sexta-feira, 14 de março de 2014

Descoberto mineral com água dentro de diamante de Juína:

Descoberto mineral com água dentro de diamante de Juína: alguns cientistas, acreditam em grande quantidade de água aprisionada dentro do manto terrestre
Dezenas de milhares de estudos petrográficos feitos em rochas mantélicas sempre mostraram minerais desprovidos de água. As rochas formadas no manto são, geralmente, eclogíticas ou peridotíticas cujos minerais não apresentam as moléculas da água, que são comuns às rochas formadas na crosta terrestre.
O geólogo-geoquímico que fez essa descoberta, Graham Pearson, estava estudando um diamante de baixa qualidade vindo de Juína, no Mato Grosso (foto). Pearson identificou uma forma de olivina, a ringwoodita, com apenas 40 micras de diâmetro, inclusa no diamante. Como essa ringwoodita tem em torno de 1% de água na sua composição ele imediatamente passou a acreditar que o manto terrestre, ao contrário do que se acredita, pode ter grandes quantidades de água.
A hipótese de Pearson é temerária.
Os minerais mantélicos, graças a sua enorme pressão e temperatura, são, até essa descoberta, caracterizados pela total ausência de água na estrutura cristalina.
Outro ponto que falta na equação de Pearson é o fato de que os diamantes de Juína são muito característicos e únicos. Juína produz diamantes de ultra pressão formados a mais de 400km de profundidade enquanto que a maioria dos diamantes do resto do mundo são formados em profundidades de 120-200km. Os diamantes de Juína contém um elevado nível de impurezas inclusas e são essas impurezas que fazem o diamante ficar escuro e cheio de jaça, influenciando nos preços, que são em média, de poucos dólares por quilate.
Nos nossos estudos, na Rio Tinto, na década de 90, descobrimos que os diamantes de Juína poderiam estar brechados e cimentados por diamante, indicando as extremas pressões do ambiente de formação. Outro ponto fundamental, talvez despercebido pelo Pearson, é que a geofísica indica que, nesta região ainda existe um possível remanescente da placa do pacífico que ainda está parcialmente digerida e que se encontra a 400-600km de profundidade, onde esses diamantes  possivelmente foram formados. A hipótese mais aceita é que o carbono foi injetado no manto juntamente com a as rochas da placa o que causou os diamantes de baixa qualidade, altíssima pressão e grande profundidade. Nessas condições encontrar uma inclusão de uma olivina com água não muda nada do conhecimento sobre o manto, já que a olivina poderia ter vindo junto com as rochas da placa de profundidades menores, na crosta terrestre.

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