domingo, 23 de março de 2014

Turmalina


Turmalina

 
São minerais de composição muito variadas. Geralmente são classificadas como boro-silicatos fluoríferos de alumínio, contendo proporções de ferro, magnésio, manganês, cálcio, potássio, sódio e lítio.

Os cristais são constituídos de um prisma, tendo por seção transversal um triângulo esférico e terminando por uma cúpula em romboedros ou em polígonos diversos. Às vezes, também se apresentam em massas bacilares compactas, em agulhas de dimensões diversas, e, em grande número, formando macias.

As cores variam conforme os elementos de que se compõe o mineral. Segundo Mr. de Lapparent, as variedades de turmalina da ilha d’Elba acusam muitas vezes, o hemimorfismo, pela diferença de coloração dos vértices de um mesmo prisma hexagonal, dos quais um é vermelho e o outro é verde ou incolor. Nos EUA. e no Ural, certos cristais t6em um núcleo róseo, rodeado de um invólucro esverdeado ou inversamente. As turmalinas bi e tricolores do Brasil apresentam os mesmos fenômenos. Temos turmalinas de prisma verde de diversos matizes, com o vértice vermelho ou róseo. Outras têm o prisma verde na periferia e o centro róseo; outras, enfim, apresentam as três cores, branca, rósea e verde, em zonas bem definidas. O que é digno de nota é que, em todos os cristais, a lei de coloração é constante. Por exemplo, nunca encontramos prisma vermelho coroado de verde.

Classificação das Turmalinas:

1 – Turmalina incolor ou Achroita. Variedade manganesiana (com lítio).

2 – Turmalina Verde ou Tantalita, ou Zeuxita. Variedade ferro manganesiana (com lítio).

3 – Turmalina Vermelha ou Pirita, ou Siberita ou Rubelita. Variedade manganesiana (com lítio).

4 – Turmalina Azul ou Indigolita. Variedade ferro manganesiana (com lítio).

5 – Turmalina parda ou Amarela ou Dravita. Variedade magnesiana (sem lítio).

6 – Turmalina Pardo-Escuro. Variedade ferro magnesiana (sem lítio).

7 – Turmalina Negra ou Afrisita Schorl propriamente dito. Variedade ferrífera (sem lítio), sendo a mais comum.

As turmalinas são minerais comuns e característicos, resultantes de ações pneumatolíticas. Como os diamantes, dos quais a turmalina é um satélite constante, deveria ela ter sido formada sob temperatura e pressões extremamente elevadas, em que os elementos de sua composição foram arrastados por vapores de flúor e boro que também influenciaram sobre a cristalização do diamante em magma ácido.

Têm sido encontradas as turmalinas, principalmente ao lado do quartzo, nos granitos, granulitos, pegmatitos; nas rochas metamórficas, tais como gnaisses, micaxistos, xistos e calcários cristalinos. Também em muitos filões quartzosos e em filões camadas, elas acompanham o ouro e outros minerais cristalinos de composições diversas.

Aplicações: As turmalinas límpidas, quando lapidadas têm grande aplicação na joalheria. As variedades verdes do Brasil são muito empregadas nos aparelhos de polarização. No Brasil, existem turmalinas de todas as cores, na maioria, transparentes e límpidos os seus cristais, fazendo, assim parte das pedras semipreciosas ou pedras coradas. Podemos garantir que as mais belas turmalinas, essencialmente em delicadeza de matiz, têm sua origem no Brasil, e, de modo particular, no Estado de Minas Gerais.

Cristalografia: Hexagonal-R; piramidal-ditrigonal. Os cristais são geralmente, prismáticos, com um prisma trigonal dominante e um prisma hexagonal de Segunda ordem, subordinado. Os cristais terminam, comumente, por uma estrutura e por pirâmides trigonais positivas e negativas, baixas; podem estar presentes pirâmides ditrigonais. Quando terminados nas duas extremidades, os cristais mostram, usualmente, formas diferentes nas extremidades opostas ao eixo vertical. Algumas, compactas, maciças; também em colunas grossas e finas, tanto radiadas como paralelas.

