Como
se sabe no mercado, as esmeraldas provenientes da Colômbia têm
prestígio superior às originadas do Brasil, da Zâmbia, do Zimbábue, de
Madagascar, da Índia, do Afeganistão, do Paquistão ou da Rússia. Tanto
que, quando se comparam gemas de qualidade equivalente, as gemas
colombianas alcançam valor pelo menos 20% superior a todas as outras,
simplesmente pelo fato de serem originadas da Colômbia.
Provenientes
do país com maior tradição e história ligada à mineração de esmeraldas,
as gemas colombianas destacam-se das demais por possuírem uma cor verde considerada mais “pura” e essa belíssima cor é devida à presença de traços do elemento cromo. Essa é a diferença fundamental entre as esmeraldas colombianas e todas as outras.
Até o início dos anos 60, considerava-se que apenas berilo de intenso
verde e corado por cromo poderia ser chamado de esmeralda. Com a
descoberta de vários depósitos de berilo verde
de excelente coloração no Brasil, porém corados pelo elemento vanádio,
houve grande frustração de produtores brasileiros, pois a indústria
internacional de gemas e jóias se recusava a aceitar o material como
esmeralda pela falta de cromo em sua estrutura. Em 1963, o GIA Gem Trade
Laboratory (o Laboratório de Gemas do Gemological Institute of América)
resolveu o impasse, emitindo o primeiro laudo favorável às esmeraldas
do Brasil, onde admitia que berilo de intenso verde corado por vanádio
era, sim, esmeralda. Isso abriu as portas para várias outras fontes
mundiais, principalmente as africanas, que produziam belíssimos
exemplares minerais e que também continham vanádio como agente cromóforo
(responsável pela cor). O GIA hoje ensina em seus cursos de Gemologia
que a diferenciação entre berilo verde e esmeralda está relacionada à
cor do espécime avaliado (quando muito claro é berilo verde, quando de
um verde mais rico, então é esmeralda) e não a sua composição química.
No entanto, até os dias de hoje
a questão é motivo de debate, pois outros Laboratórios Gemológicos
tradicionais e de muito prestígio e respeito na indústria, como o Gem-A
(Gemmological Association and Gem Testing Laboratory of Great Britain)
não admitem a concessão do GIA e consideram que o produto brasileiro e
africano é apenas berilo verde.
Levando em conta as características das gemas, as colombianas geralmente têm tonalidade média e inclusões mais claras,
enquanto as brasileiras têm tonalidade muito variada, desde muito clara
até muito escura, e inclusões mais escuras. As esmeraldas colombianas
podem apresentar as típicas inclusões trifásicas (de líquido, gás e cristal de sal),
que se estão presentes na gema garantem que se trata exclusivamente de
material colombiano. Tanto as colombianas quanto as brasileiras,
dependendo da área de mineração, podem apresentar sobretons amarelados
ou azuis à tonalidade verde fundamental.
Enquanto
as esmeraldas colombianas tendem a receber tratamento de óleo para
amenizar a percepção de suas inclusões, as esmeraldas brasileiras são em
praticamente 100% dos casos tratadas com Opticon, uma resina epóxi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário