sexta-feira, 5 de julho de 2013

DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS JAZIDAS DE OURO BRASILEIRAS



1. REGIÃO DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO

Esta região destaca-se como a maior produtora de ouro durante o período de 1982 a 2000 ultrapassando 140 toneladas de ouro proveniente das minas de Morro Velho, Cuiabá, São bento, Raposos e Itabira que se apresentam atualmente em operação.

Os depósitos que ocorrem no Quadrilátero Ferrífero podem ser divididos em três tipos principais:

1- Depósitos no greenstone belt Rio das velhas. Podem ser divididos em quatro categorias:


A)jazidas Hidrotermais em veios de quartzo-pirita-Au em clorita xistos máficos e ultramáficos. Ocorrem nas proximidades de Morro Velho, numa faixa a oeste de São Bartolomeu, a oeste de Caeté e ao sudeste de Conselheiro Lafaiete. Reservas pequenas raramente ultrapassando 5t de AU com teores variando entre 0,5 e 3gAu/t.

B)Formação Ferrífera Bandada (BIF) fortemente sulfetada com magnetita-pirita+pirrotia+calcopirita-Au e sulfetos menores tipo Raposos, Cuiabá e São Bento. São jazidas de maior porte, com reservas podendo ultrapassar 15t com teor médio 10gAu/t.

C) "Lapa Seca", ou quartzo-ankerita-albita-clorita-xisto com quartzo-pirita+arsenopirita+pirrotita-calcopirita-Au associado com metavulcânicas ácidas ou sedimnetos carbonatados tipo Morro Velho. São depositos longos, ramificados, relativamente delgados, fortemente controlados pelos plunge das dobras, podendo apresentar reservas de até 40 t de ouro, chegando a 100t.


D) Turmalinito em quartzo-biotita-carbonato xistos em depósitos concordantes tipo "Lode" com fracos mergulhos, com pirita-arsenopirita-pirrotita-Au-teluretos-bi minerais, tipo Mina da Passagem, com reservas de ate 15t com teores variando entre 3 e 7gAu/t.


2- Mineralizacões em Itabiritos (Jacutinga); trata-se de um itabirito pulverulento, estruturado com caolinita, hematita, quartzo e talco sendo caracterizada pela presença de sulfetos. A presença de goethita e óxidos de Mn e relativamente freqüente. Anteriormente a 1900, oriunda de Itabira foi reportada a produção estimada em 1300kg de Au. De outros depósitos tais como Boa Vista, Brucutu, Córrego São Miguel e Morro das Almas, não existe produção registrada. Aparentemente desde que a Mineradora Vale retomou a produção de ouro em Itabira, onde a produção média pode ser estimada em 4t/ano, o que permite estabelecer em 15 anos uma produção cumulativa de 60t.


3- Mineralizacões em lentes de meta-conglomerados da Formação Moeda. São conhecidas as mineralizacões de Cata Branca e Joaquina.


2. REGIÃO DO RIO ITAPICURÚ

Na região do Rio Itapicurú, no Oeste do Estado da Bahia, foram descritas seqüências de rochas do tipo greenstone belt (Greenstone Belt do Rio Itapicurú - GBRI) onde estão hospedadas as jazidas de Fazenda Brasileiro e Maria Preta. A mina de Fazenda Brasileiro operada pela VALE localiza-se na porção meridional do GBRI. A produção média anual é de 5t de Au, com reservas de 103,5 t e teor médio de 6,6g/t.



3. REGIÃO DE CARAJÁS

Essa região apresenta um potencial ainda não totalmente conhecido. A principal jazida atualmente em exploração, Igarapé Bahia operada pela Mineradora Vale, com uma produção acumulada nos últimos 10 anos de aproximadamente 72 t de Au. Salobo constitui outro importante depósito ainda não explorado, mas com reservas estimadas em mais de 167 t. Em ambos depósitos o ouro ocorre associado a sulfetos de Cobre na rocha primaria embora só seja lavrado na porção laterítica do depósito de Igarapé Bahia, e em salobo ocorre como subproduto do minério de Cu na mineralizacão primária.

Há controversas a respeito da origem dessas mineralizacões. Alguns autores consideram estes depósitos como do tipo óxido-Fe-Cu-Au-terras raras, devido a abundancia desses metais e semelhança com o clássico depósito Olympc Dam na Austrália do sul.Outros, no entanto, preferem relacioná-lo ao tipo sulfeto maciço vulcanogênico devido a forte predominância de rochas vulcânicas na área da jazida.

O depósito de Águas Claras com aproximadamente 20t de ouro que se encaixa em meta-arenitos arqueanos, embora a mineralizacão aurífera possa estar relacionada à presença de um corpo ígneo gabróico que se encontra intercalado na seqüência sedimentar. No depósito de serra pelada o ouro ocorre disseminado, e associado com elementos do grupo da platina, em formações metassedimentares arqueana compostas por meta-siltitos carbonáticos, manganesíferos e grafitosos com estruturas brechadas. Acredita-se que foram extraídas cerca de 130t de Au durante o período da garimpagem nos anos 80.



4. REGIÃO DE CRIXÁS
O distrito aurífero de Crixás, no sul de Goiás, encontra-se no greenstone belt arqueano de mesmo nome contendo um depósito principal (mina III, com 65t de Au) e diversos depósitos menores que estão controlados estruturalmente por zonas de cisalhamento regional tais como os de Mina Nova e Pompex.

O ouro ocorre associado a formações sulfetadas (pirrotita e arsenopirita) em veios de quartzo e disseminado em xistos carbonosos e máficos. Na jazida de Mina III estima-se que antes da produção, as lentes de sulfeto maciço encerrem cerca de 2Mt com teores de 12g t de Au.


5. REGIÃO DE JACOBINA

Os principais depósitos de ouro da serra de jacobina na Bahia (minas de João Belo e Canavieiras) estão predominantemente encaixados em meta-conglomerados oligomíticos ricos em pirita e mica verde fuchsita (Formação Córrego do Sitio). Pela similitude litológica foram comparadas aos conhecidos depósitos de tipo paleoplacer de witwatersrand na África do sul. No entanto estudos mais recentes sugerem um modelo epigenético (fluidos hidrotermais tardios) para a formação dessas jazidas já que foram encontradas evidências nas regiões de corpos mineralizados estruturalmente controlados encaixados em quartzitos, rochas máficas e ultramáficas, afetadas pela alteração hidrotermal tardia.

Os depósitos de João Belo e Canavieiras apresentam reservas da ordem de mais de 300 t de Au e produção acumulada da ordem de 20 t.


Fonte: CPRM

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