Por Pedro Jacobi | |
Os meios geológicos já estão sabendo que Wirrda Well foi descoberto e que tudo leva a crer que este pode ser um mega-depósito mineral de cobre, ouro e urânio, talvez um outro Olympic Dam.
O que nós sabemos é que Wirrda Well é mais um IOCG ( iron oxide copper-gold) que, coincidentemente, está localizado dentro da província do maior depósito de urânio do mundo e segundo maior de cobre, outro IOCG chamado Olympic Dam. A distância de Wirrda Well para Olympic Dam é somente de 25km e ambos os depósitos estão relacionados a falhas ENE cortadas por estruturas NNW. Um outro depósito se encontra, também, nas proximidades, o de Acropolis (veja imagem).
Wirrda Well está associado a uma anomalia magnética semicircular de 4km de diâmetro que coincide com uma anomalia de gravimetria que caracteriza os principais depósitos minerais do cluster. A fonte é um pipe verticalizado de centenas de metros de diâmetro que está coberto por sedimentos Mesoproterozóicos de 330m de espessura. Ou seja, Wirrda Well, assim como Olympic Dam são depósitos escondidos nas profundezas da Terra que só podem ser descobertos por métodos geofísicos combinados com uma boa interpretação geológica.
O jazimento tem duas zonas de brechas hidrotermais e de óxidos de ferro, intrudidas no granito Donington onde se desenvolveram venulações e alterações hidrotermais a base de magnetita e hematita, pirita, calcopirita, sericita, siderita, quartzo, clorita, barita, fluorita, apatita, flogopita uraninita e bornita. As brechas e alterações são pervasivas em Wirrda Well.
O que não se sabe até o momento é o segredo, bem guardado, das reservas e teores de Wirrda Well. Sabe-se que existem zonas de alto teor com cobre acima de 1% e outras com cobre abaixo de 0.5%. Um furo de 248m@0.86% Cu, 4,6g/tAg já havia sido publicado no início do projeto.
Descobertas como a de Wirrda Well feitas abaixo de uma cobertura de mais de 300m mostram, claramente, o quanto nós estamos atrasados no Brasil e quanto ainda poderemos descobrir. A coisa mais próxima desta descoberta, aqui no Brasil, foi o depósito, também um IOCG, do Alemão, que estava, literalmente, ao lado da Mina de Igarapé Bahia na Província de Carajás. A anomalia de mag do Alemão jamais havia sido sequer sondada até que o Geofísico Célio Barreira, vindo da Rio Tinto, selecionou o alvo para sondagem...o resto é história. Quantos depósitos como esse ainda serão descobertos em um país que sequer tem uma cobertura geofísica decente?
Imagens - BHP-Billiton
Nenhum comentário:
Postar um comentário