Brasil produz primeiros 10 mil quilates de diamantes sintético
Embora criado em 1994, o Setor de Materiais Superduros (SMSD) da Uenf ganhou grande impulso a partir do ano 2000, graças ao apoio financeiro da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), também órgão da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Foi justamente nos anos seguintes que a Uenf conseguiu atingir a marca dos 10 mil quilates (equivalentes a dois quilos) de diamantes. Além disso, a universidade de Campos formou profissionais para continuar aprimorando a tecnologia -- três doutores, seis mestres e 15 engenheiros de materiais -- e desenvolveu tecnologias específicas para construção de dispositivos de alta pressão, cápsulas deformáveis e outros componentes utilizados no processo de síntese.
"O diamante está em quase todos os ramos da indústria, desde a metal-mecânica até a produção de madeira. Pelo menos 60% da indústria brasileira necessita de diamante, mas ainda importa toda a matéria-prima de que precisa," afirma o pesquisador russo Guerold S. Bobrovntichii, líder do grupo de pesquisa.
Segundo dados do Departamento de Produção Mineral (DNPM), só no ano 2002 o Brasil importou seis toneladas de diamante em pó -- de países como África do Sul, China, Irlanda e Estados Unidos --, o que representa um custo de R$ 60 milhões.
O diamante -- formado no interior da Terra, a 150 quilômetros de profundidade, em meio a altíssimas temperaturas (até 2.000°C) e pressões (70 toneladas por cm2) -- é o produto mais duro que existe na natureza. Há séculos que o homem tenta produzi-lo artificialmente, mas a primeira síntese oficial ocorreu em 1954, pela General Eletric. Hoje, somente cerca de 17 países sintetizam o produto.
A produção anual está em mais de 500 milhões de quilates por ano, sendo que dois terços da produção correspondem a apenas quatro países -- Estados Unidos, Irlanda, Rússia e África do Sul. No Brasil, a primeira síntese de diamante sintético foi realizada em 1987, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas só agora com a Uenf o país consegue desenvolver tecnologia para produção industrial.
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