacheta – MG. (gostaria de saber em que fonte a CPRM baseou para informar que a primeira descoberta no Brasil, foi próximo a Araçuaí MG)
ResponderExcluirO sitiante Nargito Mendes Néri, genro do Fazendeiro João Rodrigues dos Santos, posseiro da terra, foi o primeiro que a encontrou.
Desde então, os córregos da região vem sendo trabalhados por garimpeiros a procura dessa gema rara..
Fato curioso que nos foi contado pelo pedrista Kalil Alawar. Ele nos disse que estava em Israel e fora informado sobre alexandrita e caso fosse descoberto no Brasil, seria de grande valor. Poucos anos depois, isto aconteceu.
Quando estivemos na área, na época de sua descoberta, fomos interpelados por um garoto que nos queria vender a pedra. Então dissemos a ele que aquilo não era alexandrita e ele falou que provaria que era alexandrita. Pegou uma lanterna e jogou o facho de luz na pedra, e ela de verde passou para vermelha, que é uma das característica da alexandrita, ou seja, na luz natural ela é de cor verde e na luz artificial torna-se vermelha.
Muito interessante essa história, dr. Romario. O sr. deve ter presenciado muitos garimpos ricos em pedras preciosas nessa época, como essa que o sr. Contou. Não sei como a CPRM tirou essa informação que foi perto de Araçuai-MG, que descobriram a Alexandrita. É sempre bom contar com o sr. para falar o que de fato aconteceu, parabéns pelos conhecimentos. O sr. deve ter saudades dessa época né? Um grande abraço
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