DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS JAZIDAS DE OURO BRASILEIRAS
1. REGIÃO DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO
Esta
região destaca-se como a maior produtora de ouro durante o período de
1982 a 2000 ultrapassando 140 toneladas de ouro proveniente das minas de
Morro Velho, Cuiabá, São bento, Raposos e Itabira que se apresentam
atualmente em operação.
Os depósitos que ocorrem no Quadrilátero Ferrífero podem ser divididos em três tipos principais:
1- Depósitos no greenstone belt Rio das velhas. Podem ser divididos em quatro categorias:
A)jazidas
Hidrotermais em veios de quartzo-pirita-Au em clorita xistos máficos e
ultramáficos. Ocorrem nas proximidades de Morro Velho, numa faixa a
oeste de São Bartolomeu, a oeste de Caeté e ao sudeste de Conselheiro
Lafaiete. Reservas pequenas raramente ultrapassando 5t de AU com teores
variando entre 0,5 e 3gAu/t.
B)Formação
Ferrífera Bandada (BIF) fortemente sulfetada com
magnetita-pirita+pirrotia+calcopirita-Au e sulfetos menores tipo
Raposos, Cuiabá e São Bento. São jazidas de maior porte, com reservas
podendo ultrapassar 15t com teor médio 10gAu/t.
C)
"Lapa Seca", ou quartzo-ankerita-albita-clorita-xisto com
quartzo-pirita+arsenopirita+pirrotita-calcopirita-Au associado com
metavulcânicas ácidas ou sedimnetos carbonatados tipo Morro Velho. São
depositos longos, ramificados, relativamente delgados, fortemente
controlados pelos plunge das dobras, podendo apresentar reservas de até
40 t de ouro, chegando a 100t.
D)
Turmalinito em quartzo-biotita-carbonato xistos em depósitos
concordantes tipo "Lode" com fracos mergulhos, com
pirita-arsenopirita-pirrotita-Au-teluretos-bi minerais, tipo Mina da
Passagem, com reservas de ate 15t com teores variando entre 3 e 7gAu/t.
2-
Mineralizacões em Itabiritos (Jacutinga); trata-se de um itabirito
pulverulento, estruturado com caolinita, hematita, quartzo e talco sendo
caracterizada pela presença de sulfetos. A presença de goethita e
óxidos de Mn e relativamente freqüente. Anteriormente a 1900, oriunda de
Itabira foi reportada a produção estimada em 1300kg de Au. De outros
depósitos tais como Boa Vista, Brucutu, Córrego São Miguel e Morro das
Almas, não existe produção registrada. Aparentemente desde que a
Mineradora Vale retomou a produção de ouro em Itabira, onde a produção
média pode ser estimada em 4t/ano, o que permite estabelecer em 15 anos
uma produção cumulativa de 60t.
3- Mineralizacões em lentes de meta-conglomerados da Formação Moeda. São conhecidas as mineralizacões de Cata Branca e Joaquina.
2. REGIÃO DO RIO ITAPICURÚ
Na
região do Rio Itapicurú, no Oeste do Estado da Bahia, foram descritas
seqüências de rochas do tipo greenstone belt (Greenstone Belt do Rio
Itapicurú - GBRI) onde estão hospedadas as jazidas de Fazenda Brasileiro
e Maria Preta. A mina de Fazenda Brasileiro operada pela VALE
localiza-se na porção meridional do GBRI. A produção média anual é de 5t
de Au, com reservas de 103,5 t e teor médio de 6,6g/t.
3. REGIÃO DE CARAJÁS
Essa
região apresenta um potencial ainda não totalmente conhecido. A
principal jazida atualmente em exploração, Igarapé Bahia operada pela
Mineradora Vale, com uma produção acumulada nos últimos 10 anos de
aproximadamente 72 t de Au. Salobo constitui outro importante depósito
ainda não explorado, mas com reservas estimadas em mais de 167 t. Em
ambos depósitos o ouro ocorre associado a sulfetos de Cobre na rocha
primaria embora só seja lavrado na porção laterítica do depósito de
Igarapé Bahia, e em salobo ocorre como subproduto do minério de Cu na
mineralizacão primária.
Há
controversas a respeito da origem dessas mineralizacões. Alguns autores
consideram estes depósitos como do tipo óxido-Fe-Cu-Au-terras raras,
devido a abundancia desses metais e semelhança com o clássico depósito
Olympc Dam na Austrália do sul.Outros, no entanto, preferem relacioná-lo
ao tipo sulfeto maciço vulcanogênico devido a forte predominância de
rochas vulcânicas na área da jazida.
O
depósito de Águas Claras com aproximadamente 20t de ouro que se encaixa
em meta-arenitos arqueanos, embora a mineralizacão aurífera possa estar
relacionada à presença de um corpo ígneo gabróico que se encontra
intercalado na seqüência sedimentar. No depósito de serra pelada o ouro
ocorre disseminado, e associado com elementos do grupo da platina, em
formações metassedimentares arqueana compostas por meta-siltitos
carbonáticos, manganesíferos e grafitosos com estruturas brechadas.
Acredita-se que foram extraídas cerca de 130t de Au durante o período da
garimpagem nos anos 80.
4. REGIÃO DE CRIXÁS
O
distrito aurífero de Crixás, no sul de Goiás, encontra-se no greenstone
belt arqueano de mesmo nome contendo um depósito principal (mina III,
com 65t de Au) e diversos depósitos menores que estão controlados
estruturalmente por zonas de cisalhamento regional tais como os de Mina
Nova e Pompex.
O
ouro ocorre associado a formações sulfetadas (pirrotita e arsenopirita)
em veios de quartzo e disseminado em xistos carbonosos e máficos. Na
jazida de Mina III estima-se que antes da produção, as lentes de sulfeto
maciço encerrem cerca de 2Mt com teores de 12g t de Au.
5. REGIÃO DE JACOBINA
Os
principais depósitos de ouro da serra de jacobina na Bahia (minas de
João Belo e Canavieiras) estão predominantemente encaixados em
meta-conglomerados oligomíticos ricos em pirita e mica verde fuchsita
(Formação Córrego do Sitio). Pela similitude litológica foram
comparadas aos conhecidos depósitos de tipo paleoplacer de witwatersrand
na África do sul. No entanto estudos mais recentes sugerem um modelo
epigenético (fluidos hidrotermais tardios) para a formação dessas
jazidas já que foram encontradas evidências nas regiões de corpos
mineralizados estruturalmente controlados encaixados em quartzitos,
rochas máficas e ultramáficas, afetadas pela alteração hidrotermal
tardia.
Os
depósitos de João Belo e Canavieiras apresentam reservas da ordem de
mais de 300 t de Au e produção acumulada da ordem de 20 t.
Fonte: CPRM
Fonte: CPRM
Nenhum comentário:
Postar um comentário