O leito do Rio Tapajós, no Pará, está sendo ameaçado por cerca de três mil garimpos clandestinos. Na região, há também projetos de exploração de ouro de mineradoras legalizadas, como a júnior Tristan Gold, que já investiu R$ 26 milhões em dois projetos, a Eldorado Gold e a Kenai Resources.
O leito do Rio Tapajós, no Pará, está sendo ocupado mais de três mil garimpos clandestinos. Esse número foi divulgado em um relatório do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que monitora as unidades de conservação federais.
Na região, há também projetos de exploração de ouro de mineradoras legalizadas, como a júnior Tristan Gold, que já investiu R$ 26 milhões em dois projetos, Castelo dos Sonhos e Bom Jardim; a Eldorado Gold; e a Kenai Resources, entre outras.
Segundo dados da pesquisa, a área que possui unidades de conservação, reservas indígenas e rios, na região do Tapajós, no sul do estado, está sofrendo forte degradação com a atividade ilegal. Em apenas um trecho de dois quilômetros, há 63 dragas operando nas margens do Rio Tapajós em busca de ouro. Esse é o local considerado mais rico em ouro da região.
Segundo o diretor de Meio Ambiente e Mineração da Secretaria de Meio Ambiente de Itaituba, Valfredo Pereira Marques Júnior, em entrevista ao jornal Extra, o grande problema é que a venda clandestina do ouro não traz benefícios para o município.
Apenas 1% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), vai para os cofres públicos. Desses, 12% vão para a União, 23% para o estado e 65% para o município.
No dia 15 de abril, um decreto vetou concessões de novas licenças a garimpeiros e a empresas que exploram ouro no rio Tapajós. Existem, até agora, catalogadas 60 balsas que exploram o mineral no rio, mas apenas 5 delas são licenciadas.
Em fevereiro, o deputado federal Dudimar Paxiúba (PSDB-PA), de Itaituba, ex-garimpeiro, discursou na Câmara federal e se disse preocupado pelo fato de as reservas naturais “estarem sendo depredadas com rapidez impressionante”.
Segundo conta Marques Júnior, metade dos garimpeiros que atuam na região no momento vieram a partir de dezembro, trazendo escavadeiras que arrancam, inclusive, parte da floresta. Além de ouro, os garimpeiros retiram ainda areia, pedras, brita e cassiterita, conta o diretor.
Em abril, o governo do Pará proibiu dragas e pás carregadeiras no leito do Tapajós. Houve protestos dos garimpeiros e foi iniciada uma negociação. Segundo Marques Júnior, uma instrução normativa deve ser editada pelo estado este mês.
Apenas em Itaituba, a estimativa é que sejam retirados cerca de 250 quilos de ouro por mês e que 80% do dinheiro em circulação venham do garimpo. A compra e venda de ouro é tão comum que há balanças para pesar o metal em farmácias, bares e armazéns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário