Datações de meteoritos, possivelmente provenientes de Marte, já haviam sido feitas. No entanto, somente agora foi feita a primeira datação de rocha marciana feita no próprio planeta Marte. O experimento foi executado pela Curiosity e supervisado pelo Geoquímico da Caltech, Ken Farley.
A datação é um marco da tecnologia e foi baseada no método potássio-argônio. A ideia é determinar a quantidade de Argônio 40 na rocha e aplicar fórmulas matemáticas pois o Argônio 40 é um derivado da decomposição do isótopo radioativo Potássio 40 ao longo do tempo.
A rocha escolhida foi um argilito da Cratera Gale, que foi datado em 3,86 – 4,56 bilhões de anos. A idade não surpreendeu aos geólogos que já haviam calculado uma idade aproximada (3,6-4,1 Ba) através do método de contar os impactos de meteoritos na cratera, um método simples mas que se mostrou bastante preciso.
O interessante é que o experimento de datação em solo marciano se mostrou possível e preciso.
O que se sabe é que sedimentos que geraram esse argilito, possivelmente depositados em um fundo de um lago ou mar, já ocorriam em Marte quando a Terra ainda estava nos seus primórdios. A presença de água aponta para formas de vida pretérita que possivelmente existia em Marte bem antes da Terra.
No foto acima o local onde a rocha sedimentar foi coletada. Percebe-se, claramente, as juntas de contração, (gretas de contração) possivelmente derivadas da perda de água de uma rocha sedimentar fina, um argilito. Para comparação colocamos, abaixo uma foto que mostra gretas de contração clássicas, sobre lama ressecada, tirada aqui na Terra.
Outro experimento feito foi o de medir as quantidades relativas de He-3, Ne-21 e Ar-36. De posse destes números é possível estimar o tempo em que a superfície de Marte no local da coleta, ficou exposta aos raios cósmicos. O experimento indicou que essas rochas estavam na superfície pelos últimos 80 milhões de anos um tempo geológico pequeno que indica que as rochas e seu conteúdo orgânico ainda estão bastante preservadas. Os geólogos acreditam que as rochas sedimentares foram expostas pela erosão dos ventos.
A rover Curiosity já está em um novo local de onde sairão mais datações e novos experimentos que nos auxiliarão a conhecer melhor a geologia de Marte.
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