Como resultado de um trabalho sério e contínuo
desenvolvido pelo governo estadual atráves da Companhia Baiana de
Pesquisa Mineral, a Bahia posiciona-se entre os estados que possuem o
mais avançado conhecimento de sua geologia e potencial de recursos
minerais.
O Estado é, na quase
totalidade, coberto por mapeamento geológico, na escala 1:250.000 e
parcelas expressivas do seu território foram cobertas por mapeamentos
em escala 1:100.000 e escalas maiores (mais detalhadas). A natureza foi
bastante pródiga com a Bahia em termos de ambiências geológicas com
possibilidades de deter alto potencial mineral sendo um dos principais
produtores de bens minerais do Brasil. É o primeiro produtor de urânio,
barita, cromo, magnesita, talco e salgema, segundo de bentonita, níquel
e gemas, e terceiro de cobre e ouro, manganês, calcário dolomita.
Também é importante produtor de petróleo, rochas ornamentais, fosfato,
manganês e calcário dolomítico. Recentemente, foram descobertas
concentrações significativas de minérios de zinco, níquel, ouro,
fosfato, titânio, vanádio, nefelinassienito, calcário calcítico,
argilas cerâmicas e areia silicosa de alta pureza.
O
território do Estado da Bahia abrange ambientes geológicos que variam,
em idade, do Arqueano ao Fanerozóico. As associações litológicas de
baixo a alto graus metamórficos, do Arqueano e Proterozóico Inferior
(Paleoproterozóico), incluem terrenos granítico-gnáissicos, seqüências
vulcanossedimentares do tipo greenstone-belt, ou similares, e
sedimentos depositados em rifts, tal como o Grupo Jacobina. No
Proterozóico Médio predominam espessas seqüências vulcanossedimentares
acumuladas em estruturas do tipo aulacógeno, enquanto que no
Proterozóico Superior prevalecem sedimentos carbonáticos a pelíticos
terrígenos, procedentes de paraplataforma epicontinental (Bacia de
Irecê-Bambuí). Os terrenos fanerozóicos compreendem rochas sedimentares
mesozóicas depositadas em bacias do tipo rift-valley, assim
como rochas de coberturas terciárias e quaternárias fracamente
litificadas ou inconsolidadas. A vocação metalogenética do Arqueano e
Proterozóico Inferior no Estado da Bahia é realçada por um espectro
diversificado de depósitos e ocorrências de minerais metálicos
alinhados a seguir:
·
Depósitos de ouro relacionados com zonas de cisalhamento em rochas
vulcânicas e formações ferríferas, de baixo grau;
·
Depósitos metamórficos do Arqueano - Proterozóico Inferior (ex.:
depósitos Fazenda Brasileiro e Maria Preta);
· Depósitos de ouro hospedados em camadas ou reefs
de conglomerados quartzíticos e oligomíticos de baixo grau metamórfico
em seqüências paraplataformais do Proterozóico Inferior (ex.: depósitos
do tipo Jacobina); Depósitos de ouro-cobre-prata em seqüências
vulcanossedimentares de baixo a médio graus metamórficos do Arqueano -
Proterozóico Inferior (ex.: Ibiajara);
·
Depósitos de ferro-titânio-vanádio associados a suítes
gabro-anortosíticas encaixadas em terrenos de médio a alto graus
metamórficos do Arqueano (ex.: Campo Alegre de Lourdes);
·
Depósitos de ferro-titânio-vanádio-elementos do grupo da platina
associados a intrusivas estratificadas máfico-ultramáficas, encaixadas
em terrenos de baixo a médio grau metamórfico do Arqueano -
Proterozóico Inferior (ex.: Maracás);
·
Depósitos de ferro-titânio associados com suítes gabro-anortosíticas
encaixadas em terrenos de alto grau do Arqueano (ex: Rio Piau,
Itamari);
·
Depósitos de cromita (Campo Formoso e Andorinhas), bem como ocorrências
de mineralizações de níquel-cobre-elementos do grupo da platina
(Ipiaú), associados com intrusivas máficas a máfico-ultramáficas
estratificadas em terrenos de alto grau metamórfico do
Arqueano-Proterozóico Inferior;
·
Depósitos de cobre associados com rochas máfico-ultramáficas de médio a
alto grau metamórfico do Arqueano ao Proterozóico (ex.: Caraíba);
·
Depósitos de sulfetos maciços a pirita-pirrotita em seqüências
vulcânicas máficas a félsicas de baixo grau metamórfico, do
Arqueano-Proterozóico Inferior (ex.: Fazenda Sabiá/Juazeiro);
·
Depósitos de chumbo-zinco-prata em seqüências de sedimentos químicos
(BIF) e carbonatos de baixo a médio grau metamórfico do
Arqueano-Proterozóico Inferior (ex.: Boquira);
·
Depósitos de chumbo-zinco e de fosfato, hospedados em seqüências
carbonáticas do Proterozóicos superior (Irecê);
- Depósitos de zinco-cobre-ouro encaixados em rochas vulcânicas e sedimentos químicos associados ao Greenstone Belt de Mundo Novo.
- Depósitos de níquel laterítico e sulfetado hospedados no interior de uma intrusão máfica-ultramáfica (Itagibá).
- Depósitos de Vanádio-Ferro-Titânio, tipificados como corpos maciços de Magnesita títano-vanadífera (Maracás).
· Depósitos de rochas
ornamentais, alocados principalmente em charnockitos, granulitos,
granitos, gnaisses e migmatitos, em terrenos de alto grau de
metamorfismo do Arqueano.
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