sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Minério ainda é a estrela da pauta

Minério ainda é a estrela da pauta

Divulgação / DivulgaçãoMartiniano Lopes, da KPMG "O mercado sofre da repressão dos preços"
O minério de ferro continua sendo o principal mineral brasileiro. Corresponde a 63,3% (US$ 32,4 bilhões) da produção mineral nacional, que atingiu US$ 51 bilhões em 2012. O Brasil tem um mercado consolidado, boa disponibilidade do produto para atender à clientela internacional e empresas com know how tecnológico para produzir e atender a demanda. Mas outros produtos, como os chamados agro minerais, o NPK (nitrogênio, potássio e fosfato), utilizados como fertilizantes, além da cadeia do alumínio (bauxita, alumina e alumínio), do cobre e do nióbio, por exemplo, estão numa escala crescente de investimentos e devem melhorar a posição do país no ranking mundial.
"O Brasil é um país riquíssimo em outros bens minerais. Se investir mais em pesquisas, para ampliar o atual mapeamento geológico, poderia expandir as reservas, como fizeram outros países, e alcançar uma posição estratégica no mundo da mineração, bem melhor do que temos hoje", confia Cinthia Rodrigues, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), 14.390 mineradoras operam no país (eram 8.870 em 2011), em regime de concessão de lavra e de licenciamento, com 2,5 milhões de trabalhadores, dos quais 192,7 mil empregos diretos. Nove mil mineradoras estão em atividade plena, mas apenas um grupo de cerca de 20 grandes companhias nacionais e multinacionais, como a Vale, Votorantim Metais, Samarco, Anglo American, CSN, CBMN, entre outras, respondem pela maior parte da produção, que este ano deve cair para US$ 48 bilhões por causa da queda dos preços de minérios e metais no mercado internacional.
Na balança comercial, minério de ferro, ouro (em barras), nióbio (ferronióbio) e cobre são os quatro maiores. Só o minério de ferro respondeu por US$ 30,9 bilhões das exportações brasileiras no ano passado, de US$ 242,6 bilhões, de acordo com o Ibram. Em 2011, a receita bruta proveniente das exportações do minério alcançou US$ 41,8 bilhões. A China é o grande comprador, com mais de 45% de nossas exportações.
Mas os outros minerais devem avançar, indica Cinthia. De US$ 75 bilhões de investimentos previstos até 2016, mais de 10% serão destinados à exploração do potássio, no Amazonas e Sergipe. "As mineradoras fornecedoras de insumos para fertilizantes (nitrogênio, potássio e fosfato) estão empenhadas em tornar o Brasil menos dependente da importação desses minerais. Por isso, devem ampliar a produção interna para atender a crescente demanda da agricultura brasileira", destaca.
De acordo com agentes do mercado, a Vale mantém planos para retomar os investimentos no Projeto Carnalita, em Sergipe, onde possui uma mina de potássio em operação por meio de contrato de arrendamento que foi renovado em abril do ano passado com a Petrobras. E a Anglo American iniciou um estudo de pré-viabilidade para expansão da produção de fosfato, nas plantas de beneficiamento, em Catalão (GO) e Cubatão (SP), a partir do ano que vem, informa Ruben Fernandes, presidente da unidade de negócios nióbio e fosfato da multinacional.
Para Martiniano Lopes, sócio-diretor da KPMG, no entanto, a expectativa é que os novos investimentos sejam feitos com cautela. "O mercado sofre da repressão dos preços. Mas há outros fatores, como a discussão do novo modelo regulatório para o setor, que podem influir na confiança do empresariado, por exemplo, em investir em pesquisa mineral.

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