sábado, 18 de abril de 2020

Achando pedras na estrada

Maior esmeralda do mundo é exibida na Colômbia


Maior esmeralda do mundo é exibida na Colômbia





Aquela que, segundo os proprietários é a maior esmeralda do mundo, está em exposição em Bogotá pela primeira vez desde que foi extraída, há 12 anos, das profundezas de Muzo, na região esmeraldífera da Colômbia. A pedra, ainda em estado bruto, tem quase dois quilos e meio e 11.000 quilates.
“Seu valor é incalculável”, diz Santiago Soto, porta-voz da feira Minergemas, realizada em Bogotá e que apresenta a gema de propriedade da empresa Coexminas. De um verde opaco intenso, a pedra foi encontrada em uma das minas da cidade de Muzo, departamento (província) de Boyacá (centro-leste), há doze anos, mas é a primeira vez que é exibida publicamente.
“Fura”, como foi batizada em homenagem a uma bela indígena que, segundo uma lenda histórica morou nessa região, está exposta dentro de uma urna de vidro sob severas medidas de segurança.
Fica sozinha em um pequeno salão ao qual têm acesso, paulatinamente, grupos de não mais de quinze pessoas, que a podem observar por alguns minutos a metros de distância e sob o olhar atento de cinco guardas à paisana. 
Muzo, junto com as localidades vizinhas de Chivor, Coscuez e Santa Bárbara (em Boyacá), integram a zona esmeraldífera da Colômbia, de onde brotam as mais belas gemas do mundo. A Colômbia fornece 55% do mercado mundial de esmeraldas, com exportações da ordem de 200 milhões de dólares anuais.
(Com agência France-Presse)

Fonte: Veja

Preço das Gemas

Preço das Gemas



Pércio de Moraes Branco

O termo gema designa, além de pedras preciosas, substâncias orgânicas (como pérola, âmbar, coral, madrepérola, marfim etc.), pedras sintéticas (cada vez mais numerosas) e artificiais (poucas). De todas elas, porém, as mais valiosas são as gemas minerais naturais.
O que torna um mineral valioso como adorno pessoal são basicamente duas características, a beleza e a raridade. Mas isso não significa que a gema mais rara é sempre a mais valiosa. O citrino e a ametista, por exemplo, ambos variedades de quartzo, têm preços diferentes; a ametista, embora mais comum, é mais valiosa.
Por outro lado, podem ocorrer alguns paradoxos. A andaluzita, por exemplo, é uma gema relativamente rara e, por isso, é pouco conhecida. Sendo pouco conhecida, é pouco procurada e, com pouca procura, acaba sendo relativamente barata.
Outro fator a ser considerado é a moda. Há épocas em que uma determinada gema é mais procurada, enquanto outras caem em relativo esquecimento. E há, enfim, a questão da abundância ou escassez local: a ametista e a ágata são muito mais baratas no Brasil, maior produtor mundial, do que na Europa.
O diamante, em vários aspectos a mais importante das gemas, tem seu valor muito influenciado por um fator extra: a produção e a venda dessa gema são em grande parte controladas por uma única empresa, a DeBeers Consolited Mines, que controla a oferta e dessa maneira influencia muito no preço final. Essa influência já foi maior e a tendência é diminuir ainda mais pela crescente presença dos diamantes sintéticos no mercado de gemas.
O valor de uma pedra preciosa em particular depende de quatro fatores:
Tamanho: uma gema de 1 quilate (200 mg), por exemplo, sempre valerá mais do que duas de meio quilate com mesma qualidade. Convém lembrar também que as gemas têm diferentes densidades (a opala é bem mais leve que o topázio), sendo assim gemas de mesmo tamanho podem ter pesos diferentes.
Cor: em princípio, quanto mais escura a cor, mais valiosa a gema. A turmalina verde é uma exceção; e o diamante, a menos que tenha cor bem definida, é tanto mais valioso quanto mais incolor for. É importante também que a cor seja uniforme.
Pureza: a ausência de inclusões (impurezas e fraturas) é sempre desejável. Esmeraldas, porém, só se mostram puras em gemas muito pequenas, pois é normal que sejam cheias de fraturas, preenchidas por impurezas.
Lapidação: gema de boa cor e boa pureza pode ter seu preço diminuído se não for bem lapidada. Isso é particularmente importante no caso do diamante, pois, sendo na grande maioria das vezes incolor, tem no brilho uma característica importante. E um bom brilho depende muito de uma boa lapidação.
Tudo isso torna bastante difícil elaborar uma lista das gemas mais valiosas, a menos que se considere puramente o valor de mercado. Então, basta ver a cotação atual em empresas especializadas, lembrando, porém, que os valores mudam de acordo com diversas variáveis, como as ditas acima, previsíveis em maior ou menor grau.
Levando em conta critérios técnicos e mercadológicos e usando o maior preço médio por quilate (1 quilate = 200 mg) pago no mercado internacional, as dez gemas mais valiosas hoje são as seguintes:
Esmeralda
Esmeralda
 Safira
Safira

