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SEU IDA PENEIRA o gorgulho no ribeirão do Guinda, em Diamantina, MG, à cata de diamantes (à direita, pedras já lapidadas)
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Você já foi a Grão Mogol, MG? Provavelmente, não. A maioria dos
brasileiros nem deve ter ouvido falar desta cidade encravada na serra de
Santo Antônio, um dos braços da cordilheira do Espinhaço, a 550
quilômetros de Belo Horizonte. Cortada pelo Ribeirão Vermelho, é a mais
setentrional das localidades históricas de Minas Gerais, nascida da
lavra garimpeira, assim como Diamantina e tantas outras no estado. Há
duas versões para a origem do nome. A primeira o relaciona à descoberta
de um diamante espetacular na Índia, batizado Great Mogul em homenagem
ao xá Jehan, um dos soberanos indianos da dinastia Mogul, construtor do
Taj- Mahal. Pesava 793 quilates quando bruto – o quilate, equivalente a
20% do grama, é a medida de todas as pedras preciosas, avaliadas segundo
a cor, a qualidade, a pureza e o peso. Para os defensores da segunda
versão, trata-se de uma redução de “grande amargor”, expressão do
desalento da população com sucessivos conflitos armados e assassinatos
quando ainda era vila – a locução teria virado “grão morgor” no correr
dos anos, assumindo depois a denominação atual. No morro da Pedra Rica,
nas cercanias da cidade, foram encontrados no século XVIII os primeiros
diamantes do mundo hospedados em grupiaras – jazidas altas nas cristas
dos morros ou chapadas com material diamantífero em camadas chamadas
barro, gorgulho, sopa ou paçoca, conforme o estado pastoso ou friável e a
quantidade de seixos. Até então, provinham de aluviões – mistura de
cascalho, areia e argila à margem ou à foz dos rios, resultantes da
erosão.
As Minas Gerais
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Cidades mineiras nascidas do garimpo, marcadas pela história ou pela riqueza mineral |
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