Moradores de Tucumã denunciam garimpo ilegal em rios do Pará
População critica contaminação da água em comunidade de pescadores.
Polícia Federal diz que aguarda Funai para fazer diligências.
Segundo a Associação dos Pequenos Produtores do Rio Fresco, as 150 famílias que vivem na região estão preocupadas com a possibilidade de contaminação por mercúrio, já que o metal tóxico é utilizado pelos garimpeiros para fazer a separação do ouro encontrado misturado ao cascalho no rio.
da região (Foto: Arquivo Pessoal)
Os moradores contam que a extração começou a cerca de 90 dias, quando as primeiras balsas chegaram ao rio - hoje seriam mais de 15. Fotos recebidas pelo G1 por uma fonte que pediu para não ser identificada mostram balsas nos rios Fresco, Branco e Xingu. Para o Ibama, a utilização destas embarcações causa grande impacto na Natureza: além de contaminar a água com mercúrio, as balsas reviram o extrato do rio, destroem o leito e causam assoreamento das margens.
Segundo a prefeitura de Tucumã, a atividade também prejudica o turismo, já que os locais contaminados são balneários que atendem a população. A prefeitura informou também que já registrou mortandade de peixes por causa do mercúrio despejado das balsas.
Segundo Antônio, a população já denunciou a atuação dos garimpeiros, e tem medo de sofrer represálias do grupo que explora o minério no rio. "Isso é uma máfia poderosa de garimpo. Esse povo é tipo bangue-bangue", disse.
De acordo com o delegado Leonardo Almeida, da Polícia Federal de Redenção, a PF já tomou conhecimento do garimpo ilegal em Tucumã. "A gente tem informações de uma série de garimpos, mas neste ainda não diligenciamos para averiguar. Estou aguardando resposta da Funai, que tem informações mais precisas. Na medida em que tivermos mais informações, vamos fazer diligência e autuar", disse.
denúncias no local (Foto: Arquivo Pessoal)
A comunidade denuncia ainda que o garimpo funciona com a conivência dos índios Kaiapó, que moram na região. Em nota, a Funai informou que acompanha a prática de garimpos na região, tendo realizado várias operações de combate desde 2010. Na mesma nota, a Funai não descarta o envolvimento de índios com o garimpo, mas destaca que esta participação é de uma minoria. "O aliciamento e a participação de indígenas existe, porém é pontual, com envolvimento de poucos, o que não representa as comunidades como um todo. Esse aliciamento pode ocorrer por pressão e/ou ameaças, ou pela oferta de dinheiro".
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