Propriedades Físicas: Dureza = 7 à 7,5; Densidade = 3 à 3,25. Brilho vítreo a resinoso. Cor variada, dependendo da composição. As variedades raras, em cuja composição entra o lítio, têm cores claras com belos matizes do vermelho, róseo, verde, azul e amarelo. Raramente, branca ou sem cor, acroita. Um cristal único pode apresentar várias cores diferentes, dispostas em faixas concêntricas em torno do centro do cristal, ou em camadas transversais ao longo de seu comprimento. Fortemente pirelétrica e piezelétrica. Alguns cristais de turmalina mostram dicroismo intenso, isto é, a luz atravessando o cristal na direção do eixo pode ser de uma cor ou matiz, diferente da que atravessa o cristal em uma direção formando ângulos retos com a primeira.

Composição: Um silicato de boro e alumínio, complexo, cuja composição pode ser expressa pela fórmula geral WX3Y6(BO3)3Si6O18(OH,F)4 na qual W = Ca,K,Na; X = Al,Fe+2,Fe+3,Li,Mg,Mn+2; y = Al,Cr+3Fe+3,V+3.

Ensaio: A fusibilidade varia com a composição; as variedades contendo magnésio correspondem ao número 3 na escala de fusibilidade; as variedades ferríferas fundem-se com dificuldade e aquelas em cuja composição entra o lítio, não se fundem. Fundida com fluxo de boro, dá chama verde do boro, passageiramente.

Aspectos Diagnósticos: Reconhecida, usualmente, pela secção transversal triangular, arredondada, dos cristais e pela fratura concóide. Distingue-se da homblenda pela ausência da clivagem prismática.

Nome: Turmalina provém de turamali, nome dado às gemas vindo, no passado, do Sri Lanka.

Características como Gema: É um borossilicato de alumínio e de álcalis, como ferro e magnésio, contendo também água e flúor,

Cristalografia: Hexagonal trigonal; Pleocroismo = 4; Dureza = 7 à 7,5; Peso Específico = 3,1; índice de Refração = 1,63. Cores no dicroscópio; verde-seiva, verde-azeitona, verde, verde-azulada. Merece destaque especial a ocorrência de diferentes cores em um só cristal, ou de uma ao lado da outra. É raríssim0 entre as turmalinas a cor azul pura; encontram-se, porém, em grandes quantidades, turmalinas negras, volumosas, opacas, que pouco interesse têm para o conhecimento das pedras preciosas. São dignas de menção especial a piro e termoeletricidade da turmalina, sendo curioso observar como um cristal aquecido ou friccionado atrai poeira ou mesmo aparas de papel.

As principais jazidas de turmalinas são em primeiro lugar, as de Minas Gerais, no Brasil, seguindo-se as de Madagascar e as do sudoeste da África. As turmalinas do Brasil, por muitas de suas características, são as mais apreciadas no comércio de pedras. Possuem uma propriedade peculiar, que raramente podem ser observada, consistindo em um c6ambio de cor por vezes bem perceptível provocado por delicadas inclusões de ar, em forma de canais, que ficam dispostos através da pedra, ao longo do canto do prisma. As turmalinas que assim se apresentam são muito cobiçadas pelos colecionadores de minerais.

No Brasil, as principais jazidas ou ocorrências de turmalina estão situadas nos seguintes Estados e localidades:

Minas Gerais – na bacia do Arasssuaí. Bom Jesus do Luva, Bom Jesus do Pontal (notável pelo encontro de um exemplar de coloração verde, límpida, pesando 1.200 g), Minas Novas, Rio Setúbal, Rio Gravatá; Bacia do Jequitinhonha: em Salinas, Porteiras, Fortaleza, Lagoa do Alto Itinga (com turmalinas azuis); Bacia do Rio Doce – Ibituruna, Guieté, Marambaia. Também nos Estados de: Piauí, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte. Há referências a afloramentos de turmalinas em outros estados e localidades sem que, no entanto, tivessem até a atualidade importância apreciável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário