sábado, 20 de julho de 2013

RR é rota do garimpo do Suriname e Guiana

ROTA DO OURO
RR é rota do garimpo do Suriname e Guiana



Fonte: a A A A
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Condições de trabalho dos garimpeiros são precárias: brasileiros são maioria
ANDREZZA TRAJANO
Cerca de 20 mil pessoas trabalham nos garimpos de ouro no Suriname. Setenta e cinco por cento são brasileiros, segundo dados oficiais divulgados em 2005, além das profissionais do sexo. Muitos desses garimpeiros e prostitutas partem de Roraima, que virou rota para quem deseja entrar naquele país, que é vizinho à Guiana.
Há uma grande atividade de brasileiros nos garimpos do Suriname, Guiana Francesa, República da Guiana e Venezuela, uma vez que as condições geológicas desses terrenos são semelhantes às do Brasil. Logo, os brasileiros já sabem trabalhar nestas áreas, além de enfrentarem menos restrições burocráticas.
Segundo levantamentos feitos pela Folha, a chamada rota “transgarimpeira” é feita via aérea e custa cerca de R$ 1.200,00. Uma aeronave com capacidade para poucos passageiros parte de Belém (PA), faz uma parada em Boa Vista para pegar mais passageiros, segue para Georgetown, na Guiana, e finaliza em Paramaribo, capital do Suriname, retornando em seguida para Belém.
Roraima também se tornou uma parada estratégica para os garimpeiros depois que a fronteira do Brasil, no Amapá, com a Guiana Francesa passou a ter fiscalização apertada pelas autoridades. Com o cerco fechado, os amapaenses passaram a usar a “transgarimpeira”.
Mas quem não quer desembolsar esse montante pode ir de ônibus – quando a estrada esta boa - até Georgetown e de lá seguir para os garimpos naquele país ou no Suriname. A passagem é mais barata.
Outra “transgarimpeira” parte de Mato Grosso, dá uma parada em Rondônia, Amazonas e Roraima, e tem como destino final esses países de grande atividade garimpeira.
Paramaribo é a porta de entrada, segundo os garimpeiros. É tida como a “currutela” [vila garimpeira], na linguagem deles. Lá eles se abastecem de equipamentos, comida, bebida e de mulheres brasileiras nas boates.
A maioria desses garimpeiros trabalha em situação irregular. Mas a Embaixada Brasileira estuda regularizar a situação, criando uma permissão por dois anos.
Há cerca de um mês, a Folha conversou com um garimpeiro no Aeroporto Internacional de Boa Vista, enquanto ele aguardava o momento de embarcar para Paramaribo. Ao lado dele estavam garimpeiros do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
Semi-analfabeto, disse que se enfia na selva por meses em busca de riqueza e melhores condições de vida. Ele manda o dinheiro para a família em Mato Grosso.
Seu filho de 17 anos tem apenas o ensino fundamental e por “não gostar de estudar” e estar desempregado, quer seguir a carreira arriscada do pai. “É uma profissão arriscada, que pode dar sorte ou azar. Conheço gente que facilmente ficou rica e outras que rapidamente empobreceram. Só vai para garimpo quem realmente precisa”, declarou.
Garimpeiros buscam principalmente o ouro
Segundo especialista consultado pela Folha e que já esteve nos garimpos do Suriname, o principal minério procurado pelos garimpeiros é o ouro, pois apesar da crise financeira global ou por causa dela - os preços das commodities minerais despencaram -, ele mantém os preços altos, em torno de R$ 70,00 o grama. Isto provocou mais uma corrida do ouro em toda a Amazônia.
“É cíclico. Para se ter uma ideia do número de garimpeiros que atuam na Amazônia é só observar o preço do metal da bolsa de Londres”, explicou o especialista.
A extração do ouro é feita por desmonte hidráulico dos aluviões (areia, cascalho e argila depositados nos rios e igarapés pelas enxurradas), em que a água em alta pressão das mangueiras remove o sedimento e o bombeia para uma caixa de madeira.
Antes passa por uma caneleta de madeira, conhecida entre os garimpeiros como “cobra fumando”, com o fundo coberto por sacos de farroupilha, carpetes e até tapetes de carro, que aprisionam o ouro mais fino. O resto é sedimentado na caixa. 
No fim de semana é feita a “despesca”, onde o material da “cobra fumando” e da caixa é lavado e concentrado na bateia. Para este processo adiciona-se o mercúrio que captura (amalgama) as partículas de ouro, formando uma bola achatada. Depois é queimada com maçarico, evaporando o mercúrio e ficando o ouro.
A produção é repartida entre os garimpeiros depois de descontada as despesas com diesel, comida, e equipamentos. Sempre tem uma “cantina” do dono do garimpo ou pista onde se compra o ouro, vende bebida, comida e pequenas coisas, além das mulheres. O dono dever ser surinamês ou preposto dele.
O ouro aluvionar dos garimpos ou contido no solo alterado é de alto teor e baixo volume, ou seja, é mais fácil de ser concentrado, mas não sustenta uma produção de longo prazo. Por exemplo: um aluvião pode ter mais de 20 gramas de ouro por metros cúbicos de material, e na rocha uma empresa pode produzir com teores de menos de 0.3 grama por tonelada. Mas as empresas removem milhões de toneladas de material.
Quando o ouro dos aluviões e solo se exaure, os garimpeiros partem para o filão, que é o ouro contido na rocha. Mas, por problemas tecnológicos, como dificuldade de escavar e bombear a água subterrânea, e também de seguir o veio, eles acabam invariavelmente perdendo o investimento. É nesse estágio que deve entrar a mineração industrial, na avaliação do especialista.
Garimpo está em alta, diz especialista
Nos tempos de crise, com o preço alto dos minérios, o garimpo torna-se uma atividade muito lucrativa. O garimpeiro vive, sobrevive e pode guardar e mandar dinheiro para a família.
“Mas tem que ser safo [esperto] para não acumular um crédito grande com o dono do garimpo, pois aí ele pode ser trocado pelo ouro. Acho que por isso eles gastam tudo com mulheres e bebidas, além do fascínio e poder que podem exercer naquelas condições. São tratados como gente por elas”, observa o especialista consultado pela Folha.
Quem ganha mais são os comerciantes de ouro. Compram barato e vendem a preço internacional. O ouro é moeda em qualquer país.
No Brasil, a Caixa Econômica Federal compra o ouro em alguns locais de produção, como em Itaituba (PA), Humaitá (AM) e Porto Velho (RO). Na década de 80, no auge da Serra Pelada, o ouro brasileiro literalmente pagava a dívida brasileira, pois ia direto da Caixa em Marabá para Whashington, conforme lembrou o profissional.

Um comentário:

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