Saiba quais fatores físicos tornam uma gema valiosa no mercado
Entenda como as pedras preciosas são identificadas pelos gemólogos
Sobre uma placa de acrílico, estão pedras como o rubi e a safira (Foto: Divulgação/Daniela Newman)
Só em 2012, o Brasil exportou mais de U$ 3,3 bilhões em joias,
incluindo ouro e gemas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e
Metais Preciosos (IBGM). No que tange à produção mundial em 2011, a
entidade apontou o país como sendo o sétimo do mundo em termos de
produção de joias. Diante deste cenário, e de um vasto acervo de pedras
preciosas encontradas no Brasil, cada vez mais o mercado nacional vem
demandando profissionais que possam identificar de forma correta as
gemas, como são conhecidas as pedras preciosas e não-preciosas depois de
serem lapidadas, ou polidas.
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Para a gemóloga Daniela Newman, professora de Mineralogia do curso de
Gemologia, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), cenário do Globo Universidade
exibido no dia 6 de julho, é necessário que o profissional que trabalha
no ramo de joias saiba identificar exatamente não só as diferentes
espécies de gemas, como suas variedades, já que há uma grande diferença
de valor e raridade entre elas.
Daniela Newman, professora de Mineralogia do
curso de Gemologia da UFES (Foto: Divulgação)
No Brasil, segundo ela, os principais depósitos minerais de gema estão
localizados em estados como o de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia,
Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, São Paulo e Paraná.
As gemas brasileiras mais comuns são oriundas de variações do mineral
berilo, incluindo pedras como a esmeralda, água-marinha, morganita e
heliodoro; as turmalinas, com destaque para as turmalinas da Paraíba; as
variedades do mineral espodumênio, que abrange a kunzita, hiddenita,
hialofana; fosfatos, como a brasilianita e apatita; além dos óxidos,
incluindo o rubi, a safira e o crisoberilo. Fazem parte da lista ainda
diamantes e opalas, dentre outras gemas coradas.curso de Gemologia da UFES (Foto: Divulgação)
Entre as mais preciosas, Daniela destaca o diamante, encontrado na Serra do Espinhaço (MG), Tibagi (PA), Juina (MT) e em Rondônia; a turmalina Paraíba; a esmeralda, comum em cidades como Socoto (BA), Santa Teresinha de Goiás (GO), Carnaíba (PE), Monte Santo (BA) e Nova Era (MG); e a água-marinha, encontrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. “Uma turmalina Paraíba, via de regra, valerá mais do que uma apatita azul; bem como uma goshenita (variedade incolor do berilo) é mais rara do que um quartzo incolor. O diagnóstico correto de uma gema é o que dará credibilidade ao profissional, agregando valor tanto ao material isolado quanto montado em uma joia”, ressalta a gemóloga.
Uma gema é definida pela sua cor, pureza, beleza, raridade e portabilidade. Mas o que diferencia uma pedra da outra? Daniela explica que as gemas são diferenciadas pelas suas propriedades ópticas e físicas, principalmente no que diz respeito ao índice de refração, birrefringência (dupla refração), densidade, espectro de absorção de luz, sendo tais características resultantes da estrutura cristalina (sistemas de cristalização) da gema e da sua composição química. “O importante é que, em se tratando de gemas, todos os testes aplicados devem ser de caráter não destrutivo”, ressalta a especialista.
Processo de lapidação
A lapidação é aplicada a um mineral dando origem à gema e tem o intuito de realçar as características inerentes de cada peça. Em função da variedade de gemas com a qual se está trabalhando, aplicam-se técnicas diferentes, gerando formatos variados de lapidação. “No caso de gemas pleocróicas (que possuem variação de cor), é importante posicionar a lapidação corretamente, em função do eixo óptico do mineral, para que se possa aproveitar a melhor cor, que em uma gema representa 50% do seu valor no momento da avaliação”, detalha a professora.
Segundo Daniela, gemas que apresentam vários planos de clivagem (propriedade de se quebrarem, ou dividirem, com maior facilidade), como é o caso do diamante e da fluorita, são difíceis de serem lapidadas e cravadas, pois possuem vários planos de fraqueza e, ao serem submetidas a esforços mecânicos, podem se romper. “Gemas de alta dureza, como é o caso do coríndon (variedades do rubi e da safira) e do diamante, são difíceis de serem lapidadas. Gemas como a cianita, que apresenta duas durezas (resistência ao risco) diferentes, também são difíceis de serem lapidadas. Gemas com baixa dureza devem ser utilizadas com cautela em joias, pois se arranham facilmente, como é o caso da fluorita e apatita”, aconselha a gemóloga.
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