 Rubi
Rubi
 Turmalina paraíba
Turmalina paraíba
 Diamante
Diamante

1º Diamante: até US$ 63.000 por quilate. Valor passível de influência pela presença crescente de diamantes sintéticos no mercado.
2º Turmalina paraíba: até US$ 15.000 por quilate. Descoberta inicialmente na Paraíba (daí seu nome), foi posteriormente descoberta também na África. As jazidas brasileiras, porém, já estão esgotadas e as africanas estão em vias de exaustão, o que deverá elevar esse preço (se já não elevou). Valor tão alto explica-se pela incomparável cor azul dessas gemas.
3º, 4º Rubi e safira: até US$ 12.000 por quilate. Rubi e safira são diferentes variedades de um mesmo mineral, o coríndon. O rubi é vermelho e a safira pode ter qualquer outra cor, sendo mais valiosa a azul.
5º, 6º, 7º Esmeralda, opala-negra e alexandrita: até US$ 9.000 por quilate. O preço da esmeralda varia muito em razão das impurezas que pode ter; gemas puras são sempre de pequenas dimensões. Opala-negra é aquela que tem um fundo escuro, sobre o qual ficam ressaltadas suas numerosas cores. A alexandrita, além de muito rara, destaca-se por ter cor verde em luz natural e vermelha em luz artificial.
8º Demantoide: até US$ 5.000. O demantoide é uma rara granada de cor verde.
9º Olho de gato: até US$ 3.500. Variedade de crisoberilo, assim como a alexandrita, o olho de gato recebe esse nome por exibir chatoyance, faixa luminosa que lhe dá o aspecto de um olho de felino. Embora essa característica esteja presente também em outras gemas, nenhuma delas atinge preço tão alto.
10º Topázio-imperial: até US$ 2.000. Produzido apenas no Brasil, o topázio-imperial tem cor laranja, rosa, salmão ou avermelhada. Delas, a mais valorizada é a vermelha.
 Topázio imperial
Topázio imperial
 Olho de gato
Olho de gato
 Demantoide
Demantoide

 Alexandrita
Alexandrita
  Opala negra
Opala negra



Fontes
BRANCO, P. de M. Dicionário de Mineralogia e Gemologia. São Paulo, Oficina de Textos, 2008. 806 p. il.
DILAGO, M. et al. Quais são as dez gemas mais valiosas do mundo? São Paulo, Mundo Estranho, janeiro 2007. p.46-47.
LINHARES, J. O azul mais lindo do mundo. São Paulo, Veja, 12.11.2008. p. 114-116.
Fotos
Esmeralda, diamante, topázio-imperial e olho-de-gato: Jules Sauer - Brasil, paraíso de pedras preciosas.
Turmalina paraíba: Veja.
Alexandrita, demantoide, rubi e safira: Walter Schumann - Gemas do Mundo.
Opala: Korbel & Novák - Enciclopédia de Mineralogia

SETOR DE JOIAS E BIJUTERIAS JÁ ACUMULA PREJUÍZOS EM MINAS GERAIS


Crédito: Carol Garcia/ GOVBA
Com as lojas fechadas na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus, o setor de joias e bijuterias em Minas Gerais acumula prejuízos e estima que a recuperação demandará maior tempo em função dos preços e das prioridades que os consumidores irão adotar após o controle da pandemia e a retomada das atividades do comércio.
O setor também enfrenta dificuldades em relação às políticas públicas lançadas pelo governo federal com o objetivo de auxiliar os empresários neste período, porém, as mesmas excluem as empresas com faturamento acima de R$ 10 milhões. Além disso, as entidades financeiras que estão operacionalizando as linhas continuam praticando juros elevados e exigindo garantias que dificultam o acesso ao crédito.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Manoel Bernardes, o setor enfrenta diversas dificuldades, assim como todos os demais setores econômicos que tiveram as atividades suspensas em função da pandemia.
“Os impactos econômicos provocados pela pandemia serão grandes e irão atingir quase todos os segmentos da economia, mas com certa assimetria, alguns serão mais impactados e outros menos. Nosso setor está dentro dos mais complexos, pelo valor médio dos produtos ser alto e pelos nossos insumos estarem atrelados ao dólar, com desvalorização do real, custos ficaram mais altos”, explicou.

Bernardes: é preciso que os governos ajudem estes empresários | Crédito: Elias Gomes/Divulgação

Ainda conforme Bernardes, a situação dos empresários do setor é crítica. Mesmo com as lojas fechadas e sem faturamento, os custos com os negócios continuam, o que pode comprometer a reabertura de empresas. As políticas públicas já lançadas – que incluem linhas de crédito para capital de giro, suspensão temporária dos contratos de trabalho, redução da carga horária e de salários, entre outras – são consideradas fundamentais para dar um fôlego aos empresários cujo faturamento anual das empresas é de até R$ 10 milhões.
“Apesar de estarmos com as atividades suspensas, o compromisso com os salários continua, então as medidas anunciadas, como a suspensão do contrato do trabalho e a redução da carga e dos salários são fundamentais para que não haja demissão em massa”, explicou Bernardes.
O acesso ao crédito também foi considerado essencial, principalmente na linha específica para a folha de pagamento com juros subsidiados. “Mesmo com a disponibilização das linhas, as empresas têm encontrado dificuldade de acessar, quase ninguém está conseguindo contratar. Mesmo com riscos reduzidos, as exigências são muitas e os empresários não conseguem atender as exigências dos bancos. Estamos esperando que os bancos públicos, Caixa e Banco do Brasil, comecem a operacionalizar as linhas e esperamos que os empresários sejam atendidos para terem um alívio”.
Políticas – Outro problema enfrentado pelo setor é a falta de políticas para as empresas que têm faturamento anual acima de R$ 10 milhões. “É preciso que os governos ajudem estes empresários, o que pode ser feito através dos bancos de desenvolvimento. Para a retomada, os empresários precisarão de capital de giro, comprar insumos, e o crédito será muito importante”.
Recuperação – Em relação à recuperação do setor após a liberação das atividades, a mesma deverá ser longa e gradual. Bernardes explica que pelos produtos do setor terem alto valor agregado e não estarem entre os itens de primeira necessidade demandará mais tempo para recuperar-se das perdas.

Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO