sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mineração brasileira se desintegra à espera da retirada de urgência constitucional

Mineração brasileira se desintegra à espera da retirada de urgência constitucional



Apesar dos esforços de vários Deputados a Presidenta ainda não aprovou a  retirada da urgência constitucional solicitada.
Em outras palavras tudo continua como antes em um Brasil mineral sem rumos,  empregos e sem perspectivas. O Ministro Lobão, que vem prometendo a mesma coisa  incessantemente, repete como um disco quebrado que o PL 5.807 vai ser votado até  o final do ano com ou sem urgência.
 Lobão parece não estar interessado em fazer um código que adicione valor à pequena mineração, criando empregos, distribuindo rendas e riquezas  através de novas descobertas minerais. Um código que represente todos os  mineradores e não apenas as grandes empresas de mineração como  pode ser entendido de sua entrevista ao Estadão. Nos parece que o Ministro quer é aprovar o texto sem  discussões.
Talvez por que não se interesse pelas pequenas mineradoras a quem, ontem, chamou de  aventureiros e especuladores ou por estar insensível aos milhares de  trabalhadores e profissionais que perderam o emprego e até mesmo a sua empresa  pelos atrasos nas concessões minerais desde 2011, talvez por isso os esforços do  Ministro sejam no sentido de aprovar o mais rápido possível, sem debater e sem  ouvir. Afinal como ele mesmo disse em entrevista o texto foi aprovado pelas  grandes e médias só “os aventureiros não gostaram”.
A fala do Ministro enfureceu os mineradores que investem enormes quantias no  Brasil empregando milhares de funcionários e descobrindo inúmeros jazimentos  minerais extremamente valiosos. A lista das descobertas minerais relevantes é  simplesmente enorme e o valor atinge as centenas de bilhões. Tudo isso sem que o  Governo ou os bancos governamentais investissem um centavo. Essas quantias foram  todas investidas pelos "aventureiros e especuladores" que o Sr. Ministro tanto  abomina.
Veja o desabafo de um desses  que nesta  década vem investindo, empregando e descobrindo jazimentos de ouro na Província  do Tapajós:

O desabafo do minerador:
Senhores, eu me sinto ofendido pela afirmação do ministro.
Nos últimos 10 anos, nós os “aventureiros” e “especuladores”, somente na área  de ouro, mudamos o patamar dos seguintes depósitos:

• Tocantinzinho (Tapajós-PA): Zero toneladas para 80 toneladas de ouro contido.
São Jorge (Tapajós-PA): Zero toneladas para 54 toneladas de ouro contido.
• Cuiu-Cuiu (Tapajós-PA): Zero toneladas para 40 toneladas de ouro contido.
• Coringa (Tapajós-PA): Zero toneladas para 28 toneladas de ouro contido.
• Palito (Tapajós-PA): Zero toneladas para 21 toneladas de ouro contido.
Ouro Roxo (Tapajós-PA): Zero toneladas para 20 toneladas de ouro contido.
Boa Vista (Tapajós-PA): Zero toneladas para 10 toneladas de ouro contido.
• Volta Grande (Xingu-PA): 43 toneladas para 224 toneladas de ouro contido.
• Borborema (RN): Zero toneladas para 75 toneladas de ouro contido.
• Mara Rosa (GO): Zero toneladas para 41 toneladas de ouro contido.
• Lavras do Sul (RS): Zero toneladas para 16 toneladas de ouro contido.

Ou seja, falando apenas de ouro e das pequenas empresas,  tocadas por nós, aventureiros e especuladores, o total de recursos nos depósitos  acima (que exceto Volta Grande, eram meras ocorrências), passou de 43 toneladas  para 609 toneladas de ouro contido!!! Um incremento de 1.316% em 10 anos  apenas! A um custo médio de US$ 25 para cada onça de ouro descoberta,  temos que um total de pelo menos 490 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) foram investidos nos últimos 10 anos nos prospectos acima.
O minerador em questão estava tão enfurecido que esqueceu de adicionar à  lista vários outros jazimentos de ouro no Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Centro  e Sudeste do Brasil. A lista é bem maior do que ele colocou acima.
Ele também não falou que esses jazimentos de ouro descobertos pelos   “aventureiros” e “especuladores”  irão produzir o equivalente a 62  bilhões de Reais em vendas diretas.
Imagine só o impacto direto e indireto na economia e nos empregos...nada mal  para um grupo de aventureiros.

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